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Universidade Lúrio

Faculdade de arquitectura e Planeamento Físico

Cadeira: Sistema de Informação Geográfica

Aplicação do GIS na Identificação de áreas apropria


Aterros sanitários

Anssul Khan - 20114001003 Jacinto Fé – 20114001016 Nilton Milton - 20114001017 W

Momade - 2011400

Nampula – Abril de 2014


Índice
Introdução ........................................................................................................................................................
4
Objectivos.........................................................................................................................................................
5
Objetivo Geral ..............................................................................................................................................
5
Objetivos Específicos....................................................................................................................................
5
Metodologia de investigação ...........................................................................................................................
5
Métodos ....................................................................................................................................................... 5
Conceito de aterro sanitário ............................................................................................................................ 6
Passos para a construção de aterro sanitário .................................................................................................. 7
Categorização de aterros ................................................................................................................................. 8
Tipos de Aterro Sanitário .................................................................................................................................
9
Aterro Manual ou em valas..........................................................................................................................
9
Vantagens ...............................................................................................................................................
10
Desvantagens .........................................................................................................................................
10
Aterro em Superfície ou em Células ..........................................................................................................
10
Vantagens ...............................................................................................................................................
10
Desvantagens .........................................................................................................................................
10
Aterro em Trincheira ..................................................................................................................................
10
Vantagens ...............................................................................................................................................
11
Desvantagens .........................................................................................................................................
11
Seleção de áreas para implantação de aterro sanitário ................................................................................ 11
Área em Estudo ..........................................................................................................................................
11
Procedimento para a selecção de áreas para um aterro............................................................................... 12
Critério para Selecção de Área para Localização do Aterro Sanitário ...........................................................
13
Critério para a Identificação de Áreas Candidatas.........................................................................................
14
Mapa de áreas candidatas para instalação do aterro sanitário..................................................................... 16
Conclusão .......................................................................................................................................................
17
Índice de Figuras
Figura 1: Aterro sanitário .................................................................................................................................
6
Figura 2: Enquadramento da área de estudo ................................................................................................ 12

Índice de tabelas
Tabela 1: Categorização dos aterros, fonte: DTAS,
2010 ................................................................................. 8
Tabela 2: Exigências mínimas para a categorização dos aterros, fonte: DTAS,
2010. ..................................... 9
Tabela 3: Critério para a identificação dos locais candidatos ........................................................................
15

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Introdução

A geração maciça e crescente de resíduos sólidos urbanos depositados de forma inadequada no ambiente
resulta do elevado índice de crescimento populacional, perigando a saúde pública.

Não obstante que o problema de gestão de resíduos sólidos está associado a outros factores para além do
crescimento populacional nos centros urbanos, especificamente para o caso da cidade de Nampula,
concernente a mudanças de hábitos alimentares e o desenvolvimento tecnológico que vem se registando
nos últimos dias.

Sendo praticamente, os aterros sanitários (cemitério de lixo em linguagem comum), existem


factores vectoriais que condicionam o local de implantação deste tipo de infra-estrutura, pois estes
requerem que se observe minuciosamente a profundidade de lençol freático, o uso do solo, proximidade
com cursos de água, geologia, dentre outros. Com base nestas premissas pretendemos ilustrar, numa
visão de âmbito científico a aplicabilidade do GIS (Geographic information system) na identificação
de áreas apropriadas para construção de aterros sanitários.

Com GIS, a base fulcral da investigação o desafio será encontrar zonas em Nampula potencialmente
aptas para aterro sanitário, julgando em abordagem geral que nesta, a deposição de resíduos sólidos é
feita em lixeiras a céu aberto, com pobre instalação técnica para reduzir impactos negativos e sem
qualquer controle, com os inconvenientes de ordem estética e ambiental, pondo em causa a saúde
pública e o ambiente.

Segundo as DTAS (2010), (directiva técnica para a implantação e operação de aterros sanitários
em Moçambique) existem tipos de aterros sanitários de entre: Aterro manual, aterro em célula, e, aterro
em trincheira, na qual a base destes e da modelação em GIS se caracterize e se identifique zonas
apropriadas para a implantação de um dos modelos dos aterros sanitários, o qual for mais
adoptável a cidade de Nampula.

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Objectivos
Objetivo Geral
 O propósito geral desta pesquiza é de orientarmo-nos no sentido de indução e aperfeiçoamento
de nova ferramenta de trabalho (GIS) para a adopção e identificação de locais apropriados para
a implementação de aterros sanitários, como um mecanismo fulcral para a transição de lixeiras
a céu aberto para aterros sanitários em Nampula.

Objetivos Específicos
 Definir o tipo de aterro sanitário de acordo com as condições físicas-naturais e a topografia
do
local;
 Definir quais parâmetros para instalação de um aterro sanitário na cidade de Nampula;
 Perceber e visualizar com o auxílio do GIS, pontos apropriado para instalação de
aterros
sanitários.

Metodologia de investigação

Metodologia é o conjunto de métodos e técnicas usadas para a elaboração do trabalho. Sendo que
GIL, (2002), referencia que método pode ser entendido como um caminho para chegar à verdade em
ciência ou o conjunto de procedimentos que ordenam o pensamento e esclarecem acerca dos meios
adequados para se chegar ao conhecimento.
As pesquisas sociais, tanto por seus objectivos, quanto pelos procedimentos que envolvem, são muito
diferentes entre si. Por essa razão torna-se impossível apresentar um esquema que indique todos
os passos do processo de pesquisa (GIL, 1999). Este trabalho seguiu os seguintes métodos e técnicas:

Métodos
Investigação de campo: este consistiu na observação, colecta e registo de dados relacionados
a caracterização geral da cidade de Nampula, o campo de estudo é o posto administrativo de Natikiri,
na cidade de Nampula. Com auxílio do GOOGLE EARTH, observou-se vários aspectos de interesse
relevante.

Pesquisa bibliográfica: na qual usou-se materiais elaborados (livros e artigos científicos) para
o esclarecimento de alguns pontos como os conceitos por de trás dos aterros sanitários.
Para o desenvolvimento contextual, foi dirigida uma pesquisa sobre a aplicação do GIS para
identificar áreas apropriadas para implantação dos aterros sanitários.

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Conceito de aterro sanitário

Para Silva e Zaidan, (2004) citado por Santos et. al. (2007), “o aterro sanitário é a forma de depor o
lixo sobre o solo, compactando-o com tractor, reduzindo-o ao menor volume permissível e
recobrindo--o com camada de terra compactada, na frequência necessária de modo a ocupar a menor
área possível”.

Para (Manahan, 1999) citado por (Morais, 2005), “o aterro sanitário corresponde à forma de deposição
onde deve haver um controle dos impactos, através da impermeabilização do solo, o recobrimento dos
resíduos, sistema de drenagem de águas pluviais, sistema de drenagem e de tratamento dos
afluentes líquidos e gasosos produzidos durante o processo de degradação dos resíduos”.

Segundo a NBR 8419 (ABNT, 1992), Apresentação de Projectos de Aterros sanitários de RSU, define
como aterro sanitário: À técnica de deposição de resíduos sólidos urbanos no solo, sem causar danos a
saúde pública e à sua segurança, minimizando os impactos ambientais, método que utiliza
princípios de engenharia para confinar os resíduos sólidos à menor área possível e reduzi-los ao
menor volume permissível, cobrindo-os com uma camada de terra na conclusão de cada jornada
de trabalho, ou a intervalos menores, se necessários. (ABNT, NBR 8419, 1992, p.1).

Aterro sanitário, designando-se o método de eliminação controlado dos resíduos sólidos urbanos
em terra. O método foi introduzido na Inglaterra em 1912 (onde é chamado por depósito controlado).
O lixo é depositado em camadas finas (até 1 metro ou 3 pés) e prontamente compactado por
máquinas pesadas (por exemplo, tratores); várias camadas são colocadas e compactadas em cima umas
das outras para formar uma pilha de resíduo (até 3 metros, ou 10 pés, de espessura). No final de cada
dia da célula de lixo compactado é coberto com uma camada de terra compactada para impedir
odores e detritos pelo vento. Todos os aterros sanitários modernos são cuidadosamente selecionados
e preparados (por exemplo, selado com forros de fundo sintético impermeável) para evitar a
poluição das águas subterrâneas ou outros problemas ambientais. Quando o aterro é
completado, é tapado com uma camada de argila ou de um revestimento sintético, para impedir que
a água de entre. A cobertura final do solo superficial é colocado, compactado, classificadas, e várias
formas de vegetação podem ser plantadas para fim de recuperar de outra forma útil a terra - por
exemplo, para preencher declividades para níveis convenientes para a construção de parques,
campos de golfe, ou outros projetos públicos adequados. (Sanitary landfill, 2014).
O objetivo do aterro sanitário é melhorar as condições sanitárias relacionadas aos descartes de
resíduos sólidos, sendo que esta forma de disposição do lixo conta com técnicas de engenharia e
canalização dos gases libertados pela decomposição do lixo. O aterro sanitário também possui o
recobrimento do lixo diariamente, ou de acordo com as necessidades e disponibilidade de
equipamentos. A vida útil de um aterro varia conforme o consumo da população durante os anos
de operação do aterro sanitário, preferencialmente um aterro sanitário deve ter vida útil superior a 10
anos.

Figura 1: Aterro
sanitário
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Passos para a construção de aterro sanitário

Ao conhecimento do MICOA

Classificação da futura instalação -

Selecção da área

Estudo de
viabilidade
Autorização pela autoridade
Ao conhecimento do
competente (Proponente) MICOA
Investigação detalhada
Decisão sobre a aprovação e as
(EIA)
suas condições pelo
Consultas (públicas e com - MICOA
out ras entidades relevantes)

Planificação e desenho
técnico detalhado

Ao conhecimento do
MICOA
Construção
Aprovação e licença de oper -
ação pelo
Operação MICOA

Elaboração do plano de encerramento


-

Aprovação do plano pelo MICOA


Encerramento

Reabilitação

Monitoramento

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Categorização de aterros

O tamanho de um aterro é determinado pela quantidade de resíduos a ser transportada e depositada


diariamente no aterro, considerando avida útil do aterro e o desenvolvimento da produção de
resíduos per capita. Esta categorização é necessária para definir os requisitos de desenho e da
construção, em relação ao tamanho máximo de um aterro e as exigências de operação em relação à
quantidade diária ou anual a ser depositada no aterro. Assim, no contexto das necessidades para um
aterro sanitário, um município de classe “C” com uma população pequena e pouca geração de
RSU’s não pode ser comparado com Municípios de classe “A” ou “B”. Estes podem ser categorizados
como: Aterro de zona rural (R), Pequeno (P), Médio (M), Grande (G), segundo a cota máxima de
deposição por ano (CMA) em t/ano em consonância com a densidade populacional da área designada
para o aterro.

O potencial de contaminação ao meio ambiente é também considerado outro critério importante


para categorização do aterro. Assim, o potencial do aterro em produção de águas lixiviadas,
potencialmente contaminadas, é um factor decisivo.
O potencial de lixiviação depende de:
 Precipitação diária/anual – pois estas provem das aguas da precipitação que se infiltram
no aterro e dissolvem os contaminantes de resíduos (metais pesados,
orgânicos/inorgânicos de cloro, e outros). Os processos microbiológicos no aterro causam
uma carga biológica e química na água lixiviada. Assim, altas precipitações anuais aumentam o
potencial de lixiviação do aterro.

 Evaporação – que reduz o potencial de lixiviação, já que a humidade não infiltra no aterro, mas
é absorvida no ar. O melhor caso se dá quando a evaporação é mais alta que a
precipitação, resultando num potencial de lixiviação muito limitado.

 Fracção orgânica e humidade dos RSU’s – a contaminação das águas lixiviadas resultam
de resíduos orgânicos, especialmente dos parâmetros CBO (Carência Biológica de Oxigénio) e
CQO (Carência Química de Oxigénio). Alta fracção orgânica dentro dos RSU’s (> 50% em peso)
significa um alto potencial de lixiviação, tomando em consideração os critérios de
precipitação e evaporação. Sendo que as aguas e a humidade proveniente da
compactação de resíduos orgânicos podem contribuir entre 10 a 20 % no potencial de
lixiviados, portanto, o aterro pode gerar aguas lixiviadas sem precipitação ou com uma
Tipo de RSU’s Resíduos sólidos urbanos gerais
evaporação alta.
Classe* R P M G
Quantidade < 1.000 t 1.000 t – 10.000 t < 40.000 t > 40.000 t
de RSU’s por ano
População < 5.000 <30.000 <150.000 > 150.000
designada
para área do aterro
Potencial de B B B A B A
lixiviação**
Tabela 1: Categorização dos aterros, fonte: DTAS,
2010
* R = zona rural B = baixo G = grande
** A = alto M=
P = pequeno medio

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O potencial de lixiviação define a necessidade de mais importantes técnicas de um aterro
sanitário,
sobretudo as mais onerosas:
 Sistema de impermeabilização da base – a membrana de impermeabilização, geralmente
em PEAD tem como objectivo a protecção da água subterrânea. Assim, aterros com um
potencial baixo de lixiviação não requerem uma membrana de impermeabilização.

 Sistema de captação de águas lixiviadas – após a instalação da membrana impermeabilizante,


tem que se montar uma membrana de drenagem juntamente com um sistema de tubos
para captar água de lixiviação, sendo esta drenada a uma lagoa de retenção para
posteriormente ser tratada.

 Sistema de tratamento de águas lixiviadas – o principal objectivo é de purificar as águas


lixiviadas para evitar a contaminação co os afluentes subterrâneos.

A tabela a seguir apresenta as exigências mínimas em relação aos passos para a categorização de
um aterro:
Exigências mínimas**
Classe R P M G
Classificação dos resíduos O O O O
Participação pública O O O O
Eliminação de áreas não aptas O O O O
Furo de pesquisa N N F O
Investigação do aquífero N F O O
Desenho conceptual O O O O
Desenho detalhado N N O O
Tabela 2: Exigências mínimas para a categorização dos aterros, fonte: DTAS,
2010.
** O = Obrigatório
F = facultativo
N = Não obrigatório

Tipos de Aterro Sanitário


Os tipos de aterro variam segundo a variação morfológica do local em estudo. Apesar de ainda ter outros
factores bastante importantes que devesse ter em conta no processo de minimização das distâncias, os
impactos da economia do aterro, e maximizar as distâncias das áreas de habitação, edifícios habitados e
outros locais indesejáveis.

De acordo com o Manual técnico de aterro sanitário, classifica os aterros sanitários segundo “as
técnicas de operação utilizadas que dependem das características geométricas do terreno, do
material de cobertura, da hidrogeologia e dos acessos ao local” (Manual Técnico, 1994).

Aterro Manual ou em valas


Esta técnica consiste na escavação de valas com dimensões apropriadas e adaptadas ao terreno,
onde
ocorre a disposição do lixo e a cobertura com terra, esta podendo ser realizada manualmente. O
maior

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problema encontrado pelos municípios de pequeno porte e escassos de recursos financeiros para
a construção de aterros sanitários é o da disponibilidade de equipamentos para a sua operação.
Os tratores de esteiras, utilizados nos aterros, têm custo de aquisição e manutenção muito alto,
chegando a operar até 150 toneladas de resíduos por dia. O aterro em valas necessita de
equipamento apenas na fase de abertura das valas. A escavação de valas exige condições
favoráveis no que se refere à profundidade e uso do lençol freático, como na constituição do solo,
(Gracino, 2010).

Vantagens
 Maior volume de resíduos depositados;
 Homogeneidade das deformações da pilha ao longo do tempo;
 Melhora do processo de biodegradação.

Desvantagens
 Necessidade de maquinaria pesada e dispendiosa para abertura de valas;
 É mais apropriado a municípios pequenos;
 Precisa de mão-de-obra técnico qualificada e disponibilidade de equipamento para
a operacionalização do aterro.

Aterro em Superfície ou em Células


Este tipo de aterro é usado geralmente quando o nível freático da região é alto, as condições geológicas
são adversas para escavação, há uma necessidade de trabalho em mais do que um nível diariamente e
há perspectiva de utilização futura.

A operação começa com a construção de um talude de encontro ao qual serão depositadas as


primeiras camadas de resíduos que se prolongam ao longo de uma estreita faixa cujo comprimento
é medido de modo que ao fim do dia se atinja a altura desejada e se complete uma célula que
possa ser coberta, (Technical Manual Sanitary Landfill, 1994).

Vantagens
 Possibilidade de trabalho em várias camadas, limitado apenas pela cobertura disponível
e operacionalidade;
 Frente de trabalho facilmente ajustada consoante as necessidades.

Desvantagens
 Necessidade de transporte de material de cobertura a longa distância;
 Possibilidade de dispersão pelo vento de material exposto.

Aterro em Trincheira
Este tipo de aterro é implementado em áreas ou declives suaves com níveis freáticos profundos de modo
a permitir escavações. Os resíduos são colocados em trincheiras de 30 a 120m de comprimento, 4 a 8m
de largura e 1 a 2m de profundidade, e compactados até a altura desejada. Ao fim do dia é escavada nova
trincheira e o solo é armazenado para servir de cobertura para o dia, (Technical Manual
Sanitary Landfill,1994).

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Vantagens
 Menos impacto do vento;
 Permite visualizar o volume de enchimento;
 O nível de terreno é minimamente preservado;
 Frente de trabalho menor.

Desvantagens
 Necessidade de mais equipamento e pessoal;
 Menor volume de aterro devido à necessidade de deixar paredes de suporte entre trincheiras;
 Área de trabalho limitada.

Seleção de áreas para implantação de aterro sanitário


A selecção de uma área para um aterro geralmente é feita depois da identificação e investigação das áreas
apropriadas. Os critérios que influenciam a selecção de um local para um aterro incluem a consideração
de aspectos técnicos, financeiros, ambientais e a aceitação pública.

Aspectos económicos – consideram distâncias à geração de resíduos sólidos, dimensões da


área necessária e disponibilidade de terreno: os aspectos técnicos incluem os esforços necessários
para preparar o terreno e o acesso;

Aspectos ambientais – referem-se ao risco de contaminação das águas subterrâneas e ao uso de


terras vizinhas;

Aceitação pública – deve ser alcançada durante consultas públicas, cujo processo de aprovação
ambiental
é dirigido pelo MICOA.

Área em Estudo
O Bairro de Natikiri faz parte do posto administrativo de Natikiri e encontra-se situado a
noroeste do centro urbano da cidade de Nampula, com uma superfície de cerca de 30.44 km².
Tem como limite, a Norte e Este o Bairro de Murrapaniua através da estrada Nampula-Rapali e da
linha férrea, a sul o Bairro de Marrere através da rua 4.250, a Sudeste a EN 8, a Oeste o Distrito de
Rapali.

O Bairro é o segundo mais habitado do posto administrativo que se encontra integrada, com
uma população total de cerca de 18.314 Hab, e uma densidade populacional de 601.64 hab/Km2 segundo
o III recenseamento Geral da população e Habitação de 2007. E é composto por três bairros:

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Figura 2: Enquadramento da área de
estudo

Procedimento para a selecção de áreas para um aterro


O procedimento para a selecção abrange principalmente os passos indicados abaixo:

Processo de selecção

Definição da área

Identificação da região de interesse

Identificação e descrição de locais


candidatos

Comparação e priorização dos locais

Recomendação de um local perfeito

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Portanto, a selecção e escolha de locais devem processar-se com a participação de especialistas de varias
áreas, tais como a geologia, hidrologia, ecologia, biologia, química, física, meteorologia e engenharia,
para além da acessória jurídica.

Uma das condicionantes económicas, tida em conta é da localização, sendo que o bairro em
estudo encontra-se em terras que é propriedade do município, sendo que a população alvo deste
será a da cidade de Nampula.

Critério para Selecção de Área para Localização do Aterro Sanitário


Existem factores que influenciam directamente na tomada de decisão para selecção de área para
a localização do aterro sanitário. Um deles é o factor económico que neste contexto esta relacionada com
o custo do transporte. A necessidade de minimizar os custos influência bastante na localização de um
local. Neste contexto, um dos critérios é que o local escolhido deve estar próximo dos locais onde se
produzem os resíduos.

Segundo a DTAS (2010), afirma que é aconselhável que a distância de locais de deposição seja
a mais curta possível em relação ao centro de produção de resíduos. A distância deve ser inferior a 15
km para reduzir o desgaste de equipamento e o custo de transporte de resíduos sólidos.

O outro factor está relacionado com o ambiente que é do conhecimento mundial que existe um esforço
enorme em salvaguardar os recursos ambientais e a saúde pública.

É necessários que durante o estudo de localização tenham em conta os factores sobre o meio ambiente.
Sendo assim de acordo com a mesma directiva citada no parágrafo acima, sublinha alguns dos
critérios ambientais que influenciam na tomada de decisão para a selecção da área para o aterro sanitário.
A DTAS (2010), frisa que no caso da água:

 As áreas não se podem situar a menos de 3 km de curso de água, tais como, rios, lagos, lagoas
e
oceanos.
 Cursos de água superficial, fora da linha mais alta de cursos de água e de zonas
potenciais de
inundações, distância mínima de 500 m a águas superficiais em geral”.

Todavia para o caso do solo:

As áreas têm que se localizar numa região onde o uso de solo seja de qualquer unidade de conservação.
Em caso de solo permeável (areia), a profundidade deve ser igual ou superior a 5 m da base de futuro
aterro, com um nível relactivamente estável.

Em caso de solo relactivamente impermeável, a profundidade deve ser igual ou superior a 2.5 m da base
do futuro aterro com nível relativamente estável.” Porém de acordo com o Centro de Estudos e
Pesquisas Urbanas - CPU/IBAM citado por Santos, et al. (2007), A firma que é necessário
analisar vários critérios para indicar áreas apropriadas a aterro sanitário.

Dois órgãos, baseados em estudos técnicos, propõem os aspectos mais importantes para a escolha
adequada de local para aterro sanitário. É preciso observar os seguintes aspectos: propriedade (se a área
é governamental ou se está disponível para compra), tamanho da área (a utilidade deve ser de,
no mínimo, 10 anos), localização da área (não deve estar localizada a mais de 15 km da zona de
colecta e
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deve estar afastada no mínimo 2 km de zonas residenciais), apresentar vias de acesso em boas condições,
estar afastado de aeroportos, estar longe de nascentes e cursos de água, apresentar redes de
energia, telefone e outros serviços. Deve-se observar também características topográficas, tipos de solo
e águas subterrâneas.

Para Santos, et. al. (2007), os critérios analisados para o seu trabalho foram o tamanho da área e tempo
de vida útil do aterro sanitário de, no mínimo, 20 anos, proximidade da zona de colecta (no máximo
a 20km de distância), via de acesso em boas condições, distância de mais de 1,5km de
aeroportos, afastamento mínimo de 2km de zonas residenciais, distância de mais de 200m de
nascentes, corpos de água e rios, posicionamento adequado em relação aos ventos dominantes e
concordância com as leis ambientais.

Critério para a Identificação de Áreas Candidatas


A escolha de locais para disposição de resíduos sólidos é um longo processo que envolve
numerosas considerações sobre aspectos sociais, económicos, políticos e ambientais e que deve ter por
premissas o menor risco à saúde humana e o menor impacto ambiental possível (Brolo, 2001). Gomes
(2003), em seu trabalho sobre Projecto, Implantação e Operação de Aterros Sustentáveis de RSU’s
para Municípios de Pequeno Porte, cita que os seguintes objectivos devem ser atendidos no processo de
selecção da área do aterro:

 Minimização da possibilidade de existência de impactos ambientais negativos aos meios


físicos, bióticos e antrópicos;
 Minimização de custos envolvidos;
 Minimização da complexidade técnica para viabilização do aterro;
 Maximização da aceitação pública ao encontro dos interesses da comunidade.

Assim como os objectivos, são muitos os critérios a serem atendidos quando da escolha do local
de implantação do aterro sanitário, atender esses objectivos e critérios de forma balanceada é
fundamental para uma escolha coerente da área de implantação. Nesse contexto de muitas variáveis, a
utilização de uma matriz de selecção é bastante pertinente. Entende-se aqui de matriz uma ferramenta
que permita a ponderação e ordenação dos critérios de maneira organizada, cujo preenchimento
possa ser feito de forma simplificada e cujo resultado seja compreensível aos técnicos e demais
colaboradores envolvidos no processo.

Na região de interesse foram realizadas pesquisas bibliográficas relacionadas com os seguintes tópicos:

a) Levantamento de áreas de protecção ambiental e das reservas e locais sagrados;


b) Realização de estudos demográficos, levantamento de recursos hídricos,
topográficos, morfológicos, e climatológicos;
c) Levantamento de áreas públicas.

O levantamento de dados nesta fase visa avaliar a adequação do aterro sanitário a determinados critérios,
de forma a minimizar os custos de implantação e operação do aterro e os riscos para a saúde
pública. Assim, aplica-se uma serie de critérios de exclusão à região de interesse para identificar
os locais candidatos, os principais critérios técnicos a considerar são indicados abaixo.

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Critério para a Identificação de Observações
Locais
candidatos
Uso do solo  As áreas têm que se localizar numa região onde o uso
do solo seja fora de qualquer unidade de conservação.
Proximidade a cursos de água  As áreas não se podem situar a menos de 300 m de
curso de água, tais como, rios, lagos, lagoas
e oceanos.
 Cursos de água superficial, fora da linha mais alta
de cursos de água e de zonas potenciais de
inundações, distância mínima de 300 m a águas
superficiais em geral.
Proximidade a núcleos residenciais  Casas e outras instalações individuais: 200 m a partir
urbanos da vedação.
 Zonas/desenvolvimentos/núcleos residenciais: 500
m a partir da vedação.
 As residências não devem estar na
direcção
predominante do vento.
Zonas de ordenamento urbano  Distância mínima de 1km dos limites da vedação.
Zonas de interesse histórico ou ecológico  A distância mínima a igrejas, monumentos históricos e
outros locais de valor cultural deve ser de 500 m.

Profundidade do lençol freático  Em caso de solo permeável (areia), a


profundidade deve ser igual ou superior a 5 m da
base de futuro aterro, com um nível relativamente
estável.
 Em caso de solo relactivamente impermeável,
a profundidade deve ser igual ou superior a 2.5 m
da base do futuro aterro com nível
relactivamente estável.
Geologia  Zonas geologicamente instáveis não são
aconselháveis (zonas sísmicas, geotectónicas com
fracturas).
Permeabilidade do solo natural  É desejável que o solo da área selecionada tenha uma
certa impermeabilidade natural, com vista a reduzir as
possibilidades de contaminação de aquíferos.
Extensão da bacia de drenagem  A bacia de drenagem das águas pluviais deve
ser pequena, de modo a evitar a entrada de
volumes elevados de água da chuva na área do aterro
sanitário.
Água potável  Locais candidatos devem estar fora de zonas
de
captação de água potável.
Outras restrições  Os locais devem estar fora de zonas de direitos
Tabela 3: Critério para a identificação dos locais candidatos
de trânsito para electricidade, água, estradas e
Fonte: Directiva Técnica para a implantação e Operação qualquer outra Sanitário
de Aterro zona queem possa impedir o
Moçambique desenvolvimento de um aterro, excepto os custos
demasiado altos.

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Mapa de uso do solo do bairro de
Natikiri 1:50.000
Escala/Resolução Espacial

Imagem Figura 3 : Mapa de Solo do bairro de Natikire

Modelo de dados Raster


Sistema de Referência Spatial Reference: WGS_1984
UTM_Zone_37s Datum: D_WGS_1984
Projected coordinate systems name:
PCS_WGS_1984

Cobertura Espacial Bairro de Natikire


Descrição Para a obtenção do mapa, efectuou-se um processo de avaliação por
junção onde foram identificadas a área óptima para aterros. Foi de
seguida efectuada uma conversão vector para raster.

Spatial Reference:
WGS_1984_UTM_Zone_37S Datum: D_
WGS- 1984
Data Type: File System
Raster Format: Grid

Sistema de Informação Geográfica - Grupo II .... 14-04-29 16/24


Mapa de estradas do bairro de
Escala/ResoluçãoNatikiri
Espacial 1:50.000

Imagem Figura 4 : Mapa de estradas do bairro de Natikiri

Modelo de dados Raster


Sistema de Referência Spatial Reference: WGS_1984
UTM_Zone_37s Datum: D_WGS_1984
Projected coordinate systems name:
PCS_WGS_1984

Cobertura Espacial Bairro de Natikire


Descrição Para a obtenção do mapa efectuou-se um cálculo de distâncias
(Straight Line) para raster, onde foram identificadas a área
óptima para aterros.

Spatial Reference:
WGS_1984_UTM_Zone_37S Datum: D_
WGS- 1984
Data Type: File System
Raster Format: Grid

Sistema de Informação Geográfica - Grupo II .... 14-04-29 17/24


Mapa de Elevação do bairro de
Natikiri 1:50.000
Escala/Resolução Espacial
Imagem Figura 5 : Mapa de Elevação do bairro de Natikiri

Modelo de dados Raster


Sistema de Referência Spatial Reference: WGS_1984
UTM_Zone_37s Datum: D_WGS_1984
Projected coordinate systems name:
PCS_WGS_1984

Cobertura Espacial Bairro de Natikire


Descrição Foi efectuada a identificação áreas do modelo digital de ele-
vações obtido apartir de dados cartográficos, obtidos na camara
municipal, onde foram identificadas a área óptima para aterros.
Spatial Reference:
WGS_1984_UTM_Zone_37S Datum: D_
WGS- 1984
Data Type: File System
Raster Format: Grid

Sistema de Informação Geográfica - Grupo II .... 14-04-29 18/24


Mapa de Agua do bairro de Natikiri
Escala/Resolução Espacial 1:50.000

Imagem Figura 7 : Mapa de Agua do bairro de Natikiri

Modelo de dados Raster


Sistema de Referência Spatial Reference: WGS_1984
UTM_Zone_37s Datum: D_WGS_1984
Projected coordinate systems name:
PCS_WGS_1984

Cobertura Espacial Bairro de Natikire


Descrição Para a obtenção do mapa, foi efectuado um processo de classi-
ficação do raster de distâncias, onde foram identificadas a área
óptimas para aterros.

Spatial Reference:
WGS_1984_UTM_Zone_37S Datum: D_
WGS- 1984
Data Type: File System
Raster Format: Grid

Sistema de Informação Geográfica - Grupo II .... 14-04-29 19/24


Mapa de distância às zonas habitacionais do bairro de
Natikiri
Escala/Resolução 1:50.000
Espacial
Imagem

Figura 6 : Mapa de distância aos edifícios do bairro de


Natikiri
Modelo de dados Raster

Sistema de Referência Spatial Reference: WGS_1984


UTM_Zone_37s Datum: D_WGS_1984
Projected coordinate systems name:
PCS_WGS_1984

Cobertura Espacial Bairro de


Natikire
Descrição Para a obtenção do mapa, foi efectuado um processo de clas-
sificação de densidade de edíficios (rácio de procura em uni-
dade:km2)onde foram identificadas a área óptima para aterros.

Spatial Reference:
WGS_1984_UTM_Zone_37S Datum: D_
WGS- 1984
Data Type: File System
Raster Format: Grid
Sistema de Informação Geográfica - Grupo II .... 14-04-29 20/24
Mapa de área candidata para instalação do aterro sanitário
Escala/Resolução 1:50.000
Espacial
Imagem Figura 8 : Mapa de áreas candidatas para instalação do aterro sanitário do bairro de Na

tikire
Modelo de dados Raster
Sistema de Referência Spatial Reference: WGS_1984
UTM_Zone_37s Datum: D_WGS_1984
Projected coordinate systems name:
PCS_WGS_1984

Cobertura Espacial Bairro de Natikire


Descrição O mapa final foi obtido através da distribuição de peso dos difer-
entes mapas segundo a sua importância. A variação da ponderação
dos pesos ocorria num intervalo de 0 – 100%, sendo o resultado final
normalizado posteriormente.

Format: Grid

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Mapa de áreas candidatas para instalação do aterro sanitário

Sistema de Informação Geográfica - Grupo II .... 14-04-29 22/24


Conclusão

São muitos os parâmetros a serem avaliados quando a alocação de áreas apropriadas para aterros
sanitários e, por isso mesmo tal escolha é uma questão de risco. A introdução do GIS neste processo
é muito fundamental a medida que consolida as ideias e permite-nos fazer analise concretas como
relações topológicas, análise espaciais e um vasto campo de ferramentas para alcançar os objectivos
traçados. A forma de combinar os critérios, a consideração de todos ou parte deles, a forma como
uns podem compensar outros são aspectos que assumem grande importância nas decisões
suplementadas pelo GIS, sendo que estes dependem de caso para caso.

É importante frisar que a composição do pacote GIS, a integração entre vários componentes,
dentre a base de dados geográficos, a tabela de atributos, as ferramentas de
geoprocessamento, georreferenciamento, os modelos geométricos gráficos, faz com que a
ferramenta contribua para um resultado mais seguro, satisfatório e compatível com a realidade do local.

Com auxílio de GIS, percebeu-se que o ideal na escolha da área de um aterro sanitário é atingir
o equilíbrio entre aspectos ambientais, de uso e ocupação do solo e operacionais. De acordo com
Júnior “ uma área adequada significa menos gastos com preparo, operação e enceramento do
aterro, mas fundamentalmente significa menos riscos ao meio ambiente e à saúde pública”.

Sistema de Informação Geográfica - Grupo II .... 14-04-29 23/24


Referências Bibliográficas

BROLLO, M. J. Metodologia Automatizada para Selecção de Áreas para Disposição de Resíduos


Sólidos. Aplicação na Região Metropolitana de Campinas (SP). Tese (Doutorado em Saúde
Ambiental) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2001.

JUNIOR, G. N. R. C. Estudos para Selecção de Implantação do Aterro Sanitário – Acesso em


28/02/2014. Disponível
em:
<http://www.engenhariaambiental.unir.br/admin/prof/arq/res%20solidos%20_Aula%2011.ppt.>.

GRACINO, M. C. S. Caracterização dos aterros sanitários de Araçatuba e região e o potencial


do aterro sanitário da cidade de Araçatuba para produção de biogás. Trabalho (Graduação) –
Apresentado ao Curso de Tecnologia de Biocombustíveis, Faculdade de Tecnologia de Araçatuba (Fatec),
Araçatuba (SP), 2010.

Hazardous-waste management: secure hazardous-waste landfill. [Art]. In Encyclopœdia Britannica


Online. Web. 25 apr.2014. <http://www.britannica.com/EBchecked/media/19284/Schematic-of
-a-secure- hazardous-waste-lanfill-with-a>.

Sanitary landfill. (2014). Encyclopœdia Britannica. In Encyclopœdia Britannica Online.


Encyclopœdia Britannica Inc., Web. 25 apr.2014. <http://www.britannica.com/EBchecked/topic/
522463/sanitary- landfill>.

RODRIGUES, Adílio Ornelas. Aplicação de métodos de análise espacial na gestão dos resíduos
sólidos
urbanos: Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil, Maio, 2011.

VITORINO, Vaz Pires Ribeiro. APLICAÇÃO DE SISTEMA de INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA NA


IDENTIFICAÇÃO DE
ÁREA PARA ATERRO SANITÁRIO. Rua Marquês Soveral, Beira – Moçambique. Janeiro, 2011

República de Moçambique. Ministério para Coordenação da Acção Ambiental. Directiva Técnicas


para Implantação e operação de Aterros Sanitários em Moçambique. Maputo, 2010

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