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Luís de Camões, Os Lusíadas

Plano das Reflexões do Poeta


Temas das reflexões:

Fragilidade da vida
humana
(canto I, 105-106)
(canto V, 92-100)

(canto X, 145-156)
Reflexões

do poeta Queixas do poeta /


(tom antiépico*)
critérios de seleção dos
merecedores
(canto IX, 88-95)
do canto
(canto VII, 78-87))

(canto VIII, 96-99)

Tom antiépico: o poeta, nas suas reflexões, coloca de parte a exaltação feita ao povo
português e revela alguns dos males e vícios da sociedade do seu tempo.
Canto I [est. 105-106]
• Acontecimento motivador da reflexão:

Indo contra a decisão tomada no consílio dos deuses para


ajudar a armada portuguesa, Baco prepara várias ciladas aos
portugueses em Moçambique e Quíloa, entre as quais o envio
de um falso piloto que tinha por missão enganar Vasco da Gama
e conduzir os portugueses em direção a uma armadilha que os
iria destruir. Conseguem, contudo, ultrapassar o perigo devido à
interferência e à ajuda de Vénus.
Est. 105, vv. 1-4 (Introdução)
105 O poeta começa por fazer uma articulação com
O recado que trazem é de amigos, episódio anterior: Vasco da Gama sofreu uma
Mas debaixo o veneno vem coberto; cilada em Moçambique
Que os pensamentos eram de inimigos,
Segundo foi o engano descoberto.
Ó grandes e gravíssimos perigos! Est. 105, vv. 5-8 (Desenvolvimento)
Ó caminho de vida nunca certo: est. 106, vv. 1-4
Que aonde a gente põe sua esperança, O poeta reflete sobre o caráter trágico da
Tenha a vida tão pouca segurança! condição humana e sobre a fragilidade/
insegurança humana quer no mar quer na
106
terra.
No mar tanta tormenta, e tanto dano,
Tantas vezes a morte apercebida!
Na terra tanta guerra, tanto engano, Est. 106, vv. 5-8 (Conclusão)
Tanta necessidade avorrecida! Na interrogação final, o poeta deixa
Onde pode acolher-se um fraco humano,
transparecer a ideia de que a fragilidade do
Onde terá segura a curta vida,
Que não se arme, e se indigne o Céu sereno ser humano dificulta ou torna impossível
Contra um bicho da terra tão pequeno? encontrar um lugar seguro
Luís de Camões, Os Lusíadas – Síntese da unidade

Reflexões do poeta (tom antiépico)

Fragilidade da vida • Consciencialização do carácter terreno/mortal/


humana efémero da vida humana e da pequenez e fraqueza
(I, 105-106) do ser humano (em oposição à força dos perigos
envolventes)

Desprezo pelas • Crítica à falta de cultura dos portugueses, que leva à


artes e pelas letras desvalorização da arte
(V, 92-100) • Constatação de que a ausência de quem divulgue
literariamente os feitos heroicos levará ao
desaparecimento dos heróis
• Censura ao facto de os portugueses serem
dominados pela austeridade, pela rudeza e pela falta
de “engenho”
Luís de Camões, Os Lusíadas – Síntese da unidade

Reflexões do poeta (tom antiépico)

Queixas do • Expressão dos infortúnios pessoais (vida de perigos


poeta / Critérios diversos, de guerras, de viagens atribuladas por mar
de seleção dos e por terra, errância, pobreza, desterro,
merecedores do incompreensão por parte dos contemporâneos)
• Apresentação de critérios de seleção dos que
canto (VII, 78-87)
merecem e dos que não merecem ser cantados

Poder do dinheiro • Crítica aos efeitos gerados pela ambição do dinheiro


(VIII, 96-99) (rendição de fortalezas, transformação de nobres em
pessoas vis, promoção da deslealdade, corrupção do
que é puro, deturpação da justiça e da ciência)
Luís de Camões, Os Lusíadas – Síntese da unidade

Reflexões do poeta (tom antiépico)

Imortalização do • Considerações sobre o caminho a percorrer para


nome (IX, 88-95) alcançar a fama/imortalidade (renúncia ao ócio, à
cobiça, à ambição desmedida e à tirania; promoção
da justiça e igualdade, da defesa da fé cristã e da
pátria)

Desvalorização da • Desalento face a uma pátria decadente que


arte/Exortações a despreza as artes e menospreza a obra do próprio
D. Sebastião Camões
(X, 145-156) • Apelo a D. Sebastião para liderar Portugal na
realização de novos feitos gloriosos
Luís de Camões, Os Lusíadas – Síntese da unidade

Reflexões do poeta
Canto I Canto V Canto VII Canto VIII Canto IX Canto X

Tentativa de Narração das Desembarque Última Desembarque Embarque dos


destruição peripécias dos dos nautas intervenção dos nautas na portugueses na
dos Portu- nautas, desde na Índia e de Baco, Ilha dos Ilha dos
gueses e a partida de primeiras traição e Amores e sua Amores e
chegada Lisboa até à diligências suborno do união com as regresso a
destes a chegada a Catual ninfas Lisboa
Mombaça Melinde

Reflexão Reflexão Reflexão Reflexão Reflexão Lamentação


do poeta do poeta do poeta do poeta do poeta do poeta
(fragilidade (desprezo (queixa dos (poder do (imortalização (desvalorização
da vida pelas artes infortúnios; dinheiro) do nome) da arte) e
humana) e pelas letras) critérios de exortações
seleção dos que a D. Sebastião
merecem ser
cantados)
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