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INTRODUÇÃO A

GERIATRIA E
GERONTOLOGIA
E nfa.Izador a Leal
E specialista em ter apia intensiva .
E specialista em far macologia clínica.
O envelhecimento
O envelhecimento é um processo biológico que perdura por toda a vida, iniciando-se ao nascimento. É
mais perceptível após as fases de desenvolvimento e estabilização do indivíduo, ao final da terceira década
de vida .
Como aspectos gerais do envelhecimento, percebem-se que há uma redução da capacidade funcional, o
aumento da gordura corporal com acúmulo na região abdominal, redução da água corporal total e do
metabolismo basal. Além deste impacto fisiológico, existem as mudanças psicológicas e sociais a que o
indivíduo está sujeito.
O que é geriatria ?
A geriatria é o ramo da Medicina encarregado de estudar e tratar doenças e condições que estão
relacionadas diretamente ao envelhecimento. Por conta disso, ficou conhecida como a medicina do idoso,
sendo que todos os aspectos da saúde de um paciente na melhor idade são avaliados por médicos dessa
especialidade.
Essa área da medicina é responsável por tratar de condições que tradicionalmente assolam idosos, como as
quedas, a falta de equilíbrio, as dificuldades na hora de realizar movimentos, os problemas de memória, os
diferentes tipos de demência, a incontinência urinária e a osteoporose, mas também condições que podem
ser encontradas em todas as idades, como a pressão alta, a diabetes, o colesterol alto e até mesmo a
depressão.
O que é a gerontologia?
É o campo de conhecimento responsável pelo estudo multidimensional do envelhecimento. Os
profissionais da Gerontologia têm formação diversificada. É um profissional que olha para o
envelhecimento de forma muito ampla, tentando encontrar respostas para garantir a melhor qualidade de
vida possível dos idosos até o momento final da sua vida.
O gerontologista tem formação de nível superior em diversas áreas do conhecimento:
Enfermagem ,Psicologia, Serviço Social, Nutrição, Terapia Ocupacional, Direito, entre outras.
Brasil

◦ O Brasil, assim como vários países do mundo, vem passando por uma transição demográfica, a qual se
representa pelo envelhecimento da população. São vários os fatores que fizeram com que um indivíduo
alcançasse os 60 anos ou mais e entre eles estão a redução das taxas de mortalidade e do crescimento
populacional . No Brasil, tais fatores foram impulsionados principalmente a partir de 1940, pelos
progressos na produção e distribuição de alimentos, melhoria das condições sanitárias e de habitação e
programas de saúde pública, além do desenvolvimento dos antibióticos e imunizações e redução da
mortalidade infantil. Há outro fator importante: a queda da taxa de fecundidade, principalmente a partir
de 1970, que no Brasil causou redução da proporção de crianças na pirâmide populacional, com
consequente aumento proporcional da população de adultos e idosos.
Tal padrão populacional leva a modificações sobre o sistema de saúde. Nos idosos percebemos alta prevalência
das doenças do aparelho circulatório, neoplasias, aparelho respiratório e doenças endócrinas. Estas patologias
causam grande impacto sobre a morbimortalidade, resultando em altas taxas e custos de internação, além de
queda na qualidade de vida e dependência para atividades diárias.
A Crescente Importância da
Enfermagem na Geriatria
Nas próximas décadas é expectável que o número de adultos idosos cresça exponencialmente,
especialmente devido ao crescimento notável da esperança média de vida, que já se aproxima dos 85 anos
em Portugal (d. As pessoas vivem cada vez mais anos e não há como negar que as enfermeiras estão na
linha da frente do cuidado ao utente, de diversas formas:
Em consultas de cuidados preventivos na comunidade
Nos cuidados intensivos nos hospitais
Nos cuidados continuados em lares de idosos e outras instituições
◦ Acompanhamento permanente de enfermagem ao domicílio.
O papel do enfermeiro vai tornar-se cada vez mais relevante e crítico no cuidado ao utente idoso, à medida
que a população vai envelhecendo, por variadas razões. Tendo esta premissa em conta, é de importância
vital formar da melhor forma possível os futuros enfermeiros e garantir a sua experiência com a geriatria.
O aumento das múltiplas doenças
crónicas.
◦ Estamos a viver mais tempo, o que implica que existe mais tendência a vivermos com uma mais doenças
crónicas. Estudos mostram que cerca de 80% das pessoas com mais de 65 anos vivem com pelo menos
uma doença crónica (doenças cardiovasculares, diabetes, entre outros). Muitas vezes, estas doenças
implicam dor e uma consequente diminuição da qualidade de vida do utente, associados a custos
elevados no seu cuidado.
◦ A importância da enfermagem é acrescida quando existe uma relação terapêutica entre o enfermeiro e o
utente e sua família (ou cuidadores) bem estabelecida: os enfermeiros têm de comunicar efetivamente
com as famílias sobre estratégias de cuidados para o utente de forma a garantir a sua independência e
saúde mental e física.
O enfermeiro e a qualidade de vida dos
cuidadores
◦ No panorama atual, existe um grande número de cuidadores informais (mais informações sobre
cuidadores) responsáveis pelo cuidado do idoso. Especialmente em idosos com síndromes demenciais, o
cuidador pode ser alvo de uma grande desgaste físico e emocional, levando-o também a um
contraproducente decréscimo da sua qualidade de vida: o stress, a depressão e mesmo as doenças físicas
são uma realidade nos cuidadores. Assim, o utente sénior pode sofrer um decréscimo na qualidade e
intensidade dos seus cuidados, diminuindo também a sua qualidade de vida.
A enfermagem pode ajudar
◦ O cuidado especializado dos enfermeiros pode ajudar a aliviar a carga física e emocional inerente a esta
atividade. Alguns serviços, como as permanências de enfermagem ao domicílio, apesar de apresentarem
custos para os cuidadores, ajudam a prestar serviços durante 24 horas por dia e 365 dias por ano de forma
a aliviar a pressão causada sobre o cuidador. Não só a permanência de enfermagem, mas as consultas
para revisão de cuidados podem aumentar a eficiência dos cuidados e aliviar a carga sobre o cuidador
A comunicação ativa com o corpo
clínico
◦ Como referimos anteriormente, a enfermagem está na linha da frente do cuidado pelo que, além dos
canais de comunicação a serem estabelecidos com a família, também é necessário manter canais de
comunicação ativa com todo o corpo clínico e terapeutas que acompanham o utente sénior. A
interdisciplinaridade dos conhecimentos dos enfermeiros permite que a comunicação seja abrangente e
detalhada.
Principais funções da enfermeira na
geriatria
Com a sua crescente importância, uma enfermeira que trabalha diretamente com idosos tem como
principais funções:

Organizar a medicação conforme indicações do(s) médico(s)


De forma regular, avaliar o estado mental e cognitivo do utente
Discutir, de forma aberta, clara e informativa, assuntos relevantes para a manutenção da qualidade de vida
do utente (como a prevenção de quedas, a incontinência, a sexualidade, entre outras)
Educar o utente para a saúde, baseando-se na prevenção da doença
Compreender o estado de saúde geral do utente
Manter uma dinâmica de comunicação regular com o médico responsável e com a família ou os cuidadores
Optimizar o posicionamento do utente sempre que necessário
◦ Monitorar com regularidade a Tensão Arterial, os níveis de Glicemia, entre outros.
Técnico em Enfermagem Geriátrica
◦ Tem que saber como realizar procedimentos imprescindíveis para o cuidado, tratamento e a manutenção
da saúde da pessoa idosa, entre eles, verificar sinais vitais, aferir pressão arterial, administrar
medicamentos injetáveis e realizar testes de glicemia, fazer curativos e dar banho de leito. Também se
espera de um bom trabalhador da área, seguir as orientações do Código de Ética do Profissional da
Enfermagem, mantendo sigilo sobre as informações do idoso, respeitando a sua intimidade e agindo de
forma humanizada com o paciente e seus Familiares.
◦ Atuando sob supervisão do enfermeiro.
Referências

AZEVEDO, João Roberto D. As doenças na terceira idade.


Disponível em: http://boasaude.uol.com.br/lib/ShowDoc.cfm?LibDocID=3048&ReturnCatID=1770
BRASIL. Estatuto do Idoso.
Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil/LEIS/2003/L10.741.htm
◦ BRASIL, Presidência Social. Idosos: Problemas e cuidados básicos. Brasília: MPAS/SAS, 1999. Disponível em:
http://www.ite.edu.br/apostilas/O%20cuidador%20de%20idosos.doc
◦ Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria. Guia prático do cuidador. Brasília: Ministério da Saúde, 2008.
◦ BRASILEIRO, Marislei. Enfermagem na Saúde do Idoso. Goiânia: AB Editora, 2005.
◦ BRUNNER SUDDARTH. Tratado de enfermagem médico cirúrgica. 8º Ed.Guanabara Koogan s.a 1998.RJ
◦ FELTEN et al. Geriatria e Gerontologia. Rio de Janeiro, RJ: Reichmann & Autores Editores, 2005.
◦ FERREIRA%20v6n1%20pS74-78.pdf

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