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MIC

SUMÁRIO
Conceito e terminologia básica:
1. Conceito de ciência.
1.1. Papel da ciência.
1.2. Funções da ciência.
2. Relação entre a ciência e a investigação
 O que é a ciência?
 Qual é o papel da ciência?
 Quais as funções da ciência?
 Quê relação existe entre ciência e
investigação?
Como foi que o homem chegou à ciência?
O que é Ciência?
 Kauark, Manhães e Medeiros (2010), consideram que o
homem chegou à ciência a partir do medo passando pelo
misticismo:
 Medo porque não conseguia entender os fenómenos naturais
(tempestades, variações de temperaturas) nem a sua própria
natureza humana, incapaz de domar a natureza, via-se inútil
e coisificado, um homem refém do aleatório.
 Misticismo porque tenta explicar os fenómenos com base em
crenças, superstições, ou seja, através de forças
sobrenaturais, pensamentos abstratos, magias, etc. Por
exemplo, as tempestades eram consideradas obras divinas,
resultantes da ira divina; uma boa colheita, caçada como
benevolência de um ser superior.
O que é a ciência?
 Não há uma definição única do conceito ciência
 Etimologicamente deriva do latim scire que
significa “saber” oferecendo o mesmo conteúdo
etimologico que “conhecimento”, do latim cognocsi,
que significa “conhecer”, ou seja, é um
conhecimento racional, sistemático e verificável.
( Freixo,2010, p. 31).
 Dentre as várias definições mais comuns,
destacando-se a essência do pensamento
científico, tem-se:
 É um conhecimento ordenado dos seres e das
suas propriedades através das suas causas
(Vilelas, 2009, p.32)
O que é a ciência?
 É todo um conjunto de atitudes e actividades racionais
dirigidas ao sistemático conhecimento com objecto
limitado, capaz de ser submetido à verificação (Trujillo
Ferrari, 1974 citado Marconi & Lakatos, 2003, p. 80)
 Conjunto de conceitos e propriedades que convergem
num objecto, e que contém dados, explicações, princípios
gerais e demonstrações acerca deste (Vilelas, 2009,
p.33).
 É uma forma de conhecimento que tem por objectivo
formular, mediante linguagem rigorosa e apropriada – se
possível, com auxílio da linguagem matemática –, leis
apresentam vários pontos em comum: são capazes de
descrever séries de fenómenos; são comprováveis por
meio da observação e da experimentação; são capazes de
 Vilelas (2009, p.339 afirma que a ciência é descritiva,
explicativa, investiga como são as coisas, como actuam,
como se relacionam, quando, como, onde e porquê.
 O autor conclui que a ciência é um conjunto unificado de
conhecimentos e investigações, de carácter objectivo,
acerca das relações entre os factos, que se descobrem
gradualmente e que se confirmam por métodos de
verificação bem definidos.
 Por existir uma pluralidade de fenómenos objecto da ciência,
exigindo diversos métodos científicos em que um
investigador não é capaz de dominar todos, constituíram-se
ao longo da história, várias disciplinas científicas ou áreas
científicas.
 Essas várias disciplinas científicas ou áreas científicas,
também chamadas por ciências particulares podem ser
classificadas provisoriamente de diferentes maneiras:
objecto, método, afinidade, complexidade, etc.
 Existem as ciências formais como as Matemáticas e a
Lógica que se ocupam de objectivos ideais, operando
dedutivamente, por não terem relação com algo real ou
seja palpável, mas seus resultados demonstram ou provam
hipóteses.
 As ciências que se ocupam de factos reais nas suas
variadas formas de manifestação como a física, a química,
a biologia, economia, gestão, são tidas como ciências
factuais, dividindo-se em naturais e sociais:
 Referem-se aos factos que ocorrem no mundo,
por isso, recorrem às experimentações e ás
observações para comprovar ou refutar suas
hipóteses ( Vilelas, 2009, p.33)
 As ciências naturais como a física, química e
biologia, também chamadas ciências exactas ou
físico-naturais, estudam factos ou fenómenos da
natureza.
 As ciências sociais ou humanas, estudam os
seres humanos, sua conductas e criações, são ta
´bém chamadas por ciências fácticas: psicologia,
história, economia, sociologia, etc.

Estudo independente: Estudar a classificação das ciências na


bibliografia disponibilizada
Qual o papel e a função da ciência?
O PAPEL DA CIÊNCIA HOJE: RELAÇÃO
ENTRE A CIÊNCIA E INVESTIGAÇÃO
MIC: Elementos Constitutivos de um projecto de pesquisa
Aula: 7,8,9, 10,11,12- 21/1272023- 04/01/2024

 Sumário:
2. Fases da Elaboração da Pesquisa
2.1 Escolha do tema
2.1.1 Generalidades
2.1.2 Factores a considerar na selecção do Tema
2.2 O Problema de Pesquisa
2.2.1 Formulação das hipóteses
Pesquisa científica é um conjunto de procedimentos
sistemáticos, baseados no raciocínio lógico, que tem por
objetivo encontrar soluções para os problemas
propostos mediante o emprego de métodos científicos.
(ANDRADE, 2001)

É uma actitude, um questionamento sistemático, crítico e


criativo, mais a intervenção competente na realidade, ou
o diálogo crítico permanente com a realidade em sentido
teórico e prático. (DEMO, 1996)

Pesquisa é um conjunto de ações propostas para


encontrar a solução para um problema que tem por base
procedimentos racionais e sistemáticos. (SANTOS,
2001)
Fases da Elaboração da Pesquisa

 O que o tema de investigação científica?


 Como formular um tema de investigação
científica?
 O que é o objecto de estudo?
 Como formular um objecto de estudo?
 O que é problema científico? Como se formula?
TEMA DE INVESTIGAÇÃO

 A investigação científica não se ocupa de todos os fenómenos vistos


pela população, ela faz uma selecção de objectos e temas de estudo;
 Faz a escolha de objectos de estudo que corporizam os temas de
investigação obedecendo a causas pessoais e sociais, aos
conhecimentos prévios e às inquietações que adquirem predomínio na
comunidade científica (Vilelas, 2009);
TEMA DE INVESTIGAÇÃO

 Um tema de investigação resulta de um objecto de estudo identificado


de um facto, seja de carácter social ou intelectual.
 Assim, o tema é o assunto que se deseja estudar (Marconi e Lakatos,
1999), a representação visual do objecto de estudo;
 Escolher um tema significa selecionar antes um objecto de estudo, em
função das inclinações, das possibilidades, das aptidões e das
tendências de quem se propõe investigar.
TEMA DE INVESTIGAÇÃO

Significa que a decisão por um ou outro tema


“requer que o investigador domine o assunto e
esteja apto a utilizar as fontes de consulta
bibliográfica” (Vilelas, 2009, p. 70)
TEMA DE INVESTIGAÇÃO

 Segundo Barros e Lehfeld (1994), a formulação do tema surge na


base do seguinte:
 Observação do quotidiano
 Vida profissional
 Programas de investigação
 Contacto com especialistas
 Sugestões de pesquisas já realizadas
 Estudo da literatura especializada
TEMA DE INVESTIGAÇÃO

 O objecto e tema estudo, formulam-se tendo em conta a relevância

e actualidade do problema, o conhecimento do investigador, sua

preferência e aptidão pessoal, vinculado a uma linha de pesquisa


 Supõe que nos objectos de estudo acima referenciado,

escolhêssemos a seguinte:
 Relação entre o alargamento da distribuição da energia

eléctrica e a satisfação da população do Zango 3.


TEMA DE INVESTIGAÇÃO

 Nesse caso, o tema pode ser:

 IMPLICAÇÕES DO ALARGAMENTO DA ENERGIA E O

DESEMPENHO DA POPULAÇÃO: Estudo de caso no

Zango 3 em Luanda.
TEMA DE INVESTIGAÇÃO

 O tema de uma pesquisa é o assunto que se deseja provar ou


desenvolver; "é uma dificuldade, ainda sem solução, que é misterioso
determinar com precisão, para intentar, em seguida, seu exame,
avaliação crítica e solução" (Asti Vera, 1976:97).
DELIMITAÇÃO DO TEMA DE INVESTIGAÇÃO

• Significa circunscrever o tema em termos concretos ao


nosso campo de interesse, especificar o que se
pretende alcançar e determinar claramente os seus
limites ( Vilelas, 2009)
• Para o efeito requere-se:
 Ideia do estado actual acerca dos conhecimentos na
área de investigação
 Conhecimento dos avanços e limites sobre o assunto
DELIMITAÇÃO DO TEMA DE INVESTIGAÇÃO

 Revisão bibliográfica mais ampla possível: livros, revistas


científicas, teses, dissertações e monografias ou outros trabalhos
científicos, internet.
 Selectividade da informação.
 Isto faz com que investigue apenas aquilo que é o seu objecto
de estudo, precisando o alcance dos seus esforços e resolver o
problema a que se propõe, poupando tempo e recursos.
Problema
Vulgarmente, um problema é qualquer preocupação (social, intelectual,
académica profissional, política, cultural, económica, etc.)

 Um problema é uma determinada questão ou um determinado assunto


que requer uma solução. A nível social, trata-se de um assunto
particular que, uma vez resolvido, se torna benéfico para a sociedade
(por exemplo, conseguir diminuir a taxa de pobreza de um país).
Problema

 Segundo a filosofia, um problema é algo que perturba a


paz e a harmonia de aquele(a)s que têm algum (que
passam por isso). Na aceitação da religião, um problema
pode ser uma contradição interna entre dois dogmas (como
é que um Deus omnibenevolente e todo poderoso permite
que haja sofrimento?).
Problema científico

 Ponto de partida para o conhecimento científico.


 Consequência do desconhecido ou seja efeito cuja
causa e solução se desconhecem no âmbito das
leis, teorias, conceitos, princípios científicos.
Problema científico

 Referência sobre algo oculto que se espera


conhecer dentro de uma teoria científica.
 Problema científico é geralmente uma pergunta
que inclui o objecto de estudo para o
conhecimento de algo desconhecido.
Problema científico

 Segundo Vilelas (2009, p.73) “o problema científico é


de difícil formulação, e deve tratar-se de uma situação
problemática que exige explicação ou pelo menos
compreensão do fenómeno observado”
Problema científico

 Becker (1997), considera que a formulação de um


problema científico requer:
 Pertinência científica do objecto de estudo;
 Familiaridade com o objecto de estudo;
 Motivação pessoal do investigador;
 Disponibilidade de recursos necessários à investigação
Problema científico

 Determinar com precisão significa enunciar um problema,


isto é, determinar o objetivo central da indagação. Assim,
enquanto o tema de uma pesquisa é uma proposição até
certo ponto abrangente, a formulação do problema é mais
específica: indica exatamente qual a dificuldade que se
pretende resolver
OBJECTO DE ESTUDO

Perante um problema social ou intelectual, o investigador


precisa de fazer a ruptura com o censo comum;

 Esta ruptura com o censo requer o cumprimento da LEI


designada por leitura para livrar-se dos preconceitos,
opiniões, percepções pessoais que podem contaminar o
conhecimento a ser produzido;
OBJECTO DE ESTUDO

Um problema de qualquer natureza trazido à ciência,


começa a ser estudado com uma pergunta de partida;

A partir dessa pergunta o investigador, valendo-se tanto da


leitura como da sua experiência, formula o objecto de
estudo;
OBJECTO DE ESTUDO

O objecto de estudo, neste caso, corporiza uma relação


entre fenómenos ou conceitos que se consideram ser
característicos do facto a ser estudado, sendo que um é o
conhecido e o outro será considerado como a causa.

Trata-se, assim, da relação da causalidade, ou seja, causa-


efeito;
OBJECTO DE ESTUDO

Um objecto de estudo, também conhecido como objecto de


conhecimento, significa uma relação entre conceitos,
fenómenos ou conceitos e fenómenos, devidamente
articulados entre si no processo de produção do
conhecimento científico.
 A construção de hipóteses

 O que é a hipótese?
 Como formular uma hipótese de
investigação científica?
 Quais são os tipos de hipóteses de
investigação científica?
Formulação das hipóteses

 CONCEITO

 Podemos considerar a hipótese como um enunciado geral de relações entre


variáveis (factos, fenômenos):

 a) formulado como solução provisória para um determinado problema;

 b) apresentando caráter ou explicativo ou preditivo;

 c) compatível com o conhecimento científico (coerência externa) e revelando


consistência lógia (coerência interna);

 d) sendo passível de verificação empírica em suas consequências.


Formulação das hipóteses

 Não existe regra para definição de hipóteses, mas é importante que o


pesquisador/estudante conheça bem a bibliografia da área, observe
bem os factos e tenha uma noção básica de como formular hipóteses
(que pode ser obtida lendo estudos anteriores)
Formulação das hipóteses

 O conhecimento é produzido com base em fenômenos observados, fatos


conhecidos ou fatos fundamentados em dados teóricos. Nesse contexto a
elaboração de hipóteses é de suma importância. Podemos conceituar
hipóteses como sendo supostas respostas para um problema em questão.
A utilização de hipótese no seu estudo pode trazer alguns benefícios, como:
• Delimitar o campo de estudo;
• Prever fatos com certa probabilidade de acertos;
Formulação das hipóteses

 Quando estamos fazendo nossos estudos, a hipótese passa por dois


processos, são eles: (1) Formulação da hipótese e (2) Teste da
Hipótese. Com o objectivo de buscar soluções para o estudo em
questão, as hipóteses podem ser comprovadas ou refutadas. Ambos
os casos são muito importantes, pois são considerados fontes de
conhecimento para o problema estudado.
Formulação das hipóteses

 Não se deve elaborar uma hipótese apenas para o problema em


questão, mas também hipóteses fundamentais do problema, que são
diferentes alternativas. Na formulação do problema é necessário que
cada meio alternativo seja especificado e que uma hipótese esteja
relacionada a cada alternativa. Desta forma, uma lista de hipóteses
alternativas deve ser feita e examinada para eliminar aquelas
alternativas que não venham ao encontro do propósito estabelecido no
estudo
Formulação das hipóteses

• A hipótese deve ser conceitualmente exacta, explicada por definições manuais


e operacionais;
• Sua escrita deve ser na forma de sentença declarativa;
• Deve ser específica e com referências empíricas;
• Deve estar vinculada ao método e técnica utilizada na pesquisa;
• Estabelecer relação entre duas ou mais variáveis;
• Deve ser simples e concisa;
• A hipótese não deve entrar em contradição com o seu enunciado;
• Em sua formulação evite termos subjetivos, como: bom, ruim, muito, pouco,
etc. Seja o mais exacto possível.
Formulação das hipóteses

 Exemplo: Suponha que você começou a investigar a taxa de mortalidade infantil em


um bairro da cidade de Luanda. Pois bem, o objectivo do seu estudo é saber o que
acontece naquele bairro para que ele tenha uma mortalidade tão elevada.

 Hipótese 1: a mortalidade infantil tem uma relação significativa com o tipo de


alimentação da criança.

 Hipótese 2: a mortalidade infantil tem uma relação significativa com a falta de


escolaridade dos pais.

 Hipótese 3: a mortalidade infantil tem uma relação significativa com a falta de


saneamento básico na localidade
Ciclo da Hipótese

 O estudante, com base nos conhecimentos adquiridos sobre o


assunto, elabora a hipótese, que nada mais é do que um suceder de
alternativas de reflexão e de experimentação. Depois de analisado os
dados, a hipótese pode ser confirmada ou rejeitada/refutada. No
primeiro caso, o estudante o resultado foi o que ele esperava, no
segundo, o resultado mostrou-se diferente do que ele imaginava.
Nesse ponto, dar-se início um novo ciclo, onde um novo estudo pode
ser feito para tentar confirmar uma outra ou a mesma hipótese.
Testando a sua hipótese

 Testar a hipótese é nada mais que verificar se os dados coletados confirmam


ou refutam a mesma. Em seguida, mostraremos três tipos de hipóteses que
são testadas com base nos métodos e técnicas de mensuração, de acordo
com o interesse do pesquisador/estudante.

 Exemplo: Suponha que você continua investigando a produtividade no


trabalho de um determinado grupo de empregados. Foi constatado um grupo
de empregados com baixa produtividade e que esse facto estava associado a
má alimentação. Podemos elaborar três hipóteses:
Exemplo

1. A baixa na produtividade está associada a alimentação inadequada.


Considere x como sendo a variável que representa a baixa produtividade
e y a variável que representa a má alimentação. Nesse caso, o estudante
só poderá identificar se existe ou não relação entre as duas variáveis.
Mas não é possível determinar qual delas poderia produzir alteração na
outra. Com essa hipótese, no máximo confirmaríamos se alimentação
inadequada estar ou não associada com a baixa produtividade.
Exemplo

2. A produtividade tem relação ou depende da alimentação. Considere x

como sendo a variável que representa a produtividade e y a variável que


representa a má alimentação. Nesse caso, o estudante tem condição de
determinar a direcção da relação da variável x (baixa na produtividade)
que depende da variável y (má alimentação).
Exemplo

3. A precarização da alimentação produz uma diminuição na


produtividade. Neste caso, alem de se estabelecer a ligação e a
dependência entre a variável x e a variável y, também é possível
determinar a natureza da relação.
Metodologia de Investigação Científica

2.1.1 Generalidades
Metodologia de Investigação Científica

2.1.2 Factores a considerar na selecção do Tema


Metodologia de Investigação Científica

2.2 O Problema de Pesquisa


Sumário

2.3 Recolha de dados


2.3.1 A Leitura
2.3.2 Desenvolvimento do acto de ler
2.3.3 Tipos de leitura( Leitura em diagonal ou pré-leitura, leitura de estudo,
leitura crítica)
2.3.3 Tipos de leitura( Leitura em diagonal ou pré-leitura, leitura de estudo,
leitura crítica)
2.3.4 Selecção de material de leitura
2.3.5 Análise do texto
 Passos para análise do texto
Recolha de dados

Recolha de dados é o processo de levantamento e avaliação de informação sobre


variáveis de interesse, de acordo com uma metodologia sistemática estabelecida,
que permita responder a perguntas de pesquisas, testar hipóteses e avaliar
resultados.

Isto significa que a recolha de dados é a atividade que consiste em compilar


informação dentro de um determinado contexto. Após reunir estas informações,
chegará o momento do processamento de dados, que consiste em trabalhar com
aquilo que foi recolhido para convertê-lo em conhecimento útil.
Recolha de dados

 Dentro da recolha de dados pode-se recorrer a diversas técnicas: os


inquéritos, a observação, a recolha de amostras e as entrevistas, entre
outras, permitem realizar a tarefa. Dependendo do tipo de dados, a
pessoa utilizará diferentes instrumentos (gravador de áudio, máquina
fotográfica, etc.).
Análise do texto

Analisar significa estudar, decompor, dissecar, dividir, interpretar. A análise


de um texto refere-se ao processo de conhecimento de determinada
realidade e implica o exame sistemático dos elementos; portanto, é
decompor um todo em suas partes, a fim de poder efetuar um estudo
mais completo, encontrando o elemento-chave do autor, determinar as
relações que prevalecem nas partes constitutivas, compreendendo a
maneira pela qual estão organizadas, e estruturar as ideias de maneira
hierárquica.
A Análise do texto

 É a análise que vai permitir observar os componentes de um conjunto,


perceber suas possíveis relações, ou seja, passar de uma ideia-chave
para um conjunto de ideias mais específicas, passar à generalização e,
finalmente, à crítica. Portanto, a primeira parte compreende a
decomposição dos elementos essenciais e sua classificação, isto é,
verificação dos componentes de um conjunto e suas possíveis
relações. Dito de outra forma, passa-se de uma ideia-chave geral para
um conjunto de ideias mais precisas.
Análise do texto

 1.2.2 A análise do texto tem como objectivo levar o estudante a: a)


aprender a ler, a ver, a escolher o mais importante dentro do texto; b)
reconhecer a organização e estrutura de uma obra ou texto; c)
interpretar o texto, familiarizando-se com ideias, estilos, vocabulários;
d) chegar a níveis mais profundos de compreensão;
A Análise do texto

 e) reconhecer o valor do material, separando o importante do secundário


ou acessório; f) desenvolver a capacidade de distinguir factos, hipóteses e
problemas; g) encontrar as ideias principais ou diretrizes e as secundárias;
h) perceber como as ideias se relacionam; i) identificar as conclusões e as
base que as sustentam.
A Análise do texto

Por sua vez, o procedimento deve conter as seguintes etapas:

 a) para se ter um sentido completo, proceder à sua leitura integral com o


objetivo de obter uma visão do todo; b) reler o texto, assinalando ou anotando
palavras e expressões desconhecidas, valendo-se de um dicionário para
esclarecer seus significados; c) dirimidas as dúvidas, fazer nova leitura,
visando à compreensão do todo; d) tornara ler, procurando a ideia principal ou
palavra-chave, que tanto pode estar explícita quanto implícita no texto;
 às vezes, encontra-se confundida com aspectos secundários ou
acessórios; e) localizar acontecimentos e ideias, comparando-os entre
si, procurando semelhanças e diferenças existentes; f) agrupá-los, pelo
menos por uma semelhança importante, e organizá-los em ordem
hierárquica de importância; g) interpretar as ideias e/ou fenômenos,
tentanto descobrir conclusões a que o autor chegou e depreender
possíveis ilações; h) proceder à crítica do material como um todo e
principalmente das conclusões.
Partes da Análise de Texto

 A análise divide-se em três partes.

A primeira é a análise dos elementos, consistindo no levantamento de


todos os elementos básicos constitutivos de um texto, visando à sua
compreensão. Os elementos podem aparecer de modo explicíto ou
implícito, dependendo de como o autor os apresenta. Alguns são
facilmente identificáveis, outros exigem mais esforço, uma leitura 30
continuada, análise mais profunda, reflexão e, em alguns casos,
pesquisas de outras fontes para melhor entender a mensagem do autor.
Partes da Análise de Texto

 Análise das relações é a segunda parte. Tem como objetivo encontrar


as principais relações, em estabelecer conexões com os diferentes
elementos constitutivos do texto. Uma análise mais completa exige não
só a evidência das partes principais do texto, mas também a indicação
de quais delas se relacionam com o tema ou hipótese central. Esse
tipo de análise permite verificar se há ou não coerência em relação aos
elementos, entre as diferentes partes do texto, e entre elas e a ideia
central. As relações podem ser encontradas entre:
Partes da Análise de Texto

 • ideias secundárias;
 • fatos específicos que conformam uma opinião;
 • pressupostos básicos de uma tese ou reflexão sobre a qual se apoia;
 • elementos de causa e efeito;
 • elementos de argumentação e afirmações pertinentes ou não.
Partes da Análise de Texto

 A terceira parte é a análise da estrutura. Nela, verificam-se as partes de um


todo, procurando evidenciar as relações existentes entre elas. Esse tipo de
análise encontra-se em nível mais complexo que os anteriores. As estruturas
podem ser:

 a) estática - resultante de um processo de sucessão de fenômenos pré-


estabelecidos, como os textos de História. A ordem estrutural estabelece o tipo
de disposição; enumeração dos elementos constitutivos básicos, descrição das
relações de todos os elementos (como um todo e entre si) e análise do
processo que os originou;
Partes da Análise de Texto

 b) dinâmica - geradora de um processo.

O ordenamento consiste em enumerar as partes constitutivas básicas e


descrever seu funcionamento e finalidade. Neste tipo estão enquadrados
os textos de ciências sociais
Passos para análise do texto

 Análise textual.

Inicia-se com a atuação do professor, dando algumas explicações sobre o autor,


vocabulário específico e outros fatos que sejam julgados importantes para a
compreensão da parte examinada. A seguir, identificado o texto como uma
unidade que apresenta um pensamento completo, cada estudante,
individualmente, deve fazer uma leitura rápida para ter uma visão de conjunto
da unidade. Leituras sucessivas vão permitir, em primeiro lugar, assinalar e
esclarecer palavras desconhecidas e, em segundo, esquematizar o texto, com a
finalidade de evidenciar sua estrutura redacional.
Exemplo

Análise Textual:

a) Professor:

• referências do autor; • esclarecimento do vocabulário específico; •


estabelecimento da unidade de leitura.

b) Estudante:

• leitura rápida do texto todo para obter uma visão global, assinalando palavras
desconhecidas e dúvidas; • encontrar o significado das palavras e dirimir as
dúvidas; • formar um esquema visando à estrutura redacional.
Passos para análise do texto

 Análise temática.

Individual. Permite maior compreensão do texto, fazendo emergir a ideia


central e as secundárias, as unidades e subunidades de pensamento, sua
correlação e a forma pela qual esta se dá. Adentrando no mundo de
ideias do autor, podese, esquematizar a sequência das várias ideias,
reconstituindo a linha de raciocínio do autor e fazendo emergir seu
processo lógico de pensamento.
Exemplo

 Análise Temática
 Estudante:

• releitura para apreender o conteúdo; • nova leitura para separar idéias


centrais das secundárias; • verificar a correlação entre elas, seu modo e
forma; • procurar respostas para as questões: sobre o que versa este
texto? O que influi para lhe dar uma unidade global? • reconhecer o
processo de raciocínio do autor; • redigir um esquema que revele o
pensamento lógico do autor.
Passos para análise do texto

 Análise interpretativa e crítica. Individual. Procurar associar as idéias


expressas pelo autor com outras de conhecimento do estudante, sobre
o mesmo tema. A partir daí, fazer Uma crítica, do ponto de vista da
coerência interna e validade dos argumentos empregados no texto e
da profundidade e originalidade dada à análise do problema; realizar
uma apreciação pessoal e mesmo emissão de juízo sobre as idéias
expostas e defendidas. Elaborar um resumo para discussão.
Exemplo

 Análise Interpretativa e Crítica

 Estudante:

• correlacionar as idéeias do autor com outras sobre o mesmo tema; •


realizar uma crítica fundamentada em argumentos válidos, lógicos e
convincentes; • fazer um resumo para discussão.
Passos para análise do texto

 Problematização Grupal.

Pode envolver pequenos grupos de estudo, entre 5 e 10 elementos, ou a


classe como um todo. Nesse momento as questões explícitas ou mesmo
implícitas no texto são levantadas e debatidas. Da mesma forma, de
modo criativo, debatem-se questões afins que os estudantes podem
associar ao texto. Podem também ser colocadas opiniões pessoais, dos
estudantes e do professor, sobre as questões abordadas, baseadas em
outros textos, obras e autores
Exemplo

 Problematização

 a) Grupo ou Classe: • debater as questões explícitas ou implícitas do


texto; • levantar novas questões pertinentes ao texto.

 b) Todos + Professor: • colocar opiniões pessoais sobre as questões


do texto; • extemar colocações fundamentadas em outras obras e
autores.
Passos para análise do texto

 Conclusão pessoal. Individual. Trata-se, na realidade, de uma


verdadeira reelaboração pessoal da mensagem transmitida pelo texto,
sob a ótica de todas as contribuições dadas na discussão global. Esta
etapa finaliza-se com a elaboração de um texto, uma espécie de
resumo próprio que contém, entretanto, crítica e reflexão pessoais.
Exemplo

 Conclusão Pessoal

 Estudante:

 • reelaboração do processo de compreensão da mensagem do autor,


com inclusão das colocações gerais do item anterior; • elaboração de
novo resumo aduzindo reflexões pessoais e críticas.
Referência Bibliográfica

 CERVO, Amado L, & BERVIAN, Pedro. A.- Metodologia de Investigação


Científica 5.ed. São Paulo: Mc Graw-Hill do Brasil, 2006
 Gomes, Maria Aparecida Mezzalira; O desenvolvimento da leitura no Ensino
Básico O desenvolvimento da leitura.
 Vieira, José Guilherme Silva. Metodologia de pesquisa científica na prática–
Curitiba: Editora Fael, 2010.
 Marconi, Marina de Andrade; Lakatos, Eva Maria. Fundamentos de Metodologia
Científica. São Paulo Editora Atlas S.A. - 2003

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