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Operações Unitárias I

Propriedades dos sólidos


particulados
PROF. DR. NICHOLAS CANABARRO

canabarro@fei.edu.br
Prof. Nicholas Canabarro
Formação:
 Engenheiro Químico (2011) – Universidade Federal do Pampa (UNIPAMPA -
Bagé/RS);
 Mestre em Engenharia de Processos (2015) – Universidade Federal de Santa Maria
Santa Maria/RS
Experiência profissional: (UFSM – Santa Maria/RS);
 Unicamp (08/2019 –  Doutor em Engenharia Química (2019) – Universidade Federal de São Carlos
atual)
 USF (02/2020 – atual) (UFSCar – São Carlos/SP);
 FEI (08/2020 – atual)
 Pós-Doutor pela Universidade Estadual de Campinas (2019-atual) – Faculdade de
Engenharia Química.

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Agenda – Aula 01

ALINHAMENTO DA PROPRIEDADES DOS APLICAÇÃO DA TEORIA -


DISCIPLINA SÓLIDOS PARTICULADOS EXERCÍCIO

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Conteúdo programático
1. Propriedades dos sólidos particulados

2. Análise granulométrica;
2 6
3. Peneiramento;

P1 P2
4. Moagem;
1 3 5 7
5. Filtração;

6. Sedimentação;

7. Leitos fluidizados; 4 8
8. Agitação e mistura.

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Bibliografia
◦ Gomide, Reynaldo. Operações Unitárias 1° vol: operações com sistemas
sólidos granulares. Edição do Autor. São Paulo: 1983.
◦ Cremasco, Marco Aurélio. Operações unitárias em sistemas particulados e
fluidomecânicos. 3ª ed. Blucher: São Paulo, 2018.
◦ Geankoplis, Christie J. Transport processes and unit operations. 4th ed.
Prentice-Hall, 2003.

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Encontros e datas importantes
32 encontros
◦ 10/08/2020 a 22/12/2020

3 avaliações teóricas:
◦ Prova P1: 08/10/2020;

◦ Prova P2: 23/11/2020;

◦ Prova P3: 07/12/2020*


*se necessário;

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Metodologia de avaliação
Nota final:
◦ Atividades extras (AE): 40%; N1 = 0,6*P1+0,4*AE
N3 = P3
N2 = 0,6*P2+0,4*AE
◦ Provas (P): 60%;

◦ N = 0,5*(N1)+0,5*(N2)

Se N ≥ 5,0  APROVADO

Se N < 5,0  REPROVADO

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Proposta da disciplina
Operações
Unitárias I
QM6610

Teoria Prática
Aspectos gerais Exercícios
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Objetivos
1. Definir e classificar um sólido particulado;

2. Conhecer as principais propriedades de uma partícula ou de um


conjunto de partículas;

3. Determinar as propriedades de uma partícula ou de um conjunto


de partículas;

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Sólidos particulados
 Um material composto de materiais sólidos de
tamanho reduzido (partículas).

 O tamanho pequeno das partículas pode ser


uma característica natural do material ou pode
ser devido a um processo prévio de
fragmentação.

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Classificação
 as que dependem da natureza das partículas:
o tamanho, a forma, a dureza, a densidade, o calor específico e a
condutividade.

as que dependem do sistema (leito poroso):


a densidade aparente, a área específica, a porosidade, o ângulo de repouso,
entre outras. Neste caso, a propriedade passa a ser uma característica do conjunto
de partículas (leito) não mais do sólido em si.

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Importância na caracterização
Redução de tamanho

Fluidização

O conhecimento das Transporte pneumático


Compreender os
propriedades dos sólidos fenômenos que estão
particulados é fundamental
para o estudo de muitas Centrifugação envolvidos nos
operações unitárias como: processos
Filtração

Decantação e
Sedimentação

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Exemplo 1
Utilização de Sacchaomyces cereiseae como bioadsorvente de íons metálicos
em efluentes industriais

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Partícula isolada
Conjunto de partículas

Exemplo 2
D I F U S Ã O M Á S S I C A – T R A N S P O RT E D E M A S S A N O I N T E R I O R D E U M A PA RT Í C U L A
O U N O E N T E R N O D E U M C O N J U N TO D E PA RT Í C U L A S

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Exemplo 3
D I M E N S I O N A M E N TO D E E Q U I PA M E N TO S – D I Â M E T R O D A C O L U N A , A LT U R A Ú T I L ,
VA Z Ã O D E O P E R A Ç Ã O E P E R D A D E C A R G A .

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Caracterização de uma partícula
Sólido
particulado

Porosidad Massa Área Tamanho Tamanh


e específica superficial dos poros o

Imprescindível para a compreensão da relação entre as fases sólida e


fluida
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Porosidade da partícula
Fração de espaços vazios de uma partícula ou de um aglomerado de partículas;

“qualquer material pelo qual seja possível encontrar uma passagem contínua
de uma lado para outro, é dito poroso”
Exemplos:

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Tipos e classificação dos poros

Tabela 1 – Classificação de poros de acordo com o tamanho.


Tipos de poros Tamanho dos poros
Macroporos Maior que 50 nm
Mesoporos Entre 2 e 50 nm
Microporos Entre 0,6 e 2nm
Ultramicroporos Menos que 0,6 nm

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Determinação da Porosidade
Porosidade da partícula Porosidade do aglomerado

𝐕𝐨𝐥𝐮𝐦𝐞 𝐝𝐨𝐬 𝐩𝐨𝐫𝐨𝐬 𝐚𝐛𝐞𝐫𝐭𝐨𝐬 𝐕𝐨𝐥𝐮𝐦𝐞 𝐝𝐨𝐬 𝐢𝐧𝐭𝐞𝐫𝐬𝐭 í 𝐜𝐢𝐨𝐬


𝛆𝐩 = 𝛆𝐩=
𝐕𝐨𝐥𝐮𝐦𝐞 𝐭𝐨𝐭𝐚𝐥 𝐝𝐚 𝐩𝐚𝐫𝐭 í 𝐜𝐮𝐥𝐚 𝐕𝐨𝐥𝐮𝐦𝐞 𝐭𝐨𝐭𝐚𝐥 𝐝𝐚 𝐩𝐚𝐫𝐭 í 𝐜𝐮𝐥𝐚

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Massa específica da partícula
Definição: Massa de material contida em um determinado volume:

m A massa da partícula (ou das


ρ= partículas) é de fácil
V determinação!

O grande problema na determinação da massa específica fica a critério do volume da amostra


Se a geometria é
(ou da partícula);
SIM conhecida, fórmulas
Volume da matriz sólida
Consigo medir utilizando um paquímetro?
Volume dos poros
Aplicação de
NÃO metodologias analíticas

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Massa específica: Como medir?
 Quando o material for pequeno ao ponto de não conseguirmos medir seu diâmetro,
precisamos utilizar uma pequena amostra deste material (amostragem, conjunto de partículas);

Uma técnica bastante utilizada é a picnometria (método de Arquimedes)

Se sabemos a massa das partículas que queremos medir (m 1)

Encher o picnômetro com solvente que não solubilize a amostra (m 2)


Adicionar a amostra ao picnômetro cheio de água e pesar (m 3)

Desta forma, consigo obter a massa de água deslocada 

Picnômetro 𝐦 á 𝐠𝐮𝐚 𝐦𝟏
𝐕 𝐚𝐦𝐨𝐬𝐭𝐫𝐚 = 𝛒𝐩𝐚𝐫𝐭 í 𝐜𝐮𝐥𝐚 =
𝛒á 𝐠𝐮𝐚 𝐕 𝐚𝐦𝐨𝐬𝐭𝐫𝐚
Volume preciso e constante!

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Massa específica real, aparente e bulk
 A picnometria é muito usada para materiais não porosos;

Na EQ grande parte dos materiais que trabalhamos é poroso (Isso impacta na medida de volume da partícula)

Quando avaliamos a partícula Quando avaliamos um meio


Massa específica aparente: Razão entra a massa da poroso
partícula e seu volume total (sem considerar os poros)
m amostra
ρ bulk =
Massa específica real: Razão entra a massa da partícula V Total
e seu volume real (descontando o volume dos poros)

OBS: Massa específica real é maior que a aparente

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Cálculo da porosidade a partir da
massa específica
A partir do conhecimento da massa específica real e aparente da amostra, é
possível determinarmos a porosidade da partícula como:

𝛒𝐚𝐩
𝛆𝐩=𝟏 −
𝛒𝐫

Também podemos determinar a porosidade do leito de partículas como:


𝛒𝐛𝐮𝐥𝐤
𝛆𝐥𝐞𝐢𝐭𝐨 =𝟏 −
𝛒𝐫

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Morfologia da partícula
O conhecimento da morfologia das partículas é extremamente importante na
EQ, que envolve muitos sistemas particulados;

Existem várias definições para representar a forma de uma partícula (baseada


na razão entre eixos ortogonais, no volume do sólido, na área do sólido etc..);

A grande maioria dessas representações utiliza as dimensões características da


partícula (a,b,c): a  dimensão maior
b  dimensão menor
c  dimensão média

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Morfologia dos sólidos particulados
Determinada pelo sistema cristalino dos sólidos naturais (formação natural dos
materiais) ou pelo processo de fabricação; Arredondamento e alongamento
são outras utilizadas, porém sem
Esfericidade é o fator
de forma mais FORMA tanta relevância quanto a
esfericidade
utilizado!!

Propriedades MUITO relevantes


na análise de processos que
PERMEABILIDADE POROSIDADE
envolvem materiais
particulados!

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Esfericidade (φ)
Quando estudamos partículas a uma tendência em considera-las esféricas para
facilitar a nossa vida (os cálculos são menos complexos e o entendimento dos
fenômenos também);

Dificilmente teremos partículas completamente esféricas em nossos processos;


Como saber o quão esférica é uma partícula?

Grau de esfericidade 0<Φ<1

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Esfericidade (φ) - Definição
O quociente entre a área superficial da esfera com o mesmo volume que a
partícula e a área superficial da partícula:

(
𝛟=
Á 𝐫𝐞𝐚 𝐬𝐮𝐩𝐞𝐫𝐟𝐢𝐜𝐢𝐚𝐥 𝐝𝐚 𝐞𝐬𝐟𝐞𝐫𝐚
Á 𝐫𝐞𝐚 𝐬𝐮𝐩𝐞𝐫𝐟𝐢𝐜𝐢𝐚𝐥 𝐝𝐚 𝐩𝐚𝐫𝐭 í 𝐜𝐮𝐥𝐚 ) 0   1

𝝅 𝒅 𝟐𝒑
𝛟=
𝑺𝒑
Logo = 1 para uma partícula esférica
Diâmetro equivalente ao formato esférico
< 1 para qualquer outra forma
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Esfericidade (φ) – Definição
alternativa
Existem outras formas de definição para a esfericidade que tem como base as
dimensões características de uma partícula (a,b,c), sendo elas:

( )
𝟐 𝟏/𝟑
𝐛
( )
𝟏/𝟑
𝐚 ×𝐜
𝛟= 𝛟= 𝟐
𝐚 ×𝐜 𝐚

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Relação
entre
porosidade
e
esfericidad
e

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Exercício proposto
 Uma empresa que trabalha com extração de compostos bioativos de da borra de café deseja
projetar um reservatório para armazenar o material. Dados provindos do setor responsável pela
preparação do produto informaram o engenheiro responsável que em média 500 kg de borra de
café secas precisam ser armazenadas. Sabendo disso o engenheiro vai até o setor de controle da
qualidade e pede uma tabela com as propriedades do sólido que será estocado, como pode ser
visto abaixo. Calcule o volume do reservatório e a porosidade do leito formado pelas partículas.
Tabela 1 – Propriedades do material a ser armazenado.
Borra de café ρbulk (kg/m³) ρap (kg/m³) ρr (kg/m³)
1 380 1120 1135
2 262 1120 1135

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Tamanho das partículas (Próx.
encontro)
Granulometria
Pós 1 μm até 0,5 mm

Sólidos
0,5 a 10 mm
Granulares Termo usado para
Distinguem-se pelo
tamanho cinco tipos de Blocos Pequenos 1 a 5 cm
caracterizar o tamanho
sólidos particulados: das partículas de um
Blocos Médios 5 a 15 cm sólido particulado

Blocos Grandes > 15 cm

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