Você está na página 1de 9

ESCREVENDO

CIÊNCIA
Regras básicas
 Não há fórmulas mágicas para se escrever bem sobre
ciência – mas há abordagens e estratégias que podem
ajudar a produzir uma grande história
 1) Familiarize-se com o que a imprensa publica sobre
ciência (sites, editorias de grandes jornais, revista de
JC) e com as publicações especializadas (revista de
divulgação científica e revistas científicas)
 Você pode solicitar newsletter de institutos e órgãos de pesquisa,
centros médicos e universidades para se manter informado das
novidades da ciência
 Não se esqueça de checar com frequência sites governamentais,
como Ministério de C&T, CNpq, entre outros
 “For police reporters, there are crimes. For politcal
writers, elections. Sport-writers have games. And science
wrtiters have journals. In fact, there are more journal
articles published every year than there are games,
elections and murders in all U.S. cities combined. So
science writers must be selective. To select wisely, you’ll
need to know, first of all, what the major-news
providing journals are, and what sorts of science they
publish.”
 [A field guide for science writers – The official guide of the
National Association os Science Writers. Deborah Blum (ed.)]
 Os quatro principais periódicos de ciência em
atuação (“Big four”)
 Science
 Nature
 New England Journal of Medicine
 Journal of the American Medicine Association

 Cell
 Neuron
 The Proceedings of the National Academy of Sciences
www.eurekalert.org
 2)Não perca de vista prêmios, concursos e
conderações
 Além do Nobel, Medalha Max Planck, e outros, existem diversos
prêmios dados a brasileiros, como o Salão do Inventor, Prêmio
Capes de Teses, etc)
 3) Saiba como apurar “ciência”
 Não confie plenamente em releases ou notas rápidas de
ciência
 Não confie plenamente nem mesmo em pesquisas
publicadas em revistas científicas!
 Cheque em bancos de dados, em periódicos da área e
na web artigos de temática correlata e pesquise sobre
os autores (sua formação, pesquisas em andamentos,
pesquisas concluídas) antes de ler papers ou relatórios
de pesquisa
 Converse com os autores sobre suas pesquisas antes de
publicá-las
 Em 1994, a polícia de Boston chocou-se ao descobrir um menino de
quatro anos de idade, desnutrido e trancado num apartamento imundo
de Roxbury, onde vivia em condições pavorosas. Pior, as mãozinhas
da criança tinham sido horrivelmente queimadas. Soube-se que a mãe,
viciada em drogas, tinha posto as mãos do menino sob a torneira de
água fervente para castigá-lo por ter consumido comida de seu
namorado. A criança ferida não tivera nenhum tipo de assistência
médica. A história perturbadora chegou rapidamente às manchetes.
Adotado, o menino recebeu enxertos de pele para ajudar as mãos
machucadas a recuperar suas funções. Mas, embora as feridas físicas
da vítima tenham sido tratadas, descobertas recentes indicam que
ferimentos infligidos a sua mente em desenvolvimento podem nunca
cicatrizar de todo.
 (FERIDAS QUE NÃO CICATRIZAM: a neurobiologia do abuso
infantil. Scientific american, junho de 2002)
 Silêncio e tensão dentro da cabine dos astronautas do ônibus espacial
antecedem os momentos da contagem regressiva para lançamento da nave
ao espaço. Os tripulantes, presos aos assentos por cintos de segurança, na
cintura e nos ombros, mal conversam entre si, e não tiram os olhos dos
instrumentos de operação e controle da espaçonave. (...) Apenas seis
segundos antes do lançamento os três motores principais começam a
funcionar. No momento exato do lançamento, os motores dos foguetes de
combustível sólido são ligados e os tripulantes sentem a espaçonave
chacoalhando violentamente, com uma frequência de vibração de 15 ciclos
por segundo. “Ainda ficamos parados por cerca de meio segundo na
plataforma, como se estivéssemos dentro de um liquidificador gigante. É o
meio segundo mais longo que já vivi em minha vida”, garante o astronauta
Byron Lichtenberg.
 (“É COMO SE ESTIVÉSSEMOS EM UM GRANDE
LIQUIDIFICADOR”, diz astronauta veterano. Folha de S.Paulo, 29 de
julho de 1988)
 Logo em seguida, o ônibus espacial se desprende da plataforma.
“Neste momento, é como se fôssemos uma pedra sendo atirada por um
imenso estilingue. O barulho dos motores e foguetes é forte, mas não o
percebemos muito por causa dos capacetes”. Dois minutos após o
lançamento, a aceleração aumenta para gravidade três, quando, além
de toda a vibração, os astronautas, nesse instante com o peso do corpo
triplicado, sentem como se tivessem sobre si três pessoas com seu
próprio peso empurrando-os para baixo. A espaçonave já está a cerca
de 60 km de altitude e os dois foguetes propulsores, já sem
combustível, são descartados a caem no mar, sendo mais tarde
recuperados.
 (“É COMO SE ESTIVÉSSEMOS EM UM GRANDE
LIQUIDIFICADOR”, diz astronauta veterano. Folha de S.Paulo, 29
de julho de 1988)

Você também pode gostar