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exterior
Segundo Miske (2018) possuímos produtos que não tem tanta representatividade na balança
comercial brasileira, porem é importante mantê-los em virtude da diversificação necessária para
que o Brasil se desenvolva em novas áreas que, apesar de muitas vezes não despertarem interesse
interno, têm mercado e demanda fora.
Considerando o Brasil como um grande produtor de alimentos e dada sua importância para
o mercado externo, podemos concluir que o país possui grandes possibilidades de se tornar
uma das principais potências econômicas mundiais além das principais commodities
apresentadas neste seminário como o caso da soja, carnes ,café, minérios mas através da :
vídeo
https://www.youtube.com/watch?v=jTkVqalMVx8&embeds_euri=https%3A%2F%2Fwww.bing.com
%2F&embeds_origin=https%3A%2F%2Fwww.bing.com&source_ve_path=MzY4NDI&feature=emb_logo
No Brasil temos curiosos cenários que contradizem um pouco a regra. Apesar da alta
produção de alimentos, a maior parte é exportado e o que permanece para consumo interno não
é bem distribuído, o que faz com que problemas como a fome não sejam superados.
Assim, apesar das exportações contribuírem tanto para a economia interna, como também
para a alimentação de bilhões de pessoas, é importante frisar que não soluciona o impasse da
desigualdade social e fome no mundo, tendo em vista que há uma intensa concentração de
renda.
Hilda Olivia de Oliveira
Curiosidades – Problemáticas
Neste estudo uma outra curiosidade bastante peculiar e de efeitos recentes, ainda relacionado
ao enorme sucesso nas exportações brasileiras de alimentos. Vejamos essa reportagem do Jornal
da Unesp :
Baccarin (2022), cita que de fato passamos por um momento muito grave, não só no Brasil,
mas no mercado mundial também. Os índices de preços da Organização das Nações Unidas para
Alimentação e Agricultura (FAO) no mês de março 2022 atingiram um patamar recorde. Isso
repercute muito fortemente no Brasil porque nosso país tem grande participação no mercado
internacional.
Somos exportadores de vários produtos, estamos envolvidos em várias cadeias produtivas. Em
algumas, somos o principal exportador. Por isso o preço internacional acaba refletindo aqui.
Além disso, tivemos um problema muito sério nos últimos anos que foi a desvalorização da
moeda nacional, especialmente em 2020.. E isso acirra a transmissão dos preços externos para o
mercado interno, porque quanto mais desvalorizada estiver a moeda, mais reais os exportadores
vão receber por venda em dólar e mais reais os importadores pagam nas compras em dólar.
Alguns países começaram a reter produção, seguraram suas exportações. E certos países
importadores começaram a aumentar seus estoques de alimentos. Tudo isso gerou um abalo na
cadeia de suprimentos. A oferta não cresceu tanto quanto deveria crescer.
No caso da guerra da Rússia com a Ucrânia, precisamos entender que temos dois continentes
exportadores de alimentos umas vez que a Ásia e a África são basicamente continentes
importadores.
Baccarin (2022) acredita que o problema do preço dos alimentos no Brasil não se deve à
falta de produção, mas sim ao fato de que o Brasil tem uma alta produção em muitas cadeias.
Exportamos carnes, soja e derivados, açúcar, milho… De maneira geral, nós temos uma
produção acima do consumo nacional. ‘Seria possível pensar, então, que isso é garantia de que
sempre vai sobrar produto para o mercado interno. Mas, se não for feita uma intervenção pelo
poder público, os preços internos não se desvinculam dos preços internacionais.
Esse é o problema geral ao consumidor brasileiro nossa grande vinculação aos preços
internacionais pelo lado das exportações. Segundo a racionalidade do empresário, não há por
que vender aqui dentro mais barato do que vende lá fora.
Baccarin (2022) entende que mecanismos como por exemplo o imposto de exportação,
ou intervenção no câmbio. Ou criar um imposto sobre as exportações, para fazer com que
parte do valor a ser recebido pelo produtor lá fora seja retido seria algo a ser feito.
Tudo isso está previsto na legislação brasileira. Não seria preciso criar uma lei nova.
Nós temos as leis mas não as aplicamos desde a década de 1990.
Sendo assim, não podemos considerar que o agronegócio brasileiro seja um sucesso se
ele contribui para aumentar a insegurança alimentar e nutricional do país. Somos de fato
um grande exportador de alimentos porem não atendemos a nossa própria população.
Desde 2020 o comércio exterior mundial vem enfrentando muitas incertezas devido aos
efeitos da pandemia pela covid-19 e em 2022 com a guerra entre Rússia e Ucrânia, o que
dificulta avaliar com mais precisão os rumos para os próximos anos. Apesar da conjuntura
atual, o Brasil se depara com muitos desafios internos e externos, apresentando algumas
vulnerabilidades, mas também muitas oportunidades.
O acordo entre Mercosul e União Europeia, a parceria com a China, a reforma tributária
brasileira, as novas regulamentações e resoluções e a posse do novo presidente são alguns dos
elementos que incidem ou podem incidir sobre o comércio exterior brasileiro.
Hilda Olivia de Oliveira
Considerações Finais
Além disso, o Governo Federal vem implementando uma série de importantes mudanças
na legislação aduaneira, como por exemplo a internalização do texto revisado da Convenção de
Quioto (Decreto nº 10.2176/20), em que o país assume o compromisso global de “facilitação e
desburocratização dos processos aduaneiros”, como o procedimento de conferência e o
desembaraço aduaneiro, incentivando as operações de importação.
Hilda Olivia de Oliveira
Considerações Finais
Isto posto 2022 foi um ano importante para a efetivação dos compromissos assumidos
pelo Governo e acordos firmados com a OMC, como o de cooperação comercial com os EUA
com o objetivo reduzir custos nas operações de comércio exterior, promover medidas
anticorrupção, assegurar procedimentos aduaneiros eficientes e transparentes, aperfeiçoar
processos regulatórios e garantir previsibilidade aduaneira.
Tudo isso vem para garantir mais agilidade nos procedimentos aduaneiros, além de
facilitar e estimular o mercado nacional.
As importações de pequenos valores via e-commerce também são ótimos exemplos da
desburocratização aduaneira, visto que vêm aumentando exponencialmente. Em setembro de
2022, as operações somaram US$ 8,49 bilhões, representando um aumento de 200% em
comparação com o mesmo período de 2021.
Além de muitos outros fatores envolvidos, esses cenários foram possíveis devido à
intensa concessão de regimes aduaneiros especiais que reduziram o Imposto de Importação,
permitindo a entrada de diversas mercadorias no país e fomentando atividades de vários
setores da economia.
Hilda Olivia de Oliveira
Considerações Finais
Alguns dos desafios do comércio exterior estão ligados diretamente à logística, devido a
burocracias e mudanças legislativas no país. Estamos falando de transporte interno,
operações de carregamento e descarregamento etc.
Talvez 2023 seja o ano mais desafiador para as empresas que importam, até porque será
necessária muita resiliência para entender como a queda da demanda internacional se
comportará, devido à alta da inflação e dos juros no mundo todo, além da guerra na Ucrânia,
dos novos lockdowns na China e dos gastos com serviços que decorreram da explosão dos e-
commerces durante o período de quarentena da pandemia.
Este ano novas resoluções e regulamentações entram em vigor, sendo necessário estudar e
acompanhar as mudanças para que as empresas do setor do comércio exterior possam se
adequar às novas normas e atuar com autorizações recentes. Veja algumas:
Lei Nº 14.286, de 29 de dezembro de 2021: dispõe sobre o mercado de câmbio brasileiro,
o capital brasileiro no exterior, o capital estrangeiro no país e a prestação de informações ao
Banco Central do Brasil, entrando em vigor dia 31 de dezembro de 2022;
IMO 2023: pode levar ao sucateamento de navios ineficientes, além da redução da
velocidade dos navios visando reduzir as emissões de enxofre com a troca de combustíveis;
Para que as empresas de comércio exterior sobrevivam às novas realidades em 2023, será
necessária uma adequação e reformulação dos negócios.
Para isso, será preciso investir em serviços e novas tecnologias que focam em segurança e
análise, sendo possível prever adversidades e encontrar possíveis aberturas operacionais
internas.
Ter atenção total aos eventos e geopolítica global, além de melhorias no gerenciamento
dos estoques para criar planos de contingência também serão requeridos para o novo ano.
E para superar os desafios da logística internacional, que está em destaque nos debates
atuais, será importante contar com uma equipe logística extremamente capacitada e parceiros
com bastante know-how.
Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços. Confira o resultado da Balança Comercial brasileira de 2022.
2023 Disponível em: — https://www.gov.br/mdic/pt-br/assuntos/noticias/2023/janeiro/confira-o-resultado-da-balanca-
comercial-brasileira-de-2022. Acesso em: 22/03/2023.
BACCARIN, José Giacomo. Jornal Unesp reportagem: Sucesso na exportação de alimentos é uma das causas de alta no custo
da comida no Brasil,2022. Disponível em: https://jornal.unesp.br/2022/05/02/sucesso-na-exportacao-de-alimentos-e-uma-das-
causas-de-alta-no-custo-da-comida-no-brasil/.Acesso em: 22/03/2023.
FOLHA DE SÃO PAULO, De cabelo a navio de guerra; veja curiosidades sobre as exportações brasileiras, 2014. Disponível
em: https://www1.folha.uol.com.br/seminariosfolha/2014/08/1506033-de-cabelo-a-navio-de-guerra-veja-curiosidades-sobre-as-
exportacoes-brasileiras.shtml. Acesso em: 22/03/2023.
BUENO Sinara, Faxcomex, 2023. Saiba mais sobre os Maiores Exportadores do Mundo. Disponível em:
https://www.fazcomex.com.br/comex/maiores-exportadores-do-mundo/.
Hilda Olivia de Oliveira Acesso em: 22/03/2023.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA