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Plasma antioxidant capacity in cervical cancer patients

• EDUARDO CAPUANO NERY*, ALUÍSIO M.S.


NETO, JORGE S. LYRA & Dra. MICHELLI E.S.
FERREIRA**
• * Autor principal; ** Orientadora Acadêmica.
Sumário

1- Anais da Academia Brasileira de Ciências;


2- Projeto Piloto e o Artigo Científico;
3- Abstract;
4- Introdução;
5- Materiais e Métodos;
5.1- Avaliação da Peroxidação Lipídica por Ácido Tio Barbitúrico - TBARS;
5.2- Avaliação da Atividade Antioxidante pelo cátion ABTS+ 2,2-azinobis(3-etilbenzotiazolina-acidosulfónico));
5.3- Questionários;
5.4- Análise Estatística;

6- Resultados;
7- Discussão;
8- Referências;
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Anais da Academia Brasileira de Ciências


• Periódico de alcance nacional, de livre acesso;
• Indexado às bases de dados Scielo, PubMed, e outras 11 bases internacionais;
• Em publicação ininterrupta desde 1929;
• Versão impressa ISSN: 0001-3765 Versão on-line ISSN: 1678-2690

https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/35507978/
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Projeto Piloto e o Artigo Científico


Projeto Piloto

• Projeto realizado na cidade de Imperatriz, Maranhão, no Laboratório de Fisiologia e


Investigação Terapêutica da Universidade Federal do Maranhão: LAFIT - UFMA
• Com apoio da Fundação de Amparo a Pesquisa do Maranhão – FAPEMA;
Artigo Científico

• Artigo publicado em 2022 em periódico online;


• Realizado no modelo de Short Communication;

DOI 10.1590/0001-3765202220201733

• Palavras Chave: uterine cervical neoplasms, antioxidant effects, lipid peroxidation, oxidative
stress.
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Abstract
Abstract

Avaliação do perfil antioxidante de pacientes portadoras de Câncer de Colo


Uterino (CCU), realizando correlação com aspectos clínicos. A metodologia utilizada
foi a avaliação da defesa antioxidante (DAo) por ABTS e da peroxidação lipídica
(PL) por TBS, em 17 mulheres diagnosticadas com CCU, sem tratamento, e 14
mulheres com idades compatíveis como grupo controle.
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Introdução
Introdução

“Embora a incidência tenha diminuído, a taxa de mortalidade por CCU


permaneceu estável na maioria dos países da América do Sul e Central, exceto Chile
e Costa Rica, que apresentaram queda pela introdução precoce de medidas
interventivas”

(Murillo R., Herrero R., Sierra S. M., Forman D.; 2015).


O Cancro de Colo Uterino (CCU)

• Instituto Nacional do Câncer (INCA) 2020: no Maranhão, o CCU ultrapassou o cancro mamário,
se tornando o mais incidente no interior do estado, atrás apenas do cancro de pele não melanoma.
• Há estudos que mostram correlação direta entre a infeção de certos subtipos de Papiloma Vírus
Humano (HPV) e a carcinogênese do CCU;
• As Espécies Reativas de Oxigénio podem causar danos irreversíveis a biomoléculas, como o ADN,
as lipoprotínas e etc.; o excesso de radicais livres e o desequilíbrio das reações de oxidação geram
o chamado Estresse Oxidativo, fator reconhecidamente presente durante à replicação tumoral
devido à redução de antioxidantes endógenos.
Espécies Reativas de Oxigénio o Cancro e a Carcinogenese

• Há três mecanismos cooperativos entre a infeção pelo HPV e o Estresse Oxidativo na


carcinogénese:
1. A genotoxicidade;
2. A instabilidade genômica;
3. P resença da proteína E6 - capaz de atuar aumentando os níveis de estresse oxidativo durante
permanência prolongada da infeção.
O Vírus HPV

1. Invasão

2. Instalação

3. Replicação
Persistência + Elementos Multifatoriais
Reação de Oxi-redução e formação de ERO’s

Molécula isoelétrica Radical Livre

Instabilidade
Molecular

Antioxidante

“A ação ineficiente de antioxidante produzidos fisiologicamente, seja pela inibição de sua


atividade, ou por meio da produção elevada de radicais livres (RL) superando a
capacidade antioxidante instala o Estresse Oxidativo”
Oncogênese do HPV

Genotoxicidade

Proteína E6 + EROS

Resposta Imune e Processo Inflamatório

Processos Multifatoriais

Instabilidade Molecular e Genómica


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Materiais e Métodos
Materiais e Métodos

Coleta, preparo e armazenamento da amostra:


1 – Coleta de 5 mL de sangue periférico, de fossa cubital, com devida assepsia e
secagem, em tubos compostos com EDTA;
2 – Centrifugação a 4000rpm, por 10 minutos;
3 – Retirada do sobrenadante com armazenamento a -20ºC

Parâmetros Oxidativos:
1- Taxa de Atividade Antioxidante (TAA);
2- Substâncias Reativas Ao Ácido Tiobarbitúrico (TBARS);
AVALIAÇAO POR ESPECTROFOTOMETRIA.

População do Estudo: inclusão, exclusão e questionários;


Parâmetros Oxidativos

1- Taxa de Atividade Antioxidante (TAA): técnica descrita por Miller (1993) (com
adaptações) utiliza-se da alteração da absorbância de onda em vias de determinar
a taxa de defesa antioxidantes, após reação RedOx com ABTS+ ( 2,2-azinobis(3-
etilbenzotiazolina-acidosulfónico)).
EFETUANDO-SE LEITURA EM ESPECTROFOTOMETRO.
Parâmetros Oxidativos

Etapa 1: solução-estoque Solução Plasma/


Trabalho TROLOX Leitura
ABTS.+ Persulfato de Potássio
Solução-Estoque
16 horas de descanso e fotoproteção

Etapa 2: solução-trabalho + análise

Solução-Estoque
Solução Trabalho
0.7 ± 0.02 nm
Solução Salina

T0 Homogenização T5

Alteração da
Absorbância
Parâmetros Oxidativos

2- Substâncias Reativas Ao Ácido Tiobarbitúrico (TBARS): dentre os lipídios


liberados após processos oxidantes de membranas celular, o Malondialdeído
(MDA) é capaz de se ligar à duas moléculas de TBA, sendo possível dosar a
absorvância quando comparada à um padrão determinado por testes.
Segundo metodologia de Estenbauer e Cheeseman (1990), e adaptação de
Ferrante at al. (2019).
Parâmetros Oxidativos

95ºC Solução Leitura


pH<2,5 Trabalho

Ação oxidante Centrifugação e


Leitura
Lipídeos Plasmáticos Compostos de TBA (Ácido
MDA Tiobarbitúrico)
População do Estudo

Critérios de Inclusão: possuir diagnóstico confirmado por médico especialista; realização no


mínimo bianual, do exame preventivo e resultado negativo para lesões pré-malígnas.
Critérios de Exclusão: hábito tabágico, consumo de álcool recente; uso atual de drogas;
portadoras de infecção que não causadas pelas cepas do HPV; portadoras de Diabetes Mellitus e/ou
outras doenças significativas; uso de contraceptivos; ingestão de nutracêuticos ou alimentos que
alterem o estado redox .
Questionários: idade, cor, perfil social, histórico de exames preventivos, histórico gineco-
obstétrico, história familiar, tempo de diagnóstico, estadiamento, sintomas associados, e histórico
de hábitos de vida, habitos alimentares, IMC e circunferência abdominal.
Análise Estátistica

Aplicada a ANOVA (análise de variância), Mann-Whintney (Teste U), t de Student, coeficiente de


“Pearson” (r) e a regressão linear, com auxílio do programa BioEstat (Graphpad Software versão
5.0). O nível de significância aceito foi de 5%.
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Resultados
Taxa de Defesa Antioxidante e Peroxidação Lipídica
Média (DP) 1,76 ± 0,08 1,85 ± 0,07

Taxa de Atividade Antioxidante


(mM)
p < 0.0032

Após análise dos dados obtidos observou-se níveis baixos da taxa de atividade antioxidante (TAA)
nas pacientes (1,76 mM) em relação ao controle (1,85 mM) (p<0,01), sem diferença na
peroxidação lipídica dos grupos (p = 0,7069) e na correlação TAA e peroxidação (0.7437)
Perfil das Pacientes Estudadas: idade

IDADE Controle + IDADE Controle -


Acima de 60 anos 20 a 40 anos Acima de 60 anos 20 a 40 anos

40 – 60 anos 40 – 60 anos
Perfil Antropométrico : controles + / -

IMC Circunferência Abdominal (cm)


60
>30
50

25-30 40
30
20-25
20

>20 10
0
0 10 20 30 40 50 60 70 <80 >80-90 >90

Positivo Negativo
Perfil de Consumo Nutricional: controles + / -

Carboidratos Lipídeos
60 70
50 60
40 50
40
30
30
20 20
10 10
0 0
Alto Medio Baixo Alto Medio Baixo

Positivo Negativo Positivo Negativo


Perfil de Acesso à Saúde Preventiva

Intervalo de Exames Preventivos C+ Intervalo de Exames Preventivos C-

Bianual Incerto
Durante Diagnostico Bianual Incerto Um exame
Perfil Clínico-Oncológico

Queixas Clínicas Estadiamento – FIGO 2019

Sangramento Uterino Anormal


Dor Pelvica
Nada
I II III IV Recidiva
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Discussão
Discussão

GONÇALVES TL, ERTHAL F, CORTE CLD,


• A pesquisa identificou níveis elevados de
MULLER LG, PIOVEZAN CM, NOGUEIRA
CW & ROCHA JBT. 2005. Involvement of peroxidação lipídica através da análise do
oxidative stress in the pre-malignant and
níveis de TBARS, refutando a análise do
malignant states of cervical cancer in women.
Clin Biochem 38: 1071-1075. presente estudo.
• No entanto, existem diferenças metodológicas
– no estudo de Gonçalves et al., a avaliação
da peroxidação lipídica foi realizada em
amostras com eritrócitos.
Discussão

KIM SY, KIM JW, KO YS, KOO JE, CHUNG


• O presente estudo corrobora com as análises
HY & LEE-KIM YC. 2009. Changes in lipid
peroxidation and antioxidant trace elements in apresentadas por Kim et al., que identificaram
serum of women with cervical intraepithelial
redução na atividade antioxidante nas amostras
neoplasia and invasive cancer. Nutr Cancer 47:
126-130. de pacientes portadoras de CCU, em grupo
controle.
• Kim et al. observaram alteração na
Peroxidação Lipidica em eritrócitos de
pacientes portadoras de lesões pré-neoplásicas.
Discussão

SRIVASTAVA A, NATU SM, GUPTA A, PAL K,


• As alterações no níveis de Glutationa (GSH),
SINGH U, AGARWAL GG, SINGH U, GOEL
MM & SRIVASTAVA AN. 2009. Lipid Superóxido Dismutase (SDO), Peroxidação
peroxidation and antioxidants in different stages
Lipidica, Vitamina A e E em pacientes
of cervical cancer: Prognostic significance. Indian
J Cancer 46: 297-302. portadoras de CCU corroboram com a
presente análise de que há alteração na
atividade antioxidante, possivelmente por
redução da presença de antioxidantes
endógenos.
Discussão
BORGES BE, BRITO EB, FUZII HT, • Achados que estão de acordo com pesquisa
BALTAZAR CS, SÁ AB, SILVA CIM, SANTOS realizada por Borges et al. (2018): não foram
GFS & PINHEIRO MCN. 2018. Human observadas diferenças nos níveis de TBARS
papillomavirus infection and cervical cancer entre as que possuíam lesões intraepiteliais e
precursor lesions in women living by Amazon as pacientes sem doença, no entanto
rivers: investigation of relations with markers of apresentaram alterações que podem estar
oxidative stress. Einstein (São Paulo) 16: 1-7. relacionadas com fatores socio-endêmicos.
• Pacientes portadoras de infeção por HPV
apresentaram alterações nos níveis de MDA
e GSH.
• *Exposição à toxinas em Itaituba foi fator
confundidor.
Discussão

SLIMANI O, BEN TEMIM R, MAKHLOUF T,


• Estudo epidemiológico conduzido por
MATHLOUTHI N & ATTIA L. 2016. Cyto-colpo-
histologic correlation: about an analytical study of levantamento de dados que concluiu que dor
120 colposcopies. Tunis Med 94: 616-620.
pélvica e sangramento uterino anormal são
as queixas mais prevalentes em pacientes
portadoras de CCU.
Discussão

O estudo evidenciou que a presença do exame preventivo bianual é uma ferramenta


importante, já que há presença marcante no grupo controle negativo.

Conclui-se, portanto, que a redução da capacidade antioxidante parece ser um fator


importante durante a carcinogênese do cancro de colo uterino, e que tais efeitos podem
estar relacionados à biomoléculas de natureza não lipídica, como o ADN.
Discussão

Torna-se evidente a necessidade de estudos complementares na área em questão, visando


um futuro de esclarecimentos de frutos científicos que venham a beneficiar àqueles que
mais necessitam.
A avaliação de atividades enzimáticas, bem como o desenvolvimento de novas
metodologias para avaliação do Estresse Oxidativo, são potenciais campos de pesquisa
complementares.
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Referências
• BORGES BE, BRITO EB, FUZII HT, BALTAZAR CS, SÁ AB, SILVA CIM, SANTOS GFS & PINHEIRO MCN. 2018. Human
papillomavirus infection and cervical cancer precursor lesions in women living by Amazon rivers: investigation of relations with markers of
oxidative stress. Einstein (São Paulo) 16: 1-7.
• DEBERNARDINIS RJ & CHANDEL NS. 2016. Fundamentals of cancer metabolism. Sci Adv 2: 1-18.
• ESTERBAUER H & CHEESEMAN KH. 1990. Determination of aldehydie lipid peroxidation products: malonaldehyde and 4-
hydroxynonenal. Meth Enzymol 186: 407-421.
• FERRANTE AA, MARTINS IR, ALVES L & FERREIRA MES. 2019. Analytical Methodology for Determination of the Plasma Antioxidant
Capacity Through the Radical 2,2-azino- bis-3- ethylbenzthiazoline-6-sulfonic Acid (ABTS). Aust J Basic Appl Sci 13: 19-22.
• FONTHAM ETH ET AL. 2020. Cervical Cancer Screening for Individuals at Average Risk: 2020 Guideline Update from the American
Cancer Society. CA Cancer J Clin 70: 321-346.
• GONÇALVES TL, ERTHAL F, CORTE CLD, MULLER LG, PIOVEZAN CM, NOGUEIRA CW & ROCHA JBT. 2005. Involvement of
oxidative stress in the pre-malignant and malignant states of cervical cancer in women. Clin Biochem 38: 1071-1075.
• INCA – INSTITUTO NACIONAL DO CÂNCER. 2020. Available at:
• JE, CHUNG HY & LEE-KIM YC. 2009. Changes in lipid peroxidation and antioxidant trace elements in serum of women with cervical
intraepithelial neoplasia and invasive cancer. Nutr Cancer 47: 126-130.
• MILLER NJ, RICE-EVANS CA, DAVIES M & MILNER A. 1993. A Novel Method for Measuring Antioxidant Capacity and its Application
to Monitoring the Antioxidant Status in Premature Neonates. Clin Sci 84: 407-412.
• SHAH S & KALAL BS. 2019. Oxidative stress in cervical cancer and its response to chemoradiation. Turk J Obstet Gynecol 16: 124-128.
• SLIMANI O, BEN TEMIM R, MAKHLOUF T, MATHLOUTHI N & ATTIA L. 2016. Cyto-colpo-histologic correlation: about an analytical
study of 120 colposcopies. Tunis Med 94: 616-620.
• SRIVASTAVA A, NATU SM, GUPTA A, PAL K, SINGH U, AGARWAL GG, SINGH U, GOEL MM & SRIVASTAVA AN. 2009. Lipid
peroxidation and antioxidants in different stages of cervical cancer: Prognostic significance. Indian J Cancer 46: 297-302.
• ZHEN S & LI X. 2017. Oncogenic Human Papilloma Virus Application of CRISPR/Cas9 Therapeutic Strategies For Cervical Cancer. Cell
Physiol Biochem 44: 2455-2466.
Obrigado!

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