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UNIVERSIDADE SÃO TOMÁS DE MOÇAMBIQUE

DELEGAÇÃO DE XAI-XAI
DISCIPLINA DE TECNOLOGIA FARMACÊUTICA I

TECNOLOGIA FARMACÊUTICA I
Tema :Generalidades de CÁPSULAS

Prof. Cláudio Tsamba


Farmaceutico
Tema 3: Formas farmacêuticas obtidas por divisão mecânica e das
suas formas complementares.

Sumário: Cápsulas. Definição. Vantagens e desventagens das


cápsulas como forma farmacêuticas. Tipos de cápsulas.
Componentes das cápsulas. Seleção do tamanho das cápsulas.
Objectivo
Conhecer os componentes das cápsulas e sua
importância sobre ponto de vista farmacéutica
BIBLIOGRAFÍA BÁSICA

 Nogueira Prista L, Correia Alves A, Rui Morgado, Sousa Lobo J.


Tecnologia Farmacêutica. Volume I. 7ma Edição. Serviço de
Educação e Bolsas. Fundação Calouste Gulbenkian ; 2011. Tema
6.3.8: Cápsulas.

 Villa Jato JL. Tecnología Farmacéutica. Volumen II. Aspectos


fundamentales de los sistemas farmacéuticos y operaciones básicas.
Editorial Síntesis. Tema 2: Formas sólidas orales.
BIBLIOGRAFÍA BÁSICA

 Lozano MC. Manual de Tecnologia Farmacéutica. 2012. Tema 30


y 31 : Cápsulas gelatinosas flexibles y rígidas

 Remington Pharmaceutical Science: Cápsulas


OBJETIVOS

1-Caracterizar a cápsulas como formas farmacêuticas através do


estudo de suas generalidades.

2- Formular cápsulas com qualidade tecnológica adequada.

3- Conhecer os tipos de cápsulas.


CÁPSULAS

São formas farmacêuticas sólidas destinadas geralmente à


administração oral.

Estao constituídas:
por um invólucro de gelatina hidratada de forma e capacidade
variadas, contendo em seu interior uma certa quantidade de fármaco e
excipientes.
VANTAGENS DAS CÁPSULAS

1- Oferecem proteção ao fármaco de agentes externos tais, ar, luz,


embora a proteção não existe con respeito à humidade.
2-Mascaram de forma eficaz características organolépticas
desagradáveis, porque os invólucros de gelatina são insípidas e
também podem estar aromatizadas.
3- São fácilmente identificáveis pelos doentes e pessoal do Saúde,
porque apresentam uma adequada seleção de cores, o qual aumenta
a seguridade.
VENTAGENS DAS CÁPSULAS

4- As cápsulas duras apresentam uma composição e elaboração


simples. Contêm um número pequeno de excipientes, o que facilita
o controle de possíveis incompatibilidades.
5- Com as cápsulas moles se alcança uma grande exactidao na
doses.
6- Proporcionam grande estabilidade ao fármaco devido ao baixo
número de componentes e a ausência de água nas etapas de
elaboração e permite também a incorporação de substâncias
incompatíveis, prévia granulação ou microencapsulação.
VENTAGENS DAS CÁPSULAS

7-Permitem a elaboração de sistemas de libertação controlada,


podendo obter a actividade do fármaco num período de tempo
predeterminado.

8- Permitem ao farmacêutico a elaboração de preparações


extemporáneas podendo individualizar a composição e doses
adequada para cada doente.
VENTAGENS DAS CÁPSULAS

9-Apresentam boas características de biodisponibilidade porque o


invólucro de gelatina se dissolve ou digere rápidamente no
estómago, libertando o material de enchimento de fácil solubilização.
As cápsulas são mais biodisponíveis que os comprimidos.
DESVENTAGENS DAS CÁPSULAS

1- Um maior custo de producção a nível industrial com respeito a


outras formas farmacêuticas.
2- Se apresentam dificuldades para obter uma uniformidade de
peso nas cápsulas duras, especialmente quando o material de
enchimento é um pó.
3-Necesidade de garantir condições determinadas de temperatura e
humidade na conservação das cápsulas, devido a sua sensibilidade
a estes fatores.
DESVENTAGENS DAS CÁPSULAS

4-Limitações em suas aplicações, não podem fracionarse e não


podem utilizarse em doentes que têm problemas de deglução, se
adierem com facilidade à paredes do esófago, podendo lesionar
este órgaos em caso de principios activos irritantes.
TIPOS DE CÁPSULAS

 Cápsulas duras

 Cápsulas moles
CÁPSULAS DURAS

Apresentam certo estado de dureza e geralmente 2 cores


identificando 2 seções cilíndricas para envolver por completo a
formulação do fármaco : uma superior e uma inferior.
CÁPSULAS DURAS

A seção de maior longitude (corpo ou base) está destinada a conter o


material de enchimento.
A seção de menor longitude e maior diámetro (tampa) actua como
fechamento da cápsula, ajustando sobre o corpo para formar uma
unidade fechada.
CÁPSULAS DURAS

Se empregam 8 tamanhos diferentes de cápsulas numeradas do 000 (o


maior) ao 5 (mais pequeno).
CÁPSULAS DURAS

O material em seu interior pode ser


um pó, ou um granulado, pequenos
comprimidos, pastas semisólidas,
pellets.
CÁPSULAS MOLES

São aqueles que apresentam um invólucro contínuo de gelatina,


mole, com um pouco de maior grossor que as cápsulas de gelatina
dura.
CÁPSULAS MOLES

Apresentam certo estado de elasticidade e geralmente uma só cor.


Existem de diferentes tamanhos e em seu interior se encontra uma
solução oleosa ou uma suspensão oleosa, embora também podem
conter produtos sólidos dissolvidos ou dispersados em excipientes
adequados formando uma pasta.
CÁPSULAS MOLES

Pueden apresentar diferentes formas:

Ovaladas

Tubulares

Esféricas

Obligua

Outras formas
CÁPSULAS TUBULARES
CÁPSULAS OVALADAS
CÁPSULAS ESFÉRICAS
CÁPSULAS OBLiGAS
OUTRAS FORMAS
CÁPSULAS MOLES

O invólucro externo práticamente se encontra fusionado em uma


sozinha peça.
Seu principal componente é a gelatina, mas podem ter outras
substâncias que melhorem sua plasticidade como a glicerina,
sorbitol, conservantes como o metilparabeno, propilparabeno,
ácido sórbico e corantes.
VANTAGENS DAS CÁPSULAS MOLES

São úties como forma de dosificação em determinadas situações


como:
Quando se deseja incorporar fármacos susceptíveis de hidrólisis
ou oxidação em sistemas fechados com o objetivo de proporcionar
proteção frente ao ar e outros agentes externos.
Quando é necessário formular altas doses de um fármaco com
baixa capacidade de compressão.
Quando é difícil de misturar ou o fluxo do fármaco em estado de
pó.
VENTAGENS DAS CÁPSULAS MOLES

 Quando o fármaco é pouco solúvel em água ou no líquido


gástrico apresentando em forma sólida uma baixa
biodisponibilidade.

 Permitem a administração de PA a doses muito baxas.

 Permitem a administração de PA oleosos de baixos puntos de


fusão.
DESVENTAGENS DAS CÁPSULAS MOLES

 Não se podem incorporar substâncias líquidas que possam sair


através do invólucro Ex: água numa proporção maior a 5%,
substâncias hidrosolúveis de baixo peso molecular e compostos
orgánicos voláteis.
 Sua preparação é mais complexa que as cápsulas duras e só pode
realizarse a grande escala e em aparelhos especializados.
COMPOSIÇÃO DAS CÁPSULAS

 Gelatina
 Plastificantes
 Corantes
 Conservantes
 Molhantes
 Materiais gastrorresistentes
GELATINA

É um produto de origem natural que é obtido por hidrólisis do


colágeno e é o componente fundamental das cápsulas.
É uma substância atóxica, fácilmente solúvel nos fluídos
biológicos à temperatura corporal, têm capacidade para formar
films.
GELATINA

A gelatina empregada na elaboração de cápsulas deve ser de


primeira qualidade e ajustarse à normas apresentadas nas
correspondentes farmacopeias em o referido a conteúdo
microbiano, consistência ou poder gelificante, viscosidade, pH,
ausência de arsénico e conteúdo em metais pesados.
PLASTIFICANTES

Reduzem a rigidez da gelatina na parede da cápsula e


proporcionam flexibilidade.
As cápsulas duras apresentam menos de um 5% de plastificante.
As cápsulas moles apresentam elevadas proporções (20-40%).
Ex: glicerol, gomas naturais como goma acácia, sorbitol,
propilenoglicol.
CORANTES

São adicionados para dotar de cor a gelatina e obter um efeito


opacificante do invólucro, também desenvolvem uma função
estética. Geralmente são de origem sintético.
Ex: Tartracina, eritrocina, índigo carmín e amarelho quinolina.
CONSERVANTES

São adicionados à gelatina vulgarmente durante a solubilização da


mesma como meio de prevenir o crescimento microbiano e fúngico
durante o processo de fabricação da gelatina.
Os conservantes mais empregados são os acção bacteriostática.
Ex: Dióxido de azufre, parabenos, ácido benzoico, ácido sóbico,
etc.
OPACIFICANTES

São adicionados com a função de evitar o passo da luz através da


cápsula assegurando a estabilidade de substâncias fotosensíveis.

Ex: dióxido de titânio


MOLHANTES

Sua adição é feita por 2 objetivos fundamentais:


1)Favorecer a aplicação da massa do invólucro sobre os moldes
utilizados para sua formação.
2) Facilitar a humectação e desagregação da cápsula uma vez
administrada no estómago.

Ex: Laurilsulfato sódico


MATERIAIS GASTRORRESISTENTES

São adicionados certos materiais com o objetivo de conferir


propriedades de gastrorresistencia à cápsula.
Ex: solução aquosa de formaldehído, derivados da celulosa,
copolímeros acrílicos.
CÁPSULAS MOLES

Gelatina
Agentes plastificantes (elevada proporção)
 Coadyuvantes:opacificantes,corantes, conservantes, etc
CÁPSULAS DURAS

No invólucro seu principal componente é a gelatina, mas podem


conter outras substâncias para melhorar as características da
formulação como podem ser:
Agentes plastificantes (pequena proporção)
Agentes opacificantes (cápsulas brancas ou com cor opaco)
Corantes
Conservantes
 Molhantes
CÁPSULAS DURAS

Se é necessário podem adicionarse corretores organolépticos


(saborizantes, aromatizantes, edulcorantes) e antioxidantes.
CÁPSULAS DURAS

O material de enchimento mais empregado são os pós sendo


constituído por uma mistura de PA e excipientes como:
-Diluentes(se o PA é disificado em baixas quantidades)
- Deslizantes
- Lubrificantes
- Adsorventes ( se os PA são higroscópicos)
- Molhantes
CÁPSULAS DURAS

Os pós empregados como enchimento de cápsulas devem


apresentar boas propriedades de fluxo para garantir um
preenchido uniforme e exato das cápsulas.
SELEÇÃO DO TAMANHO DA CÁPSULA

Para fazer a seleção é necessário conhecer:


Vm: volume ocupado pela mistura que será encapsulada
Da: densidade de asentamento
P: peso da mistura
Depois é aplicada a seguinte equação:
SELEÇÃO DO TAMANHO DA CÁPSULA

Uma vez que é determinado o volumen é decidido o tamanho da


cápsula a empregar tendo em conta os seguintes valores.

Nr. Capacidad (ml)


5 0.13
4 0.20
3 0.27
2 0.37
1 0.48
0 0.67
00 0.95
000 1.36
SELEÇÃO DO TAMANHO DA CÁPSULA

 Quando o pó excede o tamanho da cápsula pode comprometer


as suas características
 Se o volume é igual ao tamanho não há problema.
 Se o volume é inferior é necessário adicionar uma determinada
quantidade de diluente (lactose).
SELEÇÃO DO TAMANHO DA CÁPSULA

A adição de diluente se faz da seguinte maneira:


1)Calcular o volume remanescente (Vr) da cápsula

Vc: volume da cápsula


Vm: volume da mistura
SELEÇÃO DO TAMANHO DA CÁPSULA

2) Calcular a quantidade de diluente

dd: densidade do diluente


MÉTODO DE ENCHIMENTO EXTEMPORÁNEO

1) Se misturam os componentes por trituração sendo reduzidos a


pós finos e uniformes.
2) O pó é posto sobre um papel e é achatado com uma espatula
de maneira que a camada de pó não tenha mais de 1/3 da
longitude da cápsula será preenchida.
3) Se retira a tampa da cápsula e procede ao enchimento do corpo
com pressão até fique preenchido empregando uma
encapsuladora manual.
MÉTODO DE ENCHIMENTO EXTEMPORÁNEO

Encapsuladora manual
MÉTODO DE ENCHIMENTO EXTEMPORÁNEO

Encapsuladora manual
MÉTODO DE ENCHIMENTO EXTEMPORÁNEO

4) Se põe novamento a tampa e a cápsula se pesa.


EXERCICIO PRATICO

Para embalagem 500 mg de de 0,32g de peso de um principio


activo em pó, cuja densidade de asentamento é 1.18 g/ml em
cápsulas duras a nível dispensarial se necessita empregar cápsulas
de tamanho:

___ No.1 ______ 0.48 ml


___ No. 0 ______0.67 ml
___ No. 3 _X_____0.27 ml

R:Necessita se empregar a cápsula com tamanho número 3.

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