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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ

SETOR DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS


DEPARTAMENTO DE ECONOMIA
CURSO DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS

AULA 4 – CAPITAL CONSTANTE E CAPITAL VARIÁVEL

Cap. VI, livro I, O Capital


Profª Dayani Cris de Aquino
Objetivo da aula
• Compreender os seguintes conceitos:
1. O que é Capital?
2. Capital Constante e Variável
3. Capital Fixo e Circulante
4. Capital Adiantado e Capital Consumido
Capital
• O que é capital, segundo Marx:

• “(...) o capital não é uma coisa, mas uma relação de produção definida,
pertencente a uma formação histórica particular da sociedade (...) são os
meios de produção monopolizados por um certo setor da sociedade, que
se confrontam com a força de trabalho viva enquanto produtos e
condições de trabalho tornados independentes dessa mesma força de
trabalho, que são personificados, em virtude dessa antítese, no capital.”
Valor da mercadoria (VM)

• O valor da mercadoria se forma por meio de 3 processos:


• Transferência do valor dos meios de produção
• Criação do valor da força de trabalho
• Criação da mais-valia
Transferência do valor dos meios de produção ao
valor da nova mercadoria
• O valor dos meios de produção conserva-se pela sua transferência ao valor do
novo produto.
• Como? Pela ação do trabalho vivo, o trabalhador ao despender seu trabalho na produção de
nova mercadoria, consome valores de uso (meios de produção) portadores de trabalho
morto (trabalho despendido em período anterior) e “vivifica” este trabalho transferindo-o ao
valor do novo produto, gerando portanto novo valor de uso.
• Por isso os meios de produção são chamados de capital constante (c), pois não
criam valor, mas apenas transferem seu valor já existente. Se desgastam
enquanto valores de uso para se transformarem em novos valores de uso.
Diferenças na transferência de
valor dos meios de produção : a depreciação
• Os meios de produção cedem ao novo produto apenas o valor que
perdem enquanto meios de produção, por isso máquinas duráveis em
comparação com matérias-primas cedem valor de forma diferente:
• Máquinas duráveis: prestam serviço no processo de trabalho, mas conservam
no final do processo sua forma originária, ainda que desgastada. Transferem
apenas a depreciação (df)
• Matérias-primas: desaparecem por completo no processo de trabalho, sem
deixar vestígios.
Portanto,
• Todos os meios de produção duráveis (máquinas, edifícios, canais,
instrumentos de trabalho etc.) são chamados de capital fixo e transferem
ao valor da nova mercadoria apenas sua depreciação (desgaste natural).
• Todos os meios de produção não duráveis, isto é, matérias-primas (carvão,
óleo, algodão etc.) são chamados capital circulante e transferem ao valor
da nova mercadoria todo seu valor (inclui-se aqui o valor da FT em cada
jornada).
• Capital constante pode ser:
• Fixo (máquinas e instrumentos de trabalho etc.)
• Circulante (matérias primas etc.)
• Capital variável é sempre circulante
Criação do valor que compõe
o valor da nova mercadoria
• A força de trabalho, ao produzir valores de uso cria valor novo, ao mesmo tempo
em que transfere o valor dos meios de produção ao valor do novo produto.
• Este valor novo é dividido conforme certa taxa em valor da força de trabalho (vf)
e mais-valia (m)
• Por isso o valor da força de trabalho é chamada capital variável (v), pois tem a
capacidade de variar o valor.
• O capital variável (v) será igual ao valor da força de trabalho (vf) quando existir um
único trabalhador. Mas quando nos referimos a um processo produtivo que
empregue vários trabalhadores o capital variável (v) será o valor da força de
trabalho (vf) multiplicado pelo número de trabalhadores (nt):
v  v f .nt
Logo...
• O valor da nova mercadoria pode sempre ser expresso como:
VM = c + v + m
• Onde:
• VM = valor da mercadoria
• c = capital constante
• v = capital variável
• m = mais-valia
Capital adiantado (C)
• Decompõe-se em duas partes:
• c : valor dos meios de produção ou capital constante
• cf = capital constante fixo
• cc = capital constante circulante
• v : valor da força de trabalho ou capital variável
C=c+v
C = (cf + cc) + v

• Obs.: na prática é o trabalhador que adianta seu trabalho para receber um


salário no final do mês.
Capital consumido (Ck)
• O capital constante consumido em cada jornada de trabalho decompõem-se
em duas partes:
• df = depreciação do capital constante fixo consumido em um dado período
• cc = valor do capital constante circulante consumido
• v : valor da força de trabalho ou capital variável

Ck = (df + cc) + v
• O capital adiantado é sempre maior do que o consumido em dado período
Conclusão
• Tendo em vista que o trabalho humano é a única fonte do valor, então o valor da
mercadoria é composto por trabalho morto ou trabalho realizado em períodos anteriores
(referente ao trabalho contido nos meios de produção e apenas transferido ao valor da
nova mercadoria produzida) e trabalho vivo ou trabalho realizado na jornada de trabalho
presente (referente ao valor do capital variável e da mais valia, ambos criados pelo
dispêndio de força de trabalho numa determinada jornada)

• Capital constante, isto é, máquinas, instrumentos de trabalho matérias primas, não criam
valor, apenas transferem seu valor já existente ao valor da nova mercadoria produzida.
Referências
MARX, K. O Capital: crítica da economia política. Livro I, vol. I, cap. VI – Cap. VI – Capital constante e capital
variável. Versão em pdf disponível no TEAMS.

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