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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PELOTAS

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE


CURSO DE FARMÁCIA
DISCIPLINA DE TECNOLOGIA FARMACÊUTICA

CÁPSULAS

Prof. Fabian Teixeira Primo


CÁPSULAS
Conceito:

l São formas farmacêuticas sólidas que encerram o fármaco


em um invólucro mais ou menos elástico.

l Invólucro de natureza, forma e dimensões variadas.

l Podem conter substâncias ativas

l Sólidas
l Pastosas
l Líquidas.

l O invólucro pode ser constituído de amido ou gelatina

l Gelatina dura (rígida)


l Gelatina Mole
CÁPSULAS

VIAS DE ADMINISTRAÇÃO VANTAGENS PARA O PACIENTE:

l Forma farmacêutica elegante


l Oral
l Fácil de usar

l Retal l Fácil identificação pelo paciente e


manipulador (cores)
l Vaginal
l Fácil de transportar
l Facilmente deglutíveis
l Invólucros não apresentam sabor
ou cheiro desagradáveis
CÁPSULAS
VANTAGENS :

l Pode mascarar substâncias nauseosas, de cheiro ou sabor


desagradáveis;
l São facilmente deglutíveis, decido ao seu formato e a sua
elasticidade;
l Libertam rapidamente os medicamentos após a ingestão
(dependendo do caso pode ser uma desvantagem);
l Protegem as substâncias ativas da luz e do ar, e parcialmente da
umidade;
l Possibilidade de escolha do local de ação (cápsulas gastro-
resistentes), sob a forma de grânulos ou invólucros;
l Possibilidade de obtenção de forma de ação controlada:
combinações de grânulos;
l Possibilitam em alguns casos a associação de substâncias
incompatíveis;
l Possuem grande precisão de dosagem.
CÁPSULAS

DESVANTAGENS:
l Custo Elevado em relação aos comprimidos;

l Sensibilidade do invólucro à umidade;

l Não são usadas para materiais muito solúveis;

l Não são usadas para materiais higroscópicos;

l Dificuldade de alcançar homogeneidade de distribuição de


pós em cápsulas rígidas;

l Necessidade de condições ambientais especiais: umidade,


temperatura e espaço especial.
CÁPSULAS

Incompatibilidades:

l Químicas: possibilidade de reações:

l Invólucro e excipientes ou fármaco;


l Excipientes e fármaco.

l Físicas e Físico-químicas:

l Possibilidade de interações e complexações do fármaco


com excipientes ou invólucro;
l Substâncias higroscópicas, eflorescentes e deliquescentes
ou que formem misturas eutéticas.
CÁPSULAS

Os componentes das cápsulas devem preencher alguns


requisitos para a produção, seja em pequena ou em
grande escala. São eles:

l Possuir princípios ativos estáveis;

l Não sofrer alterações por reações químicas como oxidação, hidrólise,


etc, em seus componentes;

l Os compostos devem libertar-se rapidamente dos invólucros, não


provocando irritações nas mucosas;

l Possuir adjuvantes farmacologicamente inertes, porém capazes de


colaborar com o ativo para produzir o efeito terapêutico desejado;

l Atender o rigor da dosagem e manter as características de cada


fármaco.
Cápsulas Excipientes

CÁPSULAS COMPRIMIDOS

l PRINCÍPIO ATIVO l PRINCÍPIO ATIVO

l DILUENTE l DESINTEGRANTE

l LUBRIFICANTE l AGLUTINANTE

l LUBRIFICANTE

l CORANTES
CLASSIFICAÇÃO

Categorias de cápsulas:

l Cápsulas Amiláceas;

l Cápsulas Duras;

l Cápsulas Moles;

l Cápsulas Gastro-resistentes;

l Cápsulas de Liberação modificada.


CÁPSULAS AMILÁCEAS

1872 - Limousin
Constituída por 2 cúpulas de pão ázimo
Forma redonda
Bicôncava na parte central
Plana nas bordas
Utilizada para acondicionamento exclusivamente de pós

DESVANTAGENS:

l Baixo rendimento de produção


l Baixa conservação
CÁPSULAS

MATERIAIS:

INVÓLUCROS

l GELATINA
l ÁGUA
l CORANTES
l OPACIFICANTES
l PLASTIFICANTES
l CONSERVANTES
Cápsulas de Gelatina Dura (rígidas)
Invólucro:
l Gelatina Hidratada: películas
l 12 a 16% de água
l Plastificantes: £ 5%
l Opacificantes: TiO2
l Corantes
Conteúdo:
l Sólidos
l Semi-sólidos
l Líquidos
Características:

l Representam essencialmente a repartição de um pó ou mistura, em


doses unitárias;
l Tecnologia de preparação mais simples que comprimidos;
l Comparadas às cápsulas de gelatina mole, dispensam contratação de
empresas especializadas na fabricação;
l Permitem a individualização terapêutica mediante ajuste de doses
particularizadas para cada paciente;
Cápsulas de Gelatina Dura
Dimensões das Cápsulas de Gelatina Dura
Receptáculo Diâmetro (cm) Volume (mL)
000 0,93 1,37
00 0,80 0,95
0 0,73 0,68
1 0,66 0,5
2 0,60 0,37
3 0,56 0,3
4 0,51 0,21
5 0,47 0,13
CÁPSULAS
CÁPSULAS

Manter os invólucros em
recipientes hermeticamente
fechados, protegidos de excessos
de temperatura e umidade.

Temperaturas – Abaixo de 30 º C

Umidade – 30 – 45 %
Princípios Ativos

Preferencialmente de alta dosagem;

Apresentar granulometria adequada aos adjuvantes;

Não ser higroscópico e não conter um conteúdo


elevado de umidade;

Não apresentar incompatibilidades com a gelatina;

Apresentar fluidez adequada.


Aspectos Gerais de Preparação

O volume da dose unitária não deve exceder os


tamanhos das cápsulas disponíveis;

Geralmente há a necessidade da utilização de misturas


de fármaco e material de enchimento;

Se compactado o pó nas cápsulas, deve ser feito


homogeneamente para todas as cápsulas:

É CONDIÇÃO PARA HOMOGENEIDADE.


ENCHIMENTO
Enchimento: grande variedade de materiais sólidos ou semi-sólidos

l Normalmente materiais pulverulentos contendo 1 ou mais fármacos

l Pós: mistura dos p.as com adjuvantes;

l Granulados, Pellets e microcápsulas: por apresentarem boas


características de fluxo, conferem uniformidade de conteúdo ao
produto final;

l Comprimidos: pequenos. Objetivo: liberação retardada ou separar


componentes incompatíveis;

l Materiais semi-sólidos: mais fáceis de dosear;


l Solução: líquidos durante o processo e sólidos uma vez dentro da
cápsula (tixotrópicos). Risco: abertura.
PRODUÇÃO DE CÁPSULAS DE
GELATINA DURA

Dose do fármaco determina o tamanho da cápsula a


ser utilizada

Dose do fármaco = volume da cápsula: invólucro


preenchido exclusivamente pela substância ativa

Volume do fármaco < volume total : necessidade de


material de carga
ENCHIMENTO DE CÁPSULAS
DE GELATINA DURA
FORMULAÇÃO
FORMULAÇÃO DE PÓS

A seleção dos adjuvantes depende de vários


fatores:

l Propriedades dos fármacos;

l Dose, solubilidade, tamanho e a forma da partícula


do fármaco;

l Tamanho da cápsula a ser utilizada


FORMULAÇÃO
Formulação X Enchimento

l Fatores importantes na formulação de pós para


enchimento de cápsulas de gelatina dura:

l Bom fluxo

l Ausência de adesão

l Coesividade
ADJUVANTES

Material de carga

l Lactose;
l Celulose microcristalina;
l Amido;
l Talco;
l Manitol e outros.

Reguladores de fluxo

l Aerosil – no máximo 3%;


l Estearato de magnésio - no máximo 3%;
l Lactose/ Estearato de magnésio/ Talco na proporção 1:1:1.
ADJUVANTES
Lactose

l Intolerância à lactose
l Sintomas clínicos: diarréia, cólicas e flatulência
l Densidade bruta: 0.619 g/cm3
l Densidade de compactação: 0.935 g/cm3
l Capacidade de fluxo: média
l Incompatibilidades: reação de condensação entre a lactose e aminas
primárias formando produtos corados
l Incompatível com aminoácidos, aminofilina, anfetaminas

Amido

l Densidade bruta: 0.462 g/cm3


l Densidade de compactação: 0.658 g/cm3
l Capacidade de fluxo: média
l Teor de umidade alto: crescimento microbiano
l Incompatibilidades: nada consta
ADJUVANTES
Talco

l Silicato de magnésio hidratado


l Em desuso pois compromete a liberação do fármaco
l Incompatibilidades: compostos de amônio quaternário
l Não é absorvido após administração oral
l Potencial carcinogênico – contaminação com absteno
(impureza)
l Inalado – irritante

Manitol

l Densidade bruta: 0.43 g/cm3


l Densidade de compactação: 0.73 g/cm3
l Capacidade de fluxo: média
l Incompatibilidades: nada consta
ADJUVANTES

USO Concentração
Celulose microcristalina %
Absorvente 20 – 90
Anti-aderente 5 – 20
Diluente 20 – 90
Desintegrante 5 – 15
l Densidade bruta: 0.337 g/cm3
l Densidade de compactação: 0.478 g/cm3
l Capacidade de fluxo: média
l Não é absorvida após administração oral
l Matéria-prima não higroscópica e bastante estável
l Incompatibilidades: agentes oxidantes fortes
l Quanto maior o diâmetro das partículas – melhor a característica de fluxo
ADJUVANTES
CARACTERÍSTICAS DE FLUXO

Dióxido de silício coloidal

l SiO2
l Usado como regulador de fluxo
l É higroscópico, absorvendo
grandes quantidades de água
l Incompatível com dietilstilbestrol Estearato de magnésio
l Somente para administração por via
oral
l Lubrificante e regulador de fluxo
l Incompatível com ácidos fortes e
álcalis, oxidantes fortes, AAS,
algumas vitaminas e alcalóides
l Usado em concenrações de 0,25 a
5,0%
l Densidade bruta: 0.29
l Densidade de compactação: 1.01
l Muito hidrofóbica, pode retardar a
dissolução do fármaco apartir da
forma farmacêutica
FATORES QUE INFLUENCIAM NA
LIBERAÇÃO DO FÁRMACO
Fisiológicos
l Importantes porém não controláveis
Tecnológicos
l Dependentes do invólucro
l Tipo de gelatina
l Composição
l Tamanho
l Interações
l Envelhecimento
l Dependentes do complexo farmacêutico
l Porosidade
l Molhabilidade
l Condições da mistura
l Adjuvantes
MÉTODOS DE PRODUÇÃO DE
CÁPSULAS

Preenchimento de cápsulas com substâncias ativas de baixa


ou média atividade biológica (doses maiores de fármaco)

l Método de nivelamento de superfície

Preenchimento de cápsulas com substâncias ativas de


elevada atividade (doses pequenas)
PREPARAÇÃO DE CÁPSULAS

MANUAL

NIVELAMENTO DE SUPERFÍCIE
PREPARAÇÃO DE CÁPSULAS

AUTOMÁTICO

l INDUSTRIAL
CÁPSULAS
Acabamento

l Polimento em bacia

l Desempoeiramento com tecido

l Escovagem

Impressão
ESTABILIDADE

As cápsulas comportam-se da seguinte maneira em relação aos


diversos fatores ambientais a que ela é submetida, e que são
suscetíveis de alterar os fármacos:

Umidade – tem de 14 a 16% de umidade residual;

Permeabilidade ao Oxigênio

Permeabilidade ao Anidrido Carbônico

Temperatura

Luz
ARMAZENAMENTO
Níveis elevados de umidade: afetam negativamente a desintegração e
liberação de fármacos de cápsulas de gelatina dura;

Exemplos de fármacos cujas liodisponibilidade e eficácia clínica são


comprometidas em condições de elevada umidade:
l Fenitoína

l Cloranfenicol

l Tetraciclina

l Nitrofurantoína

Temperatura elevada: aderência entre os invólucros

Umidade baixa: fragilização do invólucro com quebra e perda do


conteúdo

Umidade relativa ideal: em torno de 50 %


ARMAZENAMENTO

Temperatura: acima de 40ºC: deformação, ruptura e fusão;

Ideal: < 30ºC

Frascos de vidro ou plástico, com substâncias dessecantes;

Blisters de plástico ou alumínio: formas unitárias, maior proteção;

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