Você está na página 1de 16

A MULHER NO

CONTEXTO DA
PERINATALIDADE
“Fala-se de uma prática particular da marinha inglesa. Todos os
cordames da marinha real, do mais grosso ao mais fino, são traçados
de tal maneira que um fio vermelho vai de uma ponta à outra e não
pode ser retirado sem que tudo se desfaça; isto permite reconhecer,
mesmo nos menores fragmentos, que eles pertencem à Coroa.”
(Goethe, Les Affinités électives)
A MULHER NO
CONTEXTO DA
PERINATALIDADE

A SITUAÇÃO DO PARTO – NASCE UM CORPO A SER EROTIZADO

“ ...a mulher tem no interior do corpo toda a vida: a sua, a de sua criança e, de alguma forma,
a de seu marido.” (Sylvain Missonnier, 2004)
A metáfora placentária

Placenta constituída de células maternas e paternas (XX e XY)- O


envelope primitivo é a co-presença de duas linhagens, não
importa a via e o destino a ser dado a este produto

Não há fusão entre corpos – saco gestacional e a placenta que


alimenta que é formada à partir de material genético de dois

Adesão da placenta à parede do útero como “ninho narcísico


parental” – à nível de psiquismo é a Base do Narcisismo (Rei na
Barriga)
Transmissão do narcisismo primário da mãe à criança é um elemento guardião
da vida (Lebovici e Nacht)

Parto – expulsar uma parte de si, que ao mesmo tempo é um outro

Violência do parto do ponto de vista físico


Trauma do nascimento para os pais – dependência absoluta do bebê
“Essa descoberta da dependência absoluta e total para a sobrevivência do bebê
diante do cuidado de seus pais é brutal e sem preparo, não há gradação,
aprendizado ou evolução.” (Régine Prat)
Narcisismo primário – transmitido pelo olhar da mãe sobre o corpo do bebê-
sentimento de existir

Parto como momento de confronto do bebê real com o bebê imaginário que respondia
ao narcisismo materno, o que poderá ter continuidade com o bebê fora da mãe, ou não
Transparência Psíquica

Funcionamento caracterizado pela diminuição das resistências e a


consequente ligação com o recalcado inconsciente, investimento na sua
história pessoal e nos conflitos infantis

Preocupação materna primária


Período particular em que a mãe é especialmente capaz de se adaptar às
necessidades do bebê, decodificando e interpretando seus sinais com
eficiência extrema.
Etapas para o status de exterioridade do bebê

1. Pré natal - TP – Objeto puramente interno – reativa a própria


criança que foi
2. Período pré-natal de PMP – objeto interno físico e psiquicamente
externalizado – atenção dirige-se para o feto
3. Período pós-natal – TP+PMP – objeto externo físico e
psiquicamente internalizado – a atenção dirige-se sobre o bebê
baseada nos traços reativados pelo bebê que a própria mãe foi
4. Pós natal – objeto verdadeiramente externo – o bebê torna-se
interlocutor e protagonista de sua HISTÓRIA
PRIMEIROS TEMPOS E FUNÇÃO MATERNA:
Instante de ver, Tempo de compreender e Momento de concluir

“A saude do indivíduo é fundada pela mãe,


que, por devotar-se ao seu bebê, Pode
adaptar-se ativamente a ele. Isso pressupõe
um estado básico de relaxamento da mãe, e
também uma compreensão do modo de
vida individual do bebê, e isto também
deriva de sua capacidade de identificar-se
com ele” (Winnicott, 1949)

E É?
M É ? O QU
QUE
R M Ã E
SE
PARTO

MULHER Necessidade de acolhimento e segurança (ambiente


físico e humano)

ASPECTO TEMPORAL Tempo/Finitude

TEMPO E MORTE
Processos de luto e despedida inerentes ao nascimento

DOR PRESENTIFICA O TEMPO AQUI E AGORA

DOR intensidade sentida conforme ambiente emocional do


nascimento
MATERNIDADE

Ponto de passagem retorno de sentimentos enterrados


novos sentimentos

MULHER maior grau de autonomia


ou
dominio de ansiedades ancestrais

PERÍODO POTENCIALMENTE DESAGREGADOR

objeto interno físico e psiquicamente externalizado – atenção dirige-


se para o bebê
INSTANTE DE VER

Chegada do Bebê demanda tanto adaptação à nova rotina de


cuidados , quanto a elaboração do luto do filho idealizado e a
entrega à dependência abdicar momentaneamente de seus
interesses no mundo exterior para estabelecer sintonia afetiva com o
bebê (palpites, mídias sociais, google, muitos consultores ?????????)

SINAL DOS TEMPOS


MATERNIDADE VERSUS PARENTALIDADE
INSTANTE DE VER

Lebovici coexistência de 3 bebês na mente da mãe

Bebê Edípico

Bebê Imaginário

Bebê da Realidade

O nascimento de um filho inaugura definitiva e concretamente a


maternidade/parentalidade
TEMPO DE COMPREENDER

Tornar-se mãe Inserir-se na cadeia geracional Elo entre


antecessores e sucessores Acesso à maturidade (finitude da vida
e concepção de filho como “jogo complexo de impulsos
contraditórios”)

Projeto de filho reativação das figuras edípicas da forma como


foram vividas alegria de ascender à procriação e tomar o lugar
dos pais X temores de perda ou “estrago” do bebê como castigo que
confirma a transgreção edípica
MOMENTO DE CONCLUIR

Chegada do Bebê demanda tanto adaptação à nova rotina de


cuidados , quanto a elaboração do luto do filho idealizado e a
entrega à dependência abdicar momentaneamente de seus
interesses no mundo exterior para estabelecer sintonia afetiva com o
bebê (palpites, mídias sociais, google, muitos consultores ?????????)

SINAL DOS TEMPOS


MATERNIDADE PARENTALIDADE

NOVO MOMENTO DA CONJUGALIDADE PARA O CASAL

Você também pode gostar