Você está na página 1de 11

Ficha informativa n º 3

Coerência textual

A coerência textual confere sentido a um texto, dependendo das


seguintes regras:
Coerência lógico-conceptual Relevância: as ocorrências textuais
devem ser pertinentes.
Não contradição: as ocorrências
textuais não devem ser
contraditórias.
Não redundância (não tautologia):
as ocorrências textuais não devem
reiterar informação.
Coerência pragmático-funcional Eficácia comunicativa: adequação
ao contexto e à intenção
comunicativa.
Ficha informativa n º 3

Coesão textual

A coesão textual contribui para a coerência do discurso. Através


de mecanismos linguísticos, lexicais e gramaticais assegura-se a
progressão, a continuidade e o sentido do texto.
Ficha informativa n º 3

Coesão textual

Coesão lexical

Reiteração Retoma por repetição do vocábulo ou expressão.

Sinonímia Retoma por vocábulo ou expressão de significado


equivalente.
Antonímia Retoma por utilização de vocábulo ou expressão oposta.
Substituição
Hiperonímia/ Retoma por utilização de vocábulo ou expressão com
Hiponímia significado mais geral ou mais particular.
Holonímia/ Retoma por utilização de vocábulo ou expressão que
Meronímia designa a parte ou o todo.
Ficha informativa n º 3

Coesão textual

Coesão gramatical
Interfrásica Mecanismos de ligação de frases e parágrafos através de
conectores, coordenação e subordinação, pontuação.

Frásica Mecanismos de ligação dos elementos da oração através


de concordância em género e número, ordenação de
palavras e funções sintáticas.
Referencial Mecanismo que permite uma correta identificação dos
referentes através da anáfora (retoma do antecedente).
O referente pode estar depois (catáfora), omisso (elipse)
ou designado por outro termo (correferência)
Temporal Mecanismo que permite a compreensão das relações
temporais, através do uso correlativo dos tempos
verbais e do uso de expressões adverbiais ou
preposicionais com valor temporal.
Exercícios no manual antigo
1- Explica, por palavras tuas, a incoerência de cada frase.

a) O João, O Pedro e o Ricardo leram Vieira e ambos apreciaram o texto,

A palavra “ambos” remete para duas pessoas e não para três.


Incoerência lógico-conceptual - contradição

b) O índio foi assassinado ontem à noite. O seu estado inspira confiança.


Se o índio foi morto, não há nada a fazer por ele.
Incoerência lógico-conceptual - contradição

c) Todos os dias, temos aulas diariamente.

Redundância entre “todos os dias” e “diariamente”.


Incoerência lógico-conceptual - redundância
d) Os dois pregadores, Santo António e Vieira, constituem um trio crítico

“Dois” é contraditório de “três”.


Incoerência lógico-conceptual - contradição

e) O Brasil, país africano, era palco de lutas entre os europeus.

O Brasil é um país do continente americano.


Incoerência lógico-conceptual - relevância
2- Identifica os princípios de coerência (não contradição, não redundância e
relevância) que não foram respeitados no texto seguinte.

Vieira travou várias lutas contra os poderosos,


defendendo os direitos dos indígenas
brasileiros
Princípio da nãoecontradição
dos cristãos-novos.
– se lutou, não foi alheio àEra, portanto,
realidade.

alheio à realidade que o circundava. Vieira


combateu pelos direitos dos escravos
brasileiros e judeus que se tinham convertido.
Princípio da redundância – repetição da 1ª frase.
O Jesuíta escreveu a História do Futuro.
Princípio da relevância – a afirmação não tem nada a ver com o que foi anteriormente dito.
3- Restabelece a coerência nos enunciados apresentados.

a) Professor, dá-me aí o livro que contém os sermões completos de Vieira.


“Professor, dê- me o livro, se faz favor, …”
Coerência pragmática-funcional - Falta de eficácia comunicativa
(adequação do registo de língua adequado ao interlocutor)

b) Ministro, já leste o Sermão de Santo António aos Peixes?

“Sr. Ministro, já leu …?”


Coerência pragmática-funcional - Falta de eficácia comunicativa
(adequação da forma de tratamento ao interlocutor)
4- Estabelece as correspondências corretas entre os exemplos textuais da coluna A,
distinguindo os mecanismos de coesão adicionados na coluna B.
COLUNA A COLUNA B
a) Nos peixes tudo é extraordinário: as barbatanas, 1- Coesão lexical - reiteração
guelras, escamas, tudo, enfim, nos fascina.
2
b) Os índios eram explorados pelos colonos; os colonos 2- Coesão lexical – substituição
não respeitavam nenhum dos seus direitos. 1 (merónimo/holónimo)
c) O peixe é abundante na costa brasileira, roncadores, 3- Coesão lexical – substituição
voadores, pegadores, tubarões são exemplos dessa (sinónimos)
biodiversidade.
6
d) Os colonos não tinham piedade para com os 4- Coesão gramatical - referencial
indígenas, os exploradores massacravam os índios. 3
e) Vieira e Santo António lutaram pela justiça. 5- Coesão gramatical - interfrásica
7
f) Vieira e Santo António não foram compreendidos 6- Coesão lexical – substituição
pelos seus contemporâneos. Apesar de serem 5 (hiperónimo/hipónimos)
perseguidos, os dois sacerdotes não se calaram.
g) Os índios estavam habituados à liberdade; contudo, 7- Coesão gramatical - frásica
devido à ambição, eles foram escravizados. 4
Exercício p. 43 (Manual Mensagens 11º ano)
1- Distingue dois mecanismos e construção da coesão textual no seguinte excerto.

“Mas ainda que o Céu, e o Inferno se não fez para vós, irmãos peixes, acabo, e dou fim

a vossos louvores, com vos dar as graças do muito que ajudais a ir ao Céu, e não ao

Inferno, os que se sustentam de vós”

Coesão gramatical interfrásica: “mas ainda que”

Coesão gramatical referencial: irmãos peixes- referente


de vossos e vos.
2- Demonstra que a frase seguinte não é coerente.

“Este é, peixes, em comum o natural, que em vós louvo, e a felicidade, de que


vos repreendo e não sem inveja” (ll.1-2) (adaptado)

A frase não é coerente porque não respeita a regra


da não contradição: se louva, não pode repreender.

Você também pode gostar