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Raciocínio

Lógico
Professor
Prezado Professor,
Iniciamos a partir desse ano em toda Rede SESI de Minas Gerais, um trabalho sistematizado voltado ao
desenvolvimento do raciocínio lógico.
Esse projeto visa contribuir para o desenvolvimento da Competência 2 de Matemática da BNCC:
“Desenvolver o raciocínio lógico, o espírito de investigação e a capacidade de produzir argumentos
convincentes, recorrendo aos conhecimentos matemáticos para compreender e atuar no mundo” e o
compromisso de todas as áreas: “Desenvolver competências essenciais para a vida em sociedade”. (BRASIL.
Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília, 2018.)
Para isso, a equipe do Núcleo Pedagógico, produziu esse material com sugestões que visam o “letramento
matemático”, ou seja, o uso da Matemática na resolução de situações-problema e não apenas o uso de
fórmulas.
Esperamos que esse trabalho possa colaborar no planejamento das aulas e que o estudante seja o
protagonista desse processo.
A equipe do Núcleo Pedagógico está à disposição!
Entre em contato conosco, esclareça suas dúvidas e compartilhe as suas boas práticas!
Contem conosco pois contamos com vocês!
Bom Trabalho!
Vamos começar...
O que é raciocínio lógico?

É um processo de estruturação do pensamento


de acordo com as normas da lógica que
permite chegar a uma determinada conclusão
ou resolver um problema. Esse processo requer
consciência e capacidade de organização do
pensamento.
Raciocínio lógico matemático ou quantitativo

O raciocínio lógico matemático ou quantitativo é o raciocínio usado para a resolução de


situações-problema. Está ligado a conceitos capazes de organizar e clarear as situações
cotidianas.

O raciocínio lógico-matemático auxilia na resolução de problemas envolvendo as funções


executivas como atenção, habilidades visuoconstrutivas, habilidades visuoespaciais,
organização e memória. Para desenvolver essa habilidade pode-se fazer uso de quebra-
cabeças, sequências de figuras, sequência de palavras ou números, e conjuntos. Os jogos e
as brincadeiras também auxiliam nesse trabalho.

Essa habilidade é desenvolvida ao se dar significado aos conteúdos desenvolvidos em sala


de aula, generalizando seu uso e aplicação nas correlações entre as diversas áreas do
conhecimento.
O desenvolvimento do raciocínio lógico na resolução de problemas

A metodologia de Resolução de Problemas é uma das mais importantes estratégias para que
o processo de ensino-aprendizagem de Matemática seja efetivo.

Essa metodologia não se trata da simples fixação de algoritmos, é muito mais do que isso.
Portanto, é preciso compreender a diferença entre exercício e problema para o uso da
metodologia.

O exercício serve para praticar um determinado algoritmo ou processo. Já o problema é uma


situação nova, de caminho desconhecido, em que no processo resolutivo usa-se de
estratégias, de certas doses de iniciativa e de criatividade.

Disponível em: SILVA, M.J.C. As relações entre a aprendizagem da Matemática e a Resolução de Problemas. Anuário da Produção Acadêmica Docente, v. II, n°.3, p. 223-232, 2008.
Características de um problema

Um bom problema deve:

• ser desafiador;
• ser real;
• ser interessante;
• ser o elemento de um problema realmente desconhecido;
• não consistir na aplicação evidente e direta de uma ou mais operações aritméticas;
• ter um nível adequado de dificuldade.

Disponível em: DANTE, L.R. Didática da Resolução de Problemas de Matemática. 2ªed. São Paulo: Ática, 1998.
Objetivos da resolução de problemas

Resolver um problema consiste em:


• Pensar produtivamente;
• Desenvolver o raciocínio;
• Enfrentar situações novas;
• Aplicar conceitos;
• Criar estratégias de resolução;
• Tornar as aulas desafiadoras;
A partir da leitura e interpretação dos problemas, é possível o envolvimento do aluno na
busca por estratégias de resolução, na persistência em encontrar uma solução, na ampliação
e ressignificação de conceitos e ideias que ele já conhece.

Disponível em: DANTE, L.R. Didática da Resolução de Problemas de Matemática. 2ªed. São Paulo: Ática, 1998.
Classificação dos exercícios

Segundo Luiz Roberto Dante, os exercícios se classificam em:


• Exercícios de reconhecimento, onde o objetivo é fazer com que o aluno reconheça,
identifique ou lembre um conceito;
• Exercícios de algoritmos: servem para treinar a habilidade em executar um algoritmo e
reforçar conhecimentos anteriores.

Disponível em: DANTE, L.R. Didática da Resolução de Problemas de Matemática. 2ªed. São Paulo: Ática, 1998.
Classificação dos problemas:

Já os problemas são classificados como:

• Problemas – padrão: a solução já está contida no enunciado, e a tarefa básica é transformar a


linguagem usual em linguagem matemática, com o objetivo de recordar e fixar os fatos
básicos através dos algoritmos das quatro operações;
• Problemas-processo ou heurísticos: sua solução envolve as operações que não estão contidas
no enunciado, exigem do aluno um tempo para pensar e arquitetar um plano de ação;
• Problemas de aplicação: também chamados de situações-problema, são aqueles que retratam
situações reais do dia a dia e que exigem o uso da Matemática para serem resolvidos;
• Problemas de quebra-cabeça: constituem a chamada Matemática recreativa, e sua solução
depende quase sempre de um golpe de sorte ou da facilidade em perceber algum truque.

Disponível em: DANTE, L.R. Didática da Resolução de Problemas de Matemática. 2ªed. São Paulo: Ática, 1998.
Etapas para a resolução de um problema

George Pólya, Matemático/pesquisador húngaro, responsável por inúmeras publicações sobre


métodos de resolução de problemas, desenvolveu uma metodologia que é dividida em quatro
etapas: Compreensão do problema; elaboração de um plano de resolução; execução do plano e
verificação da resposta.
Veremos a seguir a descrição de cada uma dessas etapas.
Etapas para a resolução de um problema

A primeira etapa é a compreensão do problema. Para isso, são necessários vários questionamentos
que promovam o seu entendimento como um todo, explicitando os dados fornecidos, a maneira
como eles se relacionam e determinando qual é a condicionante. Deve ficar claro para o aluno o
comando do problema o qual se deve buscar uma solução.
O professor não deve explicar o enunciado do problema. Deve fazer perguntas que orientem o aluno
até a compreensão. Exemplos de questionamentos:

•O que se pede no problema?


•Quais são os dados e as condições do problema?
•É possível fazer uma figura, um esquema ou um diagrama?
•É possível estimar a resposta?

Disponível em: POLYA, G. A. A arte de Resolver Problemas. Tradução: Heitor Lisboa de Araújo. Interciência, 1978..
Etapas para a resolução de um problema:

A segunda etapa consiste da elaboração de um plano de ação que promova a solução do problema.
Nessa fase, o professor pode, através de perguntas, fazer com que o aluno tenha uma ideia para a
resolução do problema. Segundo Pólya, o melhor a ser feito pelo professor ao aluno é propiciar-lhe
discretamente uma proposta.
Nesta fase, há a transformação da linguagem corrente na linguagem formal Matemática. É
importante que sejam feitas analogias com problemas já solucionados.
São exemplos de perguntas e procedimentos que podem ser utilizados na criação do plano de ação:
• Qual é o seu plano para resolver o problema?
• Que estratégia você tentará desenvolver?
• Você se lembra de um problema semelhante que pode ajudá-lo a resolver este?
• Tente organizar os dados em tabelas e gráficos.
• Tente resolver o problema por partes.
Disponível em: POLYA, G. A. A arte de Resolver Problemas. Tradução: Heitor Lisboa de Araújo. Interciência, 1978.
Etapas para a resolução de um
problema

A terceira etapa consiste na execução do plano elaborado na fase anterior. Para isso, é necessário
que se efetue todos os cálculos indicados no plano e que sejam realizadas todas as estratégias
pensadas, obtendo as possíveis formas de resolução do mesmo problema.

Segundo Pólya: “Na execução do plano o defeito mais frequente é o desleixo, a falta de paciência
para verificar cada passo”.

Disponível em: POLYA, G. A. A arte de Resolver Problemas. Tradução: Heitor Lisboa de Araújo. Interciência, 1978.
Etapas para a resolução de um problema

A quarta etapa é a de verificação do resultado obtido. Ela visa detectar ou corrigir possíveis
erros e examinar se o procedimento utilizado pode ser empregado em problemas
análogos, consolidando assim os conhecimentos obtidos. É importante que nessa etapa
seja realizada a socialização das resoluções dos alunos, pois isso propicia o entendimento
de que podem existir diferentes estratégias para a resolução de um mesmo problema.

Disponível em: POLYA, G. A. A arte de Resolver Problemas. Tradução: Heitor Lisboa de Araújo. Interciência, 1978.
As Olimpíadas e concursos científicos

As Olimpíadas Científicas são competições acadêmicas que visam explorar e ampliar


conhecimentos de sala de aula a alunos do Ensino Fundamental, Médio e Superior. O uso das
competições entre os alunos permite que a aprendizagem ocorra num ambiente diferenciado, não
só de competição, mas também de cooperação no qual os alunos são estimulados ao estudo e ao
uso do raciocínio por meio da Resolução de Problemas.
O ambiente competitivo é motivador e desafiador, desta forma, os alunos se dedicam aos estudos
buscando melhores notas e o reconhecimento da turma e até da comunidade em que está
inserido.
“Rede SESI coaduna com essa proposta, incentivando a participação dos alunos em olimpíadas e
concursos promovidos internamente e/ou de âmbito nacional e regional.” (Guia do professor 2021,
Rede SESI – MG. pág 27)

Disponível em: MOREIRA, C. Formação de professores dos anos iniciais do ensino fundamental. Dissertação (Mestrado em Matemática) – Instituto de Matemática, Universidade
Federal de Alagoas. Maceió, p. 149. 2019.
Marque em sua agenda

No dia 22 de Março serão aplicadas, de forma remota, as provas


do Concurso Canguru de Matemática.

Incentive a participação de seus alunos!


Sites e materiais de concursos e olimpíadas

Os links a seguir o direcionará para as páginas das mais tradicionais olimpíadas e concursos
acadêmicos da área da Matemática. Neles é possível realizar download de materiais de apoio e
provas já realizadas.

http://www.obmep.org.br/ : Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas.

https://www.obm.org.br/ : Olimpíada Brasileira de Matemática.

http://150.164.25.15/olimpiada/: Olimpíada Mineira de Matemática.

https://www.cangurudematematicabrasil.com.br/: Concurso Canguru de Matemática.


Planos de aula

Com o objetivo de orientar o desenvolvimento do trabalho docente, seguem alguns links com
sugestões de planos de aula que podem ser adaptados a realidade de seus alunos.

https://novaescola.org.br/plano-de-aula/1044/problemas-de-travessia/sobre: Plano de aula com


atividades sobre Problemas de Travessia;

https://novaescola.org.br/plano-de-aula/1374/conceitual-resolucao-de-problemas-com-mais-de-u
ma-solucao
: Plano de aula com atividades sobre estimular a compreensão de que resolver problema é um
processo de investigação para transformar a linguagem usual em representação matemática.

https://novaescola.org.br/plano-de-aula/452/comparando-a-massa-de-objetos : Plano de aula com


atividades sobre utilizar as propriedades de uma igualdade matemática, descrevendo uma
estratégia própria para resolução do problema.
A utilização de jogos no desenvolvimento do
raciocínio lógico

Os jogos visam o desenvolvimento da capacidade do raciocínio através de histórias


construídas sobre estruturas lógicas, sob a forma de enigmas ou problemas. Para um
trabalho sistemático com jogos é necessário que eles sejam selecionados e
desenvolvidos para fazer o aluno ir além da mera tentativa e erro ou de jogar pela
diversão apenas.
Dicas de sites para o desenvolvimento de jogos

Os links a seguir são de sugestões de jogos que estimulam o raciocínio:

https://rachacuca.com.br/jogos/tags/matematica/
Jogos online – Raciocínio lógico

https://www.matematicapremio.com.br/todos-os-conteudos-do-6-ao-9-ano-em-jogos/
Esse material permite a confecção de aproximadamente 90 jogos para o desenvolvimento de
diversas habilidades do EFAF.

https://www.matematicapremio.com.br/ifrn-disponibiliza-livro-em-pdf-com-diversas-sugestoes-de
-jogos-matematicos/
Com esse material é possível trabalhar: operações básicas da Matemática, números naturais,
inteiros e reais, frações, mínimo múltiplo comum e máximo divisor comum, potenciação,
radiciação, dentre outros.
Ao trabalhar o raciocínio lógico com foco na resolução de problemas, contempla-se a
competência geral de número dois da BNCC:
Pensamento Científico, Crítico e Criativo — Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à
abordagem própria das ciências, incluindo a investigação, a reflexão, a análise crítica, a
imaginação e a criatividade, para investigar causas, elaborar e testar hipóteses, formular e
resolver problemas e criar soluções (inclusive tecnológicas) com base nos conhecimentos das
diferentes áreas.

Objetivo: Investigar causas, elaborar e testar hipóteses, formular e resolver problemas e criar
soluções.
Sessão πpoca

A sala de Fermat: Quatro matemáticos que não se conhecem receberam um enigma


proposto por alguém que se chama Fermat. Cada qual resolveu o problema e recebeu
um convite para uma reunião de matemáticos.
O motivo para essa reunião seria para resolver o enigma mais importante que já existiu.
Porém eles percebem que suas vidas dependem de suas habilidades para resolver
problemas matemáticos.
Classificação etária: 13 anos.
Sessão πpoca

Quebrando a banca: O filme, inspirado em uma história real, conta sobre um aluno
brilhante do M.I.T (Instituto de Tecnologia de Massachusetts) que é procurado por um
professor de matemática para se juntar a um grupo de alunos também do M.I.T.
Eles desenvolveram uma técnica utilizando-se de métodos matemáticos para trapacear
e contar cartas em jogos de Blackjack.
Classificação etária: 14 anos.
Sessão πpoca

: Um jovem gênio que evita contato com outras pessoas e sofre de terríveis dores de
cabeça. Quando ele descobre o número completo de pi, compreende todos os segredos
da existência de vida na Terra e, com isso, desperta o interesse de representantes da
bolsa de mercado.
Classificação etária: 10 anos.
Sessão πpoca

: Um adolescente prodígio em matemática, socialmente desajeitado, encontra nova


confiança e novas amizades quando consegue uma vaga no time britânico na Olimpíada
Internacional de Matemática.
Classificação etária: 12 anos.
Caro colega professor de Matemática,

Planeje e organize, juntamente com os professores da área e o seu (sua) pedagogo(a),


ações que possam fazer a diferença na formação de nossos alunos.

Faça a diferença!

Entre em contato conosco e compartilhe as suas boas práticas!


Contem conosco pois contamos com vocês!

Equipe de Matemática
Núcleo Pedagógico
Raciocínio
Lógico

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