TEATRO

DE
ARENA
Eugênio Kusnet
Tópicos do trabalho

Contexto História do
01 Histórico
02 Teatro

Acontecimentos
03 Peças 04 marcantes
Tópicos do trabalho

05 Curiosidades
 Contexto histórico
● O Arena teve seu início de produção em 1953, quando estava se
adaptando ao que iria abordar, retratar e também criticar.
Porém, sua fase mais significativa surgiu em 1960, quando
engendrou em seu conteúdo um teatro político com pretensões, se
não transformadora, pelo menos reflexiva sobre a sociedade e
seus meandros de liderança política e partidária. Para isso
direcionou seu foco a um outro público, que estava não no
centro, mas nas periferias. Ocorre então o deslocamento regional
e comunitário do grupo para atingir o seu intento de acordo com
as suas visões políticas.

● A descentralização da companhia causou uma inovação em seu

conteúdo e direcionamento, pois abarcava novos rumos em
direção a uma comunicação de vanguarda iniciada por um
comprometimento político maior e mais responsável. Focando
nesse novo público, o qual a metodologia de trabalho do Teatro
de Arena queria e precisava atingir, procurou sua mais forte
edificação buscando os estudantes que mantinham posições e
lideranças políticas, embora a estética ainda empregasse recursos
burgueses hegemônicos.
 Em 1953, o Teatro de Arena vem com essa proposta em sua
nomenclatura buscando engendra-la à sua mediação
comunicacional: coloca-se o público em um mesmo nível que os
atores em volta de uma arena circular, o que dispensa cenários
realistas, podendo ser criado pela luz e pelo trabalho dos atores.
Isso evidencia o caráter econômico do Arena, o que levaria um
público ausente dos edifícios teatrais, devido ao seu poder
aquisitivo, para o teatro, na verdade um teatro mais próximo, mais
participativo socialmente. Porém aí estava o grande problema do
Arena, porque era difícil produzir diante de situações
financeiramente precárias e ainda em disputa com uma linguagem
teatral burguesa vinda da Europa já instalada aqui, ou seja, um
poder também vigente nas artes. “(...) somos julgados, condenados,
(...), obrigados a desempenhar tarefas e destinados a um certo modo
de viver” (FOUCAULT, 1979, p. 180). Mesmo com esse obstáculo,
depois de pronto, o espetáculo podia ser levado para qualquer
lugar, o que mostra uma outra direção que não a hegemônica, a
qual dominava as arquiteturas teatrais e os conteúdos materiais e
textuais que se apresentavam nelas. Isso leva o grupo à busca de
outro tipo de comunicação gerada pela arte, algo mais intimista,
um princípio que tem como comunicador o ator e seus recursos
materiais orgânicos. Essa linguagem apresenta-se não somente no
teatro, mas em todo sistema de comunicação que procura uma
outra direção.
Contexto histórico
● No ano seguinte 1954, o Arena ampliando cada
vez mais o seu campo de atuação, atraindo
para as suas dependências, trabalhos na área
de música, pintura e literatura, assume uma
posição de centro cultural. Procurava em sua
expansão uma aproximação maior com o seu
público, de caráter físico intencional.
Procurava exercer essa atividade na
representação entre o ator e o espectador, onde
aquele assumia em alguns momentos o papel
deste considerando sua posição social. Essa
“violação” dos limites colocada pela aceitação
hegemônica permitia que o público na mesma
posição dos atores fora de cena participasse em
igualdade de condições de um momento de
criação que produzia fatores de identificação
em ambos.
● O ano anterior a 1958, foi um período
muito difícil financeiramente para o
Arena. Para não encerrar as suas
atividades, José Renato decidiu
montar uma peça de um dos atores do
grupo. Estreia então, em 22 de
fevereiro de 1958, Eles não usam
black-tie, de Gianfrancesco Guarnieri.
Encaminha-se nesse exato ponto o
início de um Arena mais crítico e
engajado politicamente no sentido de
deixar a platéia tomar suas decisões,
concluir à sua reflexão.
02
História
História do teatro
A peça “Eles não usam
Black-Tie” de
Gianfrancesco
Guarnieri salvou o
Arena.

1953 1958 1977

Foi reaberto após ser
O Teatro foi fundado adquirido pelo governo
como uma alternativa à federal e foi
cena teatral na época. incorporado ao
A companhia estreou patrimônio da
nos salões do MAM, Fundação Nacional de
com o primeiro elenco Artes.
profissional.
Peças
1953 - Esta noite é nossa
De Stafford Dickens (estreia da companhia nos salões
do MAM – Museu de Arte Moderna). Integram a
companhia: José Renato, Sérgio Britto, Henrique
Becker, Geraldo Mateus, Renata Blaunstein, Monah
Delacy e Eva Wilma.
1953 - 54
Entram em repertório: O Demorado Adeus, de
Tennessee Williams; Uma Mulher e Três
Palhaços, de Marcel Achard; Judas em Sábado
de Aleluia, de Martins Pena.
1956 - Ratos e homens
De John Steinbeck. A montagem sob a direção de
Augusto Boal conta com novos talentos vindos do
Teatro do Estudante. Entre eles, além de Guarnieri
e Vianninha, Flávio Migliaccio, Riva Nimitz e
Milton Gonçalves.
1957 - Juno e o Pavão
De Sean O'Casey.
Peças
1958 - Eles não usam 1959 - Gente como a
Black-Tie Gente
De Guarnieri, sob direção de José Renato.
De Roberto Freire (psiquiatra), direção de
Augusto Boal.

1959 - Chapetuba 1960 - Fogo Frio

Futebol Clube De Benedito Ruy Barbosa, direção de Augusto
Boal.
De Oduvaldo Vianna Filho, direção de
Augusto Boal.
Peças
1960 - Revolução na 1962
América do Sul ● Os Fuzis da Senhora Carrar, de Bertolt
Brecht, direção de José Renato
● A Mandrágora, de Maquiavel, direção
De Augusto Boal, direção de José Renato.
de Augusto Boal.

1961 - O Testamento 1964 - O Tartufo

do Cangaceiro De Molière.
De Chico de Assis, direção de Augusto Boal.
Eles não usam Black-Tie
Em 1981, a Ditadura Brasileira dava sinais de estar em seus últimos
momentos. A extinção do Ato Institucional 5, três anos antes, devolvia
lentamente ao país a perspectiva de que um horizonte diferente era possível. A
peça homônima de Gianfrancesco Guarnieri para o Teatro de Arena, em 1958,
Eles Não Usam Black-Tie mostra para o público como foi confuso o período
pré-democrático, assumindo o lugar de uma das maiores obras do teatro
nacional, ganhando até mesmo uma adaptação para os cinemas.
Acontecimentos marcantes
No início da década de 1960, José Renato,
que tinha dirigido as primeiras produções,
deixou o Arena para dirigir o Teatro
Nacional de Comédia. Augusto Boal e
Gianfrancesco Guarnieri, à frente do grupo
no momento do golpe militar, precisaram
elaborar uma estratégia para enfrentar a
censura, já que as peças realistas que o grupo
costumava montar haviam sido proibidas.
A peça Arena Contra Zumbi, de
1965, marca o início dessa nova
fase: trata-se da história de escravos
revolucionários, que lutavam por
justiça e liberdade. Inaugurou-se ali
o Sistema Coringa, em que os atores
se revezam entre vários papéis.
Curiosidades
1.
● O Teatro de Arena foi fundado em 1953 por um grupo de jovens artistas em São
Paulo, liderados por José Renato e Augusto Boal.

2.
● O nome "Arena" foi escolhido para simbolizar a ideia de um espaço de
confronto e debate.

3.
● O Teatro de Arena foi um dos principais palcos da resistência cultural e política
durante a ditadura militar no Brasil, apresentando peças que abordavam temas
como a luta pela democracia e pelos direitos dos trabalhadores.
Curiosidades
4. 7.
● Entre as peças mais famosas apresentadas pelo Teatro de
Arena estão "Eles não usam Black-tie", de Gianfrancesco ● Apesar de ter sido fechado pelos
Guarnieri, e "Arena conta Zumbi", de Augusto Boal e militares, o legado do Teatro de
Gianfrancesco Guarnieri. Arena continuou inspirando
gerações de artistas e até hoje é
considerado um marco na história
5. do teatro brasileiro.

● O Teatro de Arena foi responsável por lançar alguns dos

mais importantes artistas brasileiros, como Paulo Autran,
Fernanda Montenegro, Marieta Severo e Juca de Oliveira.

6.
● Em 1969, o Teatro de Arena foi invadido e destruído
pelos militares, como parte da repressão cultural do
regime.
Grupo

Giovanna Lira Luiza Marques Juliana Alaminos

Nº8 Nº22 Nº15

Bianca Pereira Maria Eduarda Yasmin Melo

Nº2 Nº23 Nº31