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AS MEDIDAS
DE RECUPERAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA URBANA

AS MEDIDAS
DE RECUPERAÇÃO DO PARQUE HABITACIONAL
Os problemas urbanos referidos anteriormente são, ao mesmo

tempo, causa e consequência da progressiva degradação

urbanística, arquitetónica, social e ambiental das cidades.

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 PAPEL
DO
PLANEAMENTO

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A ausência de uma política de planeamento urbano que promovesse um crescimento

ordenado, coeso do ponto de vista social e viável do ponto de vista económico, contribuiu

claramente para a diminuição da qualidade de vida nas cidades. Para inverter este cenário,

assistimos em Portugal, nas últimas décadas, a uma promoção do ordenamento do território,

onde o planeamento urbano surge como um processo fulcral que visa não só a prevenção

como a resolução dos problemas nas áreas urbanas.

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A partir dos anos 80 do século passado, Portugal começou a implementar um

conjunto de planos de ordenamento do território que atuam a várias escalas,

desde o nível nacional ao regional e ao local, e visam a recuperação da qualidade

de vida nas cidades, valorizando-as. Esses instrumentos de gestão territorial (IGT)

estão enquadrados pela lei de bases gerais da política pública de solos, de

ordenamento do território e de urbanismo.

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Instrumentos de gestão
territorial articulados
em diferentes escalas

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 Ao nível municipal,
encontramos vários
instrumentos de
planeamento que
orientam a ocupação, o
uso e a transformação
dos solos para efeitos
urbanísticos.

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 A recuperação do património está, então, contemplada no

ordenamento do território e do urbanismo e visa a recuperação

da cidade que passa então por um crescimento harmonioso e

sustentado, que traduza emprego, segurança e melhores condições

de vida para a população.

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A degradação da qualidade de vida nas cidades

tornou urgente a revitalização urbana, ao nível

do edificado, das atividades económicas e do

espaço público. Através de ações de

reabilitação urbana, renovação urbana e de

requalificação urbana, a revitalização urbana

visa a recuperação da centralidade, da

vitalidade e da competitividade do espaço

urbano, numa perspetiva que vise uma maior

sustentabilidade ambiental, económica e

social. 10
A qualidade de vida nas cidades resulta de um cruzamento de qualidades que
contemplam não só o que se passa no espaço urbano, mas também na vida
individual e social dos seus habitantes...
A recuperação da cidade – a reurbanização – implica um crescimento harmonioso, que
traduza o desenvolvimento sustentável. Esta recuperação visa promover:

a) A melhoria das condições de vida e de trabalho das

populações, no respeito pelos valores culturais, ambientais e
paisagísticos;
b) A distribuição equilibrada das funções de habitação, o
trabalho, a cultura e o lazer;

c) A reabilitação e a revitalização dos centros históricos e dos

elementos do património cultural classificados;

d) A recuperação ou reconversão de áreas degradadas;

e) A reconversão de áreas urbanas ilegais. PORTO

 • travar e inverter a saída de população
Assim: (sobretudo jovem) para a periferia;
• recuperar o parque habitacional;
• e resolver os problemas de:
– habitação, de saúde, de lazer, de
educação, de circulação rodoviária
e de estacionamento
são fundamentais para recuperar a
atratividade da cidade.

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A maioria dos problemas sociais sentidos nos

meios urbanos relaciona-se diretamente com

as más condições de habitação:

- não só no que respeita ao alojamento em si;

- mas também às características do próprio

bairro.
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Por esta razão, as ações a desenvolver tendentes a solucionar os
problemas detetados (e, portanto , a melhorar a qualidade de vida
urbana):

passam pela recuperação dos

bairros residenciais que oferecem
piores condições de habitabilidade.

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 Formas de

intervenção para a

sua melhoria

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A recuperação do património urbano

é viável por vários processos:

 Renovaç
ão
urbana

SOLUÇÕES
Reabilitação PARA OS
urbana ESPAÇOS Requalificação
URBANOS urbana

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 REABILITAÇÃO URBANA
Conjunto de ações que visam regenerar e
conservar o património edificado ou o
ambiente urbano. Para além da recuperação
de edifícios históricos e de paisagens
urbanas, incluem ainda a modernização e
melhoria de equipamentos e respeito pelas
normas e regras ambientais de segurança,
promovendo a melhoria da qualidade de
vida e mantendo a função original dos
espaços, bem como o estatuto
socioeconómico dos moradores.
uma intervenção nas áreas degradadas,
visando melhorar as condições físicas do
património edificado, de forma a revitalizar a
cidade, a partir do restauro ou conservação,
manutenção, recuperação e readaptação dos
imóveis e de espaços públicos.
Implic uma intervenção em que funções existentes
são mantidas, bem como o estatuto
a: socioeconómico dos moradores.
está associada, entre outros, a programas
como o PRAUD (Programa de Recuperação de
Áreas Urbanas Degradadas) e o RECRIA
(Regime Especial de Comparticipação na
Recuperação de Imóveis Arrendados), ao
IRRRU (Instrumento Financeiro para
reabilitação e regeneração Urbanas), ao
Reabilitar para Arrendar e ao programa
JESSICA (Iniciativa da Comissão Europeia, com
o apoio do Banco Europeu de Investimento). 18
• Em Lisboa e no Porto, a reabilitação tem sido impulsionada
pelo investimento em alojamentos turísticos e pela procura
de habitação de luxo, verificando-se um processo de
gentrificação – substituição de residentes de menores
recursos por outros de maior poder económico -, que
poderá descaracterizar as cidades, sendo necessário que a
política urbana previna esse problema.

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 REQUALIFICAÇÃO URBANA

A requalificação urbana assenta numa alteração funcional dos

edifícios e dos espaços devido à redistribuição da população e
das atividades económicas, procedendo ao ordenamento de
áreas degradadas ou desocupadas, na valorização da cidade nos
domínios urbanísticos, social e ambiental, melhorando a sua
atratividade e competitividade.

Associada ao programa POLIS e Polis XXI (Programa Nacional de

Requalificação Urbana e Valorização Ambiental das Cidades) e ao
IFRRU que também apoia as operações de requalificação urbana.

Hotel da Oliveira, Guimarães

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Programa
PRAUD – 1990/2002
(Programa de Recuperação de Áreas
Urbanas Degradadas)
URBAN I 1994/1999 e URBAN II
2000/2006
(Programa de Reabilitação Urbana)
PER 1993/1999
(Programa Especial de Realojamento)
POLIS 2000/2006 e POLIX XXI 2007/2013
(Programa Nacional de Requalificação
Urbana e Valorização Ambiental das
Cidades)
Surge na sequência do PROSIURB, que visava o
apoio dos municípios na execução dos Planos
Estratégicos para as cidades e para a
recuperação de espaços patrimoniais.
Programas de intervenção urbana
Alguns objetivos
• Promover, em parceria com as autarquias, operações de reabilitação ou
renovação das áreas urbanas degradadas;
• Promover a criação de gabinetes técnicos pluridisciplinares com o apoio das
Câmaras Municipais para assegurarem todas as operações de reabilitação;
• Comparticipar nos custos de reabilitação ou renovação das áreas urbanas
degradadas.
• Apresentar e aplicar estratégias inovadoras de revitalização socioeconómica
sustentável.
• Promoção da habitação de custos controlados ou habitações sociais.
• Desenvolver grandes operações integradas de requalificação urbana com uma forte
componente de valorização ambiental;
• Desenvolver ações que contribuam para a requalificação e revitalização de centros
urbanos e que promovam a multifuncionalidade desses centros;
• Apoiar outras ações de requalificação que permitam melhorar a qualidade do ambiente
urbano e valorizando a presença de elementos ambientais estruturantes (frentes de rio
ou de costa);
• Apoiar iniciativas que visem aumentar os espaços verdes, promover áreas pedonais e
condicionar o trânsito automóvel em centros urbanos.
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 RENOVAÇÃO URBANA

•consiste na:
• demolição total ou parcial dos edifícios e/ou infraestruturas antigas e
degradadas de uma determinada área;
• na construção de novos imóveis, o que implica uma alteração das
estruturas existentes;
• na criação de áreas residenciais para a população de classe social mais
favorecidas – classes altas;
• no aparecimento de funções terciárias de nível superior.
 RENOVAÇÃO URBANA
• de estatuto socioeconómico, na medida
em que se procede à reconstrução de
novos e modernos edifícios, ocupados,
está associada a uma agora, por classes mais favorecidas;

mudança de... • de estatuto funcional, pois, por exemplo,

as antigas lojas serão agora substituídas
por funções terciárias de nível superior
(bancos, comércio de luxo, etc.).

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RENOVAÇÃO URBANA

• A eliminação dos bairros degradados de barracas (tal como

aconteceu na zona oriental de Lisboa para a construção da na Expo
A renovação 98, que era uma área industrial degradada que foi substituída por
outra de comércio e serviços especializados, com habitação de
urbana implica... qualidade, constituindo um novo centro da cidade) – Parque das
Nações, Lisboa
• Intervenção Operacional Renovação Urbana (IORU).
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