Você está na página 1de 22

Treinamento

Estação de Tratamento de Efluentes


Microbiologia

Maripaula dos Santos

Julho 2023
TRATAMENTO SECUNDÁRIO - ETE

Controle Microbiológico
OBJETIVO: Relacionar os dados físicos-químicos do efluente com os dados microbiológicos do tanque de
aeração e com a operação da ETE.

• Conhecer as características físicos-químicas e toxicológicas dos efluentes setoriais e seu impacto no


tratamento biológico;
• Diagnosticar patologia do lodo biológico;
• Caracterizar o floco biológico;
• Reconhecer um floco biológico bom e um floco ruim;
• Reconhecer um floco filamentoso;
• Conhecer e identificar os principais grupos de microrganismos, bactérias, protozoários e metazoários;
• Entender a importância de cada microrganismos na performance da ETE em relação aos parâmetros: DBO,
DQO, SST, SSV, IVL, Turbidez;
• Relacionar as ocorrências na ETE com a presença ou ausência de determinados microrganismos.
TRATAMENTO SECUNDÁRIO - ETE

Observação feita pelo operador:

• Decantabilidade do lodo;
• Ocorrência de espuma;
• Fuga de sólidos no clarificador secundário;
• Decantabilidade do lodo.
TRATAMENTO SECUNDÁRIO - ETE

Bactérias
Microrganismos mais importantes na engenharia sanitária, representam 95% da massa ativa em um sistema
biológico, e em condições controladas degradam a MO solúvel do efluente;

• Bactérias formadoras de floco;

Representa de 15 a 20% do peso da biomassa do tanque de aeração.

• Bactérias nitrificantes;

Algumas ETE’s de lodos ativados são designadas para remover amônia.


Amônia no efluente pode afetar a vida aquática. Convertem nitrogênio
amoniacal em nitrogênio orgânico, nitrito e nitrato.

• Bactérias filamentosas;

Pode ter igual ou maior capacidade de armazenamento (estocagem de


substratos) em relação a formação dos flocos. Essas bactérias em excesso
prejudica a ETE.
TRATAMENTO SECUNDÁRIO - ETE

Cioanobacterias

• Pode formar camada verde azulada na


superfície e causar eutrofização;

• Aumento da incidência de cianobactérias


pode ser devido: aumento anormal na
quantidade de N e P, redução do OD;

Bacterias Tétrades

• Indica deficiência de N e P;
TRATAMENTO SECUNDÁRIO - ETE

Protozoários

• Tem o sistema digestivo mais complexo do que as bactérias, por isso consegue metabolizar
partículas sólidas;

• Podem absorver matéria orgânica solúvel quando em grande quantidade;

• Os tipos estão relacionados com o desempenho da estação e da qualidade do efluente;

• São uteis para avaliar a toxicidade no efluente;

• São predadores que limpam o efluente (polimento), removendo o excesso de bactérias que
se encontra em suspensão (5% da biomassa) e bactérias mais velhas;

• OD, temperatura, pH, toxicidade e nutrientes afetam essa espécie.


TRATAMENTO SECUNDÁRIO - ETE

Metazoários

• Tem uma baixa taxa de crescimento, sendo assim só é encontrado quando o tempo de
retenção é maior;

• Algumas espécies só aparecem apenas nos sistemas de tratamento biológicos com


nitrificação;

• Indicam condição estável da planta;

• Grande quantidade dessa espécie na planta pode indicar lodo velho;

• Quando exposto a toxicidade pode ocorrer formação de cistos;


TRATAMENTO SECUNDÁRIO - ETE

Anelideos e Nematodos

• Espécies indesejados;

• Causam problemas por serem reservatórios de bactérias patogênicas e são resistentes a


cloração;

• Indicam idade do lodo alta;

Artropodes

• Microcrustáceos utilizados principalmente para monitoramento da qualidade do efluente;


TRATAMENTO SECUNDÁRIO - ETE
TRATAMENTO SECUNDÁRIO - ETE

Presença de espuma

• Espuma de origem biológica são estáveis, densa, espessa e marrom;

• Geralmente está associada a presença de bactérias filamentosas que se


aderem a bolha de ar e flotam formando espuma;

• As bolhas não geralmente grandes e ocorrem no TA, enquanto a


denitrificação ocorre no decantador secundário e as bolhas são
pequenas.

• Espuma de origem química são de cor branca, muito densa de de fácil


dispersão;

• Causados por produtos químicos surfactantes não biodegradáveis e licor.


TRATAMENTO SECUNDÁRIO - ETE

Floco biológico

• Componentes biológicos;

• Componentes não-biológicos;

• Níveis estruturais: microestruturas e


macroestruturas.
TRATAMENTO SECUNDÁRIO - ETE

Floco biológico
TRATAMENTO SECUNDÁRIO - ETE

Floco biológico
TRATAMENTO SECUNDÁRIO - ETE

Floco biológico
TRATAMENTO SECUNDÁRIO - ETE

Floco biológico
TRATAMENTO SECUNDÁRIO - ETE

Zona seletora

• Atuam na dinâmica da população microbiana;

• Os seletores criam condições favoráveis para predominância de bactérias formadores de


flocos sobre bactérias filamentosas;

• Região de alta carga orgânica e baixo tempo de retenção;


TRATAMENTO SECUNDÁRIO - ETE

Controle Biológico
DQO (mg O2/L) - Medição indireta do total de matéria orgânica existente na amostra.
O teste da DQO tem capacidade de medir os compostos orgânicos que um reagente
de digestão pode digerir. Sua medição elevada significa que aquela amostra
consome uma alta quantidade de oxigênio durante a degradação.

DBO (mg/L) - Medida empírica do oxigênio necessário para que as bactérias


decomponham o material orgânico. Quanto maior a DBO, menor é o oxigênio para os
microrganismos. Ou seja, uma DBO alta, confirma a existência de grande quantidade
de matéria orgânica nos efluentes.

IVL (mL/g)– É o volume ocupado por 1g de lodo após decantação de 30min. IVL alto
indica que o lodo está mal formado causando arraste no clarificador secundário.
Pode ser causado por excesso de bactérias filamentosas;

IL (dias) – Tempo médio que uma partícula em suspenção permanece sob aeração.
IL baixo o lodo jovem não suporta alta carga orgânica e não tem densidade suficiente
para decantar. IL alto favorece a proliferação de bactérias filamentosas;
TRATAMENTO SECUNDÁRIO - ETE

Controle Biológico

A/M (Kg DBO / Kg SSV.d) – Quantidade de alimento ou substrato disponível por unidade de
massa de microrganismo. É relacionada com a eficiência do sistema. A/M alto ou baixo
favorece aparecimento de diferentes tipos de bactérias filamentosas.

Condutividade (mS/cm) – Pode ser associado indiretamente com a toxicidade. Valores altos
podem prejudicar as bactérias formadoras de flocos, e também na quantidade e variedade dos
protozoários e metazoários.

SST (mg/L) – Sólidos suspensos totais (SSV + SSF). Em grande quantidade pode ocasionar
turbidez no efluente tratado, reduz a fotossíntese e causa sedimentação.

SSV (mg/L) – Representa a fração orgânica da biomassa, já que a MO pode ser volatizada.
Representa a quantidade de bactérias presentes no efluente.

SSF (mg/L) – Componentes minerais, inertes dos sólidos em suspenção. É a parte inorgânica
do SST. EX: Fibras de celulose.
TRATAMENTO SECUNDÁRIO - ETE

Controle Biológico

pH – (6,5 e 8,0) Os flocos considerados desejáveis ao processo são observados mantendo-se nesta faixa.
pH alto: As enzimas das bactérias não atuam causando morte das mesmas.
pH baixo: Favorece o aparecimento de fungos no tanque de aeração.

OXIGÊNIO – (2 mg/l) Os microrganismos fazem uso do oxigênio para realizar a decomposição da matéria
orgânica.
O2 Baixo: Morte de bactérias; Lodo com cor escura no TA e mau cheiro;
O2 Alto (excesso de aeração) : Lodo mau formado; flotação de lodo no decantador secundário.

TEMPERATURA – (33 a 37C°) Fora dessa faixa há início de inibição da atividade biológica dos microrganismos
presentes, sofrendo assim uma diminuição da eficiência no processo.

NUTRIENTES – É essencial para o desenvolvimento dos microrganismos responsáveis pela estabilização da


matéria orgânica. Valores consideráveis da relação DBO:N:P é 100:5:1. O desequilibro de nutrientes pode
conduzir ao desenvolvimento excessivo de filamentosas e ao crescimento excessivo de algas
TRATAMENTO SECUNDÁRIO - ETE
TRATAMENTO SECUNDÁRIO - ETE
TRATAMENTO SECUNDÁRIO - ETE

Você também pode gostar