Você está na página 1de 156

UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ

FUNDAMENTOS DE DIREITO
EMPRESARIAL
PROFª LIDIA VIVAS
DIREITO

O Direito pode ser definido


como aquilo que é mais
adequado para o indivíduo
que, vivendo em sociedade,
tal direito deve
compreender
fundamentalmente o
interesse da coletividade.
CLASSIFICAÇÃO DO DIREITO POSITIVO

DIREITO
PÚBLICO

DIREITO
PRIVADO
FONTES DO DIREITO

FONTE FONTE
MATERIAL FORMAL

FONTE FONTE
IMEDIATA MEDIATA

A LEI COSTUMES
DIREITO OBJETIVO E DIREITO SUBJETIVO

DIREITO DIREITO
OBJETIVO SUBJETIVO
"o conjunto de regras
jurídicas obrigatórias, "o interesse protegido
em vigor no país, numa pela lei, mediante o
dada epóca" (José recolhimento da vontade
Cretella Júnior) individual." (Ilhering).
ORIGENS HISTÓRICAS DO
DIREITO EMPRESARIAL

O processo de troca denominado escambo, deu origem


ao comércio, sistema pelo qual o excedente produzido e
não útil era trocado, faltando, contudo a equivalência
entre os objetos da permuta.
ORIGENS HISTÓRICAS

A falta de equivalência leva à fase de surgimento da


moeda. O primeiro sistema de moedas surgiu com a
moeda-mercadoria.
ORIGENS HISTÓRICAS

Entre tais moedas temos o gado ( pecus ) e o sal, que


deixaram registro em nosso vocabulário através da
palavra pecúnia ( dinheiro ) e salário.
ORIGENS HISTÓRICAS

A moeda evoluiu com o uso de metais – cobre, prata,


ouro e o papel-moeda.

O surgimento da moeda intensificou o comércio e a


necessidade de disciplinar a sua prática.
EVOLUÇÃO HISTÓRICA

A evolução do Direito Comercial se deu em 3 fases :


1ª fase – Séc. XII ao séc. XVIII - período subjetivo-
corporativista.
Surgimento das Corporações de Ofício, que eram
organizações que agregavam profissionais – alfaiates,
ferreiros, artesãos, carpinteiros, ourives etc.
EVOLUÇÃO HISTÓRICA
2ª fase – Século XVIII – período objetivo dos atos de
comércio.
Com o advento da burguesia e do liberalismo caem as
corporações.
A Revolução Francesa representou a ascensão da classe
burguesa e a derrocada dos mercadores e das
corporações.
O marco se dá através do Código Napoleônico de 1807 ,
que disciplina os atos de comércio.
EVOLUÇÃO HISTÓRICA
3ª fase – A Teoria da Empresa
Em 1942 ocorre a unificação das matérias civil,
trabalhista e comercial, com a elaboração do Código
Italiano, que deixou de lado a figura tradicional do
comerciante e passou a definir quem era Empresário.
O vigente Código Civil – Lei 10.406/02 reuniu em um só
corpo legislativo as obrigações civis e comerciais.
SUJEITO DA ATIVIDADE
EMPRESÁRIA
O art. 966 do CC considera empresário :
“ ... quem exerce profissionalmente atividade
econômica organizada para a produção ou circulação
de bens e serviços.”
SUJEITO DA ATIVIDADE
EMPRESÁRIA

Logo, empresa é atividade econômica organizada para


a produção ou circulação de bens ou de serviços, ou
seja, numa visão econômica, empresa é a organização
dos fatores de produção : capital, insumos, mão de obra
e tecnologia.
SUJEITO DA ATIVIDADE
EMPRESÁRIA

Aquele que exerce atividade empresária e não efetiva


seu registro é considerado empresário irregular.
SUJEITO DA ATIVIDADE
EMPRESÁRIA
As atividades não empresariais foram previstas no
parágrafo único do art. 966 do CC, excluindo do
conceito de empresa o exercício, mesmo que
profissionalmente de atividade intelectual, de natureza
científica, literária ou artística, mesmo com o concurso
de auxiliares e colaboradores, salvo se o exercício da
profissão constituir ELEMENTO DE EMPRESA.
SUJEITO DA ATIVIDADE
EMPRESÁRIA

O legislador portanto, criou uma regra, uma exceção, e


uma exceção da exceção. A regra é a atividade
empresária, a exceção é o exercício da atividade
intelectual e a exceção da exceção é a presença do
elemento de empresa na atividade intelectual, que se
constituirá com a articulação, pelo profissional, dos
fatores de produção.
EMPRESÁRIO INDIVIDUAL

O empresário individual é a pessoa física, pessoa


natural.
É aquele que sozinho organiza os fatores de produção.
Por ser pessoa natural, todo o seu patrimônio responde
frente aos riscos da atividade econômica.
EIRELI
A Lei nº 12.441 de 11 de julho de 2011 alterou o
Código Civil, permitindo a criação da empresa
Individual de Responsabilidade Limitada- EIRELI.
Trata-se de modalidade de pessoa jurídica com
apenas uma pessoa, já comum em vários países.
A lei estabelece um capital mínimo não inferior a 100
vezes o valor do salário-mínimo vigente, devendo
estar obrigatoriamente integralizado.
Foi ajuizada a ADin 4637 com relação ao tema.

Obs.: MEI = R$ 60.000,00


SOCIEDADE EMPRESÁRIA

É a sociedade empresária, pessoa jurídica contratual ou


estatutária.
Sociedade é o contrato celebrado por duas ou mais
pessoas físicas ou jurídicas, que se comprometem,
reciprocamente, a contribuir para a formação e
manutenção da empresa, partilhando os respectivos
resultados – art. 981 CC.
SOCIEDADE EMPRESÁRIA

Sociedade empresária, assim definida, é aquela que


salvo as exceções expressamente previstas em lei, tem
por objeto o exercício de atividade própria de
empresário sujeito a registro – art. 982 do CC.
SOCIEDADE ENTRE CÔNJUGES

A regra geral é da possibilidade de os cônjuges


exercerem livremente a atividade empresária, entre si
ou de ambos com terceiros. A ressalva diz respeito aos
cônjuges casados no regime da comunhão universal de
bens e a separação obrigatória, a eles sendo proibido. –
art. 977 CC.
Sociedade Empresária

 Sociedade empresária - é a pessoa jurídica e


não seus sócios.
 A sociedade empresária é constituída por um
contrato social celebrado entre no mínimo
duas pessoas, instrumento este, acordado e
ajustado seus interesses recíprocos.

2323
Personalidade Jurídica

 A sociedade adquire personalidade jurídica


no momento de sua inscrição de seu ato
constitutivo no registro competente.

24
DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE
JURÍDICA

Com a intenção de impedir que a personificação


jurídica seja instrumento para assegurar a impunidade
de atos sociais fraudulentos, a jurisprudência passou a
adotar a TEORIA DA DESCONSIDERAÇÃO DA
PERSONALIDADE JURÍDICA, também chamada
“da superação” e da “penetração”. Esta consiste em
colocar de lado, episodicamente, a autonomia
patrimonial da sociedade, possibilitando a
responsabilização direta e ilimitada do sócio por
obrigação que, em princípio, é da sociedade.
DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE
JURÍDICA

A TEORIA DA DESCONSIDERAÇÃO é utilizada


sempre que houver indícios de fraudes ou abusos de
direito. Não é para se desconsiderar apenas com o risco
empresarial.
NOME EMPRESARIAL

O nome empresarial divide-se em três designações e


formas :
• Firma do empresário – art. 1156 do CC ;
• Firma ou Razão social – art. 1157, 1158, caput e § 1º
do CC; e
• Denominação - art. 1158 § 2º do CC.
A proteção ao nome empresarial decorre do registro
dos
atos constitutivos e obedecerá aos princípios da
veracidade e da novidade.
Nome Empresarial
 A sociedade conforme o tipo jurídico pode ter
firma ou denominação social.
 A firma social submete-se ao princípio da
veracidade, devendo está de acordo com a
composição societária. Deve constar o nome
de um ou mais sócios, pessoa física.

28
Nome Empresarial

 Denominação – atende-se ao princípio da


novidade, expressão de fantasia. Devendo
constar ainda o objeto social.

29
Nome Empresarial

 A sociedade limitada poderá optar pela firma


ou denominação social, com o aditivo
limitada por extenso ou abreviado.

3030
Nome Empresarial

 Sociedade Anônima, nome empresarial uma


denominação, com o aditivo sociedade anônima ou
companhia por extenso ou abreviado.

3131
ESTABELECIMENTO
EMPRESARIAL

É todo o complexo de bens organizado, para exercício


da empresa, por empresário, ou por sociedade
empresária. Art. 1142 CC.
ESTABELECIMENTO
EMPRESARIAL

Sua natureza jurídica é de uma universalidade de fato.


São os bens corpóreos e incorpóreos dos quais o
empresário se utiliza para o desenvolvimento da
empresa.
CLASSSIFICAÇÃO DAS SOCIEDADES QTO. AO
OBJETO
SIMPLES – Se constituídas para a prática de atos de
diferentes da atividade empresa, com fins econômicos.
Seu registro deverá ser efetuado no Registro Civil de
Pessoas Jurídicas.
EMPRESÁRIAS – Se constituídas para a exploração da
“empresa”, com objetivos econômicos. Seus Atos
Constitutivos deverão ser registrados na Junta
Comercial.
CLASSIFICAÇÃO CONFORME O C.C.

NÃO PERSONIFICADAS - Sociedade em Conta


de Participação , Sociedades em comum.
Antigas Sociedades de Fato ou Irregulares.
Não possuem personalidade jurídica .
PERSONIFICADAS -Adquirem personalidade
jurídica .Titularidade Obrigacional , Processual e
Autonomia Patrimonial (O patrimônio dos Sócios é
distinto do da sociedade).
CLASSIFICAÇÃO QTO. À ESTRUTURA
ECONÔMICA E ATO CONSTITUTIVO

DE PESSOAS – Quando a figura dos sócios é vital para


a sua existência.
DE PESSOAS E CONTRATUAIS – Quando a
qualidade pessoal dos Sócios é o elemento principal. Seu
nascimento advém de um contrato de natureza
plurilateral, isto é, os interesses são convergentes.
CLASSIFICAÇÃO QTO. À ESTRUTURA
ECONÔMICA E O ATO CONSTITUTIVO

DE CAPITAL – O que importa é o investimento, não


importa quem sejam os sócios.

DE CAPITAIS E INSTITUCIONAIS – O foco destas


sociedades é o capital investido, não a figura dos sócios.
Seu nascimento advém de um ato institucional, o
Estatuto.
CLASSIFICAÇÃO QTO. AO NÍVEL DE
RESPONSABILIDADE DOS SÓCIOS

ILIMITADAS – Avança no patrimônio dos sócios ( Em


Nome coletivo, Simples e em Conta de Participação).
LIMITADAS – A responsabilidade dos Sócios vai até o
valor de sua participação (Sociedade Limitada e
Sociedade Anônima).
MISTAS – Existem duas categorias de Sócios: que
respondem ilimitadamente e que respondem
limitadamente (Sociedade em Comandita simples e
Comandita por ações).
SOCIEDADES NÃO PERSONIFICADAS

SOCIEDADES EM COMUM
No sistema anterior ao CC a doutrina distinguia as
sociedades de fato – aquelas que nem sequer
elaboravam seus contratos sociais – das irregulares ,
que, que estabilizando as relações entre os sócios, não
os inscreviam na Junta Comercial.
A expressão “sociedade comum” nada mais é do que as
sociedades que a doutrina anterior tratava sob as
rubricas de sociedades “de fato” ou “sociedade
irregular”.
SOCIEDADES NÃO PERSONIFICADAS

Não há o privilégio da autonomia patrimonial, o que


ocorre é uma confusão patrimonial.
São aquelas que não têm seus atos constitutivos
inscritos no órgão competente (Registro Civil de
Pessoas Jurídicas para as sociedades simples e Junta
Comercial para as sociedades empresárias).
Sua disciplina legal consta dos arts. 986 a 990 do CC.
SOCIEDADES NÃO PERSONIFICADAS

A sua existência só pode ser provada pelos sócios por


escrito conforme previsão do art. 987 do CC .
O art. 990 do CC determina a responsabilidade
solidária e ilimitada do sócio que contratou pela
sociedade e subsidiária dos demais, permitindo o
benefício de ordem, previsto no art. 1024 do CC.
SOCIEDADES NÃO PERSONIFICADAS

SOCIEDADE EM CONTA DE PARTICIPAÇÃO


Seu ordenamento Jurídico está previsto nos arts. 991 a
996 do CC.
Muitos doutrinadores criticam a manutenção da
Sociedade em Conta de Participação no capítulo das
sociedades, por entenderem tratar-se não de uma
sociedade e sim de um contrato de investimento.
SOCIEDADES NÃO PERSONIFICADAS

SOCIEDADE EM CONTA DE PARTICIPAÇÃO


O exercício da atividade é feito de forma individual pelo
Sócio Ostensivo que responde exclusivamente e
ilimitadamente, conforme disposto no art. 991
parágrafo único.
SOCIEDADES NÃO PERSONIFICADAS

Caberá ao sócio Ostensivo as relações frente a terceiros,


não podendo o sócio Participante ou Oculto intervir em
tais relações, sob pena de o fazendo, responder
solidariamente como o sócio Ostensivo.
SOCIEDADES PERSONIFICADAS- TIPOS
MENORES

SOCIEDADE EM NOME COLETIVO


Seu tratamento legal atualmente se encontra previsto
nos Arts. 1039 a 1044 do CC.
Sua origem remonta a Idade Média. São antigas
sociedades familiares . Nesta modalidade societária, os
sócios são somente pessoas físicas, que possuem
responsabilidade ilimitada perante terceiros.
SOCIEDADES PERSONIFICADAS- TIPOS
MENORES

SOCIEDADE EM NOME COLETIVO


Essa sociedade identifica-se através de firma. (art. 1041
do CC).
A administração da sociedade é de exclusividade dos
sócios conforme previsto em cláusula contratual.
Trata-se, portanto, de uma sociedade de natureza
contratual de cunho personalístico.
SOCIEDADES PERSONIFICADAS- TIPOS
MENORES

SOCIEDADE EM COMANDITA SIMPLES


Sua origem remonta aos antigos contratos de
commenda, utilizados no comércio marítimo dos
séculos X e XI. Seu Ordenamento Jurídico está previsto
nos Arts. 1045 a 1051, CC. São em geral, sociedades
empresárias, logo, personificadas que possuem
responsabilidade mista quanto ao nível de
responsabilidade dos sócios.
SOCIEDADES PERSONIFICADAS- TIPOS
MENORES

SOCIEDADE EM COMANDITA SIMPLES


Possuem duas categorias de sócios, a saber:
Sócios Comanditados – que dão nome a sociedade e
respondem ilimitadamente.
b) Sócios Comanditários – que respondem
limitadamente ao capital investido.
SOCIEDADES PERSONIFICADAS- TIPOS
MENORES

SOCIEDADE EM COMANDITA SIMPLES


Os sócios comanditários são meros emprestadores de
Capitais, não podendo exercer qualquer ato de gestão
ou dar nome à sociedade, exclusividade do sócio
comanditado, se desrespeitar tal dispositivo ficará
sujeito à responsabilidade de sócio comanditado( art.
1047 CC ) .
SOCIEDADE LIMITADA

É o tipo societário de maior presença na economia


brasileira. Foi introduzida em nosso direito pelo
Decreto 3.708 de 1919.
SOCIEDADE LIMITADA

Atualmente é disciplinada nos arts. 1052 a 1087 do CC.


Trata-se de uma sociedade predominantemente
personalística e de natureza contratual.

É também considerada híbrida por alguns


doutrinadores, por em menor número poder tratar-se
de sociedade de capitais.
SOCIEDADE LIMITADA

Os sócios respondem na razão de suas quotas, sendo


solidariamente responsáveis pela integralização do
capital social. – art. 1052 do CC.
SOCIEDADE LIMITADA

Não será permitido na sociedade limitada sócio de


indústria ou serviços - Art. 1055 § 2º CC.
SOCIEDADE LIMITADA

Com a morte de um dos sócios caso o contrato


social seja omisso o art. 1028 do CC em regra,
determina a liquidação da cota , isto é,
apuram-se os haveres, ocorrendo a dissolução
parcial, privilegiando assim o princípio da
preservação da empresa.
SOCIEDADE LIMITADA

O art. 1085 do CC prevê a exclusão do sócio por justa


causa. O contrato social deverá prever cláusula
expressa. Não é admitida cláusula implícita de
exclusão de sócio.
SOCIEDADE LIMITADA

O sócio remisso poderá ser excluído da sociedade


limitada. – art. 1058 CC.
SOCIEDADE LIMITADA

A sociedade limitada poderá ter Administrador


designado no contrato ou em ato separado – art. 1060
CC.

Por determinação expressa no contrato poderá existir


Administrador não sócio – art. 1061 CC.
SOCIEDADE LIMITADA

Ao término de cada exercício social deverá ser


elaborado o balanço patrimonial e o do resultado
econômico, além do inventário – art. 1065 CC.
SOCIEDADE LIMITADA

Dependerão de deliberação dos sócios além de outras


matérias as elencadas no art. 1071 do CC.
A deliberação em assembleia será obrigatória se o nº de
sócios for superior a 10 sócios. – art. 1072 § 1º do CC.
( Exceto LC. 123/2006 e LC 128/2008, LC 139/2011).
SOCIEDADE ANÔNIMA

Dúvidas existem quanto à verdadeira origem


das sociedades anônimas.
Porém, a doutrina é unânime em afirmar que
sua manifestação definitivas se deu com as
companhias colonizadoras, como as
Companhias das Índias Orientais e Ocidentais.
SOCIEDADE ANÔNIMA

O Código Civil de 2002 tratou das sociedades


anônimas nos arts. 1088 e 1089. a Lei 6404/76
a regula.
Conceito : A sociedade anônima é uma pessoa
jurídica de direito privado, empresária por
determinação legal, cujo capital social é
dividido em ações, em que os sócios (
acionistas ) têm responsabilidade limitada ao
preço de emissão das ações subscritas ou
adquiridas e que se identifica por uma
denominação.
SOCIEDADE ANÔNIMA
Classificação

As sociedades anônimas são classificadas em


abertas e fechadas – art 4º LSA
A companhia é aberta quando os valores
mobiliários ( ações, debêntures, bônus de
subscrição, etc ) de sua emissão são admitidos à
negociação no mercado de valores mobiliários,
ou seja, os recursos para a formação do seu
capital são captados junto ao público
( subscrição pública ) através de negociação em
bolsa de valores ou mercado de balcão.
balcão
SOCIEDADE ANÔNIMA
Classificação

A companhia será fechada quando o capital


social for formado por recursos dos próprios
sócios que a constituíram ou terceiros
subscritores ( subscrição particular ), sendo
regulamentada no âmbito do direito privado.
Somente as companhias registradas na
Comissão de Valores Mobiliários poderão atuar
no mercado de valores mobiliários.
A cia. aberta se encontra sujeita à normas mais
rígidas, publicidade mais acentuada e constante
fiscalização da CVM.
SOCIEDADE ANÔNIMA
AÇÕES

As ações são frações ou parcelas do capital


social, portanto, sua unidade representativa.
Representa um título que dá direito de
propriedade sobre uma parte da cia. e condição
de sócio para seu titular.
SOCIEDADE ANÔNIMA
AÇÕES

ESPÉCIES DE AÇÕES
As espécies de ações configuram-se conforme a
natureza dos direitos e vantagens que confiram
aos seus titulares.
Poderão ser : Ordinárias, Preferenciais ou de
Gozo ou Fruição – art. 15 LSA.
SOCIEDADE ANÔNIMA
AÇÕES

Ações Ordinárias – são ações comuns, de


emissão obrigatória pelas Cias., conferem aos
seus titulares a plenitude dos direitos sociais.
Ações Preferenciais – além dos direitos sociais
básicos, atribuem preferências ou vantagens
distintas. Poderão ou não ter direito a voto.
SOCIEDADE ANÔNIMA
AÇÕES

Ações de Gozo ou Fruição – são aquelas


fornecidas aos acionistas em substituição às
ações ordinárias e preferenciais que foram
amortizadas.
A operação de amortização das ações, consiste
em antecipar ao acionista o valor de suas ações,
em caso de liquidação da cia. –art.44 § 3º LSA.
SOCIEDADE ANÔNIMA
DEBÊNTURES

São títulos representativos de um contrato de


mútuo, em que a Cia. é a mutuária e o
debenturista é o mutuante.
SOCIEDADE ANÔNIMA
DEBÊNTURES

Portanto, o debenturista possui um direito de


crédito frente à Cia, nas condições fixadas pela
escritura de emissão – art. 52 da LSA.
SOCIEDADE ANÔNIMA
DEBÊNTURES

Geralmente a emissão de debêntures está ligada


a operações de médio e longo prazo.
SOCIEDADE ANÔNIMA
DEBÊNTURES

Sempre que as debêntures forem distribuídas


ou admitidas no mercado estaremos diante de
uma emissão pública. Se a emissão não se fizer
no mercado será dita particular.
SOCIEDADE ANÔNIMA
OS ACIONISTAS

A principal obrigação de qualquer acionista é


de realizar o capital social – art. 106 LSA.
SOCIEDADE ANÔNIMA
OS ACIONISTAS

Se não realizar o capital subscrito a Cia. poderá


promover processo de execução fundado em
título executivo extrajudicial ou mandar vender
suas ações em leilão especial na Bolsa de
Valores – art. 107, I e II LSA.
RESPONSABILIDADE
ADMINISTRADORES
Art. 144. No silêncio do estatuto e inexistindo
deliberação do conselho de administração (artigo 142,
n. II e parágrafo único), competirão a qualquer
diretor a representação da companhia e a prática dos
atos necessários ao seu funcionamento regular.”
Caso ajam sem dolo ou culpa e sem exceder os
poderes conferidos pela lei e pelos estatutos, os
administradores (diretor e membro do conselho de
administração) não respondem pessoalmente pelas
obrigações que contrair em nome da sociedade.
RESPONSABILIDADE
ADMINISTRADORES
“Art. 158. O administrador não é pessoalmente
responsável pelas obrigações que contrair em nome
da sociedade e em virtude de ato regular de gestão;
responde, porém, civilmente, pelos prejuízos que
causar, quando proceder:
I - dentro de suas atribuições ou poderes, com culpa
ou dolo;
II - com violação da lei ou do estatuto.
*Teoria Ultra Vires x Teoria da Aparência.
SOCIEDADE ANÔNIMA
ORGÃOS SOCIAIS

São quatro os órgãos sociais da Cia., a saber :


Assembléia Geral ;
Conselho de Administração ;
Diretorias ;
Conselho Fiscal.
SOCIEDADE ANÔNIMA
REORGANIZAÇÃO

A transformação é a operação pela qual a


sociedade passa, independentemente de
dissolução e liquidação, de um tipo para outro.
Art. 220 LSA.
SOCIEDADE ANÔNIMA
REORGANIZAÇÃO

A incorporação é a operação pela qual uma ou


mais sociedades são absorvidas por outra, que
lhes sucede em todos os direitos e obrigações.
Art. 227 LSA.
SOCIEDADE ANÔNIMA
REORGANIZAÇÃO

A fusão é a operação pela qual se uem duas ou


mais sociedades para formar sociedade nova,
que lhes sucederá em todos os direitos e
obrigações.
Art. 228 LSA.
SOCIEDADE ANÔNIMA
REORGANIZAÇÃO

A cisão é a operação pela qual a companhia


transfere parcelas do seu patrimônio para uma
ou mais sociedades, constituídas para este fim
ou já existentes, extinguindo-se a companhia
cindida, se houver versão de todo o seu
patrimônio, ou dividindo-se o seu capital, se
parcial a versão.
Art. 229 LSA.
LSA
Origem e finalidade do CDC
Primeiras relações de consumo eram
interpessoaois

Revolução Industrial(produção em massa

Movimento Consumerista – origem nos


movimentos sociais fim do séc XIX e início do
XX.

Pós Guerra (1945 a 1947) espalham-se


movimentos em defesa do consumidor
DIREITO DO CONSUMIDOR
Brasil:
Dec 70- Associação em Defesa do
Consumidor, Porto Alegre- Revista
Consumidor

Dec 80- IDEC,


Planos Cruzado, Bresser, Verão, Collor-
Consciência Social da população- pressão
popular- Constituição 1988
DIREITO DO CONSUMIDOR
Princípios no Direito Consumerista (Art 1º
ao 7º CDC)

 Princípio da Vulnerabilidade (Art 4º, I):


consumidor é parte mais fraca na relação de
consumo

 Princípio da Transparência (Art 4º):


A transparência na informação clara e correta
sobre o produto a ser vendido e o contrato a
ser firmado.
*Art 47- Cláusulas serão interpretadas de
forma mais favorável ao consumidor
DIREITO DO CONSUMIDOR
 Princípio da Boa-Fé - São nulas
cláusulas incompatíveis com a boa-fé

 Princípio da Equidade - equilíbrio nas


relações entre consumidor e fornecedor

 Princípio da Isonomia

 Princípio da Inversão do ônus da Prova


DIREITO DO CONSUMIDOR
DEFINIÇÃO DE CONSUMIDOR

TEORIAS

 Teoria maximalista – não importa se é ou


não pessoa jurídica. Todos são
consumidores.

 Teoria minimalista – consumidor é o


destinatário final.
DIREITO DO CONSUMIDOR
 Art. 2° - Consumidor é toda pessoa física
ou jurídica que adquire ou utiliza produto
ou serviço como destinatário final.

OBS: Na aquisição de bens de produção


não há o que se falar em relação de
consumo
DIREITO DO CONSUMIDOR
Consumidores equiparados

Art. 17, CDC - São todas as vítimas de


evento.

Art. 29, CDC - São as pessoas


determináveis ou não, expostas às
práticas nele previstas.
DIREITO DO CONSUMIDOR
DO FORNECEDOR

Art. 3º - Fornecedor é toda pessoa física


ou jurídica, pública ou privada, nacional ou
estrangeira, bem como os entes
despersonalizados, que desenvolvem
atividade de produção, montagem,
criação, construção, transformação,
importação, exportação, distribuição ou
comercialização de produtos ou prestação
de serviços.
DIREITO DO CONSUMIDOR
Conceito de produto e serviço

Produto é qualquer bem, móvel ou imóvel, material


ou imaterial (art. 3º, § 1º, CDC). É, portanto,
qualquer bem que tenha valor econômico e que
se destine a satisfazer uma necessidade do
adquirente final numa relação de consumo.

Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado


de consumo, mediante remuneração, inclusive os
de natureza bancária, financeira, de crédito e
securitária, salvo as decorrentes das relações
de caráter trabalhista (art. 3º, § CDC).
DIREITO DO CONSUMIDOR
Direitos básicos do consumidor:

I - a proteção da vida, saúde e segurança


contra os riscos provocados por práticas no
fornecimento de produtos e serviços
considerados perigosos ou nocivos;

II - a educação e divulgação sobre o


consumo adequado dos produtos e serviços,
asseguradas a liberdade de escolha e a
igualdade nas contratações;
DIREITO DO CONSUMIDOR
III - a informação adequada e clara sobre os
diferentes produtos e serviços, com
especificação correta de quantidade,
características, composição, qualidade e
preço, bem como sobre os riscos que
apresentem;

IV - a proteção contra a publicidade


enganosa e abusiva, métodos comerciais
coercitivos ou desleais, bem como contra
práticas e cláusulas abusivas ou impostas
no fornecimento de produtos e serviços;
DIREITO DO CONSUMIDOR
V - a modificação das cláusulas
contratuais que estabeleçam prestações
desproporcionais ou sua revisão em razão
de fatos supervenientes que as tornem
excessivamente onerosas;

VI - a efetiva prevenção e reparação de


danos patrimoniais e morais, individuais,
coletivos e difusos;
DIREITO DO CONSUMIDOR
VIII - a facilitação da defesa de seus
direitos, inclusive com a inversão do ônus
da prova, a seu favor, no processo civil,
quando, a critério do juiz, for verossímil a
alegação ou quando for ele
hipossuficiente, segundo as regras
ordinárias de experiências;

IX - a adequada e eficaz prestação dos


serviços públicos em geral.
TÍTULOS DE CRÉDITO
Definição jurídica (Vivante): documento
necessário [a] para o exercício do direito literal
[b] e autônomo [c] nele mencionado;

-A definição acima é considerada perfeita para


alguns e foi copiada pelo legislador pátrio no
art. 887 do CC.
PRINCÍPIOS

a) Cartularidade;
b) Literalidade;
c) Autonomia.

A autonomia tem dois subprincípios derivados:


A abstração e a inoponibilidade de exceções
pessoais.
Letra de Câmbio
A Lei Interna: Decreto 2.044/1908.
Em 1930 houve a confecção da Lei Uniforme
acerca da Letra de Câmbio e Nota Promissória
– LUG.
Só em 1966 ocorreu a absorção da Convenção
de Genebra (o Brasil, na década de 30, foi
signatário);
A LUG foi incluída no ordenamento jurídico
interno pelo Decreto 57.663/1966.
REQUISITOS ESSENCIAIS
Arts. 1° e 2° da LUG.
A ) Denominação Letra de Câmbio;
B ) Mandato de pagar quantia determinada;
C) Nome da pessoa que deve pagar;
D ) Nome da pessoa a quem deve ser paga;
E ) Indicação da data em que a letra é
passada;
F ) Assinatura do sacador.
REQUISITOS ESSENCIAIS

REQUISITOS NÃO ESSENCIAIS


A ) Lugar de emissão;
B ) Época do vencimento;
C ) Lugar do pagamento.

A falta de qualquer um dos chamados


requisitos essenciais transforma o documento
em quirógrafo. art. 2º, 1ª alínea da LUG - consagra o
FORMALISMO - o não cumprimento dos requisitos
essenciais tira do título os efeitos da letra de câmbio.
REQUISITOS ESSENCIAIS
Por força do Art. 3° do Dec. 2.044/1908 e a
Súmula 387 do STF : “ A cambial emitida
ou aceita com omissões, ou em branco, pode
ser completada pelo credor de boa-fé antes
da cobrança ou do protesto. ”
Os requisitos não precisam constar do
documento no momento do saque. A letra
pode ser sacada incompleta e assim circular.
O ACEITE
Na prática, é uma assinatura do sacado (a
quem é dirigida a ordem de pagamento) na
frente (anverso) da LC. – arts. 21 a 29 da LUG)
Através da assinatura, o sacado (agora,
aceitante) assume incondicionalmente o
pagamento da obrigação.
O ACEITE
A apresentação da letra para o aceite do
sacado deve ser feita no seu domicílio, pelo
portador ou mesmo por simples detentor, até a
data do vencimento.
O aceitante é devedor principal na letra.
O sacado não é obrigado a aceitar a letra de
câmbio. Porém, se isso ocorrer o tomador do
título pode considerar antecipado o vencimento
e cobrar imediatamente do sacador a dívida.
(Art. 43, LUG).
O ACEITE
O aceite pode ser limitativo ou modificativo.
– em ambas situações ocorre o aceite parcial,
ocorrendo a vinculação do aceitante aos termos
do seu aceite. (Art. 26 LUG). Mas, ocorrerá o
vencimento antecipado da letra, podendo ser
cobrado de imediato do sacador.(Art 43, LUG).
O ENDOSSO
O endosso é forma de transferência dos
títulos de crédito com a cláusula à ordem
(expressa ou presumida), tão somente.
Os títulos que não admitem endosso são os
que possuem, expressamente, a cláusula não
à ordem (aqui, a transferência dos títulos se
dá por cessão civil de crédito) – art. 11 e alíneas
– LUG.
O ENDOSSO
O Endosso produz dois efeitos:
1 – transfere a titularidade do crédito do
endossante para o endossatário;
2 – vincula o endossante ao pagamento do
título na qualidade de coobrigado. (Art. 15
LUG). Podem ser:
Em branco – Quando não identifica o
endossatário;
Em preto – Quando identifica o
endossatário.
AVAL
O avalista é responsável da mesma forma que o
avalizado (Art. 32 LUG e Art. 899 CCB).
A obrigação do avalista é autônoma em relação
à obrigação do avalizado.
Usualmente, é dado no anverso do título, mas
pode constar no verso, desde que especificada a
intenção de avalizar. O Art. 30 da LUG, prevê
o
aval parcial, já o Art. 897 CCB considera o
aval
parcial nulo.
PROTESTO CAMBIAL
Definição: é ato do credor UNILATERAL,
PÚBLICO, SOLENE, EXTRAJUDICIAL e
ESCRITO, mediante o qual se comprova a
apresentação do título para o aceite ou
pagamento do sacado, pelo portador do mesmo,
extraindo-se certidão que positiva o
inadimplemento ou, genericamente, a resposta
negativa do devedor.
PROTESTO CAMBIAL
A Lei 9.492/97 disciplina o protesto de títulos e
outros instrumentos de dívida.
Necessário – é o protesto contra os
coobrigados.
Facultativo – contra devedor principal e seus
avalistas.
Senão, perderá o direito de crédito quanto aos
coobrigados ou seja, sacador, endossantes e seu
avalistas, permanecendo portanto contra o
devedor principal – aceitante da letra de
câmbio e avalista.
AÇÃO CAMBIAL
Definição: é a ação própria para a cobrança
da Letra de Câmbio e da Nota Promissória
ainda dotadas de liquidez e certeza.

São, as LC’s e NP’s, títulos executivos


extrajudiciais. Logo, na prática, a ação cambial
é uma simples ação executiva para a cobrança
do título líquido e certo.
NOTA PROMISSÓRIA
A nota promissória segue a disciplina legal
da letra de câmbio, salvo quando a natureza
de cada título determina a incompatibilidade
entre eles. Por ex : sendo a nota promissória
uma promessa de pagamento, não admite
aceite. Tanto o Dec. 2.044/1908 quanto a
LUG, regulamentam ao mesmo tempo, a letra
de câmbio e a nota promissória.
As normas comuns aos dois títulos estão
previstas no Art. 77 da LUG.
NOTA PROMISSÓRIA
São também aplicáveis às notas promissórias
as disposições relativas ao aval (Art. 30 a 32 da
LUG).
Se o aval não indicar a pessoa por quem é dado,
entender-se-á, pelo subscritor da nota
promissória.
Os requisitos essenciais da nota promissória
estão previstos no Art. 75 da LUG.
DUPLICATA
A Lei 5.474/68, dispõe sobre a duplicata
comercial e de prestação de serviços.
A própria Lei de Duplicatas determina a
aplicação nos casos omissos da lei da Letra
de Câmbio ( art. 25 ) , assim, as questões
relativas ao endosso e ao aval serão reguladas
pela Lei Uniforme, sendo essa a sua regência
supletiva.
DUPLICATA
O aceite é obrigatório na duplicata – diferença essencial
entre a letra de câmbio e a duplicata.
Na duplicata, contudo, a vinculação do sacado
é obrigatória.

A recusa ao aceite não pode ocorrer por simples


vontade do sacado.

Exceções: as hipóteses do art. 8º, incisos I,


II e III , da LD.
PROTESTO
Prazo para o protesto (art. 13, §4º, LD): 30
dias,contados da data do vencimento, sendo
pois, diferente da LC e NP. Pena: perda do
direito de crédito contra os co-devedores e
seus avalistas;
protesto necessário: para o endossante e
avalistas, sob pena de perda do direito
regressivo. O sacador da duplicata é sempre
tomador;
Obs: o protesto é indispensável se o aceite é
presumido.
PROTESTO

Obs: Na duplicata sem aceite e sem


coobrigados , o protesto por falta de aceite é
obrigatório, sob pena de não poder executar
o sacado. A duplicata sem aceite,acompanhada
da nota de entrega da mercadoria, devidamente
protestada, é título executivo extrajudicial (art.
15, II, LD).
AÇÃO ORDINÁRIA
Art. 16 – LD: duplicata não aceita, protestada,
mas sem o documento hábil de comprovação da
entrega da mercadoria;
duplicata não aceita, com documento hábil,
mas não protestada;
duplicata não aceita, sem documento hábil e
sem protesto;
duplicata não aceita, devolvida no prazo de
10 dias, acompanhada das razões por escrito
da recusa ao aceite do art. 8º - LD .
CHEQUE
Lei nº 7.357/85 _ Lei interna .
Decreto 57.595/66 (Lei Uniforme do Cheque
– aplicação subsidiária).
Definição: é uma ordem de pagamento à vista,
escrita e em dinheiro, feita pelo emitente ou
sacador (com provisão de fundos) contra uma
instituição financeira (sacado) com a qual
mantém relação contratual (contrato de conta-
corrente ou de abertura de crédito), em
benefício de terceiro (tomador ou beneficiário).
CHEQUE
Se o emitente inserir no cheque a cláusula
“não à ordem”, ele será transferível mediante
cessão ordinária de crédito.

A estipulação do cheque ao portador está


limitada ao valor de R$ 100,00, pelo Art. 69
da Lei 9.069/95.
ENDOSSO NO CHEQUE
Ao endosso do cheque aplicam-se as mesmas
normas referentes à letra de câmbio, salvo no
tocante ao endosso do título ao sacado.
AVAL
A Lei 7.357/85, no seu art. 29, proíbe o aval pelo sacado,
mas admite o aval prestado por terceiro, ou mesmo por
signatário do título.
O aval garante o pagamento do cheque no todo
ou em parte.

O aval , usualmente é lançado no anverso do cheque,


podendo, porém, constar do verso ou da folha de
alongamento, através da inserção da expressão “ por
aval ”, “ bom para aval ” ou outra equivalente.
PROTESTO
Quanto ao protesto do cheque, a Lei 7.357/85
atribui a algumas declarações o mesmo efeito
que ao protesto as declarações constantes do
Art. 47, inciso II e § 1º da Lei do Cheque:
A declaração do sacado, escrita e assinada
sobre
o cheque, com indicação do dia da
apresentação;
A declaração escrita e datada por câmara de
compensação.
APRESENTAÇÃO
Os prazos constam do Art. 33 da Lei 7.357/85:
Quando o cheque for passado na mesma praça
onde deve ser pago, o prazo é de 30 dias, contados da
emissão;

Quando o cheque for passado em praça diversa


daquela onde deve ser pago, o prazo é de 60
dias, a partir da data de sua emissão;

O cheque apresentado fora do prazo estabelecido não


exime o sacador de sua responsabilidade cambiária,
porém não confere ao portador direito de regresso
contra os endossantes e seus avalistas.
AÇÕES CAMBIAIS
As ações cambiais do cheque são duas:
A de execução, que prescreve nos 6 meses
seguintes do término do prazo de apresentação,
e a de enriquecimento indevido, que tem
natureza cognitiva e pode ser proposta nos 2
anos seguintes à prescrição da execução.
Nas duas operam-se os princípios do direito
cambiário, e assim, o demandado não pode
argüir na defesa, matéria estranha a sua
relação
com o demandante.
AÇÕES CAMBIAIS
Após a prescrição das ações cambiais, é ainda
possível promover a ação causal, conforme
dispõe o Art. 62 da Lei 7.357/85, fundada no
negócio jurídico que originou o cheque.
Na execução o portador pode reclamar do
demandado o principal,mais os juros legais,
despesas e correção monetária.
Após prescrito o cheque, a jurisprudência
tem hodiernamente admitido a utilização da
Ação Monitória (Art. 1102 – A , CPC).
PRESCRIÇÃO
Art. 64, Parágrafo Único, Lei 7.357/85.
A ação do portador contra o sacador, os
endossantes e seus respectivos avalistas
prescrevem em 6 meses, contados do término
do prazo de apresentação.
A ação de um dos coobrigados (endossantes
e seus avalistas) contra os outros também
prescreve em 6 meses, contados do dia em que
tenha pago o cheque ou do dia em que ele
próprio foi acionado.
CONTRATOS EMPRESARIAIS

Princípios que regem os contratos :


• Princípio do Consensualismo
• Autonomia das Vontades
• Obrigatoriedade das Convenções
• Relatividade das Convenções
• Boa-fé
REPRESENTAÇÃO
COMERCIAL

Contrato pelo qual uma das partes


(representante comercial autônomo) se obriga
a obter pedidos de compra e venda de
mercadorias fabricadas ou comercializadas
pela outra parte (representado).
REPRESENTAÇÃO
COMERCIAL

Disciplina – inserida no CC, no Art. 710 e


seguintes.
Foi regulado pela Lei n. 4.886, de 9-12-65
(com as alterações efetuadas pela Lei n. 8.420,
de 8-5-92), que continua a ser aplicada, no que
couber, por força do Art. 721.
CONTRATOS
FRANQUIA MERCANTIL
Lei 8.955/94
Sistema de distribuição, em que os direitos de uso de
marca e tecnologia de negócio de uma sociedade
(franqueadora) são cedidos, contratualmente, a outra
franqueada),mediante determinadas condições.

COF – Circular de Oferta de Franquia


Artigo 3º, Lei 8.955/94.
CONTRATOS
FATURIZAÇÃO

Factoring ou Faturização é o ajuste, por meio


do qual um comerciante cede a outrem os
créditos correspondentes às suas atividades,
total ou parcialmente, recebendo, em
contrapartida, remuneração consistente em
desconto sobre os respectivos valores, com os
juros correspondentes.
Representa verdadeira alienação ou venda do
faturamento.
CONTRATOS
FATURIZAÇÃO

Modalidades
A ) Conventional Factoring (old line factoring):
O factor garante o pagamento das faturas
antecipando o seu valor ao faturizado.

B ) Maturity Factoring: O factor paga o valor


das faturas apenas no vencimento.
CONTRATOS
FATURIZAÇÃO
A operação distingue-se do desconto bancário,
pois a maioria das vezes, exige exclusividade.
A remuneração consiste em comissão ou ágio,
que se cobra sobre os valores dos títulos.
Dever de sigilo:
Apesar de não serem instituições financeiras,
as faturizadoras devem manter sigilo sobre
suas operações (art. 1º, § 2º da LC 105/2001), e
incidência de IOF ( Lei 9.532/97 – art. 58)
ARRENDAMENTO
MERCANTIL
Lei 6099/74
Trata-se de contrato mediante o qual um
agente, pretendendo utilizar coisa móvel, ou
imóvel, faz com que a instituição financeira,
ou especializada o adquira, alugando-o,
posteriormente, a ele, por prazo certo,
facultando-se-lhe, ao final, que opte entre a
devolução do bem, a renovação do contrato
ou a compra pelo preço residual, conforme
estabelecido.
ARRENDAMENTO
MERCANTIL
Modalidades

• Leasing Tradicional ou Financeiro


• Lease-back
• Leasing Operacional ou Renting
• Self Leasing
ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA
Decreto 911/69
É o contrato através do qual uma das partes,
denominada credor (fiduciário) adquire a
propriedade resolúvel de um determinado bem,
e sua posse indireta, sob condição resolutiva,
como garantia de um financiamento, concedido
ao devedor (fiduciante), que o reaverá (em sua
plenitude) quando saldar a dívida.
ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA

A finalidade da alienação fiduciária é o crédito,


e não a aquisição, por isso, somente as
instituições financeiras, e por extensão, as
administradoras de consórcios, estão
legitimadas a figurar como adquirente
fiduciário nessa modalidade contratual típica.
RECUPERAÇÃO JUDICIAL

Fases do Processo de Recuperação Judicial :


• Postulatória: requerimento – despacho
• Deliberativa: despacho – concessão da
recuperação (verificação do crédito)
• Execução: concessão – sentença de
encerramento (execução do plano)
RECUPERAÇÃO JUDICIAL
Legitimidade Ativa : empresário ou sociedade
empresária – Arts. 1º e 48, caput da LRF.
Art. 966 CC “ Considera-se empresário quem
exerce profissionalmente atividade econômica
organizada para PRODUÇÃO ou
CIRCULAÇÃO DE BENS ou SERVIÇOS”.
e Art. 982 do CC.
RECUPERAÇÃO JUDICIAL
Requisitos: art. 48. da LRF:
• Exercício regular da sua atividade.
• Não ser falido.
• Não ter obtido recuperação há menos de 5
anos ou 8 no caso de micro e pequena empresa;
• Não ter sido condenado por crime
falimentar.
Também pode ser requerida pelo cônjuge
sobrevivente, herdeiros do devedor,
inventariante ou sócio remanescente- Art. 48,
Parágrafo Único.
RECUPERAÇÃO JUDICIAL
O Plano de Recuperação Judicial abrange
“todos” os créditos existentes na data do
pedido, ainda não vencidos , cfe art. 49 da LRF,
salvo:
• Crédito tributário e previdenciário.
• Crédito decorrente de Alienação Fiduciária e

Arrendamento Mercantil ( Leasing ) –


art. 49 § 3º.
• Adiantamento a contrato de câmbio- art. 49 §

4º c/c art. 86, II .


MEIOS DE RECUPERAÇÃO
Art. 50 da LRF.
• Concessão de prazos e condições especiais;
• Cisão, incorporação, fusão ou
transformação;
• Alteração do controle societário;
• Substituição dos administradores.
• Aumento de capital;
• Redução salarial ou de jornada de trabalho
(obrigatoriedade de intervenção do sindicato);
• Emissão de valores mobiliários, dentre
outros.
PLANO ESPECIAL DE
RECUPERAÇÃO PARA ME E EPP
EMBASAMENTO LEGAL PARA TODO E
QUALQUER TRATAMENTO LEGAL
DIFERENCIADO, SIMPLIFICADO E
FAVORECIDO
Constituição Federal: Princípios Fundamentais

Art 170 e 179


PLANO ESPECIAL DE
RECUPERAÇÃO PARA ME E EPP
Arts. 70 a 72 da LRF.
• Direcionado a todos os créditos à data do
pedido;
• Prazo de 36 meses, com a primeira parcela
vencendo após 180 dias do pedido de
recuperação, de forma improrrogável. Parcelas
mensais, c/ juros taxa Selic e proposta de
abatimento da dívida.
• Autorização do Juiz para aumentar despesas

ou contratação de empregados.
PLANO ESPECIAL DE
RECUPERAÇÃO PARA ME E EPP
• Não há Assembleia Geral de credores.
objetivo : redução de custos do processo.
• Nova concessão, após transcorridos 5 anos
da recuperação judicial anterior .
finalidade : evitar abusos por parte do
empresário/sociedade empresária.
• Impugnação dos credores: mais da metade
De qualquer das classes de credores. Decreta a
falência.
TÉRMINO DA RECUPERAÇÃO
JUDICIAL
Art. 61 da LRF - Concedida a Recuperação, o
devedor permanecerá nessa situação durante
dois anos consecutivos, período no qual deverá
cumprir todas as obrigações prevista no Plano,
findo os quais, se tudo tiver sido cumprido no
prazo legal, o juiz declarará por sentença o
encerramento da Recuperação Judicial,
determinando as providências cabíveis – art. 63
da LRF.
RECUPERAÇÃO
EXTRAJUDICIAL
Conceito : é o acordo celebrado entre o devedor
e seus credores homologado judicialmente.
Art. 161 da LRF – Legitimidade para a
proposição do Plano - o devedor deverá
preencher os requisitos do art. 48 da LRF.
RECUPERAÇÃO
EXTRAJUDICIAL
É o instituto mais célere e financeiramente mais
eficiente, pois todas as negociações entre
devedor e credores ocorrem no âmbito privado.

Abrangência : titulares de créditos com


garantia
real; credores privilégios geral/especial;
credores quirografários e subordinados.
RECUPERAÇÃO
EXTRAJUDICIAL
EXCLUÍDOS : créditos tributários; créditos
trabalhistas ou decorrentes de acidente de
trabalho; créditos de titular da posição de
proprietário fiduciário de bens móveis ou
imóveis, de arrendador mercantil, de
proprietário ou promitente vendedor de imóvel
e de proprietário em contrato de venda com
reserva de domínio; crédito de contrato de
câmbio para exportação. – Art. 161 § 1º da
LRF.
RECUPERAÇÃO
EXTRAJUDICIAL
MODALIDADES : Com adesão de todos os
credores sujeitos ao plano – Homologação
Facultativa (art. 162 da LRF);

Com adesão de pelo menos 3/5 de cada espécie


de credores sujeitos ao plano, desde que
observadas as determinações do art. 163, § 3º
da
LRF ( Homologação Obrigatória ) .
FALÊNCIA
Pressupostos : Art. 94, I, II e III da LRF.
a) o devedor, sem relevante razão de direito,
não paga no vencimento,obrigação líquida,
protestada, superior a 40 salários-mínimos.
Para se atingir o valor de alçada aqui fixado é
admitido o litisconsórcio ativo;
b) executado por qualquer quantia líquida, não
paga, não deposita, e não nomeia bens a
penhora, dentro do prazo legal ;
c) prática atos fraudulentos em prejuízo dos
credores.
FALÊNCIA
Legitimidade Ativa – art. 97 , I,II, III e IV da
LRF : o devedor, diante de grave crise
econômico-financeira, poderá requerer a sua
própria falência; o cônjuge sobrevivente, ou
seja
o cônjuge do empresário que se encontra na
mesma condição, ou o cônjuge de credor, que
por meação adquiriu este direito; o cotista ou
acionista da sociedade empresária devedora; ou
qualquer outro credor.
FALÊNCIA
ANÁLISE GERAL DOS CRÉDITOS
1º) Créditos Trabalhistas de natureza
estritamente salarial vencidos, nos três meses
anteriores a decretação da falência e no limite
de cinco salários mínimos (art. 151 LRF);
2º) Restituição em dinheiro/ contrato de
câmbio (art. 86 LRF );
3º) Créditos da Massa (art. 84 LRF ) ;
QUADRO GERAL DE CREDORES
Art. 83 da LRF – Classificação dos Créditos.
4º) os créditos derivados da legislação do
trabalho, limitados a 150 salários- mínimos por
credor, e os decorrentes de acidentes de
trabalho;
5º) créditos com garantia real até o limite do
valor do bem gravado;
6º) créditos tributários;
FALÊNCIA
7º) créditos com privilégio especial;
8º) créditos com privilégio geral;
9º) créditos quirografários;
10º)as multas contratuais e as penas
pecuniárias
por infração das leis penais ou administrativas,
inclusive as multas tributárias;
11º) créditos subordinados.
LIQUIDAÇÃO
A liquidação da falência nada mais do que a
venda dos ativos da sociedade empresária falida
para pagamento dos credores Art. 139 da LRF.

A venda dos bens pode ser de forma ordinária


( arts.140 a 142 da LRF ), extraordinária ( arts.
144 e 145 da LRF ) e sumária (art. 111 da
LRF ).
LIQUIDAÇÃO
Art.149 da LRF – finalizada a realização do
Ativo, os valores obtidos serão utilizados para
pagamentos dos credores a se iniciar pelas
restituições, liquidação dos créditos
extraconcursais – art. 84 da LRF e, em seguida
atenderão ao Quadro Geral de Credores - art.
83
da LRF, até a força dos valores obtidos com as
alienações. Se, para uma determinada classe de
credores não haja numerário , será rateado
proporcionalmente naquela classe.
FALÊNCIA
Extinção das Obrigações e Encerramento da
Falência - o processo de encerramento com a
prestação de contas do administrador judicial
em 30 dias, que se aprovadas apresentará
relatório final no prazo de 10 dias, contendo:
a) o valor do ativo; b) o produto de sua
realização; c) o valor do passivo; d) o
pagamento aos credores; e) responsabilidades
remanescentes do falido. Este procedimento
será encerrado por sentença da qual caberá
Apelação – arts. 154, 155 e 156 da LRF.

Você também pode gostar