Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
MODELAGEM HIDROGEOQUÍMICA
INTRODUÇÃO
• Importante medir a condição redox por meio do Eh e eventuais outros indicadores em campo!
Processos de oxidação e redução
• Séries de reações redox (Semirreação de
Redução)
O2 H2O – metabolismo aeróbico
NO3- NO2 N2 – denitrificação
Mn4+ Mn2+ – redução de manganês
Fe3+ Fe2+ – redução de ferro
SO4-2 HS- – redução de sulfato
CO2 CH4 – metanogênese (redução extrema)
Água subterrânea –
Homogeneização da
composição química
Interação com gases: O2 e CO2
2. Dissociação de H2CO3
3. Dissociação de HCO3-
Para T = 25 ⁰C
Carbonatos, CO2 e pH
• Lembrando que pH = - log[H+], tem-se que o pH da água controla o sistema CO2-Carbonato. Que, por sua
vez, controla o pH da água
• Esta relação entre o pH, CO2 e carbonatos é explicada pela equação:
• Calcita – CaCO3:
1) CaCO3 + CO2 + H2O ↔ Ca2+ + 2HCO3-
2) CaCO3 + H+ ↔ Ca2+ + HCO3-
• Reação 1 – Ocorre em ambientes neutros a levemente ácidos (mais comuns), por meio do consumo de
H2CO3.
– Razão 1 mol Ca : 2 mol HCO3 esperada nas concentrações da água
• Reação 2 – Ocorre em ambientes ácidos (exemplo: drenagem ácida de mina), por meio do consumo de H+.
– Razão 1 mol Ca : 1 mol HCO3 esperada nas concentrações da água
Carbonatos – Principais agentes neutralizadores de acidez
• Diagramas de dispersão podem ser utilizados
para “testar” para diferentes reações possíveis
1:1
• Dolomita: CaMg(CO3)2
pH ~7.5
• 1:1 - CaMg(CO3)2 + 2H+
Ca2+ + Mg2+ + 2HCO3-
pH ~5
• 2:1 - CaMg(CO3)2 + 2CO2 + H2O
Ca2+ + Mg2+ + 4HCO3-
Oxidação de sulfetos e geração de acidez
• Sulfetos (exemplo: pirita) são minerais reduzidos, portanto instáveis em condições oxidados.
Oxidação de sulfetos resultam na dissolução e liberação de Fe 2+, SO42- e acidez (H+)
FeS2(s) + 7/2 O2(aq) + H2O(l) Fe2+(aq) + 2 SO42-(aq) + 2H+(aq)
• Acidez gerada pela oxidação de sulfetos pode ser neutralizada pela dissolução de outros
minerais presents no meio:
• Dissolução de carbonatos:
CaCO3(s) + H+(aq) Ca2+(aq) + HCO3-(aq)
• A dissolução de HCO3- e Fe2+ (da oxidação de pirita) pode levar à precipitação de siderita:
Fe2+(aq) + HCO3-(aq) FeCO3(s) + H+(aq)
• Se toda a calcita for consumida, e ainda houver geração de acidez, ocorrerá a dissolução de
siderita (inverso da reação acima):
FeCO3(s) + H+(aq) Fe2+(aq) + HCO3-(aq)
• Se toda a siderita for consumida, ocorrerá a dissolução de Al(OH) 3 …
• … depois Fe(OH)3, depois aluminosilicatos
Neutralização de acidez
Intemperismo
Kabata-Pendias, 2001. Trace elements in soils and Plants. CRC Press LLC
Intemperismo
• A reatividade das rochas depende, em partes, de sua composição química e, principalmente, de seu arranjo
cristalográfico.
- Série de cristalização de Bowen e de dissolução de Goldich
Conceitos, unidades de medida e ferramentas gráficas
Conceitos
Solução é uma mistura homogênea de duas ou mais substâncias, onde a(s) espécie(s) em menor(es) quantidade(s) em uma
solução é chamada de soluto, e a espécie em maior quantidade é chamada de solvente.
• Concentração química
Refere-se à quantidade de soluto contida em um dado volume ou massa de solução ou de solvente. Dessa forma, é expressa em
diferentes unidade.
- massa-volume: expressa em g/L, mg/L, kg/dm 3, entre outras unidades, se refere a quantidade em massa de soluto em um
determinado volume de solução. Usualmente utilizada para expressar concentrações de soluções aquosas.
- massa-massa: expressa em % (m/m), ppm (parte por milhão), ppb (parte por bilhão), entre outras, se refere a quantidade
em massa de soluto em uma determinada massa de solução. Utilizada geralmente para expressar teores.
- volume-volume: expressa em % (v/v), se refere a quantidade em volume do soluto em um determinado volume de solução.
Utilizado para mistura de líquidos (i.e., álcool + gasolina).
- molaridade: expressa em mol/L (molar ou M), mmol/L, etc. Refere-se à razão entre a quantidade de matéria do soluto e o
volume da solução.
- molalidade: expressa em mol/kg, entre outros, é dada pela razão do número de moles de soluto pela massa de solvente.
Conceitos
• Balanço iônico
O balanço é realizado através da diferença entre o somatório de cátions e ânions. Teoricamente, este resultado deveria ser zero
para ambientes aquosos que já se encontram em equilíbrio termodinâmico. Contudo, devido às limitações analíticas ou a erros
de amostragens, alguns fatores podem contribuir para a existência de “desvios”.
Estes erros podem ser calculados pela seguinte equação:
Todavia, as concentrações devem estar em unidades equivalentes, isto é, que considerem a carga iônica, como por exemplo
eq/L (equivalente/L) ou meq/L (equivalente/L) , que consiste em multiplicar a concentração molar pela carga de cada íon.
Conversão de unidades
𝐶
𝑚𝑥 𝑛𝑥 ( 𝑚𝑜𝑙
𝐿 )
𝐶 𝑥= = ⇒ 𝐶 =
𝑉 𝑀 𝑀 𝑥 ∗𝑉 (𝑔
𝐿)
𝑀𝑀
𝑚𝑥 𝑑𝑥 ∗ 𝑉 𝑥
𝐶 𝑥= = ⇒𝐶 = 𝑑𝑥 ∗ 𝐶 ∗ 100 %
Densidade do soluto
𝑉 𝑉 ( ) 𝑔
𝐿 ( %
𝑣
𝑣 )
𝑚𝑥 𝑚𝑥 ∗ 𝑑
𝐶 𝑥= = ⇒ 𝐶 𝑔 =𝑑 ∗ 𝐶 ∗ 100
Densidade da solução %
𝑉 𝑚 (𝐿) (% 𝑚
𝑚 )
𝑚𝑥 𝑚𝑥 ∗ 𝑑 6
𝐶 𝑥= = ⇒ 𝐶 𝑔 =𝑑 ∗ 𝐶 ( 𝑝𝑝𝑚 ) ∗ 10
𝑉 𝑚 (𝐿)
𝑑
𝑑𝑥 ∗ 𝐶 ∗ 100 %= 𝑑 ∗ 𝐶 ∗ 100 % ⇒ 𝐶 = ∗𝐶 𝑚
( % 𝑣𝑣 ) (% 𝑚
𝑚) ( % 𝑣𝑣 ) 𝑑𝑥 (% 𝑚 )
Termodinâmica
Definições básicas
• Sistema
Quantidade de matéria a qual é dirigido o estudo.
• Vizinhança
Tudo aquilo que não é o sistema.
• Num sistema fechado (sem adição/remoção de nenhum reagente ou produto), este tenderá ao
equilíbrio, no qual as concentrações dos reagentes e produtos não se alterarão;
• Com isso, será alcançada a mínima energia livre de Gibbs (G):
Definições básicas
• Estado de equilíbrio
As propriedades são únicas e uniformes em todo sistema.
As propriedades se relacionam por meio de equações de estado (i.e., para gases ideais tem-se que PV = nRT). Assim, definindo-se
duas delas, o sistema encontra-se caracterizado.
Importante: para definir as mudanças ocorridas nas funções de estado, são necessários apenas os cenários final e inicial, isto é,
não dependem do caminho! Assim, calor e trabalho não são propriedades de um sistema, pois suas quantidades dependem do
caminho tomado durante as transformações.
Primeira Lei da Termodinâmica
Assim, em um sistema fechado, sem variação de volume, tem-se que w = 0 e a energia do sistema passa a ser:
Todavia, a maior parte das reações químicas ocorrem a pressão constante e não a volume constante. Assim, definiu-se o
conceito de entalpia, H, de forma que:
Cgrafite H = 0 Cdiamante H ≠ 0
H2(g) H = 0 O2(g) H = 0 H2O(l) H ≠ 0
Exemplo:
Sendo que:
Equilíbrio Químico
Embora seja possível definir os estados final e inicial e as energias envolvidas nas mudanças de estado, a primeira
lei nada afirma sobre a direção (espontaneidade) de algum processo.
Observa-se na natureza, que as mudanças ocorrem de um estado de não-equilíbrio para o estado de equilíbrio.
Uma vez no estado de equilíbrio, não há mudanças sem a ação de forças externas (dizemos, então, que é
irreversível).
Logo, haverá fluxo de calor, enquanto houver diferença de temperatura. Haverá fluxo de massa, enquanto houver
diferença de pressão.
Mas como definir o equilíbrio de uma reação química? Para isso é necessário definir outras duas propriedades do
sistema:
• entropia (S) e
• energia livre de Gibbs (G)
Entropia
Segunda Lei da Termodinâmica
“A entropia é uma função de estado do sistema que representa uma medida da desordem do sistema. Tem-se que,
em um processo irreversível a entropia do universo aumenta. Em um processo reversível, a entropia do universo
permanece constante. Em nenhum momento a entropia do universo diminui.”
Processo irreversível
Entropia
Processo reversível
Entropia
Terceira Lei da Termodinâmica
“Quando um sistema se aproxima da temperatura do zero absoluto, todos os processos cessam, e a entropia tem
um valor mínimo.”
Assim, diferentemente de entalpia que possui valor de referência, a entropia pode ser determinada matematicamente.
Energia livre (G)
Atenção!
• Reações cujo ∆𝐺 é muito próximo de zero, podem ser facilmente reversíveis por
alteração nas concentrações dos reagentes. Já aquelas que o ∆ 𝐺 é considerado
grande (negativamente), podem ser consideradas como de sentido único.
• As bactérias ou enzimas não alteram o ∆ 𝐺 da reação, porém atuam diminuindo o
∆𝐺* (energia livre de ativação), o que torna as reações mais rápidas e possíveis de
acontecer em tempos mensuráveis.
Ideal vs. Real
•Atividade
Conceitualmente, é uma medida da concentração do soluto que está disponível para reação, sendo assim a concentração
efetiva. Não é um parâmetro comumente medido de forma direta e, geralmente, é calculado com base nas não-idealidades do
sistema, resumidas no coeficiente de atividade.
Notação: Atividade de cálcio = aCa2+ = [Ca2+]
•Força iônica
Resultado Resultado
Parâmetro
(mg/L) (mmol/L)
Cálcio (Ca2+) 109 2,72
Magnésio (Mg2+) 24 0,99
Sódio (Na+) 117 5,09
Potássio (K+) 7 0,18
Bicarbonato 183 3,00
(HCO3-)
− 𝐴 𝑧𝑖 √ 𝐼
2
A = 0,5085; B = 0,3281 x 10 8; a0 = 5 x 10-8 para Ca2+ e SO4-2
log 𝛾 𝑖=
Log γCa2+ = -0,228; Log γSO4-2 = -0,228 1+ 𝐵 𝑎 0 √ 𝐼
γCa2+ = 0,591; Log γSO4-2 = 0,591
fi = fugacidade do gás i; γi = coeficiente de fugacidade; P = pressão do gás puro ou pressão parcial do gás no sistema
Logo:
Reação
Relaciona-se ao coeficiente de atividade
Constante de equilíbrio
Entalpia da reação
Refere-se
Relação à entalpia
de K com de formação do
a temperatura
Intervalo
composto
de temperatura
indicado em que é válido a
expressão
Considere a reação:
Determinou-se que os minerais em geral seguem leis de velocidade que podem ser descritas como:
Onde:
k é a taxa de reação específica (mol/m 2/s)
A0 é a área superficial inicial (m²)
V é o volume de solução (m 3)
(m/m0) representa as mudanças na quantidade (consequentemente na superfície)
n é uma função do tamanho de grão inicial (i.e., considerando distribuições de grãos cúbicos n=2/3~0,67)
g(C) é uma função que compreende os efeitos da composição inicial na taxa, tais como pH, distância do equilíbrio, efeitos
catalíticos, etc.
Dissolução de minerais
Exemplo: Quartzo
n = 2/3
g(C) = (1 - IAP/Keq)
Exemplo: Quartzo
( )
𝐴0 𝑚 𝑛
𝑅=𝑘 𝑔 (𝐶 )
𝑉 𝑚0
Agora é só aplicar o conhecimento!