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SUMÁRIO PÁGINA
1. Mecanismos de coesão textual 1
2. Lista das questões apresentadas 36
3. Gabarito 53
Olá, pessoal!
A coesão e a coerência
A coerência é o resultado de articuladores no texto que transmitem a
harmonia de pensamento. Ela é pautada na lógica, com produção de sentido
possível. A ruptura desta lógica ocorrerá por desvio do uso desses
articuladores. Por exemplo:
Se estou em dificuldades financeiras e necessito de um veículo para me
locomover ao trabalho, há lógica em comprar um carro de luxo?
Certamente, não!
Então, se uma agência de carros me oferece um veículo novo, pela lógica
financeira em que me encontro, devo recusar, pois não terei como pagar.
Naturalmente, haveria incoerência se o negócio fosse feito, concorda?
No texto, a coerência é a utilização de articuladores que mantenham a
lógica. A incoerência ocorre quando o produtor do texto, por desconhecimento
ou até mesmo intencionalmente, utiliza marcadores linguísticos inconvenientes
ao resultado esperado. Por exemplo:
Faço faculdade, mas aprendo muito.
O enunciado “Faço faculdade” nos transmite a ideia de estudo, o que nos
levaria à conclusão de que naturalmente aprenderíamos muito neste ambiente
do saber. Não caberia, então, na relação entre esses dois enunciados, a
conjunção “mas”, por transmitir valor de oposição, contraste. Tendo em vista
manter a coerência nos argumentos, o ideal neste contexto seria a conjunção
“portanto”, “logo”, pois transmitiria um resultado esperado.
A incoerência pode ter ocorrido porque o autor não prestou atenção no
valor do conectivo “mas”. Assim, teríamos um vício na linguagem.
Mas essa incoerência poderia ter sido proposital, pois a intenção do autor
seria justamente a de criticar o ensino nas faculdades. Diante desse novo
contexto, percebemos que a frase passa, agora, a ter coerência.
2.3. Pronomes:
Os pronomes são elementos de coesão por princípio, pois retomam ou
projetam elementos no texto. Veja:
Ana Clara realizou uma prova ontem. Ela não havia levado seu material
de estudo, então pediu a um amigo que morava perto de sua casa que o
trouxesse à faculdade, pois todo o resumo se encontrava nele.
Perceba que o pronome pessoal “Ela” retomou “Ana Clara”. O pronome
possessivo “seu”, além de fazer subentender a preposição “de”, retoma “Ela”
(=material dela). O pronome relativo “que” se refere ao vocábulo “amigo”
(amigo morava...). O pronome “sua” novamente retoma “Ela” (casa dela). Os
pronomes “o” e “nele” fazem referência à expressão “material de estudo”.
Com isso, podemos perceber o papel crucial dos pronomes na retomada
de palavras. Essa referência ao que foi dito anteriormente é chamada de
recurso anafórico recurso muito utilizado.
Mas ele também pode projetar o sentido, isto é, fazer uma abertura para
depois inserir o elemento. Veja:
Ana já soube de sua nota: cinco.
A nota de Ana foi esta: cinco.
Preciso de algo: descanso.
Mas não são apenas as conjunções que são cobradas como operadores
argumentativos, outras palavras também fazem a ligação entre orações,
ANPAD 2006
Poucas vezes, na história recente do país, os debates sobre a corrupção
e suas consequências estiveram tão acalorados. A crise política virou o
assunto do dia no governo, na imprensa, entre analistas e empresas.
Há, porém, uma corrupção quase subterrânea, que prolifera em todos
os níveis da economia brasileira, varia em tamanho e importância e provoca
um fantástico efeito negativo sobre a competitividade do país. O economista
Marcos Fernandes, autor do livro A Economia Política da Corrupção no Brasil,
calculou o impacto desse mal no crescimento nacional. O resultado
impressiona: o Brasil hoje ocupa a 59a posição num ranking internacional de
corrupção e perde até para Botswana e Suriname. Se o país conseguisse
atingir o patamar dos Estados Unidos, o 15° mais bem posicionado nessa
lista, ganharia a cada ano 2 pontos percentuais de crescimento econômico.
Isso corresponde à afirmação de que, hoje, a economia brasileira poderia
crescer num ritmo anual de 6% - semelhante ao invejável desempenho da
Índia. Posto de outra forma, significa dizer também que, se há dez anos os
níveis de corrupção brasileiro e americano estivessem equiparados, o PIB
nacional no ano passado teria sido 380 bilhões de reais maior.
ANPAD 2009
Biocombustíveis ou bioconsumíveis?
Foi-se a época do ouro amarelo. Aquele que produz belas peças
ornamentais: brincos, pulseiras, colares, coroas. Naquela época, reinavam os
cavalos e outros quadrúpedes como força motriz para os meios de transporte,
o que, na verdade, já acontecia há muitos anos. Em seguida, esses animais
foram trocados, mas não totalmente, pelos mecanismos a vapor, que tiveram
passagem sobre a Terra.
Chegou-se, depois, à época do ouro negro, que não produz nada belo,
nada ornamental: gasolina, diesel, pavimento asfáltico, lubrificantes. Com ele,
passaram a reinar os carros e os aviões, tendo como força motriz algo
puramente mecânico, alimentado a ouro.
Hoje, entramos na época do ouro verde. Brota do chão como ouro negro
e é tão orgânico quanto os quadrúpedes do começo, apesar de não engendrar
a beleza artesanal do ouro amarelo; é o chamado biocombustível. Derivado
dos mais diversos tipos de plantas – milho, cana-de-açúcar, girassol,
mamona, dentre outras -, impõe-se como novo senhor sobre uma necessidade
humana: locomover-se. E não é locomover-se como os cavalos, mas a uma
velocidade maior, para vencer maiores distâncias, rumo a um futuro mais
grandioso.
Com a criação dos motores a biocombustível, por mais incrível que
pareça, acabamos por criar cavalos mecânicos, ou seja, meios de locomoção
mais rápidos que os cavalos biológicos, cujo “digestor” que gera a energia
para a locomoção é cada vez mais movido por recursos orgânicos, advindos
da terra agricultável. É como se tivéssemos criado uma nova raça de cavalos e
estivéssemos povoando o mundo todo com ela.
São esses cavalos mecânicos, com rodas e volantes, que imprimiram
uma velocidade maior à vida cotidiana, impulsionados pelas descobertas
científicas e tecnológicas, remetendo a sociedade a problemas fundamentais e
a uma importante questão: plantar para se alimentar ou plantar para se
locomover?
Foi-se a época do ouro amarelo. Aquele que produz belas peças ornamentais:
brincos, pulseiras, colares, coroas. Naquela época, reinavam os cavalos e
outros quadrúpedes como força motriz para os meios de transporte, o que, na
verdade, já acontecia há muitos anos.
Como a questão pede a incorreta, eliminamos as alternativas (C) e (D).
A assertiva II está errada, pois se entende que é o cavalo mecânico que
possui um “digestor” que gera a energia para a locomoção e este é cada vez
mais movido por recursos orgânicos, advindos da terra agricultável. Ora, o
cavalo orgânico sempre se alimentou dos recursos orgânicos. Já a expressão
“é cada vez mais movido por recursos orgânicos” mostra uma mudança.
Assim, o pronome relativo “cujo” se refere ao “cavalo mecânico”, e não ao
“cavalo orgânico”.
ANPAD 2007
Navegar é preciso
Salvo alguns empreendedores de índole cosmopolita, nas glebas
corporativas pindoramenses predominam a introversão e a insularidade. Entre
as corporações locais, poucas são as que se aventuram além-mar. Com isso, a
presença de empresas brasileiras no mercado internacional ainda é modesta:
na lista das 500 maiores empresas do mundo em 2005, publicada pelo
Financial Times, apenas cinco são brasileiras. Na competição pelos mercados
globais, perdemos feio.
A limitada internacionalização das empresas brasileiras resulta de sua
baixa competitividade; além disso, o processo ainda tem caráter
preponderantemente comercial. Por outro lado, poucos setores respondem
pela maior parte do valor exportado pelo país. Infelizmente, a abertura
econômica e os processos de modernização empresarial não alteraram tal
condição.
Não obstante, grandes grupos locais já estão em busca da
internacionalização. Todos enfrentam um importante desafio: desenvolver
gestores capazes de lidar com distintos contextos institucionais e culturais.
Mas o que significa ser um gestor internacional? Um artigo científico, assinado
por Javidan colaboradores, sugere algumas respostas. Segundo eles, muito
tem sido escrito sobre o assunto; entretanto, parte considerável dessa
literatura restringe-se ao senso comum "tenha a mente aberta" ou "respeite
as outras culturas" - e a indicações de como se portar socialmente em
encontros de negócios em países distantes.
Os autores basearam-se nos resultados do projeto GLOBE, um estudo
conduzido por 170 pesquisadores ao longo de dez anos, e que coletou dados
sobre valores culturais, práticas e atributos de liderança de 17 mil gerentes
em 62 países. O pressuposto do trabalho é simples: os indivíduos nem sempre
estão conscientes do enorme impacto que a chamada cultura nacional pode
ter sobre sua visão de mundo e, por consequência, sobre seus
comportamentos. Em razão disso, o primeiro passo para desenvolver gestores
capazes de cruzar os mares culturais é torná-los conscientes dos pressupostos
que modelam seus comportamentos.
Questão 6: Em "Segundo eles, muito tem sido escrito sobre o assunto;
entretanto, parte considerável dessa literatura restringe-se"... [linhas 15 e 16]
e em "O pressuposto do trabalho é simples: os indivíduos nem sempre estão
conscientes do enorme impacto"... [linhas 22 e 23], as palavras destacadas
referem-se, respectivamente,
Confirme:
Os autores basearam-se nos resultados do projeto GLOBE, um estudo
conduzido por 170 pesquisadores ao longo de dez anos, e que coletou dados
sobre valores culturais, práticas e atributos de liderança de 17 mil gerentes
em 62 países. O pressuposto do trabalho é simples: os indivíduos nem sempre
estão conscientes do enorme impacto que a chamada cultura nacional pode
ter sobre sua visão de mundo e, por consequência, sobre seus
comportamentos. Em razão disso, o primeiro passo para desenvolver gestores
capazes de cruzar os mares culturais é torná-los conscientes dos pressupostos
que modelam seus comportamentos.
As demais alternativas apresentam expressões que desviam o sentido
original das expressões retomadas.
Gabarito: B
Questão 33: ALMA 2013 – Consultor Legislativo - nível superior (banca FGV)
“No início do mês, um assaltante matou um jovem em São Paulo com um tiro
na cabeça, mesmo depois de a vítima ter lhe passado o celular. Identificado
por câmeras do sistema de segurança do prédio do rapaz, o criminoso foi
localizado pela polícia, mas – apesar de todos os registros que não deixam
dúvidas sobre a autoria do assassinato – não ficará um dia preso”.
Nesse segmento inicial do texto, o vocábulo que tem seu sentido especificado
por razões situacionais, ou seja, por elementos de fora do texto propriamente
dito, é:
(A) mês (B) vítima (C) rapaz (D) criminoso (E) que
Comentário: A própria questão nos mostra que devemos marcar a alternativa
que não possua coesão referencial, isto é, devemos buscar pela palavra que
não faça menção a outra dentro do texto.
Veja que a palavra “mês” não faz menção a nenhuma anterior, nem
posterior. Tal palavra indica o mês em vigor, segundo o momento em que se
encontra o autor. Assim, é a alternativa (A) que possui um vocábulo de
a) proporcionalidade.
b) causa.
c) concessão.
d) consequência.
e) comparação.
Comentário: Vimos na aula de período composto por subordinação adverbial
que a conjunção consecutiva “que” se relaciona com expressões como “tal”,
“tamanho”, “tanto”, “tão”, para transmitir consequência. Isso também ocorreu
nesse segmento do texto, pois tal conjunção se ligou à expressão “a tal
ponto”. Assim, a alternativa correta é a (D).
Gabarito: D
ANPAD 2006
Poucas vezes, na história recente do país, os debates sobre a corrupção
e suas consequências estiveram tão acalorados. A crise política virou o
assunto do dia no governo, na imprensa, entre analistas e empresas.
Há, porém, uma corrupção quase subterrânea, que prolifera em todos
os níveis da economia brasileira, varia em tamanho e importância e provoca
um fantástico efeito negativo sobre a competitividade do país. O economista
Marcos Fernandes, autor do livro A Economia Política da Corrupção no Brasil,
calculou o impacto desse mal no crescimento nacional. O resultado
impressiona: o Brasil hoje ocupa a 59a posição num ranking internacional de
corrupção e perde até para Botswana e Suriname. Se o país conseguisse
atingir o patamar dos Estados Unidos, o 15° mais bem posicionado nessa
lista, ganharia a cada ano 2 pontos percentuais de crescimento econômico.
Isso corresponde à afirmação de que, hoje, a economia brasileira poderia
crescer num ritmo anual de 6% - semelhante ao invejável desempenho da
Índia. Posto de outra forma, significa dizer também que, se há dez anos os
ANPAD 2009
Biocombustíveis ou bioconsumíveis?
Foi-se a época do ouro amarelo. Aquele que produz belas peças
ornamentais: brincos, pulseiras, colares, coroas. Naquela época, reinavam os
cavalos e outros quadrúpedes como força motriz para os meios de transporte,
o que, na verdade, já acontecia há muitos anos. Em seguida, esses animais
foram trocados, mas não totalmente, pelos mecanismos a vapor, que tiveram
passagem sobre a Terra.
Chegou-se, depois, à época do ouro negro, que não produz nada belo,
nada ornamental: gasolina, diesel, pavimento asfáltico, lubrificantes. Com ele,
passaram a reinar os carros e os aviões, tendo como força motriz algo
puramente mecânico, alimentado a ouro.
Hoje, entramos na época do ouro verde. Brota do chão como ouro negro
e é tão orgânico quanto os quadrúpedes do começo, apesar de não engendrar
a beleza artesanal do ouro amarelo; é o chamado biocombustível. Derivado
dos mais diversos tipos de plantas – milho, cana-de-açúcar, girassol,
mamona, dentre outras -, impõe-se como novo senhor sobre uma necessidade
humana: locomover-se. E não é locomover-se como os cavalos, mas a uma
ANPAD 2007
Navegar é preciso
Salvo alguns empreendedores de índole cosmopolita, nas glebas
corporativas pindoramenses predominam a introversão e a insularidade. Entre
as corporações locais, poucas são as que se aventuram além-mar. Com isso, a
presença de empresas brasileiras no mercado internacional ainda é modesta:
na lista das 500 maiores empresas do mundo em 2005, publicada pelo
Financial Times, apenas cinco são brasileiras. Na competição pelos mercados
globais, perdemos feio.
A limitada internacionalização das empresas brasileiras resulta de sua
baixa competitividade; além disso, o processo ainda tem caráter
preponderantemente comercial. Por outro lado, poucos setores respondem
pela maior parte do valor exportado pelo país. Infelizmente, a abertura
econômica e os processos de modernização empresarial não alteraram tal
condição.
Não obstante, grandes grupos locais já estão em busca da
internacionalização. Todos enfrentam um importante desafio: desenvolver
gestores capazes de lidar com distintos contextos institucionais e culturais.
Mas o que significa ser um gestor internacional? Um artigo científico, assinado
por Javidan colaboradores, sugere algumas respostas. Segundo eles, muito
tem sido escrito sobre o assunto; entretanto, parte considerável dessa
literatura restringe-se ao senso comum "tenha a mente aberta" ou "respeite
as outras culturas" - e a indicações de como se portar socialmente em
encontros de negócios em países distantes.
Os autores basearam-se nos resultados do projeto GLOBE, um estudo
conduzido por 170 pesquisadores ao longo de dez anos, e que coletou dados
Questão 33: ALMA 2013 – Consultor Legislativo - nível superior (banca FGV)
“No início do mês, um assaltante matou um jovem em São Paulo com um tiro
na cabeça, mesmo depois de a vítima ter lhe passado o celular. Identificado
por câmeras do sistema de segurança do prédio do rapaz, o criminoso foi
localizado pela polícia, mas – apesar de todos os registros que não deixam
dúvidas sobre a autoria do assassinato – não ficará um dia preso”.
Nesse segmento inicial do texto, o vocábulo que tem seu sentido especificado
por razões situacionais, ou seja, por elementos de fora do texto propriamente
dito, é:
(A) mês (B) vítima (C) rapaz (D) criminoso (E) que
a) proporcionalidade.
b) causa.
c) concessão.
d) consequência.
e) comparação.
1. C 2. E 3. E 4. C 5. A 6. B 7. D 8. C 9. A 10. B
11. E 12. A 13. C 14. B 15. E 16. B 17. E 18. C 19. B 20. A
21. E 22. B 23. B 24. C 25. E 26. D 27. D 28. B 29. C 30. E
31. B 32. B 33. A 34. D 35. A 36. C 37. C 38. D 39. A