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Fernando Pessoa, poesia dos


heterónimos – Alberto Caeiro
Alberto Caeiro
[...] Alberto Caeiro nasceu em 1889 e morreu em 1915. Nasceu em Lisboa, mas
viveu quase toda a sua vida no campo. Não teve profissão nem educação quase
alguma. Recebeu apenas a instrução primária. Descreve-o como sendo de estatura
média e um tanto frágil. Louro, de olhos azuis. Ficou órfão cedo, e deixara-se ficar
em casa, vivendo de uns pequenos rendimentos. Vivia com uma tia velha, tia-avó.
Fernando Pessoa considera este heterónimo o seu mestre. Escreve poesia de
Caeiro por pura e inesperada inspiração.

Fernando Pessoa, carta a Adolfo Casais Monteiro, 13 de janeiro de 1935


(in https://www.casafernandopessoa.pt/)
Poesia dos heterónimos, Alberto Caeiro
Linhas temáticas

• Fingimento artístico – o poeta “bucólico”.

• Reflexão existencial – o primado das sensações.


O fingimento artístico – o poeta “bucólico”

Mestre do ortónimo e dos outros heterónimos, pastor por


metáfora, vigia os seus pensamentos como quem pastoreia
ovelhas. Recusa o pensamento metafísico e vive em harmonia
com a Natureza.
O fingimento artístico – o poeta “bucólico”

Pastor por metáfora “Sou um guardador de rebanhos”

“[…] ao lerem os meus versos


Simplicidade total pensem / Que sou qualquer coisa
natural”

Recusa o pensamento “E a única inocência é não


metafísico pensar…”.
Reflexão existencial – o primado das sensações

• As sensações como pensamentos


• O sensacionalismo como filosofia de vida

Expressão espontânea e
quase instintiva de “E os meus pensamentos são
pensamentos que são todos sensações”
sensações

“Eu não tenho filosofia: tenho


Primado das sensações
sentidos...”
Reflexão existencial – o primado das sensações

Primazia da visão para “Creio no Mundo como num


conhecer a realidade malmequer, / Porque o vejo. [...]”

Poeta do real objetivo,


“É viver e não pensar nisso”
vive no presente

“nascido a cada momento / Para a


Saboreia cada impressão
eterna novidade do mundo”

Panteísmo  Deus está em todas as coisas naturais


Linguagem, estilo e estrutura

 Rejeição de regras ao nível das formas poéticas e estróficas, métrica e rima, próximo da prosa;

 Preferência pela métrica longa e irregular;

 Verso branco;

 Linguagem simples, espontânea, em tom familiar;

 Predomínio do presente do indicativo;

 Recursos expressivos predominantes: comparação, metáfora, anáfora, repetição, …

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