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MÓDULO 1 TEMA

A CULTURA DA ÁGORA A ESCULTURA GREGA: O SEGUNDO CLASSICISMO AULA 17 1

PRAXÍTELES E O SEGUNDO CLASSICISMO

A Guerra do Peloponeso contra Esparta (431-404 a. C.)


enfraqueceu Atenas, destruindo a época de otimismo e
positivismo dos séculos anteriores.
Seguiu-se uma época de desencanto e frustração que
resultou numa mudança de mentalidade.
A arte da primeira metade do século IV a. C. foi
caracterizada por uma orientação estética mais
descontraída, ligeira e hedonista.
Foi na obra de Praxíteles que se verificou um novo tipo
de sentimentos expressos nas obras, tais como a
graciosidade, a delicadeza ou o erotismo.

Sátiro em Descanso, Praxíteles, c. 365 a. C. Paulo Simões Nunes


História da Cultura e das Artes 10 | 10.º ano
© Raiz Editora, 2021. Todos os direitos reservados.
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PRAXÍTELES E O SEGUNDO CLASSICISMO

Depois da procura da perfeição formal que


caracterizou o século V a. C., as obras de Praxíteles
refletem valores como a esbelteza, a sensualidade e
a emoção.
A cultura clássica produziu a imagem do Homem
como cidadão perfeito através da representação da
beleza física e do caráter – o ethos.
• Ethos: a componente racional do Homem, a
perfeição é atingida através da aplicação de regras
de proporção.

A partir do século IV a. C. o seu interesse passou a


dirigir-se para a expressão dos sentimentos, das
emoções e dos afetos – o pathos.
• Pathos: refere-se à exteriorização da sensibilidade e
da sensualidade, à expressão da emoção.

Hermes com Dioniso, Praxíteles, c. 330-320 a. C.


Paulo Simões Nunes
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O CÂNONE DE PRAXÍTELES
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As obras de Praxíteles revelam um novo cânone,
2 onde se evidenciam os seguintes aspetos:

• acentuação do contraposto e do movimento


3 ondulante do corpo – a «curva praxiteliana»;
• corpos esbeltos;
4 • valorização da sensualidade, graciosidade e
erotismo;
5 • figuras com um sorriso vago, um olhar
sonhador e uma expressão ausente;
6 • exteriorização das emoções – o pathos;
• altura do corpo igual a oito vezes a altura da
cabeça.
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Hermes com Dioniso, Praxíteles, c. 330-320 a. C.
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(OUTRAS) ESCULTURAS DE PRAXÍTELES

Afrodite de Cnido, Praxíteles, Afrodite de Cnido, Praxíteles, c. 350 a. C. Apolo Saurocton, Praxíteles, c. 350 a. C.
c. 360 a. C.
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ESCOPAS E LISIPO
O século IV a. C. foi igualmente
marcado pelas obras de Escopas e
Lisipo.
As suas estátuas evidenciaram um
pathos mais acentuado e, por vezes,
uma expressão emocional mais intensa.

Lisipo estabeleceu um cânone com


novas proporções, com um corpo mais
esbelto e uma cabeça mais pequena.
As obras de Escopas e Lisipo tiveram
grande influência na escultura grega
do período seguinte, o Helenismo.

Estátua de Meleagro, Escopas, século IV a. C. Apoxiomeno, Lisipo, c. 320 a. C.


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O HELENISMO

Após a desagregação do Império de Alexandre


Magno, a escultura helenística abandonou os valores
clássicos, tais como a harmonia, o equilíbrio,
serenidade, a idealização da forma, a procura do
«belo ideal».
A escultura helenística caracterizou-se pelos
seguintes aspetos:
• temas com um pathos acentuado, onde se
Fauno Barbieri, século III a. C. Gálata Suicida, c. 220 a. C.
manifestam sofrimento, drama ou tragédia;
• composições agitadas, complexas e assimétricas;
• obras dinâmicas, com uma forte expressão
dramática e intensos contrastes de luz;
• corpos musculados, viris e exaltados.

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Gálata Moribundo, c. 240 a. C. História da Cultura e das Artes 10 | 10.º ano
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O HELENISMO

A arte helenística deu preferência à


intensidade dramática, à afirmação do patético
e ao expressionismo.

No grupo escultórico Laocoonte... evidenciam--


se os seguintes recursos expressivos:
• expressão de dor física, agonia e dor nos
rostos;
• tratamento plástico de corpos musculados;
• composição dinâmica e agitada contribui para
a intensidade dramática da cena;
• músculos excessivos e efeitos expressionistas;
• manifestação de um pathos muito acentuado.

Laocoonte e os Seus Filhos, Agesandros, Atenoudoros e Polidoros, Rodes, c. 175-50 a. C.

Paulo Simões Nunes


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