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Aula TECOE - Direito

Aula nº 6 27/10/2023

Sumário
Conclusão da aula anterior.
Processo e estratégias de leitura.
Solução N.º 1. Quadro síntese da leitura dos textos
Lopes, A. M. et alii(2023) livro do prof. de LP - Leitura
Finalidades/utilidades de leitura Como?

Ler, para quê? Ato de ler Ato de ler e Para que se lê?

(Se) descobrir – Distração – prazer de ler, com Ato de ler – 5º§


1.ªest. o perigo de arrastar o leitor • Diálogo com o escritor,
Sentir – 2.ª est. para fora do real – 2§: - participando das suas
Se emocionar – 3.ª -esquece-se das preocupações; ideias, dos seus
est. - interrompe os afazeres pensamentos e dos seus
- alivia o stress valores (compreendedo
- repousa as ideias do texto)
- distrai-se - procurando extrair uma
- pode descobrir e descobrir-se significação que torne as
- percebe que pode encontrar suas ideias compreensíveis
na palavra o outro homem e a (dar sentido às ideias do
compreensão do mundo texto, interpretá-las)
- conclui que pode caminhar - respondendo-lhe com
para a verdade que procura aceitação ou resistência às
ideias do texto)
Ler, para Ato de ler Como?
quê? Ato de ler e Para que se lê?

– a adesão/aceitação pode ser grande:


reformula e propõe supostos
desenlaces para o conteúdo do texto;
- mas a aceitação de elementos
nefastos também apresenta perigos
6.º e 7.º §
- manipulação, já que o ser humano é
facilmente influenciável, desde que
se lhe despertem interesses, se criem
sonhos ou se ofereçam imagens que
compensem frustrações
- fuga ao real: aumentar-lhe a
dificuldade de se adaptar às situações
da vida concreta
- Partilha os sentimentos, as
emoções[…] do autor
Finalidades/utilidades de leitura Como?

Ler, para quê? Ato de ler Ato de ler e Para que se lê?

Saber, conhecer, instruir, Formação intelectual 3º§ - Para que se lê?


descobrir, pesquisar – 1.ª Favorecer o conhecimento, - Compreender as ideias
estrofe Pensar – 2.ª est. o desenvolvimento da principais de um texto
mente e a aquisição da - compreender informações
cultura 7º§ mais pormenorizadas, os factos
- No início, a leitura ou argumentos que sustentam
permite-lhe começar a as ideias principais
sentir-se como detentor de: - Encontrar a resposta para uma
o novos conhecimentos questão específica, dando
o mais cultura informações explícitas, ou
o capacidade de decifrar as localizar num texto um facto ou
mensagens e apropriar-se uma opinião particular
delas (compreendendo informações
- Com a frequência e a que estavam implícitas) •
diversidade da prática da
leitura, fica avisado para:
Finalidades/utilidades de leitura Como?

Ler, para quê? Ato de ler Ato de ler e Para que se


lê?

o avaliar o que tais - Detetar o(s) referente(s) e


mensagens podem deduzir o significado de
veicular (o seu conteúdo) palavras desconhecidas ou de
o encontrar muitos livros frases ou períodos de
sem valor nem interesse, construção mais elaborada e
com conceitos estéticos de difícil entendimento
duvidosos e até com erros - Aumentar os seus
científicos ou gramaticais conhecimentos e acrescentar
o aumentar a sua capacidade algum saber à sua
de avaliar o bem e o mal experiência, selecionando a
o aumentar a sua capacidade informação recolhida
de conceptualização e de
reflexão
Finalidades/utilidades de leitura Como?

Ler, para quê? Ato de ler Ato de ler e Para que se


lê?

Sonhar, imaginar – 2ª est. Desenvolvimento da


imaginação 4ª§:
- Realizar o desejo de ser
humano, evadindo-se da
mediocridade, da banalidade,
das limitações
- Encontra o prazer da
novidade da descoberta, da
assimilação de outras
experiências.

Interpretar – 1.ª estrofe Desenvolvimento da Para que se lê?:


Colorir, construir, desenhar, capacidade de interpretar e - Fazer uma análise crítica,
sentir, exprimir – 2.ª est construir mensagens – 4.º § e avaliando as ideias do autor e,
7.º §: eventualmente, a sua forma
- exercita a mente/imaginação de estruturar o texto ou,
e descobre que ele mesmo compreendendo a linguagem
pode criar; figurativa, o seu estilo
Finalidades/utilidades da leitura Como?
Ler, para quê? Ato de ler Ato de ler e Para que se lê?

escrever, acrescentando - Partilhar […], as


algo de novo, original, reflexões, a visão da
valorizando a sua expressão realidade, o
oral e escrita – reforça a sua posicionamento crítico do
capacidade de apreensão da autor • Poder cumprir
beleza; qualquer tipo de tarefa
- amplifica o seu poder de específica, a partir do texto,
crítica tal como responder a um
questionário, fazer uma
síntese, um resumo, uma
dissertação sobre o que é
tratado no texto
Descobrir-se – 4ª est Formação moral (pessoal)
- Compreender-se:
encontrar refletidos os seus
anseios, problemas.
Situação ou pretensas
soluções de vida
Análise dos textos “Ler, para quê?”
“Ato de ler” e “Para que se lê?

Finalidades de leitura: Ato de ler


- O(s) poder(es) da leitura: distração; formação intelectual e
moral; desenvolver a imaginação, criar diálogo com o autor,
arrastar o leitor para o imaginário; (1º§)
- Conduz ao prazer de ler, esquece-se das preocupações,
interrompe os afazeres, alivia o “stress”, repousa, distrai-se,
descobre e descobre-se, pode encontrar na palavra um outro
homem e a compreensão do mundo, pode levar à descoberta
da verdade. (2º§)
- Forma leitor, permitindo-lhe aceder a novos conhecimentos,
a cultura e à capacidade de decifrar mensagens e de
apropriar-se delas, aumenta a capacidade de reflexão e de
conceptualização. Contudo a prática da leitura poderá
permitir uma maior avaliação do livro que escolhe. (3º§)
- desenvolve a imaginação, pode levar o
leitor a afastar-se da ignorância; descobre
novidade, aventura e assimila outras
experiências; exercita a mente e descobre
que ele pode criar; valoriza a sua expressão
oral e escrita, reforça a sua capacidade de
apreensão da beleza e amplifica o poder da
crítica. (4º§)
- A interação entre o leitor e a escrita do
autor pode levar à aceitação ou à
resistência. (5º§)
Cont.
- A aceitação da mensagem pode ser
condicionada pela manipulação do leitor em
função de interesses pessoais, contudo a fuga
ao real pode não solucionar os seus
problemas. (6º§)
- arma poderosa – aquisição de conhecimento,
cultura, desenvolve capacidade intelectual,
autonomia pessoal e relação social, contudo
pode influenciar negativamente o leitor. (7º§)
Ler, para quê?
Lê-se para:
- adquirir conhecimentos, descobrir e
interpretar; (1ª. estrofe)
- exprimir sentimentos, sensações e
construir; (2ª estrofe)
- emocionar (3ª estrofe)
- descobrir-se (4ª estrofe)
Para que se lê?
- apreender o sentido global de um texto:
- responder às questões de compreensão textual;
- Analisar criticamente o texto (conteúdo,
estrutura e outros elementos textuais);
- Compreender aspetos gramaticais que
sustentam a malha textual (vocabulário e
conteúdos morfossintáticos);
- partilhar de forma reflexiva e crítica as ideias
do autor;
- cumprir tarefa específica a partir do texto;
- aumentar conhecimentos.
Finalidades de leitura
Lê-se para/por:
- adquirir conhecimentos;
- desenvolver as capacidades de: compreensão, de
interpretação de mensagens expressas num texto e de
expressão oral e escrita;
- a formação intelectual, moral, cultural, pessoal e
social do indivíduo;
- compreender e refletir criticamente sobre as ideias
do autor;
- prazer e deleite pessoal;
- realizar as tarefas escolares/académicas;
- necessidade de dialogar com grandes autores, etc.
Em síntese:

Os três textos evidenciam ser importante


para o desenvolvimento da competência
leitora:
- ler com frequência;
- selecionar bem o material de leitura e
- adotar uma postura e os procedimentos
adequados.
Ficha Informativa nº 1. Processo de Leitura

• Fases da leitura:
A. Fase de pré-leitura: leitura de contacto para
reconhecimento e enquadramento global
• Destina-se a ter uma visão imediata e
abrangente da obra, a fazer uma avaliação rápida do
seu conteúdo, nível de complexidade e interesse.
• Consiste em:
1. Observar o aspecto exterior (capa)
2. Ler o título (e subtítulos, se os houver), o nome
do autor e a data da publicação;
3. Ler as orelhas (extremidade da capa do livro
dobrada para dentro), se houver, ou a contra-
capa que, normalmente, contêm elementos
básicos sobre o livro e seu autor;

4. Tomar conhecimento do índice. Ele fornece


ao leitor a estruturação global da fonte, com os
seus capítulos e subdivisões;

5. Folhear o texto para ter noções gerais sobre


a organização da obra (partes, capítulos,
número de páginas, ilustrações, gravuras ou
diagramas, notas, etc.);
6. Anotar perguntas que surgem
espontaneamente. Neste 1º passo, elas
despertam a curiosidade e o interesse,
sendo um elemento importante para o
início da leitura.
B. Fase de leitura rápida, por alto ou em diagonal para
evocação de conhecimentos

 Passagem de olhos pelo texto (artigo, capítulo de livro, …)
que permite: a) descobrir o assunto/tema/problemas
abordados; b) activar e relacionar os conhecimentos já
existentes sobre o tema e sobre a época, necessários para o
aprofundamento da leitura.

 Consiste em:

1. Examinar atentamente o título e procurar adivinhar ou


predizer o conteúdo do texto (predição) e escrever uma frase
indicando o assunto que se espera ver tratado;
2. Relacionar o nome do autor e a data com a época em
foco e, eventualmente, o género e a corrente em que a obra se
insere;
3. Ler os textos introdutórios do livro
(prefácio, preâmbulo, introdução do livro) onde
são colocadas as grandes linhas da temática
abordada, se faz referência ao método usado e,
por vezes, se fornece pistas sobre o modo de
tirar proveito da leitura;

4. Observar atentamente aspectos do formato


ou pistas gráficas como: imagens, gravuras,
ilustrações, diagramas, esquemas e gráficos, etc.
Se lá estão é porque contêm informação.

5. Ler, eventualmente, o 1º capítulo e as


conclusões;
Cont.
C. Fase de leitura propriamente dita – leitura profunda para
compreensão

 Depois de ter descoberto a ideia principal, deve-se agora, definir


objectivo (s) para a leitura, isto é, pensar nas perguntas que se
espera que o texto vai responder. Podem ser perguntas mais
abertas ou mais específicas. Elas devem ser registadas de modo a
se tornarem em perguntas definidas e não interrogações vagas.
Esta medida é vital porque dá uma finalidade à leitura, o que
ajuda a superar a tendência para divagar. Se a leitura não tiver um
propósito definido, a atenção desviar-se-á.

 Esta leitura deve ser orientada de acordo com a natureza da
obra/texto, os objectivos definidos e as tarefas a cumprir após a
leitura
Consiste em: Ler para responder aos objectivos
de leitura, usando, combinadamente, as
seguintes estratégias para ler eficientemente:

1. Assinalar os parágrafos (estes geralmente


correspondem a unidades completas de sentido);
2. Ler a introdução/ 1º parágrafo (levanta a
questão a ser explorada) e a conclusão/último
parágrafo (revela a tese defendida pelo autor);
eventualmente, ler o parágrafo do meio;
3. Destacar (sublinhando) a primeira frase de
cada parágrafo (na maior parte das vezes
contém o tópico do parágrafo);
4. Examinar o tópico e identificar a forma de
desenvolvimento de cada parágrafo (dá pistas
importantes como: o autor define, fornece detalhes, faz
uma comparação, fundamenta, etc.);

5. Prestar atenção à construção frásica e fazer a análise


sintáctica, quando o sentido de uma frase não é captado à
primeira leitura e ela contém informação importante;

6. Parafrasear (interpretar o texto com palavras próprias,


mas mantendo o sentido original)

7. Assinalar, sublinhando, as expressões ou palavras


mais importantes (palavras-chave). Dar atenção ainda às
definições, fórmulas, esquemas, termos técnicos;
8. Procurar identificar a ideia principal de cada parágrafo e anotar à
margem uma frase que sintetiza essa ideia;

9. Procurar entender o sentido de cada uma das palavras


desconhecidas, pelo contexto, substituindo-as por sinónimos,
analisando os seus componentes (prefixo, sufixo, palavras de
base, …); comparando-as com outras semelhantes ou conhecidas;

10. Procurar os articuladores do discurso (identificar as palavras de


ligação entre as várias frases e os vários parágrafos) para verificar o
sentido que estas lhes dão: ver como as partes lógicas do texto estão
articuladas;

11. Prestar atenção à pontuação;

12. Dividir o texto em partes e dar um título a cada parte. Essa


actividade pode ser feita em forma de notas, mapa de ideias,
diagrama. No caso de um texto longo poder-se-á anotar as ideias de
cada secção ou parte.
 Recomendações no uso destas estratégias:

 Sublinhar:
 a) Para além de ser uma estratégia de compreensão, ajuda na
revisão posterior;
 b) Sublinhar tudo é o mesmo que não sublinhar nada;
 c) Sublinhar apenas em livros pessoais, não abusando dos traços e
cores;
 d) Um sublinhado só funciona para a pessoa que o fez, pois cada
pessoa tem o seu método e deve, portanto, desenvolver o seu.

 Anotar à margem:
 a) Anotar à margem também ajuda na revisão posterior;
 b) Cada pessoa escreve o que quer e como quer apenas nos seus
próprios livros. Contudo, as anotações devem ser claras e breves;
 c) Pode-se ir anotando também as reacções e comentários pessoais,
bem como referências a outras ideias sobre o assunto, defendidas
pelo mesmo autor ou por autores diferentes;
 Para desenvolvimento de uma forma própria de anotação, aqui
vão umas dicas: Comentários e reacções pessoais: (!), sinal de
surpresa ou entusiasmo; (?), sinal de dúvida, discordância ou
rejeição; Letras diversas para observações simples: (B), bom
ou bem; (I); importante ou interessante; (N), não; (R), rever;
nota de referência: Cf. Livro X pág. Y).

 Palavras desconhecidas:

O bom leitor não precisa ir ao dicionário ver o significado de
cada palavra que não entende. Consegue entender o
significado de uma palavra usando as estratégias referidas para
entender o sentido das palavras.
 Mas é aconselhável usar o dicionário quando não se conseguir
descobrir o significado de palavras desconhecidas que sejam
fundamentais para a compreensão do texto;
 Não tendo dicionário à mão, anota-se a palavra para esclarecer
depois.
Referências Bibliográficas
ANTÃO, Jorge Augusto Silva. Elogio da Leitura, Tipos e Técnicas de Leitura.
Lisboa: Edições ASA. 1997;
COUCHAERE, M-J. Leitura Activa. Porto: Porto Editora. 1989;
CADÓRIO, Leonor. O Gosto pela leitura. Lisboa: Livros Horizonte. 2001. Pp.
11- 36;
GIASSON, J. A Compreensão na Leitura. Lisboa: Edições ASA. 2000;
KLEIMAN, A. Leitura: Ensino e Pesquisa. Pontes: Campinas SP. 1989;
LOPES. A. M. et alii. Livro do aluno de Língua Portuguesa. Praia: Edições
Uni-CV. 2018
NASCIMENTO, Zacarias & PINTO, José M. A Dinâmica da Escrita. Lisboa:
Plátano Editora, 2001;
SILVA, Ermelinda S. et alii. Oficina de Leitura. Lisboa: Edições Asa. 2005;
SIM-SIM, I. et alii. O Ensino da Leitura: A Compreensão de Textos. Lisboa:
Ministério da Educação –

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