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“Poema à mãe”-

Eugénio de
Andrade
Índice
01 02 03
Apresentação do autor Análise do titulo Estrutura interna

04 05
Estrutura externa Reflexão do grupo
Introdução
Irá ser abordado “Poema à mãe” que
explora os sentimentos mais profundos
ligados à maternidade, através de uma
linguagem poética rica e sensível,
revelando esse vínculo de extrema
importância.
Eugénio de
Andrade
Eugénio de Andrade, nasceu em 19 de
janeiro de 1923, na cidade de Póvoa de
Atalaia, Portugal, e faleceu a 13 de
junho de 2005, no Porto. Foi um dos
mais destacados poetas portugueses do
século XX, sendo reconhecido pela sua
poesia lírica e sensível.
Representações do
quotidiano

Sensibilidade e intimidade:

O autor explorava o lado íntimo e sensível da vida quotidiana.


Ele encontrava poesia nas situações comuns e nas emoções do dia-a-dia.
Representações do
quotidiano

Natureza e Simplicidade:

A natureza desempenha um papel muito importante na sua poesia, e


muitas vezes o autor inspirava-se na simplicidade e beleza dos elementos
naturais que compõem o quotidiano, como árvores, flores e paisagens
comuns.
Representações do
quotidiano
Cores e Imagens Vívidas:

Utiliza uma linguagem rica em imagens e cores, Eugénio de


Andrade pintavas quadros poéticos do quotidiano.
As suas descrições eram muitas vezes marcadas por uma
intensidade visual que realçava a beleza das coisas mais
vulgares.
Representações do
quotidiano

Erotismo e Amor:

O amor e o erotismo eram temas habituais na sua poesia. Eugénio de


Andrade conseguia expressar a sensualidade e a paixão através de
metáforas delicadas e sugestivas, que dava uma dimensão poética ao amor .
Representações do
quotidiano

Melancolia e Saudade:

A melancolia e a saudade são sentimentos característicos da


poesia portuguesa.
Ele capturava a fugacidade e rapidez dos momentos, criando
uma atmosfera nostálgica.
Representações do
quotidiano

Cotidiano Urbano e Rural:

As representações do autor não se limitavam a um ambiente


específico. Ele explorava tanto o quotidiano urbano quanto o
rural, observava as características da vida na cidade e no
campo.
Representações do
quotidiano

Simplicidade Linguística:

A simplicidade na linguagem é uma das características da sua


poesia.
Apesar da sua profunda complexidade emocional, as suas
palavras eram sempre acessíveis e diretas, o que contribui
para a comunicação mais próxima do leitor.
Tradições literárias

Saudosismo e Misticismo Português:

Eugénio de Andrade compartilha traços comuns


com a tradição literária portuguesa, especialmente a
saudade e o misticismo.
Ele incorpora a tradição de exprimir uma profunda
nostalgia e uma busca espiritual nas suas obras.
Tradições literárias

Modernismo:

O Poeta procurava romper com as tradições


literárias estabelecidas e experimentar novas
formas de expressão.
A sua poesia é caracterizada pela simplicidade
linguística, a valorização da sensibilidade
individual e a liberdade formal, elementos comuns
ao modernismo.
No mais fundo de ti,
eu sei que traí, mãe!
Poema á mãe
Olha - queres ouvir-me? -,
Tudo porque já não sou às vezes ainda sou o menino
o retrato adormecido que adormeceu nos teus olhos;
no fundo dos teus olhos!
ainda aperto contra o coração
Tudo porque tu ignoras rosas tão brancas
que há leitos onde o frio não se demora como as que tens na moldura;
e noites rumorosas de águas matinais!
ainda oiço a tua voz:
Por isso, às vezes, as palavras que te digo "Era uma vez uma princesa
são duras, mãe, no meio de um laranjal..."
e o nosso amor é infeliz.
Mas - tu sabes! - a noite é enorme
Tudo porque perdi as rosas brancas e todo o meu corpo cresceu...
que apertava junto ao coração
no retrato da moldura! Eu saí da moldura,
dei às aves os meus olhos a beber.

Se soubesses como ainda amo as rosas, Não me esqueci de nada, mãe.


talvez não enchesses as horas de pesadelos... Guardo a tua voz dentro de mim.
E deixo-te as rosas...

Mas tu esqueceste muita coisa! Boa noite. Eu vou com as aves!


Esqueceste que as minhas pernas cresceram,
que todo o meu corpo cresceu,
e até o meu coração
ficou enorme, mãe!
Análise do título
“Poema á Mãe”
O título é simples e direto, indicando o tema
central que é o foco na figura materna, ou
seja, estabelece espectativas ao leitor sobre a
exploração e aprofundamento do
relacionamento entre mãe e filho.

O título indica intimidade e afeto através da


preposição “á” que pode sugerir uma
singularização da figura materna.
Análise da
estrutura interna
• O poema tem versos soltos, ou seja sem rima.

• É constituído por 14 estrofes variáveis.


• Tem nove tercetos, três dísticos e um monóstico.

• Tem liberdade métrica, ou seja, não há um número constante


de sílabas métricas.
Recursos Expressivos
● Metáfora: “O retrato adormecido / no fundo dos teus olhos", é utilizado uma metáfora para transmitir a ideia de
que a mãe carrega a imagem do filho em criança profundamente dentro de si.

● Personificação: Quando o poema refere a palavra "duras“ está presente a personificação que atribui características
humanas às palavras, aumentando sua força emocional.

● Imagens sensoriais: O poema evoca imagens sensoriais, como “o frio que não se demora em certos leitos” e “as
noites rumorosas de águas matinais”, criando a sensação de uma atmosfera mais emotiva.

● Anáfora: A repetição da palavra "mãe" ao longo do poema reforça a centralidade do tema materno e ressalta a
importância desse relacionamento para o poeta.

● Antítese/Contraste: O poeta contrasta a imagem do menino que ainda é, em certos aspetos, o mesmo que
adormeceu nos olhos da mãe com a realidade do corpo crescido e do coração enorme. Esse contraste destaca a
evolução do autor.

● Eufemismo: “eu vou com as aves” significa que vai embora “ser livre” de uma forma menos chocante.
Análise externa
• Este poema exprime um profundo relacionamento entre o poeta e sua mãe.
Através de uma linguagem emotiva, poeta descreve a evolução de sua ligação com a mãe ao longo do tempo, desde
a infância até a idade adulta.

• O autor expressa sentimentos de culpa, nostalgia, amor e crescimento, revelando que muda à medida que
cresce e se torna independente. Ele reconhece que, de certa forma, traiu a confiança da mãe ao se distanciar
dela e se transformar em alguém diferente do "retrato adormecido no fundo dos teus olhos".
Essa mudança é representada pela perda das "rosas brancas“ que representa a perda da inocência.

• Apesar dos conflitos, o poeta ainda guarda dentro de si a voz da mãe e deixa-lhe as rosas como símbolo de
amor e gratidão.
O poema transmite faz refletir sobre a natureza dos relacionamentos familiares e a inevitabilidade do crescimento e
da mudança.
Reflexão final

Eugénio de Andrade mostra através deste poema o distanciamento físico e emocional da figura
materna para com o filho ao longo da idade e o abalo que trás tanto para a mãe que sente
saudade do seu filho em criança, como para o filho que quer que a mãe aceite o seu
crescimento e a sua liberdade.
É um processo pelo qual toda a gente passa e aborda emoções e sentimentos profundos do
crescimento físico e emocional.

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