Você está na página 1de 46

ROTEIRO DE AULAS PRÁTICAS

QUIMICA ORGÂNICA EXPERIMENTAL


-
REATIVIDADE, PURIFICAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DE
COMPOSTOS ORGÂNICOS

CURSO: QUÍMICA

PROFESSORA ALINE MORAIS

OSASCO, 2024
SUMÁRIO

EXPERIMENTO 1: MÉTODOS DE ANÁLISES FÍSICAS – PONTO DE FUSÃO E CROMATOGRAFIA POR CAMADA


DELGADA (CCD) .......................................................................................................................................................... 5
EXPERIMENTO 2: TESTE DE SOLUBILIDADE COM ÁCIDO BENZÓICO EM DIFERENTES SOLVENTES. PRINCÍPIOS E
TÉCNICAS DE EXTRAÇÃO, RECRISTALIZAÇÃO E LEI DE NERNST ...............................................................................11
EXPERIMENTO 3: SOLUBILIDADE DE COMPOSTOS ORGÂNICOS .............................................................................17
EXPERIMENTO 4: PREPARAÇÃO DA ACETANILIDA A PARTIR DA ANILINA – FORMAÇÃO DE AMIDA......................22
EXPERIMENTO 5: EXTRAÇÃO DA CAFEÍNA DO CHÁ MATE ......................................................................................25
EXPERIMENTO 6: SAPONIFICAÇÃO DE ÓLEO VEGETAL ...........................................................................................29
EXPERIMENTO 7: PROCESSO DE EXTRAÇÃO POR SOLVENTE REATIVO – UM MÉTODO PARA O CONTROLE DE
QUALIDADE DE PRODUTOS FARMACÊUTICOS .........................................................................................................32
EXPERIMENTO 8: PREPARAÇÃO DE UM CORANTE CONTENDO GRUPAMENTO AZO .............................................38
EXPERIMENTO 9: CARACTERIZAÇÃO DE ALDEÍDOS E CETONAS POR MEIO DE TESTES PARA CARBOIDRATOS ......42

2
CRONOGRAMA DE AULAS

DATA EXPRIMENTOS/ PROGRAMAÇÃO


13/02 Feriado de Carnaval
20/02 Apresentação da Metodologia
27/02 Experimento 1 Métodos de Análises Físicas – Ponto de Fusão e Cromatografia em Camada Delgada (CCD)
Experimento 2 Teste de solubilidade com ácido benzóico em diferentes solventes. Princípios e técnicas
05/03
de extração, recristalização e Lei de Nernst
12/03 Experimento 3 Solubilidade de compostos orgânicos
19/03 Experimento 4 Preparação da acetanilida a partir da anilina – formação de amida
26/03 Experimento 5 Extração da Cafeína
02/04 Atividade em sala
09/04 Revisão de conteúdo em sala de aula e plantão de dúvidas.
16/04 PROVA N1 Prova N1 (60%) + Entrega dos relatórios (40%)
23/04 Correção da Prova N1
30/04 Experimento 6 Saponificação de Óleo Vegetal
Experimento 7 Processo de extração por solvente reativo – um método para o controle de qualidade de
07/05
produtos farmacêuticos
14/05 Experimento 8 Preparação de Corantes de Agrupamentos Azo
21/05 Experimento 9 Caracterização de aldeídos e cetonas por meio de testes para carboidratos
28/05 Revisão de conteúdo em sala de aula e plantão de dúvidas
04/06 PROVA N2 Prova N2 (60%) + Entrega dos relatórios (40%)
11/06 Correção da Prova N2 – Sala de aula
18/06 Plantão de Duvidas
Prova N3 (100%)
25/06 PROVA N3
Encerramento das atividades do semestre – entrega de notas na secretaria

INSTRUÇÕES GERAIS PARA AS AVALIAÇÕES

As avaliações são individuais (N1 e N2) e em grupo (atividade e atitude em laboratório e relatórios).
Antes de iniciar o experimento no laboratório, o grupo deve ler os procedimentos para trabalhar com maior
responsabilidade e cuidado.
Os relatórios devem ser entregues no máximo na data das provas (N1 e N2).
Os relatórios devem ser escritos no formato de artigo e a nota será dada ao grupo.
A média das notas de aulas práticas será realizada sobre o número total de relatórios entregues pelo grupo
naquele período. Se o aluno faltar em algum experimento, poderá ficar sem a nota referente ao relatório
daquele experimento – caso precise faltar ou tenha algum imprevisto, fale com a professora!
N1 e N2 - Avaliação teórica e experimental têm, respectivamente, notas com percentuais correspondentes a
60 e 40% no peso das provas de N1 e N2 e relatórios experimentais. As provas são individuais, podendo usar
critério de questões objetivas e/ou discursivas, com conteúdo referente a teoria e técnicas dos experimentos.

3
INFORMAÇÕES GERAIS

Polaridade dos grupos funcionais: Certos grupos funcionais são mais polares que outros e conferem,
portanto, maior polaridade à molécula com um todo. Um resumo da ordem de polaridade, em ordem
crescente, segue abaixo:

Hidrocarbonetos Alifáticos
Hexano (não polar)
Hidrocarboneto Aromático
Benzeno
Compostos Halogenados
AUMENTO DA Diclorometano, clorofórmio (pouco polar)
POLARIDADE Compostos com ligações polares
Éter Dietílico (pouco polar)
Acetato de etila (polaridade intermediária)
Acetona (polaridade intermediária)
Compostos com ligações polares e que formam ligações de hidrogênio.
Etanol
Metanol
Água

1. Todos os hidrocarbonetos são apolares. Hidrocarbonetos como benzeno são mais polares do que
hidrocarbonetos como hexano, pois os derivados de benzeno têm elétrons pi, que permitem maior força
de atração do tipo van der Waals ou London;

2. Compostos que possuem elementos eletronegativos tais como oxigênio ou nitrogênio são
polares. A polaridade desses compostos depende da presença de ligações polares em grupos como C-O;
C=O; OH; NH e CN. A capacidade do composto ser mais polar depende da formação de ligações de
hidrogênio, da estrutura da molécula e tamanho da cadeia de carbonos;

3. Apesar de átomos de halogênio ser eletronegativos, os compostos que contém átomos de


halogênio tais como diclorometano, clorofórmio e cloro benzeno, são pouco polares, quase próximos
aos hidrocarbonetos;

4. Comparando-se compostos orgânicos da mesma família pode ser observado que à medida que
a cadeia de carbonos aumenta, mostra-se menos polar, decrescendo a polaridade pela similaridade aos
hidrocarbonetos. Assim, metanol é mais polar que butano-1-ol.

4
EXPERIMENTO 1: MÉTODOS DE ANÁLISES FÍSICAS – PONTO DE FUSÃO E CROMATOGRAFIA POR
CAMADA DELGADA (CCD)

Objetivo - Verificar a pureza de componentes orgânicos utilizando de análise ponto de fusão e


procedimento cromatográfico com diferentes solventes orgânicos.
Conceitos e habilidades abordados neste experimento - Polaridade de moléculas e interações
intermoleculares. Técnicas de cromatografia em CCD.

I. INTRODUÇÃO

As análises físicas são a principal forma de identificar substâncias em um laboratório. Os métodos físicos
são muito eficientes quando a substância é conhecida porque podem ser utilizados com base nos
padrões descritos na literatura. Quando a substancia é desconhecida, métodos instrumentais permitem
estabelecer a estrutura química da substancia e por meio de métodos físicos, criar os padrões
necessários. As análises físicas e químicas são fundamentais após experimentos de extração ou síntese,
em laboratórios que trabalham com compostos orgânicos. Uma vez conhecidas as propriedades físicas,
de uma substancia podem ser revelados pureza, presença de reagentes de partida e até mesmo sugerir
magnitude nas preparações. O ponto de fusão (em caso de compostos sólidos) e a cromatografia são
técnicas simples do dia a dia e podem, em uma primeira investigação, mostrar ao químico o andamento
do experimento.

O ponto de fusão de um a substância é definido como a temperatura na qual, à pressão de uma


atmosfera (760 mmHg), encontram-se em equilíbrio os estados sólido e líquido da substância. Para
uma substância pura, a mudança de estado é geralmente muito rápida e a uma temperatura
característica, não sendo afetada por mudanças moderadas de pressão. Em geral uma substância pura
funde em um intervalo de cerca de 1°C. A presença de pequenas quantidades de impurezas geralmente
aumenta esse intervalo e faz com que o início da fusão aconteça em temperaturas mais baixas. Por esse
motivo pode-se utilizar o ponto de fusão como critério de pureza de uma substância.

Para a determinação do ponto de fusão de uma substância, coloca-se um pouco da mesma dentro de
um tubo capilar ou entre duas lamínulas usadas em microscopia e procede-se ao aquecimento, lento e
gradual, até a fusão da mesma. Anota-se a temperatura em que iniciou a fusão e aquela em que a
substância fundiu completamente. Ambas se constituem nos "limites da fusão" e não devem ser
superiores a 2°C para que uma substância possa ser considerada pura.

Técnica dos pontos de fusão mistos: A utilização dessa técnica permite a identificação precisa de um
composto desconhecido utilizando a determinação do seu ponto de fusão. Para isso é necessário dispor
de uma amostra pura da substância que se suspeita possuir. Os dois compostos (amostra conhecida e
desconhecida) são pulverizados e misturados em idênticas proporções. É feita a determinação do ponto
de fusão. Se o ponto de fusão diminui ou se o intervalo de fusão aumenta significativamente em
comparação às amostras individuais, pode-se concluir que uma substância atuou como impureza da
outra e, portanto, são substâncias diferentes. Se os dois compostos forem iguais, não ocorre diminuição
na temperatura de fusão nem alargamento da faixa de fusão.
Para a determinação experimental do ponto de fusão podem ser utilizados instrumentos comerciais,
com aquecimento elétrico, ou ainda um sistema conhecido como tubo de Thiele (Figura 1). O tubo de
Thiele é preenchido com um óleo de aquecimento e dispõe de um termômetro ao qual é adaptado um
tubo capilar contendo a amostra. Por aquecimento são produzidas correntes de convecção no tubo, as
5
quais mantêm a temperatura homogênea em todo o sistema. Deve-se ter o cuidado de manter o
aquecimento lento, principalmente próximo ao ponto de fusão da amostra.

Cada líquido que não sofra decomposição antes de alcançar a pressão de vapor de 760mmHg possui seu
ponto de ebulição característico. Em geral, o ponto de ebulição de uma substância depende da massa
de suas moléculas e da intensidade das forças interativas entre elas. Em séries homólogas, os pontos de
ebulição dos compostos aumentam regularmente com o aumento da massa molecular. Os líquidos
polares possuem tendência a ferver a temperaturas mais altas que os não polares de mesma massa
molecular. O ponto de ebulição é uma constante característica muito utilizada para a identificação de
líquidos. No entanto, devido à sua grande dependência da pressão e aos erros que podem advir da
presença de impurezas, é menos seguro e útil na caracterização e como critério de pureza que o ponto
de fusão, usado para os sólidos.

Na determinação do ponto de ebulição de um líquido pode-se utilizar um sistema conforme mostrado


nas Figuras 1 e 2. Em um tubo de ensaio pequeno, acoplado a um termômetro, é colocada certa
quantidade do líquido a ser analisado, utilizando-se para isso uma pipeta de Pasteur. Um capilar fechado
em um dos lados é introduzido invertido nesse líquido. Todo conjunto é colocado dentro de um banho
de óleo, cuidando para que os atilhos de sustentação dos tubos não fiquem submersos. O óleo é
aquecido devagar, fazendo-se alguma agitação para deixar a temperatura mais homogênea em todo
recipiente. O aquecimento é mantido até que uma corrente de bolhas rápida e contínua saia do capilar
invertido. Nesse ponto o aquecimento deve ser interrompido. Quando as bolhas pararem de sair, o
líquido entrará no capilar e a temperatura registrada nesse momento é a temperatura de ebulição do
líquido.

A cromatografia é uma técnica utilizada para a separação dos componentes de uma amostra utilizando
uma estacionária (ou fixa) e uma fase móvel (eluente). A fase estacionária pode ser um sólido, líquido
retido sobre sólido ou um gel. A fase móvel pode ser líquida ou gasosa.
Trata-se de um processo de separação de substâncias que possui como propriedade principal a
polaridade. A cromatografia pode ser utilizada para determinar a pureza de uma substância, para
identificar componentes em uma mistura comparando-os com padrões, acompanhar o progresso de
uma reação, e para isolar componentes puros de uma mistura.
Na cromatografia, existe uma competição entre dois dos componentes do sistema cromatográfico pelos
componentes da amostra (mistura que contém as substâncias a serem analisadas, também chamados
de solutos). Esta competição está de acordo com as diferenças de polaridade e das afinidades por forças

6
atrativas intermoleculares entre os três constituintes do sistema cromatográfico, que são: a mistura com
os solutos, a fase estacionária (ou fase fixa) e a fase móvel (também chamada de eluente).
A cromatografia é um processo de separação física, pois não ocorrem reações químicas entre os
compostos envolvidos, e sua aplicação permite a análise qualitativa (mais comum) ou quantitativa de
uma amostra. Dependendo da natureza das duas fases envolvidas há diversos tipos de cromatografia,
divididas principalmente pelo uso de dois sistemas:

PLANAR COLUNA
● Cromatografia por Camada Delgada (CCD) ● Cromatografia Líquida
- Clássica;
- Cromatografia Liquida de Alta Resolução (CLAE/HPLC)
● Cromatografia de Papel (CP) ● Cromatografia Supercrítica (CSC)
● Cromatografia Centrífuga ● Cromatografia Gasosa
- Cromatografia Gasosa de Alta Resolução (CGAR)

Na Cromatografia em Camada Delgada (CCD) pode ser utilizado um solvente ou uma mistura de
solventes para servirem como fase móvel /eluente. A técnica acontece pela capilaridade do eluente pela
fase estacionária, ou seja, pela subida do liquido, molhando a fase estacionária, que arrasta a amostra
por deslocamentos diferenciados pelas polaridades entre os componentes da amostra e a fase
estacionária.
O processo de subida da fase móvel e de arraste dos componentes da mistura através da fase
estacionária é chamado de eluição. Durante esse procedimento, ocorrem fenômenos de até o fim deste
processo, há contínuos fenômenos de desadsorção e adsorção dos solutos, por isto esta técnica pode
ser chamada também de cromatografia de adsorção.
Para fases estacionárias muito polares como sílica-gel (SiO2), alumina (Al2O3) e florisil (MgO/SiO2), por
exemplo, a substância mais polar da mistura será a menos arrastada pela fase móvel por conta da grande
interação e, após a eluição, uma quantidade deste composto ficará situada na parte mais inferior da fase
estacionária. Por outro lado, o soluto menos polar será mais arrastado pela fase móvel e, ao final da
eluição, sua quantidade estará localizada na parte mais superior da fase estacionária.
Ao analisar as diferenças nos deslocamentos das substâncias pela fase estacionária, pode-se comparar
as polaridades dos componentes da mistura. A medida da distância que um soluto percorreu em
determinada fase estacionaria por intermédio de determinado eluente é chamada de fator de retenção
(Rf).
O Rf de uma substância é medido pela divisão dos centímetros do deslocamento de determinada
substância pelos centímetros que a fase móvel subiu na mesma fase estacionária (ver figura 3).

7
Figura 3: Cálculo do fator de retenção de uma amostra (Rf)

Assim, em uma análise, a substância que possui o menor Rf será a que ficou mais retida em na fase
móvel, sendo, portanto, a substância mais polar da mistura (se a fase estacionária utilizada for também
polar). O procedimento consiste em, após a finalização das eluições, retirar as placas da cuba de
cromatografia, deixa-las secar para evaporar todo o solvente e levar à melhor metodologia.
Para que seja possível visualizar a posição das amostras após o deslocamento (final da eluição), é
necessário realizar o procedimento de revelação das placas de cromatografia. Há várias formas de
revelação para as substâncias:

● Iodo: O Iodo é colocado em uma cuba criando uma atmosfera de vapor (sublimação). Quando a placa
de cromatografia é colocada na cuba (meio com iodo) revela-se uma mancha escura, pelo contato do
vapor de iodo com a substância. Trata-se de um método destrutivo, pois a reação do iodo com a placa
deteriora a camada da fase estacionária, não permitindo que a placa seja utilizada posteriormente;

● Cuba com radiação UV: Neste caso a placa cromatográfica deve conter fluoresceína adsorvida na
sílica. Após a corrida cromatográfica, a placa é colocada dentro de uma câmara que contém que tem
duas lâmpadas de comprimentos de onda 250 e 360nm. É possível visualizar as manchas referentes
às substâncias e recomenda-se marca-las com lápis. Método não destrutivo;

● Outros métodos como ácido sulfúrico, reagente de Dragendorff, Ninidrina; também podem ser
utilizados, mas são específicos a alguns tipos de substâncias. São métodos destrutivos.

II. PROCEDIMENTO

1) Ponto de Fusão do Ácido Acetil Salicílico, Cafeína e do Paracetamol

a) Pegue dois capilares de vidro e, na chama do Bico de Bunsen, feche um dos lados de cada um dos
capilares. Tome cuidado para que no fechamento não forme uma bola na ponta, pois pode não entrar
no orifício do aparelho de Ponto de Fusão;
b) Utilizando o próprio capilar, insira uma quantidade de uma das amostras no interior e bata o tubo
para o sólido descer. Adicione uma quantidade que fique numa altura de até 0,5 cm no máximo.
Prepare 3 capilares, um para cada amostra;
8
c) Em um tubo de ensaio ou béquer pequeno, coloque água suficiente para cobrir e ultrapassar a altura
do solvente do capilar;
d) Utilizando suporte universal e garras, prenda o tubo de ensaio na vertical e insira o capilar no mesmo,
certificando-se de que uma parte do capilar estará para fora do tubo (como na figura 2) e de que a
água do tubo está cobrindo o liquido do capilar;
e) Leve o béquer ou o tubo de ensaio à aquecimento (preferencialmente em bico de Bunsen) e observe
o momento em que o sólido sofrerá fusão. Marque o tempo em que ocorrerá e o intervalo do ponto
de fusão. O intervalo de fusão inicia quando o primeiro grão de sólido começa a se tornar líquido e
termina quando o ultimo grão sólido derrete.

Tabela 1: Dados de ponto de fusão das substâncias.

Substância Ponto de fusão observado Ponto de Fusão descrito na literatura


Ácido Acetil Salicílico
Cafeína
Paracetamol

2) Cromatografia em Camada Delgada (CCD)

a) Recorte 7 placas de CCD de sílica, alumina ou papel de filtro (fase estacionária) nas medidas
aproximadas de 4 x 6 cm;
b) Com um lápis, risque uma linha horizontal na parte superior da placa de cromatografia CCD que será
o limite até onde o solvente irá chegar – aproximadamente 1mm (veja a figura 4);
c) Marque três pontos horizontalmente, separados e na mesma altura – aproximadamente 2mm - na
parte inferior das placas de CCD, para marcar onde as amostras serão aplicadas (veja a figura 4);
d) Dissolva pequenas quantidades de ácido acetil salicílico, paracetamol e cafeína, separadamente, em
um pequeno volume de clorofórmio ou diclorometano;
e) Com cuidado, encoste uma das pontas de um capilar em uma das amostras (fase móvel) e,
posteriormente, encoste em um dos pontos marcados na placa de CCD - rapidamente, para que a
aplicação não fique muito espalhada. Faça o mesmo com as outras substâncias. Se as amostras
estiverem pouco concentradas, reaplique mais 1 ou 2 vezes no mesmo lugar. Espere as aplicações
secarem totalmente;
f) Em cubas/béqueres diferentes, adicione uma pequena quantidade (meio centímetro) de cada um dos
solventes orgânicos (eluentes), se estiverem disponíveis: acetona, éter dietílico; diclorometano (ou
clorofórmio); etanol (ou metanol); acetato de etila; ácido acético e água (veja a figura 4);
g) Com o auxílio de uma pinça, coloque uma placa em cada uma das cubas/béqueres com cuidado,
evitando que ocorra ascensão irregular do líquido. Tampe imediatamente;

OBS: Cuidado para as amostras aplicadas nas placas CCD não mergulharem nos solventes das cubas!

h) Assim que o solvente atingir a extremidade superior (riscada com lápis), retirar a placa utilizando uma
pinça e aguardar até que seque totalmente;

9
Figura 2: Ilustração da metodologia de cromatografia por CCD.

i) Com as placas CCD secas, leva-las até a câmara de revelação ultravioleta (UV). Com um lápis circule a
posição onde se encontra cada uma das substâncias.
j) Calcule o Rf das amostras (veja figura 4) e discuta os resultados com os colegas de grupo.

3) DISCUSSÃO

Em grupo, discutir todos os resultados obtidos e, quando possível, compará-los com a literatura
disponível. Discutir a importância dos ensaios de ponto de fusão e de cromatografia para verificar a
pureza de substâncias.

4) QUESTIONÁRIO

A. Por que o ponto de fusão deve ter uma faixa estreita de temperatura?
B. Qual o significado de uma temperatura abaixo do esperado?
C. Explique a técnica da cromatografia e a importância na identificação de substancias em uma mistura.
Qual o significado dos termos fase móvel, fase estacionária e eluente?
D. Porque ao retirar a placa de cromatografia do solvente, o solvente deve ser totalmente evaporado?
E. Porque a revelação da placa deve ser primeiramente na Câmara de UV e posteriormente no iodo?
F. Identifique qual(is) grupo(s) orgânico(s) estão presentes nas moléculas de cafeína, ácido acetil
salicílico e paracetamol. Apresente a estrutura química de cada uma.
G. Pensando em afinidade por polaridade e com base nos resultados observados nos experimentos,
explique por qual(is) solvente(s) cada uma das amostras apresentou maior afinidade.
H. Verificar qual o melhor solvente a ser utilizado para os três compostos se eles estiverem na mesma
placa?

10
EXPERIMENTO 2: TESTE DE SOLUBILIDADE COM ÁCIDO BENZÓICO EM DIFERENTES SOLVENTES.
PRINCÍPIOS E TÉCNICAS DE EXTRAÇÃO, RECRISTALIZAÇÃO E LEI DE NERNST

Objetivo - Verificar a solubilidade do Ácido benzóico na presença de diferentes solventes orgânicos, bem
como avaliar seu coeficiente de partição.
Conceitos e habilidades abordados neste experimento - Polaridade de moléculas, interações
intermoleculares, Acidez e basicidade em compostos orgânicos e coeficiente de partição.

I. INTRODUÇÃO

A solubilidade de uma substância é uma propriedade física muito importante, na qual se baseiam certos
métodos de separação de misturas, de extração de produtos naturais e de recristalização de substâncias.
A solubilidade de compostos orgânicos em determinados solventes pode, inclusive, auxiliar na
identificação de grupos funcionais presentes em tais compostos.
A solubilidade de um composto está intimamente relacionada com o tipo de interação que existe entre
o soluto e o solvente. Conforme os princípios de solubilidade, uma substância polar tende a dissolver
em um solvente polar, e uma substância apolar em um solvente apolar. Isto porque solventes polares
são capazes de interagir com compostos de polaridade semelhante (ou seja, polares) através de
interações do tipo dipolo-dipolo ou ligações de hidrogênio, criando uma camada de solvatação ao redor
de partículas pequenas ou moléculas ou íons individuais.
Por sua vez, solventes apolares são capazes de solvatar compostos apolares através de interações de
van der Waals entre o soluto e o solvente. No entanto, misturas contendo soluto e solvente com
polaridade distinta, tendem a formar precipitados, uma vez que o solvente é incapaz de interagir
eficazmente com o soluto, não permitindo a criação de uma camada de solvatação ao seu redor.
Assim, polaridade é importante para interpretar a solubilidade de um composto orgânico em
determinado solvente. Em resumo, as moléculas para solubilizarem-se devem formar interações
intermoleculares atrativas de mesma ordem de grandeza ou similares a aquelas que existem nos
compostos puros.
Alguns compostos orgânicos, ao reagir com determinados solventes ou soluções, podem alterar sua
distribuição eletrônica e modificando a polaridade da molécula original. Compostos orgânicos com
características ácidas — como os ácidos carboxílicos, fenóis, dentre outros — são capazes de reagir com
soluções básicas, gerando sais aniônicos (grupos carboxilatos, fenóxidos etc.) que, por possuírem maior
densidade de carga em sua estrutura, são muito mais polares que o composto original (Figura 5).

Figura 5: Equilíbrio ácido-base para o grupo carboxílico

11
Por outro lado, compostos orgânicos com características básicas — como as aminas — podem reagir
com soluções ácidas gerando sais catiônicos (grupo amônio ou amina protonada) que também são muito
mais polares que os compostos originais não protonados, uma vez que apresentam maior densidade de
carga em sua estrutura (Figura 6).

Figura 6: Equilíbrio ácido-base para o grupo amino

Há também os compostos orgânicos com característica neutra, que contém átomos de oxigênio — como
os álcoois, aldeídos, cetonas e ésteres — ou insaturações podem reagir com soluções concentradas de
ácido sulfúrico gerando compostos ou intermediários carregados positivamente, portanto, mais solúveis
(Figura 7). Porém, o ácido fosfórico (H3PO4) concentrado reage apenas com compostos oxigenados,
permitindo a inserção de grupos fosfato altamente polares (PO43-) em sua estrutura (ésteres de fosfato),
os quais conferem um aumento de polaridade à molécula, que se tornará então mais solúvel em
solventes polares.

Figura 7: Reações entre compostos oxigenados e o ácido sulfúrico concentrado

OBS: Informações adicionais sobre solubilidade estão descritas na introdução do Experimento 3.

II. PROCEDIMENTO

A. Separação de fases (Fase orgânica, fase aquosa ou mistura homogênea).

a) Prepare 7 tubos de ensaio e coloque, em cada um deles, 5mL das seguintes soluções/solventes:
Solução de NaOH 0,1mol/L-1 - Solução de HCl 0,1mol/L-1, Etanol, Acetato de Etila, Acetona, Clorofórmio
(ou Diclorometano) e Hexano;

b) Em cada tubo contendo seu respectivo solvente, adicione 5mL de água.

12
c) Agite as misturas, observe e anote os resultados na tabela 2, indicando se as fases Orgânica e Aquosa
estão na parte superior ou inferior. Se não houver formação de duas fases, use a coluna da MISTURA
HOMOGÊNEA.
OBS: Busque na literatura a densidade dos materiais para auxiliar no experimento.

Tabela 2: Mistura de soluções/solventes orgânicos, e água.

Solvente Densidade (g/L) Fase Orgânica Fase Aquosa Mistura Homogênea


NaOH 0,1mol/L-1
HCl 0,1mol/L-1
Etanol
Acetato de Etila
Acetona
Clorofórmio/Diclorometano
Hexano

B. Teste de solubilidade do Ácido Benzóico

a) Prepare outros 8 tubos de ensaio e coloque, em cada um deles, 5mL das seguintes
soluções/solventes:
Água, Solução de NaOH 0,1mol/L-1 - Solução de HCl 0,1mol/L-1, Etanol, Acetato de Etila, Acetona,
clorofórmio (ou diclorometano) e hexano;

b) Em cada tubo, adicione 100 mg de Ácido benzoico (pesados em balança semi-analitica);


c) Agite as soluções e observe a solubilidade do Ácido benzoico em cada uma das soluções/solventes;
d) Anote suas observações na tabela 3, descrevendo a solubilidade como: Pouco Solúvel (PS), Solúvel
(S), ou Muito Solúvel (MS);
e) Com base na solubilidade, escolha o melhor solvente para ser utilizado no experimento de
Recristalização do Ácido Benzóico (1.2).

Tabela 3: Solubilidade do Ácido benzoico nas soluções/solventes utilizadas.

Soluções/Solventes Observação
Água
NaOH 0,1mol/L-1
HCl 0,1mol/L-1
Etanol
Acetato de Etila
Acetona
Clorofórmio/Diclorometano
Hexano

13
C. Recristalização do Ácido Benzóico.

Informações importantes:

✔ A recristalização é uma técnica “sutil” e requer muito cuidado com a temperatura, e também
paciência! Em caso de dúvida, não acelere os procedimentos, chame a professora!
✔ Este procedimento pode ser realizado, a princípio, tanto em erlenmeyer quanto em béquer. A
vantagem do erlenmeyer é a que a temperatura se mantém mais facilmente. O béquer perde mais
calor, mas facilita a filtração. Assim, se possível, providencie 2 erlenmeyers e 2 Béqueres.

a) Pese 5g de ácido benzóico e transfira para um erlenmeyer de 200mL;


b) Prepare um sistema de filtração utilizando funil de vidro, papel pregueado e um erlenmeyer contendo
pequena quantidade do solvente escolhido para a recristalização. Reserve;
c) Aqueça o solvente escolhido em um béquer, usando uma chapa de aquecimento. Deixe o solvente
aquecer até fervura. CUIDADO!
d) Adicione uma parte do solvente fervido sobre o ácido benzóico que está no erlenmeyer, leve
imediatamente sobre a chapa. Continue adicionando o solvente fervendo aos poucos, até que todo
o ácido benzóico se dissolva totalmente;
a) Ao mesmo tempo em que a solução é mantida em fervura, coloque o outro erlenmeyer (com funil e
papel pregueado) sobre a chapa de aquecimento para que o pouco do solvente também aqueça.
Deixe aquecendo por alguns minutos para formar uma atmosfera quente no interior do frasco;
b) Antes de filtrar a solução, adicione mais “um pouco” de solvente aquecido no filtro. Esta operação
evita que a substancia solidifique durante a filtração;
c) Inicie a filtração do Ácido Benzóico dissolvido. Não filtre tudo de uma só vez, pois se a solução esfria,
ela cristaliza no papel e na haste do funil;
d) Use um bastão de vidro para auxiliar na transferência, ele evita que a solução escorra pelas paredes
do frasco e evita que a mistura caia na chapa quente;
e) Filtre devagar o bastante para não precipitar no funil, mas cuide para que o solvente do erlenmeyer
que contem a substancia, não evapore. Se necessário, adicione mais um pouco de solvente;
f) Após o término da filtração, deixe a solução descansar sobre a bancada para que ela atinja a
temperatura ambiente;
g) Procure não mover o frasco para que se possa observar a formação lenta de cristais;
h) Observe a solução e descreva a natureza do sólido obtido. Se não cristalizar, esfregue a parede do
frasco com o bastão de vidro.
i) Espere esfriar para que haja precipitação do Ácido Benzóico.
j) Enquanto a solução esfria, monte o sistema de filtração a vácuo, com um kitassato, anel de borracha,
funil de Buchner, mangueira, papel de filtro e bomba de vácuo;
k) Ligue a bomba de vácuo, lave com o solvente frio usado na recristalização;
l) Filtre sua solução contendo o sólido até perceber a aparência de solido seco e solto;
m) Passe o solido para um frasco seco e previamente tarado;
n) Deixe no dessecador para que a massa possa ser estimada na próxima aula.
14
D. Coeficiente de Partição do Ácido Benzóico – Extração e distribuição de substâncias em duas
fases - Lei de Nernst

Informações importantes:

✔ A extração líquido/líquido está fundamentada na lei de Nernst que diz ser: constante a relação das
concentrações de uma substância quando está se distribui entre duas fases líquidas imiscíveis,
estabelecido o estado de equilíbrio a uma dada temperatura. Esta constante chama-se coeficiente de
partição e é designada por K. Considerando o sistema abaixo:

a) Em um tubo de ensaio pese cerca de 100 mg de ácido benzóico;


b) No mesmo tubo, adicione um volume igual de água e de clorofórmio (cerca de 1,6 mL de cada).
Enquanto fizer a adição observe qual é a fase aquosa e qual é a fase orgânica;
c) Agite a mistura vigorosamente por 2 minutos. Deixe o tubo descansar até ocorrer a separação das
fases;
d) Após a separação das fases, cuidadosamente, transfira cuidadosamente cada uma das fases outro
tubo de ensaio utilizando uma pipeta Pasteur;
e) Adicione uma pequena quantidade de sulfato de sódio anidro na fase orgânica (clorofórmio) e agite
o tubo com movimentos rápidos. Deixe em repouso por 5 minutos.

OBS: Observe que o sulfato de sódio não dissolve, ele é usado somente como secante, pois consegue
captar 5 moléculas de águas por mol.

f) Usando uma pipeta Pasteur, transfira o clorofórmio para um erlenmeyer seco e previamente tarado;
g) Extraia o resíduo do sal do tubo original lavando por mais duas vezes com clorofórmio e transferindo
o solvente para o erlenmeyer e então evapore o solvente em chapa de aquecimento;
h) Após evaporação, pese novamente o erlenmeyer estimando a massa de Ácido Benzóico extraída para
a fase orgânica. A partir do peso do ácido benzóico na fase orgânica (clorofórmio) pode ser estimado
o peso do ácido benzoico dissolvido na fase aquosa, calculado por diferença;
i) A razão da massa do composto em clorofórmio e em água é o coeficiente de partição, pois o volume
dos dois solventes é igual. Determine o coeficiente de partição. Verifique a solubilidade do ácido

15
benzóico em água, clorofórmio e éter dietílico nos handbooks compare com os resultados obtidos no
experimento do laboratório e complete a tabela abaixo;
j) Repita o procedimento utilizando éter dietílico.

Substância Ks clorofórmio/Água Ks éter/água

E. DISCUSSÃO

Em grupo, discutir todos os resultados obtidos e, quando possível, compará-los com a literatura
disponível. Discutir a importância dos ensaios afinidade por fases aquosas e orgânicas, dos
procedimentos de recristalização e da importância de conhecer o coeficiente de partição de
determinada substância frente a uma mistura de solventes orgânicos e aquosos.

F. QUESTIONÁRIO

A. Defina o significado de solubilidade.


B. Qual a importância de conhecer a solubilidade das substâncias?
C. Qual a importância da solubilidade de uma substância em uma reação?
D. Qual a importância da solubilidade de uma substância em uma recristalização?
E. Qual o significado de recristalização?
F. Como seria a recristalização da substância se você utilizasse no experimento um solvente onde ela é
muito solúvel?
G. Como seria a recristalização da substância se você utilizasse no experimento um solvente onde ela é
pouco solúvel?
H. Como seria a recristalização da substância se você utilizasse no experimento a solução de hidróxido
de sódio?
I. Escreva a equação da reação do ácido benzoico com hidróxido de sódio.
J. Quão solúvel uma substância deve ser para que ocorra uma boa recristalização?
K. Como a mudança do pH de uma solução pode auxiliar no isolamento de uma substancia?
L. O que é extração?

16
EXPERIMENTO 3: SOLUBILIDADE DE COMPOSTOS ORGÂNICOS

Objetivo - Determinar a solubilidade de algumas amostras líquidas e sólidas para identificar o tipo de
grupo funcional que as amostras devem conter e consequentemente propor qual será o composto
orgânico em cada caso.
Conceitos e habilidades abordados neste experimento - Polaridade de moléculas, interações
intermoleculares e coeficiente de partição.

I.INTRODUÇÃO

Reveja as informações do experimento 2 para auxiliar na compreensão dos resultados.


Testes de solubilidade normalmente são iniciados pelo ensaio com água. Uma substância é considerada
solúvel em um determinado solvente quando esta substância se dissolve na razão de 3 g por 100 mL de
solvente. Porém, quando se considera a solubilidade em ácido ou base diluído, a observação importante
a ser feita não é saber se ela atinge os 3% ou outro ponto arbitrário, e sim se a substância desconhecida
é muito mais solúvel na solução ácida ou básica aquosa do que em água. Este aumento na solubilidade
constitui o ensaio positivo para a existência de um grupo funcional ácido ou básico.
Os compostos ácidos são classificados por sua solubilidade em hidróxido de sódio 5%. Os ácidos fortes
e fracos (classes A1 e A2 da Tabela 4) são distintos por serem os primeiros solúveis em bicarbonato de
sódio 5% (uma base fraca), enquanto os últimos não o são. Os compostos que atuam como base em
solução aquosa são detectados pela solubilidade em ácido clorídrico a 5% (classe B).
Muitos compostos que são neutros frente ao ácido clorídrico 5% comportam-se como base na presença
de solventes mais ácidos tais como ácido sulfúrico e ácido fosfórico concentrado. Em geral, compostos
contendo oxigênio ou insaturações podem ser solúveis em ácido sulfúrico concentrado, mas geralmente
os compostos insaturados são insolúveis em ácido fosfórico concentrado enquanto que os compostos
oxigenados geralmente se solubilizam neste ácido.
Para compostos muito polares, apenas os testes de solubilidade (em água e em éter) podem não
fornecer informações suficientes sobre a presença de grupos funcionais ácidos ou básicos. Esta
informação pode então ser obtida pelo ensaio de pH das soluções aquosas através do papel tornassol
ou a partir de outro indicador de pH. A seguir apresentamos o fluxograma a ser seguido para analise
usual de solubilidade de amostras de compostos orgânicos.
Cada ensaio deve ser realizado com uma nova quantidade de amostra em novo tubo de ensaio limpo e
seco.

17
Figura 8: Classificação dos compostos orgânicos pela solubilidade

Informações adicionais:

O papel tornassol azul, em presença de uma solução ácida, muda da cor azul para a vermelha.
O papel tornassol vermelho, em contato com uma base, muda da cor vermelha para a azul.
O papel neutro, em contato com ácidos, torna-se vermelho; em contato com bases, torna-se azul.

18
Tabela 4: Classes de solubilidade para os compostos orgânicos

Grupo Características Funções orgânicas


Sais de ácidos orgânicos, sais de amônio (aminas protonadas),
S2 Compostos muito polares aminoácidos, compostos polifuncionais (carboidratos,
poliálcoois, ácidos, etc.)
Compostos polares de caráter Ácidos monocarboxílicos com 5 átomos de carbono ou menos,
SA
ácido ácidos arenossulfônicos
Compostos polares de caráter
SB Aminas monofuncionais com 6 átomos de carbono ou menos
básico
Álcoois, aldeídos, cetonas, ésteres, nitrilas e amidas
S1 Compostos polares neutros
monofuncionais com 5 átomos de carbono ou menos
Ácidos carboxílicos, fenóis com grupos eletrofílicos em orto e
A1 Ácidos orgânicos fortes e apolares
para, β-dicetonas
Fenóis, enóis, oximas, imidas, sulfonamidas, tiofenóis com
A2 Ácidos orgânicos fracos e apolares mais de 5 átomos de carbono, nitro-compostos com
hidrogênio alfa.
Aminas com 8 ou mais átomos de carbono, anilinas; alguns
B Bases orgânicas e apolares
oxiéteres
Álcoois, aldeídos, metil-cetonas, cetonas cíclicas e ésteres
contendo somente um grupo funcional e número de átomos
N1 Compostos oxigenados e apolares
de carbono entre 5 e 9; éteres com menos de 8 átomos de
carbono; epóxidos
Alcenos, alcinos, alguns compostos aromáticos com grupos
N2 Compostos insaturados e apolares
ativantes, algumas cetonas
Hidrocarbonetos saturados, halogeno-alcanos, haletos de
I Compostos inertes e apolares
arila, éteres diarílicos, compostos aromáticos desativados

II.PROCEDIMENTO

a) Cinco amostras (A, B, C, D, E) serão disponibilizadas pela professora;


b) Teste, separadamente, a solubilidade de cada uma das amostras em um ou mais dos seguintes
solventes: água, éter etílico, HCℓ 5%, NaOH 5%, NaHCO3 5%, H2SO4 concentrado, e H3PO4 85%,
seguindo o roteiro apresentado na figura 8. (Cada teste se refere uma amostra + um solvente, nunca
mais de um solvente ou mais de uma amostra será misturado no mesmo tubo);
c) Para cada teste, separe um tubo de ensaio, adicione cerca de 1 mL (~ 20 gotas) do solvente que será
utilizado;
d) Em seguida adicione ~ 6 gotas da amostra líquida ou, se amostra for sólida, adicione uma quantidade
equivalente a um grão de arroz (ponta de espátula);
e) Agite cuidadosamente s tubos de ensaio, observe se ocorre ou não solubilização/dissolução e anote
os resultados. O desaparecimento do líquido ou do sólido, ou o aparecimento de linhas de mistura
indica que está ocorrendo dissolução. Alguns minutos podem ser necessários para dissolver o sólido
e às vezes um leve aquecimento pode ajudar a dissolução.

19
f) Quando um composto colorido se dissolve, a solução assume esta cor e a mudança de coloração deve
ser considerada como um teste positivo.
g) Não utilize grandes quantidades de amostra pois pode confundir a observação e gerar resultados
incoerentes. Em caso de dúvida, repita o procedimento;
h) Conforme os resultados forem sendo observados, siga o esquema da figura 6 e vá para o próximo
teste indicado no fluxograma, sempre separando um novo tubo de ensaio, com o novo solvente e
uma nova quantidade de amostra, até finalizar todos os componentes;
i) Cada resultado deverá melhor se enquadrar em um dos grupos observados na figura 6 e listados na
Tabela 4;
j) Utilize a Tabela 5 para anotar os resultados obtidos durante a marcha de solubilidade, seguindo os
exemplos dados.

Tabela 5: Resultado dos testes de solubilidade

Solúveis em água Insolúveis em água


Amostra Grupo
H2O Éter pH NaOH 5% NaHCO3 5% HCl 5% H2SO4 H3PO4
Exemplo 1 S S básico — — — — — ?
Exemplo 2 I — — I — I S I ?
A
B
C
D
E

III.DISCUSSÃO

Em grupo, discutir todos os resultados obtidos e, quando possível, compará-los com a literatura
disponível. Discutir a importância dos ensaios de solubilidade para a identificação de componentes e
seus grupos funcionais.

IV.QUESTIONÁRIO

A. Utilize a tabela abaixo para identificaras substâncias, previamente identificados no início da aula, com
as amostras desconhecidas que tiveram sua solubilidade testada de acordo com a marcha de
solubilidade.

Amostra Substâncias
A
B
C
D
E

20
B. Sugira um composto (desenhe sua estrutura ou dê seu nome) que poderia tratar-se do Exemplo 1 e
do Exemplo 2, indicados na Tabela 5 do Procedimento Experimental acima. Utilize ao Figura 8 e a
Tabela 4 para auxiliar na identificação do(s) grupo(s) funcional(is) possíveis.

C. Indique as classes de solubilidade que melhor devem corresponder os compostos abaixo, baseando-
se apenas em suas características estruturais e no Figura 8 e na Tabela 4.

D. Se um composto fosse insolúvel em água e HCl 5%, quais testes ainda seriam necessários para
identificá-lo? Existe alguma substância da questão anterior que apresenta estas características de
solubilidade?

E. Explique, com base nos conceitos de acidez/basicidade e solubilidade, porque certos fármacos como
a efedrina, um estimulante do apetite, são comercializados na forma de cloridrato e não na forma de
base livre, quando destinados para o uso oral.

F. Um composto desconhecido é solúvel em água e em éter etílico. O teste com papel de tornassol
indicou coloração azul. Qual(is) do(s) composto(s) poderia ser o desconhecido?

21
EXPERIMENTO 4: PREPARAÇÃO DA ACETANILIDA A PARTIR DA ANILINA – FORMAÇÃO DE AMIDA

Objetivo – Preparar uma amida a partir de reação com o grupo amina.


Conceitos e habilidades abordados neste experimento – Reação de acetilação. Solubilidade (interação
intermolecular).

I.INTRODUÇÃO

A reação de acetilação é frequentemente utilizada para proteger grupos funcionais amino primários e
secundários. Aminas acetiladas são menos suscetíveis a reações de oxidação, são menos reativas em
reações de substituição aromáticas, e menos propensas a participar de muitas reações típicas das aminas
livres, pois são menos básicas.

Aminas podem ser acetiladas de diversas maneiras:

● Ácido acético glacial: É de interesse comercial em razão de seu menor custo. Por outro lado, ele
requer longo tempo de aquecimento;
● Cloreto de acetila: Reage vigorosamente, liberando HCℓ, que converte metade da amina no seu
cloridrato (sal), tornando-a incapaz de participar da reação;
● Anidrido acético: A velocidade de hidrólise é suficientemente lenta para permitir que a acetilação da
amina seja realizada em soluções aquosas. Produto de alta pureza e com bom rendimento, mas não
é apropriado para reação com aminas desativadas (bases fracas).

A acetanilida é uma amida secundária que pode ser sintetizada a partir da anilina (figura 9) por meio de
reação de acetilação da anilina. Utilizando-se anidrido acético, ocorre ataque nucleofílico do grupo
amino sobre o carbono da carbonila do anidrido, e a evidência da reação é a formação de cristais bancos.

Figura 9: Equação da reação da anilina com anidrido acético – Síntese da Acetanilida.

A obtenção de compostos orgânicos por reações químicas muito dificilmente possui alta pureza. As
impurezas presentes são formadas por reações secundárias junto do produto desejado e, para isolar o
composto de interesse, a técnica de recristalização é uma alternativa interessante. Essa técnica pode ser
realizada pela escolha de um solvente apropriado que realize a dissolução da substancia de interesse e
posterior recristalização do mesmo.
As características desejáveis do solvente escolhido para recristalização são:

● Alto poder de dissolução da substância purificada em altas temperaturas e baixo poder de dissolução
e temperaturas baixas;
● Não reagir com a amostra;
● Possuir ponto de ebulição não muito alto para que possa ser recuperado (e não evapore totalmente).

22
Informação adicional:

Há ocasiões em que é preferível uma solução que, ao se adicionar quantidades relativamente pequenas
de íons H+ ou OH-, mantenha o valor de pH constante. Essas soluções são chamadas soluções -tampões
por sua capacidade de manter a concentração de íons H+ (mistura de um ácido fraco e sua base
conjugada). Porém, os rendimentos alcançados com e sem tampão normalmente são comparáveis.
Realizaremos o experimento sem tampão para economia de reagentes (ácido acético glacial e acetato
de sódio) e minimização de compostos no rejeito (prioritariamente ácido acético).

II.PROCEDIMENTO

Antes de iniciar o experimento, faça o cálculo das massas e volumes envolvidos no procedimento.
Complete a tabela 5 com os dados calculados previamente e com os dados obtidos durante o
experimento. Esses ados serão utilizados no experimento de hoje e no de semana que vem.

Tabela 5: Dados dos reagentes e produto.

Anilina Anidrido Acético Acetanilida


Massa inicial
Massa molar
Mol
Densidade
Volume
Massa final
Ponto de Fusão

OBS: O Anidrido acético tem um cheiro forte e pode causar irritação. Além disso, provoca queimaduras
ao contato com a pele e olhos. CUIDADO!!!

a) Em chapa de aquecimento, coloque um béquer de 200mL contendo água destilada para aquecer.
Mantenha o béquer na chapa quente pois a água será usada posteriormente;
b) Em um erlenmeyer de 125 mL previamente tarado, adicione 0,032 mol de Anilina (cuidado com
anilina - evitar o contato pois é cancerígena – Merck Index);
c) A seguir adicione gota a gota (cuidadosamente) 0,044 mol de Anidrido Acético;
d) Ao precipitado formado, adicione 50mL de água destilada e aqueça até dissolução completa do sólido
e do material oleoso ainda presente no meio reacional;
e) Adicione carvão ativo (uma ponta de espátula) e aqueça até a temperatura de ebulição por alguns
minutos;

CUIDADO! O carvão ativo gera problemas de tensão superficial no líquido e costuma “espirrar” para fora
do frasco. Pode ser evitado se a solução for agitada com bastão de vidro constantemente.

23
f) A seguir filtre a quente, por gravidade, em um papel pregueado e funil de vidro (dobre um papel
toalha para segurar o frasco e não se queimar);
g) Lave o funil/papel com água quente imediatamente antes e depois da filtração e deixe resfriar
lentamente, sem mexer o frasco, para que ocorra a cristalização;
h) Quando atingir temperatura morna (35-40 ⁰C), o processo pode ser acelerado em banho de gelo, por
15 minutos;
i) Filtrar os cristais formados em funil de Buchner, pesar e calcular o rendimento bruto da reação;
j) Colocar o sólido em frasco um rotulado (tubo de Falcon) e deixar secar no dessecador para ser
utilizado posteriormente. Não esqueça de que o sólido contém água, por isso é um rendimento bruto.
k) Após uma semana no dessecador a amostra deve ser pesada novamente e uma pequena quantidade
de sólido deve ser separada, para serem verificadas as propriedades físicas por ponto de fusão e
cromatografia. Compare o ponto de fusão com o descrito na literatura.

III.DISCUSSÃO

Em grupo, discutir todos os resultados obtidos e, quando possível, compará-los com a literatura
disponível. Discutir a rota de síntese para obtenção da amida.

IV.QUESTIONÁRIO

A. Calcule o rendimento da reação.


B. Proponha o mecanismo para a reação de acetilação da anilina.
C. Procure na literatura uma metodologia para a hidrólise da acetanilida. Proponha um mecanismo e
explique.
D. De que maneira você poderia separar a anilina da acetanilida?

24
EXPERIMENTO 5: EXTRAÇÃO DA CAFEÍNA DO CHÁ MATE

Objetivo - Extração da cafeína, utilizando a técnica de extração líquido-líquido, do chá mate.


Conceitos e habilidades abordados neste experimento – Reações de oxido-redução. Identificação de
reações por mudança na coloração.

I.INTRODUÇÃO

Extração Líquido-Líquido

A técnica de extração por solvente pode ser definida como um processo de separação de um dado
composto, mistura ou solução por meio de um solvente. No geral, utilizamos um solvente orgânico
(insolúvel em água) e um extrato aquoso para a realização dessa técnica. Dessa maneira, o sistema será
composto por duas fases e o processo consiste em agitar essas duas fases, orgânica e aquosa, e em
seguida deixar as duas fases se separarem. Os compostos presentes vão se distribuir nessas duas fases
de acordo com suas solubilidades relativas.
Os compostos orgânicos capazes de formar ligações de hidrogênio com a água como, por exemplo,
álcoois, aminas, cetonas, aldeídos, ácidos carboxílicos, éteres, ésteres e aminas são parcialmente
solúveis em água e a eficiência da extração vai depender do Coeficiente de Partição (KD).
O coeficiente de partição é a relação da concentração do composto, que está sendo extraído, na fase
orgânica e na fase aquosa após as fases se separarem. A concentração do composto tanto na fase
orgânica quanto na fase aquosa é proporcional à solubilidade do composto orgânico no solvente e na
água a uma dada temperatura. Para que a extração ocorra com a maior eficiência possível, deve-se
realizar três operações de extração. É mais eficiente extrair um composto orgânico de uma fase aquosa
utilizando 90 mL de solvente orgânico fracionado em três porções de 30 mL do que uma única extração
o volume total de solvente. Isso ocorre, porque em cada operação de extração é estabelecido um novo
equilíbrio e, após sucessivas operações, será possível retirar quase que totalmente o composto orgânico
da fase aquosa.
Após o processo de extração é comum que a fase orgânica (concentrado das três etapas de extração)
seja lavada com uma solução aquosa. O processo de lavagem consiste em adicionar ao funil de extração,
contendo a fase orgânica, um volume de solução aquosa. Agita-se e em seguida separa-se as fases
novamente. A solução aquosa utilizada no processo de lavagem poderá ter caráter básico, ácido ou ser
uma solução saturada de NaCl. No geral, é feita a lavagem da fase orgânica com uma solução de caráter
ácido ou básico, com a finalidade de retirar as impurezas, e em seguida a fase orgânica é lavada
novamente com a solução saturada de NaCl para retirar o excesso de água.
Ao final do processo de extração deve ser retido qualquer resíduo de água. Para isso deverá ser utilizado
um agente secante. No geral, os agentes secantes são sais inorgânicos solúveis em solventes orgânicos.
Experimentalmente, adiciona-se ao Erlenmeyer que contém a fase orgânica, duas ou três espátulas do
agente secante, agita-se a solução e esperar alguns minutos. Em seguida, o agente secante é removido
utilizando-se uma filtração simples.

25
A escolha do agente secante deve ser baseada na natureza química do composto que foi extraído. A
tabela 6, resume uma série de sais que podem ser utilizados como agentes secantes correlacionados
com a natureza estrutural do composto que foi extraído.

Tabela 6. Agentes secantes são recomendados de acordo com a natureza estrutural do composto
orgânico.

Filtração simples ou filtração por gravidade

A filtração simples é um processo lento onde o líquido desce por ação da gravidade através de um funil
de vidro acoplado a um filtro. Os filtros mais utilizados são de papel ou de tecido. A escolha do filtro
deve ser baseada na granulometria do que será filtrado. Este processo geralmente é utilizado quando o
produto de interesse é o líquido que foi filtrado.
O papel de filtro é colocado em um funil de vidro. O papel de filtro pode ser utilizado com pregas ou sem
pregas. Quando o filtrado for um líquido não volátil, pode-se utilizar o papel de filtro sem pregas (Figura
8). No entanto, quando o filtrado for um líquido volátil, deve-se utilizar o papel de filtro pregueado
(Figura 9), pois isso fará com que a área de contato do papel de filtro aumente, aumentando assim a
velocidade de filtração e o que diminui a velocidade de evaporação do solvente.
A haste do funil de filtração simples pode ser longa ou curta. Os funis de haste curta são usados para a
filtração de misturas sólido-líquidos quentes, evitando-se assim, o esfriamento do líquido ao longo da
haste.
O funil é colocado num anel de ferro preso a um suporte universal (figura 10). A mistura é transferida
lentamente, com o auxílio de um bastão de vidro, de modo que a quantidade de líquido não ultrapasse
2/3 da altura do funil.

26
Figura 10. Representação de um esquema de filtração simples.

II. PROCEDIMENTO

a) Posicione um suporte universal, acoplado a uma garra e mufa, em cima da bancada.


b) Posicione a chapa de aquecimento em cima da base do suporte universal. Ligue a chapa de
aquecimento na tomada.
c) Com uma proveta adicione 150 mL de água destilada em um Erlenmeyer de 500 mL de boca
larga.
d) Adicione o chá ao Erlenmeyer - 12 sachês ou 20 gramas do chá em forma de ervas seca.
e) Prenda o Erlenmeyer com a garra ao suporte universa e inicie o aquecimento. Após entrar em
ebulição, manter sob aquecimento por cinco minutos e interrompa o aquecimento.
f) Após alguns minutos de resfriamento, transfira o Erlenmeyer para a bancada forrada com um
papel toalha. Quando a temperatura do Erlenmeyer estiver próxima a temperatura ambiente,
coloque-o em um banho de gelo. Deixe-o esfriar por aproximadamente 5 minutos.
g) Adapte um funil de separação de 125 mL a um anel de ferro preso a um suporte universal.
Observe se a torneira do funil está fechada!
h) Posicione um Erlenmeyer de 250 mL sob a haste do funil. Em seguida, transfira o conteúdo do
chá para o funil de extração de 125 mL – se foram utilizadas ervas, filtre com papel de filtro.
i) Adicione 30 mL de diclorometano em uma proveta e em seguida adicione ao funil de extração.
Em seguida, tampe o funil.
j) Retire o funil da argola e inicie o processo de extração homogeneizando a mistura sempre
lembrando de aliviar a pressão abrindo a torneira em cada movimentação! Faça esse
procedimento por 4-5 vezes.
k) Coloque o funil na argola novamente, com a haste posicionada dentro do Erlenmeyer, e
destampe o funil. Espere alguns minutos até que ocorra a separação das fases. Abra a torneira
de modo a retirar a fase orgânica.
l) Em seguida, adicione mais 30 mL de diclorometano à fase aquosa e repita o processo de extração.
m) Reserve a primeira fase aquosa em um Erlenmeyer limpo (essa fase aquosa não será mais
utilizada, no entanto, deve ser aguardada até o final do experimento).
n) Transfira os combinados das fases orgânicas novamente para o funil de extração. Posicione o
Erlenmeyer embaixo do funil de separação.
27
o) Em seguida, adicione 30 mL de uma solução de NaOH 6 M (previamente preparada). Esse
processo é conhecido como um processo de lavagem da fase orgânica e serve para retirar
eventuais “impurezas” que também foram retiradas das folhas do chá no processo de extração.
p) Chacoalhe o funil e separe novamente as fases. Reserve as fases orgânica e aquosa nos devidos
Erlenmeyers.
q) Volte a fase orgânica para o funil de separação e lave-a com 30 mL de água destilada.
r) Separe a fase orgânica da fase aquosa nos devidos Erlenmeyers.
s) Adicione ao Erlenmeyer que contém a fase orgânica 2 a 3 espátulas de Na2SO4. Espere alguns
minutos. Enquanto isso, prepare um papel de filtro pregueado.
t) Em seguida, posicione o papel de filtro pregueado a um funil de filtração simples. Sob o funil,
posicione um béquer de 250 mL. Faça a filtração.
u) Transfira o filtrado para um balão de fundo redondo de 250 mL, previamente pesado, e evapore
o solvente.
v) Para finalizar, pese o balão e calcule o teor (bruto) de cafeína extraída do chá mate pelo processo
de extração por solvente.

Finalização da aula

Anote os resultados para a elaboração do relatório – formato de artigo.


Para este trabalho, compare a quantidade de cafeína encontrada nos chás com:

- Quantidade de cafeína informada pelo fabricante dos chás


- Cafeína presente no café
- Consumo diário indicado de cafeína

28
EXPERIMENTO 6: SAPONIFICAÇÃO DE ÓLEO VEGETAL

Objetivo – Estudar uma reação de hidrólise básica de éster, obtido de uma fonte natura (a gordura
vegetal) l, e verificar sua aplicação na obtenção de sabão.
Conceitos e habilidades abordados neste experimento – Hidrólise de éster, Acidez e basicidade,
Solubilidade de compostos orgânicos.

I. INTRODUÇÃO

As reações de hidrólise de ésteres estão entre as mais conhecidas da química orgânica, sendo,
inclusive, de suma importância em estudos mecanísticos e bioquímicos. Um determinado éster, quando
colocado em meio fortemente alcalino, é hidrolisado de forma a produzir uma molécula de ácido
carboxílico e um ânion alcóxido, que por diferença de acidez, dão origem ao par ânion carboxilato e
álcool (Esquema 1).

Esquema 1. Reação de hidrólise de ésteres em meio básico.

Os lipídeos englobam uma variedade de classes de compostos orgânicos, que como o próprio nome
sugere, são insolúveis em água. Dentre os principais lipídeos, encontram-se os triglicerídeos (ou
triacilgliceróis), conhecidos popularmente como óleos e gorduras. Essas substâncias são formadas a
partir da associação de uma molécula de glicerol e três moléculas de ácidos graxos (ácidos carboxílicos
de cadeia alongada, 18 a 30 átomos de carbono, saturados ou insaturados) e, dessa forma, quando as
mesmas sofrem hidrólise em meio básico, produzem glicerol e uma mistura de sais de ácido carboxílico.
Esses sais de ácidos graxos são popularmente conhecidos como sabões e, consequentemente, a reação
de formação dos mesmos, é a saponificação, exemplificada no Esquema 2.

Esquema 2. Reação de saponificação.

Os ácidos graxos formadores dos triacilgliceróis podem ser de diferentes naturezas, mais além, um óleo
vegetal ou gordura animal, pode ser constituído por diferentes triacilgliceróis. Por exemplo, hidrólise
básica do óleo de soja fornece, em média, uma mistura de sais de: ácido mirístico (0,1%), ácido palmítico
(10,5%), ácido esteárico (3,2%), ácido oléico (22,3%), ácido linoléico (54,5%), ácido linolênico (8,3%),
ácido araquídico 0,2% e ácido eicosanóico (0,9%).

29
II. PROCEDIMENTO

No presente experimento, será realizada uma reação de saponificação a partir da hidrólise básica de
ésteres constituintes do óleo vegetal. O produto obtido (sabão) será isolado por filtração e testado
qualitativamente.

1. Adicione ~10 mL de óleo vegetal num balão de boca de 250 mL com boca esmerilhada.
2. Em seguida adicione, sobre o óleo, 20 mL de solução aquosa de NaOH 20% e mais 4 mL de etanol.
Tenha cuidado para não molhar a conexão esmerilhada do balão com a solução de base, use um funil
de vidro. (Molhar o esmerilhado com solução de NaOH pode dificultar a desconexão, se molhar limpe
antes de ajustar o condensador).
3. Aqueça a solução resultante num sistema de refluxo até ebulição, sob agitação constante, por
aproximadamente 30 minutos, até a formação de uma ‘massa pastosa’ opaca.
4. Após esse período, resfrie o balão de reação sob fluxo de água corrente em suas paredes (cuidado
frasco quente), depois em banho de gelo.
5. Após a mistura resfriada, adicione 50 mL de uma solução saturada de cloreto de sódio, agite a mistura
e filtre num sistema de vácuo em funil de Buchner, pressionando com uma espátula para retirar o
máximo de solução. Lave o sólido pastoso resultante (sabão) no funil usando ~20 mL de água
destilada gelada e retire o papel filtro com o sabão e reserve sobre um vidro de relógio.

Testes qualitativos para o sabão obtido

Teste 1
Prepare uma solução aquosa saturada do sabão obtido e coloque 2 mL dessa solução em 3 tubos de
ensaio. Em seguida, adicione os reagentes conforme a tabela abaixo e anote os resultados observados.

Teste 2
Numere 2 tubos de ensaio e adicione os reagentes conforme apresentado na tabela abaixo. Em seguida,
agite vigorosamente os tubos de ensaio, anote os resultados imediatos e de após 10 minutos de repouso.

30
III. DISCUSSÃO

Em grupo, discutir todos os resultados obtidos e, quando possível, compará-los com a literatura
disponível. Discutir a rota de síntese para garantir o rendimento da reação.

IV. QUESTIONÁRIO

1. Pesquise e defina índice de saponificação e explique sua utilidade.


2. Apresente o mecanismo completo de uma hidrólise de éster em meio básico.
3. Considerando a massa molecular média para o óleo de soja como sendo 875,00 g/mol que volume
de uma solução a 20 % de NaOH m/v seria necessário para hidrolisar totalmente o óleo de soja.
4. O que são micelas? De que forma as mesmas atuam no uso do sabão como agente de limpeza?
5. Qual a diferença entre sabão e o detergente?
6. Desenhe uma estrutura molecular geral para um sabão de ácido graxo.
7. O que é um ácido graxo saturado?
8. O que é um ácido graxo insaturado? Represente uma estrutura geral com a estereoquímica correta.
9. Liste os percentuais dos ácidos graxos componentes do óleo de soja e da manteiga.
10. Represente o mecanismo da saponificação, a partir de um triacilglicerol.
11. A medir o pH da solução do sabão obtido, o a mesma seria ácida, básica ou neutra.
12. O que são grupos hidrofóbicos e hidrofólicos do sabão?
13. Por que o sabão perde eficiência da “limpeza” na água “dura”?

31
EXPERIMENTO 7: PROCESSO DE EXTRAÇÃO POR SOLVENTE REATIVO – UM MÉTODO PARA O CONTROLE
DE QUALIDADE DE PRODUTOS FARMACÊUTICOS

Objetivo – Realizar a separação dos princípios ativos presentes em um determinado fármaco, utilizando o
método de separação por extração quimicamente ativa.
Conceitos e habilidades abordados neste experimento – Solubilidade de compostos orgânicos. Acidez e
basicidade em compostos orgânicos. Técnica de extração líquido-líquido.

I.INTRODUÇÃO

A análise de medicamentos na rotina de controle de qualidade de indústrias farmacêuticas é


fundamental para garantir a qualidade dos produtos, fornecendo maior segurança aos consumidores.
Adulterações em produtos farmacêuticos incluem a substituição do princípio ativo por placebos, ou
adulteração da quantidade deste princípio ativo, reduzindo ou até mesmo anulando o efeito do
medicamento.

A. Princípio ativo

Princípio ativo é uma substância que exerce efeito farmacológico e pode estar presente em plantas,
alimentos ou medicamentos.
Os medicamentos, na sua grande maioria, são formados por associações de princípios ativos além dos
excipientes (substâncias utilizadas para dissolver ou aumentar o volume de um medicamento, quando
este está em quantidade muito pequena de ser manipulado), constituindo misturas cuja composição é
intencional, diferentemente das misturas naturais.
É necessário separar o princípio ativo de interesse para que se possa fazer a quantificação do mesmo.
Uma técnica de separação muito utilizada é a extração por solvente, que é baseada na diferença de
solubilidade da substância ser extraída dos demais componentes presentes na amostra em
determinados solventes. Quando os componentes de um medicamento apresentam diferentes
características ácido-base é possível utilizar esta propriedade para separar os componentes. Essa técnica
baseada na diferença de solubilidade em meio ácido e básico, seguida de extração com solvente é
conhecida como extração quimicamente ativa.

B. Separação, identificação e quantificação.

Separação é um procedimento que busca isolar um ou mais componentes de uma mistura, utilizando
alguma propriedade que as substâncias presentes na mistura possuam de diferente entre si. Quanto
mais acentuada for essa diferença, mais eficiente será a separação.
Identificação é o reconhecimento da(s) substância(s) isolada(s), buscando caracterizar esta espécie sob
o ponto de vista da sua natureza química.
Quantificação é a determinação, em termos relativos, da quantidade de determinada substância na
mistura.
32
Assim, separação, a identificação e a quantificação são procedimentos distintos, mesmo que tenham
relações entre si, e, qualquer uma destas três tarefas depende da composição de uma mistura, por isso
não há um procedimento padrão e universal, sendo necessário um planejamento prévio do
procedimento que será realizado.
Existem vários métodos de separação de misturas, tais como: filtração, destilação, cristalização,
separação magnética, fusão, decantação e cromatografia, por exemplo.
Dentre os vários métodos de identificação, podem ser destacadas a análise elementar, espectroscopia
nas regiões do ultravioleta e visível (UV-VIS), espectroscopia na região do infravermelho (IV),
espectroscopia de ressonância magnética nuclear (RMN), análise térmica, técnicas eletroquímicas como
potenciometria, voltametria cíclica, amperometria; técnicas de raios X de pó e de monocristal, dentre
outras.
Os métodos de identificação e de quantificação são utilizados, em geral, após separar a substância da
mistura e envolvem a determinação da composição percentual dos elementos na substância. Para a
separação de compostos orgânicos é comum o uso da destilação e para a identificação comparativa,
frequentemente, se utiliza a cromatografia. A maioria dos processos de separação baseiam-se na
diferença de solubilidade da espécie a ser separada em relação aos demais componentes, utilizando
posterior decantação e subsequente destilação (ou evaporação) do solvente, a fim de separar a
substância desejada.
É sabido que em processos de extração, para separar compostos orgânicos de soluções ou suspensões
aquosas, o solvente extrator não deve ser solúvel em água nem reagir quimicamente com a substância
a ser separada. Numa extração, todos os compostos solúveis em água, tais como sais de ácidos minerais,
bases alcalinas, alguns sais orgânicos, álcool metílico, álcool etílico, ácido acético etc. permanecem na
fase aquosa, passando para o solvente orgânico o composto de interesse, que pode ser um
hidrocarboneto, um haleto de alquila ou uma substância cuja estrutura é predominantemente apolar.

C. Extração Quimicamente Ativa

Neste tipo de extração, um composto a ser separado é alterado quimicamente a fim de acentuar a
diferença na solubilidade em dois solventes e com isso modificar o coeficiente de distribuição deste
composto nos dois solventes.
Considerando-se uma mistura de dois compostos, A e B, ambos solúveis em éter etílico e insolúveis em
água, sabe-se que os dois compostos não poderiam ser separados um do outro por uma extração
passiva. Se as características de B puderem ser mudadas (de modo que B seja solúvel em água, mas
insolúvel em éter etílico), o composto B poderá ser separado e B permanece na fase aquosa, e A, ficará
solubilizado na fase orgânica.
Se B é uma base orgânica poderá ser tratada com um ácido que a tornará solúvel em água, desde que o
outro componente A, seja inerte ao ácido. É possível tratar a mistura com um ácido (desde que A não
reaja com o ácido) para que as solubilidades relativas de A e B sejam modificadas.
Ácidos carboxílicos e fenóis (mas não álcoois alifáticos, ROH) são compostos suficientemente ácidos para
reagir com uma base forte diluída como, por exemplo, NaOH, produzindo um sal solúvel em água.

33
Apesar de separar os compostos da amostra com bastante eficácia, esta separação não se dá totalmente,
daí a necessidade de se fazer extrações múltiplas, com isso, conhecendo-se a solubilidade da substância
a ser analisada, podem ser realizados os cálculos do coeficiente de distribuição ou partição.
A extração baseia-se no princípio que um determinado soluto (soluto A) distribui-se de modo equilibrado
entre duas fases imiscíveis (solvente 1 e solvente 2). Quando uma solução de um soluto A num solvente
1 é misturada e agitada com um segundo solvente (imiscível com o primeiro), o soluto se distribui pelas
duas fases e após o repouso e equilíbrio a concentração do soluto A em cada fase define uma constante,
denominada Coeficiente de Distribuição (ou coeficiente de partição), KD, Ks ou somente K.
O coeficiente é calculado por: K = C2 / C1, onde C2 é a concentração no solvente 2 e C1 é a concentração
do soluto no solvente 1, em gramas por mililitros. O valor de KD é constante para cada soluto
considerado e depende da natureza do solvente usado em cada caso. Nem toda a quantidade de um
soluto é transferida em uma única extração, a menos que o valor de K seja bastante grande. Por isso,
uma extração sucessiva com pequenos volumes é geralmente mais eficiente.
Quando o valor de K for igual a 1,00 (ou menor que 1,00) não será possível fazer a separação com o
solvente considerado e a separação será mais eficiente quanto maior o valor de K, isto é, quando a
solubilidade for maior no solvente usado para a extração no solvente 2 do que no solvente onde ele se
encontra dissolvido.

Existem analgésicos constituídos pela associação de substâncias como o ácido acetil salicílico,
paracetamol e cafeína. O conhecimento das propriedades físicas e químicas destas substancias
permitem que as mesmas sejam separadas e isoladas pela extração por solventes reativos, ou seja, pela
adição de ácidos e bases. A figura 11 apresenta a estrutura química das três substancias.

Figura 11: Estrutura Química das substâncias do Ácido acetil salicílico, cafeína (1,3,7-trimetilxantina) e paracetamol (p-
acetaminofenol)

Informações adicionais:

✔ Líquidos com diferentes pontos de ebulição podem ser separados por destilação;
✔ Sólidos, solúveis ou insolúveis, podem ser separados de líquidos por destilação;
✔ sólidos podem ser separados de líquidos por simples filtração;
✔ Substâncias, líquidas ou sólidas, constituintes de uma mistura homogênea (ou heterogênea) podem
ser separadas por extração líquido-líquido;
✔ Compostos de caráter ácido ou básico podem ser separados de outros a partir da conversão deles em
seus respectivos sais, os quais são solúveis em água (ou em solução aquosa).

34
II.PROCEDIMENTO

OBS: Com uma caneta, marque os frascos identificando cada operação que será realizada.

a) Pese 0,2g de cada uma das seguintes substâncias: ácido acetil salicílico, paracetamol e cafeína.
Misturar e triturar as substâncias juntas em um almofariz com um pistilo de porcelana;
b) Transfira todo o material pulverizado para um béquer de 100 mL e adicione 20mL de clorofórmio ou
diclorometano;
c) Em seguida transfira a solução para um funil de separação com a torneira fechada, como mostra a
figura 12;

Figura 12: Posição correta para segurar o funil de separação durante a extração.

d) Adicione 20 mL de solução HCℓ 2mol.L-1 ao funil de separação, tampe a extremidade superior, retire
o funil fechado do suporte e agite bem;
e) Sempre que fizer a agitação do conteúdo no funil de separação, alivie a pressão interna abrindo a
torneira, tomando o cuidado de segurar o funil (juntamente com a tampa) em posição invertida,
com a torneira voltada para cima;
f) Em seguida feche a torneira e agite novamente repetindo a operação para aliviar a pressão interna.
A reação entre a solução da mistura e a solução ácida tem o objetivo de transferir o próton (íons H+)
do ácido para a cafeína. Observe a estrutura da cafeína e verifique o átomo que pode ser protonado;
g) Deixe a mistura em repouso para que as duas fases se separem completamente;
h) Separe a fase orgânica (inferior devido à densidade do clorofórmio), que contém ácido acetilsalicílico
e paracetamol, e reserve para tratamento posterior;
i) Em seguida, neutralize a fase aquosa (que contém a cafeína protonada), contida no funil, com 0,1 g
de bicarbonato de sódio sólido (NaHCO3), até pH básico, adicionados em pequenas porções e com
agitação contínua;
j) Ao adicionar bicarbonato de sódio na fase aquosa, haverá formação de gás carbônico (CO2). Cuidado!
com esse gás na hora de agitar o funil de separação, pois se a pressão não for aliviada, o gás pode se
expandir podendo causar algum acidente, como a quebra do funil de separação e consequentes
perdas de material e acidentes de laboratório;
k) Após adição da base (bicarbonato), a cafeína deve ser extraída para a fase orgânica.

35
l) Assim, extraia a cafeína com 2 porções de 10 mL de clorofórmio, a cafeína terá preferência pelo
solvente orgânico, pois torna-se neutra e mais solúvel em solvente apolar;
m) Junte as duas porções de 10mL de clorofórmio em um erlenmeyer e adicione sulfato de sódio ou
magnésio anidro (Na2SO4), usado como agente secante (o equivalente a uma ponta de espátula).
Deixe a solução descansar por uns 20 minutos;
n) Filtre a solução diretamente para um balão de fundo redondo com boca esmerilhada, que deve ser
previamente tarado. Evapore o solvente em evaporador rotatório e determine a massa de cafeína
isolada;
o) O ácido acetil salicílico e o paracetamol estão na solução de clorofórmio reservada anteriormente.
Transfira esta solução de clorofórmio para um funil de separação e adicione 25 mL de solução de
NaHCO3 0,5 mol.L-1. Agite bem a mistura, tomando o cuidado de aliviar a pressão do sistema;
p) O ácido acetil salicílico deve passar para a fase aquosa porque ao reagir com a base, ele perde próton
e se torna um íon e, portanto, mais solúvel em água;
q) Para isolar o AAS, a solução aquosa contida no funil de separação deve ser transferida para um
pequeno grande (100 mL) e adicionar, lentamente e com agitação, 5 mL de solução de ácido clorídrico
2 M (verificar o pH da mistura, que deve estar ácido), até formar um precipitado branco. Essa
operação serve para protonar o ácido acetilsalicílico que volta a ser pouco solúvel em água porque
perde a carga elétrica;

OBS: Para iniciar a precipitação do AAS sugere-se fazer um banho de gelo, pois acelera a precipitação.
O pH da solução, após adição do HCℓ, deve estar entre 3-4. Somente em pH ácido a precipitação ocorre.
Se ocorrer precipitação, filtrar em um pequeno funil de Büchner (lavar o béquer com pequenas porções
de água gelada para o sólido não solubilizar parcialmente na água). Se não houver precipitação, extraia
com clorofórmio e evapore.

r) Na fase orgânica, agora, está somente o paracetamol, pois ele continua tendo mais afinidade pelo
clorofórmio do que pela água. Os procedimentos de secagem, filtração, evaporação e pesagem são
semelhantes aos utilizados para cafeína.
s) Deixar a mistura em repouso até que se separe a camada orgânica inferior, que é recolhida em um
frasco à parte. Adicione sulfato de sódio anidro para retirar a água (da mesma forma que foi feito
anteriormente). Filtrar a solução orgânica que contém o paracetamol diretamente para um balão
previamente tarado e evaporar;
t) Após determinar a massa de cada um dos produtos extraídos calcular o rendimento do processo de
extração considerando o valor esperado igual ao valor nominal (contido na bula do medicamento).

Informação adicional:

✔ O Sulfato de Sódio Anidro absorve até seis moléculas de água que podem estar na fase orgânica.

36
III.DISCUSSÃO

Em grupo, discutir todos os resultados obtidos e, quando possível, compará-los com a literatura
disponível. Discutir acidez-basicidade dos compostos e suas afinidades com solventes orgânicos.

IV.QUESTIONÁRIO

A. Quais são as diferenças básicas entre as estruturas das substâncias que permitem que as mesmas
sejam separadas por extração ácido-base?
B. Quais são os princípios básicos de uma extração ácido-base?
C. Como você faria a separação das seguintes substâncias através da extração ácido-base? Anilina, fenol,
ácido benzóico e naftaleno. Se preferir, faça um fluxograma.
D. Como você prepararia o paracetamol a partir do fenol. Descreva as etapas de síntese.
E. Pesquise e explique como você identificaria cada um dos produtos isolados no experimento de hoje
através de espectroscopia de infravermelho? Mostre as principais diferenças entre cada um deles.
F. Qual o nome para a reação do anidrido acético com o ácido salicílico?
G. Por qual motivo utiliza-se o meio ácido nesta reação?
H. Qual é o método químico para a identificação do fenol?
I. Quais são as características químicas mais importantes dos alcalóides?
J. De acordo com as propriedades químicas dos alcalóides, qual meio poderia ser utilizado para a
extração destas substâncias?
K. Quando a extração da cafeína é realizada a partir do chá, por exemplo, é necessário usar acetato de
chumbo no processo. Qual a razão de utilizar acetato de chumbo nesta extração.
L. O chumbo é um metal pesado, procure saber se haveria outra metodologia para a extração da cafeína, sem a
necessidade de utilizar este sal. Descreva.

37
EXPERIMENTO 8: PREPARAÇÃO DE UM CORANTE CONTENDO GRUPAMENTO AZO

Objetivo – Preparar um azo composto de importância na indústria de corantes


Conceitos e habilidades abordados neste experimento– Reatividade de aminas e compostos
aromáticos

I. INTRODUÇÃO

A prática do uso de corantes é uma arte que vem desde a antiguidade. Os egípcios, fenícios e romanos
já empregavam alguns corantes, que eram compostos químicos em estado puro como o índigo, a
alizarina e a henna. Até meados do século XIX, os principais corantes eram de origem vegetal como o
índigo, isolado da planta Indigofera tinctoria, conhecido há mais de 4000 anos na Ásia.

Azo compostos como corantes

Dentre as diversas classes químicas que produzem cor, os azo-compostos, indubitavelmente, ocupam
um papel de destaque, em função, principalmente, da facilidade e variedade com as quais os mesmos
podem ser sintetizados. De fato, a grande maioria das aminas aromáticas primárias pode ser
transformadas em sais de diazônio a partir do tratamento com Nitrito de Sódio (NaNO 2) em meio ácido
(geralmente se usa HCl) ou Ácido Nítrico (HNO2), sendo estes, espécies eletrofílicas (fracas) que realizam
acoplamentos com espécies aromáticas ricas em elétrons (Esquema 1).

Esquema 1. Formação de sal de diazônio e de um azo composto.

Os azo compostos, de modo geral, são espécies contendo conjugação π-estendida, que emitem luz na
região do visível e, por isso, dentre outras aplicações, podem ser utilizados com corantes. À medida que
uma molécula se torna mais conjugada, ela requer menos energia para passar do estado fundamental
para o estado excitado (ou seja, tem seu gap de energia diminuído) por, basicamente, dois motivos:

i) aumento da energia do HOMO;


ii) diminuição da energia do LUMO; e como E ~ 1/λ, a emissão de luz tende a ocorrer em comprimentos
de ondas maiores. Tal fato se torna ainda mais pronunciado quando na presença simultânea de
grupos doadores e aceptores de elétrons nas moléculas, o que explica a atuação dos azo-compostos

38
como corantes, uma vez que os anéis aromáticos unidos pela ‘ponte’ azo (-N=N-) são
funcionalizados por grupos NR2, OH, OH, SO3Na, dentre outros. Ainda, substituintes polares como
–SO3Na e –OH são importantes agentes de fixação do corante na superfície de uma fibra polar como
algodão, lã ou nylon.

Abaixo estão apresentados dois exemplos de azo compostos utilizados como corantes na indústria e
também como indicadores de pH.

Cor e o espectro visível

Para que o olho humano possa ver a cor de um objeto, este deve emitir luz na região visível (400-800
nm) do espectro eletromagnético. Um objeto preto absorve todos os comprimentos de onda da luz
visível. Quando somente alguns dos comprimentos de onda são absorvidos, a cor é detectada devido
aos comprimentos de onda que são refletidos ou transmitidos. Nós vemos a cor complementar daquela
que é absorvida. Deste modo, um material que absorve a luz azul, por exemplo, pode aparecer com a
coloração amarela. A diferença entre os comprimentos de onda absorvidos e emitidos é chamada de
deslocamento de Stokes e se deve pelas diferentes formas de dissipação de energia (quando uma
molécula retorna do estado excitado ela libera energia, sendo essa, basicamente, na forma de luz e
calor).

Tabela 7. Cor observada e comprimento de onda absorvido

II. PROCEDIMENTO

No presente experimento, será obtido o corante alaranjado II (um azo composto) a partir da reação de
acoplamento entre o β-naftol, um composto aromático rico em elétrons, e o sal de diazônio do ácido
sulfanílico. O produto obtido será testado no tingimento de um pedaço de tecido.
Para a obtenção do Alaranjado II, são necessárias duas preparações prévias e simultâneas, a do sal de
diazônio e a do anel aromático rico em elétrons. A primeira preparação, a do sal de diazônio, envolve a
uma reação de nitrosação e requer cuidado rigoroso com a temperatura, que deve ficar próxima de 0°C,
para evitar as decomposições do ácido nitroso e do sal de diazônio. A segunda preparação, a do anel
rico em elétrons, consiste na desprotonação do β-naftol em solução alcalina. A etapa final, a reação de
acoplamento, é feita pela combinação destes reagentes.
39
O Ácido Sulfanílico é um produto químico sintético e é utilizado como intermediário para a produção de
corantes alimentares, branqueadores ópticos e pode ser usado como aditivo de concretos (como agente
plastificante). Este material também será preparado nesta aula por meio da reação de sulfonação da
anilina.

A. Cuidados e Segurança

De modo geral, os derivados de anilina são tóxicos.


Ácido clorídrico e hidróxido de sódio são corrosivos, causam queimaduras em contato com a pele e é
tóxico se inalado e/ou ingerido.

B. Materiais

QUANTIDADE MATERIAL
1 Béquer 250 mL
2 Béquer 100 mL
1 Béquer 50 mL
1 Peixinho
1 Agitador magnético
1 Funil de Buchner
1 Kitassato
2 Erlenmeyer 50 mL
2 Pipetas graduadas 10mL
1 Pipeta graduada 5 mL
1 Pipeta graduada 2 mL
1 Pipeta graduada 1 mL
1 Termômetro
1 Funil de vidro
1 Bastão de vidro
3 Proveta 10 mL

C. Etapas do procedimento - LEIA TODAS AS ETAPAS ANTES DE INICIAR

1ª Etapa: Preparação do Ácido Sulfanílico

1. Em um béquer de 250 mL, adicionar 10 mL de anilina e levar a banho de gelo;


2. Com o béquer no banho de gelo, adicionar 12 mL de Ácido Sulfúrico Concentrado, vagarosamente
e com cuidado;
3. Após o término da adição, retirar o béquer do banho de gelo e agitar a mistura por 20 minutos até
homogeneização a olho nu;
4. Em um béquer de 100 mL separado, colocar 20 mL de água e 50 g de gelo. Adicionar essa mistura
com cuidado ao béquer que contém anilina + ácido sulfúrico e continuar agitando;
5. Prepare um sistema de filtração á vácuo com utilizando funil de Buchner, kitassato e papel de filtro,
e filtre toda a mistura do béquer;
6. Lave o produto no filtro com água gelada em excesso para retirar impurezas;
7. Reserve o material sólido obtido.
40
2ª Etapa: Preparação da solução alcalina de β-naftol

1. Em um erlenmeyer de 50 mL dissolva rapidamente 0,40 g de β-naftol (ou 2-naftol) em 10 mL de


hidróxido de sódio 10% (medida com pipeta graduada).
2. Se necessário, pode-se aquecer para facilitar a dissolução, porém, deve-se esfriar a mistura em
banho de gelo antes da próxima etapa - manter gelada e reservar.

3ª Etapa: Preparação do corante Alaranjado II

1. Em um erlenmeyer de 50 mL dissolver 0,5 g de ácido sulfanílico (preparado na 1ª etapa) em 2 mL de


uma solução NaOH 10% (medida em pipeta graduada). Resfrie a mistura entre 0 a 5°C em banho de
gelo/sal (NaCl) na proporção 3:1;
2. Adicione 2 mL de Nitrito de Sódio 20% recentemente preparado, mantendo a temperatura próxima
de zero grau;
3. Acrescente 5 mL de Ácido Clorídrico 5 N, lentamente e com agitação vigorosa (agitação com barra
magnética);
3. Com a mistura ainda sob agitação, adicione a solução alcalina e gelada de β-naftol (preparado na
2ª etapa);
4. Continue a agitação da mistura anterior e deixe que adquira espontaneamente a temperatura
ambiente (~10 minutos);
5. Acrescente então 2 g de NaCl à mistura, filtre (filtração comum) e lave o filtrado com 30 mL de
água gelada - o filtrado será seu corante Alaranjado II;
6. Deixe o corante Alaranjado II secar à temperatura ambiente.

4ª Etapa: Tingimento

1. Coloque um pedaço de tecido (2 x 5 cm) em um béquer contendo 50 mL de água e aqueça a 50°C


por 10 minutos;
2. Em outro béquer de 100 mL contendo 50 mL de água prepare o banho de tingimento dissolvendo
aproximadamente 0,25 g de Alaranjado II, 0,4 g de sal de Glauber (sulfato de sódio) e 0,25 mL de
ácido acético;
3. Aqueça a 50°C. Com o auxílio de um bastão de vidro transfira o tecido para o banho de tingimento e
eleve lentamente a temperatura até alcançar ebulição mantendo-a por 10 minutos. Remova o
tecido, lave bem, esprema e seque.

III. DISCUSSÃO

Em grupo, discutir todos os resultados obtidos e, quando possível, compará-los com a literatura
disponível. Discutir a rota de síntese para garantir o rendimento da reação.

41
EXPERIMENTO 9: CARACTERIZAÇÃO DE ALDEÍDOS E CETONAS POR MEIO DE TESTES PARA
CARBOIDRATOS

Objetivo – Identificar de grupo funcional cetona e aldeído


Conceitos e habilidades abordados neste experimento – Reações de oxido-redução. Identificação de
reações por mudança na coloração.

I. INTRODUÇÃO

O termo carboidrato é devido à uma substância orgânica composta por carbono e hidrogênio e oxigênio
– hidrato de carbono. Quimicamente são polihidroxi-aldeídos e polihidroxi-cetonas. Estes grupos
conferem aos carboidratos a capacidade de participar de várias reações de oxidação, redução,
isomerização e capacidade de formar ligações glicosídicas. Algumas reações podem formar complexos
coloridos e a especificidade da identificação depende da estrutura do carboidrato.
Os carboidratos apresentam classificações quanto ao número de carbonos e quanto ao grupo funcional
podendo ainda ser classificado como mono, di ou polissacarídeos, que ligam moléculas de carboidratos
por ligações glicosídicas.
Os carboidratos mais comuns são as pentoses e hexoses que podem apresentar grupo aldeído ou cetona
e diversos grupos hidroxilas. Por serem moléculas ricas em grupos hidroxila, os monossacarídeos podem
ser facilmente desidratados por ação de ácidos fortes concentrados como o ácido sulfúrico (H 2SO4).
Na presença de polissacarídeos, o ácido rompe facilmente as ligações glicosídicas presentes fornecendo
monossacarídeos. Esses, por sua vez, são desidratados e o principal produto é o furfural quando o
monossacarídeo for uma pentose. No entanto, quando se trata de uma hexose, a desidratação leva a
hidroximetilfurfural (HMF).

II.PROCEDIMENTO

A. Reativo de Molish – Teste para monossacarídeos aldoses e cetoses

Ambos, o furfural e o hidroximetilfurfural são incolores. Quando um composto fenólico é adicionado ao


meio, por exemplo α-naftol, também conhecido como Reativo de Molish, a reação entre furfural e fenol
leva ao aparecimento de um anel de coloração lilás.

a) Identificar três tubos de ensaio como TUBO 1, TUBO 2 e TUBO 3, respectivamente, como glicose,
frutose e água;
b) Com auxílio de uma Pipeta de Pateur, adicione 2 mL de glicose, 2 mL de frutose e 2 mL de água
destilada – cada um em seu tubo;
c) Em cada tubo adicione 5 gotas do Reativo de Molish (α-naftol);
d) Pipetar cuidadosamente 2 mL de ácido sulfúrico concentrado com o tubo inclinado, deixando
escorrer pelas paredes do tubo, sem agitar;
e) Anote os resultados observados na Tabela 8.

42
Tabela 8: Resultado das observações do teste reativo de Molish

Tubos Coloração
Glicose
Frutose
Água

B. Reativo de Seliwanoff – Teste para diferenciar aldoses e cetoses.

Sob ação de ácidos fortes, aldoses e cetoses formam furfural. A reação com o Reagente de Seliwanoff
com o furfural derivado de cetose, leva a um produto vermelho de composição indefinida. A diferença
com as aldoses é a velocidade da reação. Este teste pode ser utilizado na identificação de frutose em
mel de abelhas.

a) Identificar três tubos de ensaio como TUBO 1, TUBO 2 , TUBO 3 e TUBO 4, respectivamente, como
glicose, frutose, mel e água;
b) Com auxílio de uma Pipeta de Pateur, adicione 2 mL de glicose, 2 mL de frutose, 2 mL de mel e 2mL
de água destilada – cada um em seu tubo;
c) Em cada tubo adicione 1,5 mL de ácido clorídrico e 0,5 mL do Reativo de Seliwanoff (resorcinol);
d) Agite cuidadosamente e deixar em banho-maria fervente até completar a reação.
e) Anote os resultados observados na Tabela 9.

Tabela 9: Resultado das observações:

Tubos Coloração
Glicose
Frutose
Mel
Água

C. Reação de Benedict – Açucares Redutores

As carbonilas dos grupos aldeído e cetona são susceptíveis de oxidação por vários agentes oxidantes
contendo íons cúpricos (Cu2+). Na Reação de Benedict os íons cúpricos são reduzidos pela carbonila de
aldeídos e cetonas a íons cuprosos formando óxido cuproso que tem cor vermelho tijolo.

a) Identificar três tubos de ensaio como TUBO 1, TUBO 2 e TUBO 3, respectivamente, como glicose,
sacarose e água;
b) Com auxílio de uma Pipeta de Pateur, adicione 5 mL de glicose, 5 mL de sacarose e 5 mL de água
destilada – cada um em seu tubo;
c) Em cada tubo adicione 5 mL de Regente de Benedict.
43
d) Agite até completa homogeneização e, posteriormente, leve a banho banho-maria por 5 minutos;
e) Anote os resultados observados na Tabela 10.

Tabela 10: Resultado das observações do teste reativo de Seliwanoff

Tubos Coloração
Glicose
Sacarose
Água

D. Reação do Lugol - Identificação de polissacarídeos

O iodo presente no lugol forma complexos com a cadeia de a-amilose do amido, cuja coloração é um
roxo azulado.

a) Em um tubo de ensaio colocar 1 mL de solução de amido;


b) Adicione 5 gotas de Lugol e observe os resultados.

III. DISCUSSÃO

Em grupo, discutir todos os resultados obtidos e, quando possível, compará-los com a literatura
disponível. Relatar as equações referentes a cada um dos experimentos.

IV. QUESTIONÁRIO

A. Na reação de Benedict carbonos anoméricos são susceptíveis de oxidação por vários agentes
oxidantes contendo íons cúpricos, isso se deve à presença de grupos livres?
B. A reação de Benedict foi por muito tempo utilizada para determinar níveis sanguíneos na
determinação de diabetes melitos. Explique o princípio que é utilizado nesta reação que permite a
análise de açucares.
C. Qual é a reação que permite diferenciar aldoses e cetoses.
D. Em que consiste a reação de Lugol?

44
5. BIBLIOGRAFIA

A bibliografia geral está disponível na biblioteca do UNIFIEO.

✔ GERAL

VOGEL, A. I. Química orgânica: análise orgânica qualitativa. 3 ed. Rio de Janeiro, Ao Livro Técnico, S.A.
1981, v. 3.
SOLOMONS, T.W.; FRYHLE, C. B. Organic Chemistry, 8 ed. (2004).
BRUICE, P.Y., Quimica Organica, 4. ed.; vol 1; São Paulo: Pearson, 2006.
DIAS, A G.; COSTA, M. A.; GUIMARAES, P. I. C. Guia Prático de Química Orgânica. Rio de Janeiro:
Interciência, 2004. v.1.
MORRISON, R. T.; BOYD, R. N. Química orgânica. 14. ed. Lisboa: Fund. Calouste Gulbenkian, 2005.
UBRICK, J. W; Manual de Sobrevivência no Laboratório de Química Orgânica – Guia de Técnicas para o
aluno; LTC; Rio de Janeiro; 2005.

✔ ESPECIFICA

SILVA, V. A.; ALMEIDA, T. S. Cromatografia em Camada Delgada. Apresentação em Power Point. UNESP.
Disponível em: <http://cempeqc.iq.unesp.br/Jose_Eduardo/Blog2013/Aula_28
_06/10%20-20Cromatografia%20em%20Camada%20Delgada%20%E2%80%93%20BAC%20
2013%20-%20G10B_.pdf>. Acesso em: 10 de mar. 2020.
UEPG. Ponto de fusão e ebulição. Programa de Educação Tutorial. Disponível em: <https://
www.uepg.br/pet/Material%20Didatico/2014/Ponto%20de%20fus%C3%A3o%20e%20ebuli%C3%A7%
C3%A3o.pdf>. Acesso em 10 de mar. 2020.
MARTINS, C. R.; LOPES, W. A.; ANDRADE, J. B. Solubilidade das Substâncias Orgânicas. Quim. Nova, Vol.
36, No. 8, 1248-1255, 2013
CUNHA et al. Acetanilida: síntese verde sem solvente. Quim. Nova, Vol. 38, No. 6, 874-876, 2015.
Disponível em: <http://quimicanova.sbq.org.br/detalhe_artigo.asp?id=6248>. Acesso em: 21 de mar.
2020.
LENARDÃO, et al. "Green chemistry" - Os 12 princípios da química verde e sua inserção nas atividades
de ensino e pesquisa. Quím. Nova vol.26 no.1 São Paulo Jan./Feb. 2003.. Disponível em:
<http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0100-40422003000100020&s
cript=sci_arttext>. Acesso em: 23 de mar. 2020.
E-Disciplinas. Teoria da Extração. Disciplinas e-USP. Disponível em:
<https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/255018/mod_resource/content/1/extract_2012.pdf>.
Acesso em: 23 de mar. 2020.
BANZATTO, J. et al. Obtenção do Salicilato de Metila: Propostas Mais Verdes Aplicáveis ao Ensino de
Química. SIMPEQUI. Disponível em: < http://www.abq.org.br/simpequi/2018/
trabalhos/90/325-25607.html>. Acesso em: 23 de mar. 2020.

45
SANTANA M. F.; Silva, R. C. A.; Wakiyama V. Óxido-Redução de Monossacarídeos. Disponível
em:<https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/2207574/mod_resource/content/0/pdf_Apresent_03_
Gr11.pdf>. Acesso em: 23 de mar. 2020.

✔ LINKS ÚTEIS

Homepage da Disciplina de Química Orgânica do Departamento de Química da UFSC:


http://www.qmc.ufsc.br/organica
Site Para a Busca de Substâncias Químicas: https://pubchem.ncbi.nlm.nih.gov/
Dados físico-químicos de Substâncias: http://webbook.nist.gov/
Site com Dados de Segurança de Produtos: http://www.hazard.com/msds/
Base de dados para espectroscopia: https://sdbs.db.aist.go.jp/sdbs/cgi-bin/direct_frame_top.cgi

46

Você também pode gostar