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IMPACTOS DA EXPANSÃO URBANA (FASE CENTRÍFUGA) EM PORTUGAL

Sociais – Ambientais – Territoriais


Deve-se, em primeiro lugar, salientar que a expansão urbana, sobretudo o
processo de desconcentração (fase centrífuga), e, em particular, o
processo de suburbanização, ocorreu, em Portugal, de forma muito
repentina e muito caótica, o que teve, em grande parte, a ver com a
ausência de Planos de Ordenamento, nomeadamente os Planos ao nível
municipal. É só na década de 1990, que se põem em prática os Planos de
Ordenamento (regionais e municipais). Os PDM’s (Planos Diretores
Municipais) começam a ser implementados no final da década de 1980 e é
a União Europeia que força Portugal a concluí-los e a pô-los em prática.
O processo de periurbanização não trouxe os mesmos problemas que a
suburbanização, pois processou-se de uma forma mais organizada.
 Proliferação de habitações de má qualidade de construção,
muitas vezes ocupando linhas de água e leitos de cheia ou em
zonas de forte declive;
 Bairros clandestinos/”Bairros de lata”
 Problemas de abastecimento de água e saneamento básico;
 Movimentos pendulares – consumo de combustível; poluição
atmosférica;
 Resposta desadequada dos transportes públicos suburbanos à
procura; deterioração da qualidade dos mesmos;
 Aumento dos custos das deslocações diárias e o tempo
despendido, o que afeta a qualidade de vida das famílias e
compromete a produtividade das empresas;
 Habitação precária;
 Serviços públicos insuficientes;
 Resposta, por vezes, desadequada das redes de saneamento
básico, luz e água;
 Destruição de solos com boa aptidão agrícola.

Soluções: a importância dos PDM’s, a criação das Áreas Metropolitanas e


os Programas de requalificação urbana
A criação e aplicação dos PDM´s foi fundamental para minimizar os
impactos ambientais, socioeconómicos e territoriais gerados pelo
processo de expansão urbana (fase centrífuga). De facto, desde a
aplicação dos PDM´s que foi possível corrigir muitos desses problemas,
pois foram definidas áreas especificas de intervenção nos municípios,
consoante as características naturais e humanas desses mesmos espaços.
Ou seja, passaram a existir regras urbanísticas que respeitavam as
exigências definidas nesses mesmos planos.
Convém referir que a aplicação dos PDM´s no território nacional foi feita
de forma desigual, o que comprometeu em parte o correto ordenamento
do território. Como é evidente, a execução dos PDM´s revelou-se muito
mais importante nas áreas urbanas do litoral, e nomeadamente nos
concelhos das chamadas áreas metropolitanas.
A IMPORTÂNCIA DAS ÁREAS METROPOLITANAS
Foi em 1991 que se criaram a área metropolitana de Lisboa e a
área metropolitano do Porto. A sua criação contribuiu também para
reduzir os impactos da expansão urbana desordenada, pois todos os
concelhos que fazem parte das áreas metropolitanas estabeleceram
acordos de cooperação em áreas de interesse comum, como são exemplo
o tratamento de resíduos sólidos urbanos, a gestão da água, o
saneamento básico, a recolha do lixo, etc… De salientar que, em 2003 e
2013, houve um reforço das áreas metropolitanas, ou seja, passaram a ter
mais autonomia e poder de decisão. É em 2013 que também são criadas
as Comunidades Intermunicipais, funcionando ao nível dos municípios das
NUTSIII.
A IMPORTÂNCIA DOS PROGRAMAS DE REQUALIFICAÇÃO URBANA
Para além da aplicação dos PDM´s e da criação das áreas metropolitanas,
foram criados alguns programas financiados pelo governo e mesmo pela
União Europeia que visavam a recuperação da qualidade da vida urbana.
Estas ações incidem em três vertentes:
 Reabilitação- consiste no restauro da fachada nos edifícios,
não alterando a função existente;
 Requalificação- consiste na recuperação de edifícios,
alterando a sua função inicial ( ex: fábricas convertidas em
museus, armazéns transformados em discotecas,…)
 Renovação- consiste na demolição de áreas degradadas na
cidade para se reconstruirem novos espaços habitacionais, de
comércio, de serviços,…( ex: Parque das Nações, Nova
centralidade da cidade de Lisboa que resultou da
transformação de uma área industrial e muito degradada,…)

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