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AULA 02 4

Lição
Ética e Moral
É importante frisarmos a diferença entre ética e
moral. A palavra moral é proveniente do termo
em latim (mores “relativo aos costumes” de
uma determinada sociedade), portanto a moral
descreve o comportamento de uma sociedade
seja ele bom ou ruim, enquanto a ética
estabelece um padrão de comportamento que
sociedade deve seguir.
Posições Éticas
Existem algumas posições éticas que são temas de
discussões teológicas, vejamos as principais:
Antinomismo Caracteriza-se pela não aceitação
de regras como padrão ético, ou seja defendem a idéia
de que cada individuo estabelece o seu padrão ético.
Situacionismo Defendem a idéia que tudo deve
ser feito por amor, onde um fim amoroso justifica
todos os meios utilizados para alcançá-lo.
Generalismo Acreditam na idéia de que “os fins
justificam os meios” teoria criada pelo filósofo
Nicolau Maquiavel.
Princípios da Ética Cristã
A ética cristã está fundamentada na Palavra de
Deus, portanto podemos defini-la como sendo
o conjunto de regras que possui princípios
fundamentados na Bíblia Sagrada e que
determinam a conduta do cristão diante das
diversas situações de sua vida cotidiana.
Vejamos a seguir alguns princípios normativos
que são encontrados na Palavra de Deus.
Princípio da Fé
Este princípio diz que o cristão deve agir
baseado na sua convicção de que a seu
comportamento está correto diante de Deus,
entretanto deve ser levado em consideração o
que tal atitude pode gerar no seu próximo,
prevalecendo assim a lei do amor. Portanto ao
tomarmos uma atitude devemos avaliar as
conseqüências que ela pode causar no nosso
próximo (Rm 14.13-23).
A Ética vista na
Bíblia
Somos Diferentes
Temos opiniões diferente
Temos reações diferente
Temos reações diferente
Temos Sonhos e Desejos diferente
VISÃO GERAL DAS ABORDAGENS ÉTICAS

Todas as abordagens éticas partem da


necessidade de se responder a questões que
envolvem o que é certo e o que é errado. Por
exemplo: Mentir é sempre errado? Há situações
em que deixar de falar a verdade é C e r t o o u
E r r a d o ? D e p e n d e justificável para o
cristão? O aborto é certo, se uma jovem crente
for vítima de um estupro? 0 posicionamento do
cristão, neste início de século, não é fácil de ser
tomado, face às abordagens e questões éticas
contemporâneas.
VISÃO GERAL DAS ABORDAGENS ÉTICAS

É que, em termos de moral, de conduta, de


costumes, que formam as culturas dos povos, o
que se vê é um verdadeiro terreno escorregadio
e pantanoso, em que não se sabe onde o certo
termina, e começa o errado. Os limites da
moral estão cada vez mais sendo elastecidos e
abolidos. O que era certo há apenas 10 anos,
hoje é visto como errado; o que era errado,
agora é visto como certo.
Diante disso, a sociedade sem Deus,
materialista e hedonista, não tem
referenciais seguros, em que se possa
confiar. O profeta Isaías bem traduziu
esse fenômeno, há quase mil anos antes
de Cristo, quando bradou: “Ai dos que ao
mal chamam bem e ao bem, mal! Que
fazem da escuridade luz, e da luz,
escuridade, e fazem do amargo doce, e do
doce, amargo!”
Antinomismo

É uma abordagem ética, segundo a qual,


não existem normas objetivas a serem
obedecidas. E a ausência de normas.
Tudo depende das pessoas e das
circunstâncias. Jean Paul Sartre, um dos
filósofos defensores dessa idéia, diz que o
homem é plenamente livre.
Antinomismo
Num dos seus textos, ele escreve: “Eu sou
minha liberdade... E não sobrou nada no céu,
nenhum certo ou errado, nem alguém para
me dar ordens... estou condenado a não ter
outra lei senão a minha...” (Ética Cristã, pp.
30,31). Esse tipo de visão encontra abrigo na
mente de muita gente, principalmente entre
os mais jovens, que anseiam por liberdade,
sem refletir muito bem sobre as
responsabilidades que nossas ações
incorrem. Todas ação tem um reação
General ismo
Essa doutrina prega que deve haver
normas gerais, mas não universais. E o
que deve ser levado em conta são os
resultados absolutos. Nenhum ato ou
conduta podem ser considerados certo ou
errado, a não ser em função de seus
resultados para o indivíduo, ou para a
sociedade
General ismo
As regras existem, mas podem ser
quebradas, dependendo dos fins. Tal
afirmação corresponde ao que pregava o
filósofo Maquiavel: “Os fins justificam os
meios”. Os generalistas são utilitaristas.
Só é certo o que produz melhor
resultado (mais felicidade ou prazer do
que dor). Uma norma pode ser boa hoje,
e não servir amanhã.
SITUACIONISMO

É um meio-termo entre o
Antinomismo e o Generalismo. O
primeiro não tem regra nenhuma; o
segundo admite regras gerais, mas
não universais. Joseph Fletcher foi seu
principal teórico. Para ele, só há uma
lei para tudo: a lei do amor. “Somente
o mandamento do amor é
categoricamente bom”.
SITUACIONISMO
Geisler cita um exemplo “se uma
mentira for contada em amor, é boa e
certa”- Em resumo, nessa visão, o
certo e o errado dependem da
situação, em função do amor às
pessoas. Baseiam-se inclusive na
Bíblia, que resume toda a lei no amor
(Mt 22.34-40). “O amor não faz mal ao
próximo; de sorte que o cumprimento
da lei é o amor” (Rm 13.10).
Exemplos do
S it u a c i o n i s m o
Na Segunda Guerra Mundial, na
Ucrânia, a lei permitia que uma
prisioneira fosse liberta, se ficasse
grávida. Uma mãe de dois filhos pediu a
um guarda que a engravidasse. Assim
aconteceu, foi recebida em casa, e deu à
luz seu filho (“adultério altruísta”).
Exemplos do
S it u a c i o n i s m o

Uma jovem, nos EUA, aceitou atrair um espião


inimigo, usando o sexo. Seus superiores lhe
disseram que era certo, pois ajudaria à pátria
(“prostituição patriótica
O P r in c í p i o da L i c i t u d e
e d a C o n v e n i ê n c ia
Na primeira Carta aos Coríntios, vemos Paulo
ensinar: “Todas as coisas me são lícitas, mas
nem todas as coisas convêm; todas as coisas me
são lícitas, mas eu não me deixarei dominar
por nenhuma” (1 Co 6.12). “Todas as coisas me
são lícitas, mas nem todas as coisas convêm” (1
Co 10.23a). Esse critério orienta o cristão a que
não faça as coisas apenas porque são lícitas,
mas porque são lícitas e convêm, à luz do
referencial ético que é a Palavra de Deus.
O P r in c í p i o da L i c i t u d e
e d a C o n v e n i ê n c ia
Há quem entenda esse princípio,
argumentando que se podemos fazer algo, é
porque isso é lícito. À luz da ética cristã, não é
bem assim que se deve argumentar. Primeiro,
diante de uma atitude ou
decisão a tomar, é preciso indagar se tal
comportamento está de acordo com a Palavra
de Deus, se tem apoio nas Escrituras. Segundo,
mesmo que seja lícito, se convém. Por exemplo:
é lícito o crente tomar conhecimento de uma
falta cometida por um irmão, e dizê-la a
algumas pessoas?
O P r in c í p i o da L i c i t u d e
e d a C o n v e n i ê n c ia

Dependendo do caso, podemos responder


que sim. Mas há uma outra indagação:
convém dizer? Essa conveniência envolve
não só a licitude em si, mas também a
oportunidade de se dizer ou não.
Conveniência e oportunidade devem juntar-
se à licitude na aprovação ou não de uma
atitude cristã.
O P r in c í p i o d a G l o r i f i c a ç ã o a D e u s
“Portanto, quer comais, quer bebais ou façais outra
qualquer coisa, fazei tudo para a glória de Deus” (1
Co 10.31). Aqui temos um princípio ético
abrangente, que inclui não só o comer ou o beber,
mas “qualquer coisa”, que demande um
posicionamento cristão. No dia-a-dia, o cristão
sempre se depara com situações, às vezes triviais,
que exigem uma tomada de posição.
O P r in c í p i o d a G l o r i f i c a ç ã o a D e u s
A indagação que o cristão deve fazer, com
base nesse princípio, é: “O que desejo fazer
ou dizer contribui para a glorificação de
Deus?”. Se a resposta for afirmativa, pelo
Espírito Santo, a ação ou atitude pode ser
executada. Se for negativa, é melhor que
seja rejeitada. O que contribui para glória de
Deus não fere nenhum princípio bíblico.
Introdução
O assunto “Ética” esta presente em toda a Bíblia
Sagrada, porém, assim como os outros assuntos
teológicos não estão dispostos de forma organizada,
os princípios éticos também estão espalhados por
toda a Palavra de Deus, pois Esta não é apenas um
livro de regras de comportamento, pois Ela abrange as
diversas áreas da vida do homem e por isso ao
estudarmos sobre ética, não podemos usar a bíblia de
forma irresponsável usando apenas versículos isolados
e fazermos aplicação fora de seu contexto.
Os Atributos éticos de Deus
A Bíblia Sagrada nos mostra que Deus é um ser moral
e que possuí atributos éticos. Estes atributos podem
ser classificados em dois tipos:

Atributos comunicáveis Atributos existentes na


Trindade e que também existem no seres humanos,
porém em uma escala menor. Ex: santidade, justiça,
amor, misericórdia, etc.

Atributos Incomunicáveis Atributos exclusivos


das pessoas da Trindade. Ex: onisciência, onipresença,
onipotência.
Os Atributos éticos de Deus
O Vejamos alguns atributos morais de Deus aplicados
diretamente a vida do Cristão.
Bondade Sl 106.1; Mt 19.17

Amor I Jo 4.7-8; Jo 3.16

Santidade Lv 19.2; Hb 12.14

Justiça Sl 89.14; Rm 5.19

Misericórdia Lm 3.22; Mt 5.7


A Ética no Antigo Testamento
Os Dez Mandamentos
A grande síntese da moralidade bíblica está expressa nos
Dez Mandamentos (Ex 20, 1-17; Dt 5, 6-21). As chamadas
“duas tábuas da lei” mostram os deveres das pessoas para
com Deus e para com o seu próximo.
A contribuição dos profetas
Alguns dos preceitos éticos mais nobres do Antigo
Testamento são encontrados nos livros dos Profetas,
especialmente Isaías, Oséias, Amós e Miquéias. Sua ênfase
está não só na ética individual, mas social. Eles mostram a
incoerência de cultuar a Deus e oferecer-lhe sacrifícios,
sem todavia ter um relacionamento de integridade com o
semelhante. Ver Is 1. 10-17; Os 4. 1-2; Am 5. 12-15; Mq 6.6-8.
A Ética no Novo Testamento
A ética do Novo Testamento não contrasta com a do
Antigo, mas nele se fundamenta. Jesus e os Apóstolos
desenvolveram e aprofundaram princípios e temas que já
estavam presentes nas Escrituras Hebraicas, dando
também algumas ênfases novas. A ética de Jesus está
contida nos seus ensinos e é ilustrada pela sua vida. O
tema central da mensagem de Jesus é o conceito do “reino
de Deus”. Esse reino expressa uma nova realidade em que
a vontade de Deus é reconhecida e aceita em todas as
áreas. Jesus não apenas ensinou os valores do reino, mas
os exemplificou com a vida e o seu exemplo. Uma das
melhores sínteses da ética de Jesus está contida no Sermão
da Montanha (Mateus Caps. 5 a 7).
Ética Cristã X Ética Secular
O cristão, como sal da terra e luz do mundo, não só
deve ser diferente, mas seu comportamento deve
servir de referencial para a sociedade. A ética cristã
está fundamentada no conhecimento de Deus
revelado através das Escrituras Sagradas. Entretanto
as abordagens éticas seculares conflitam entre si,
deixando um rastro de dúvida e confusão em sua
aplicação. Por isso, devemos estar firmados na palavra
de Deus, que não nos confunde, nem nos deixa
enganados, mas sim, leva o homem ao pleno
conhecimento da verdade.
Princípio da Licitude e da Conveniência
Este princípio nos ensina que o cristão não
deve fazer tudo aquilo que é lícito perante a
sociedade mas sim o que é coerente com a
Palavra de Deus.Portanto um direito se torna
um erro a partir do momento que este
prejudica a sim mesmo ou ao próximo, ou seja,
nem tudo que é permitido pela lei dos homens
é permitido pela de lei de Deus (I Co 6.12).
Princípio da Licitude e da Edificação
Através deste princípio aprendemos que as
nossas atitudes devem produzir edificação na
nossa vida, portanto existem situações em que
nossas atitudes são perfeitamente permitidas,
porém o cristão deve avaliar se tal atitude trará
alguns benefício para si ou para o seu próximo
(I Co 10.23). Podemos usar como exemplos
determinados programas de televisão, novelas,
filmes e etc.
Princípio da Glorificação a Deus
Este ensina que toda obra realizada pelo cristão
deve ser feita para a Glória de Deus, pois tal
atitude guardará o cristão da soberba, do
orgulho e da ostentação e conduzirá a outra
pessoa a Cristo, ou seja, a nossa humildade
contribui para que o nosso testemunho seja
mais eficaz no processo de evangelização.
(Mt 5.16; Mt 6.1-5; I Co 10.31; Rm 11.36)
Princípio da ação em Nome de Jesus
Aprendemos através de princípio que ao
usarmos a expressão “em nome do Senhor
Jesus” em uma determinada situação, estamos
afirmando que o Ele é a nossa inspiração, ou
seja, em quem a nossas atitudes estão
embasadas. Portanto Cristo deve ser a nossa
referencia máxima, no qual nós devemos
espelhar a nossa vida. (Cl 3.17; Jo 15.5; I Co 11.1).
Princípio de fazer para o Senhor
Este princípio nos ensina que não devemos
esperar recompensa de homens pelas nossas
atitude, mas sim entendermos que quem nos
recompensa é o Senhor Jesus. Portanto o
Cristão deve entender que todas a suas obras
estão registradas diante de Deus e Ele as
provará e nos recompensará por tudo aquilo
que fizermos em prol do reino de Deus
segundo a sua justiça (I Co 3.11-17; I Co 15.58).
Conclusão
Portanto ao analisarmos estes princípios,
entendemos que a cada dia precisamos buscar
o conhecimento do Senhor através de Sua
Palavra, para sermos edificados e para
produzirmos edificação na vida do nosso
próximo, glorificando assim o nome do Senhor
Jesus.

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