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1 - Situação Atual da Previdência Social
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Boletim Estatístico da Previdência Social - Vol. 12 Nº 06
PARTICIPAÇÃO DA ARRECADAÇÃO LÍQUIDA E DA DESPESA COM BENEFÍCIOS DO REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL
NO PIB – 2006
BENEFÍCIOS
PIB (R$ MIL) (4) ARRECADAÇÃO LÍQUIDA (R$ MIL) % NO PIB DO RGPS (R$ % NO PIB
MIL)
2.322.818.376 123.520.196 5,32 165.585.300 7,13
FONTE: Divisão de Programação Financeira do INSS e IBGE.
DISCRIMINAÇÃO TOTAL
População Residente 184.388.620
Urbana 152.711.363
Rural 31.677.257
População Economicamente Ativa 96.031.971
Ocupada 87.089.976
Desocupada 8.941.995
População Não Economicamente Ativa (3) 56.697.806
População Ocupada Segundo Posição no Trabalho Principal:
Total 87.089.976
Empregados 47.985.988
Com carteira de trabalho assinada 27.046.296
Funcionários públicos estatutários e militares 5.490.792
Outros e sem declaração 15.448.900
Trabalhador Doméstico 6.658.627
Com carteira de trabalho assinada 1.746.856
Sem carteira de trabalho assinada e sem declaração 4.911.771
Conta Própria 18.831.511
Empregador 3.683.355
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Reflexões:
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DIST R IBUIÇÃ O DA QUA NTIDA DE DE B E NEFÍC IOS
C ONC EDIDOS, SEGUNDO A S GR A NDES R E GIÕE S
Sudeste
46,36%
Nordeste Sul
23,58% 19,62%
Norte Centro-Oeste
4,87% 5,56%
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1. Sistema de Previdência Privada
O sistema de previdência privada tem como principal finalidade a geração de renda
de aposentadoria, propiciando ao participante/segurado a manutenção do poder
aquisitivo, quando optarem por aposentar-se. O sistema de Previdência Social visa o
pagamento de benefícios básicos de aposentadorias e auxílios, regulamentados pela
Lei 8.213 de 24/07/1991 e Decreto 3.048 de 06/05/1999. O setor de previdência
oferece rendas assemelhadas às rendas da Previdência Social, tais como: renda de
aposentadoria por tempo de contribuição, por invalidez e pensão por morte. A Lei
Complementar nº 109, de 29.05.2001 e o Decreto 4.206, de 23/04/2002 são
atualmente as principais fontes de regulamentação sobre a previdência privada no
Brasil.
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A previdência privada aberta está disponível para todos os brasileiros, com poder
aquisitivo para manter o pagamento do prêmio, mantida as características específicas
de cada produto. São ofertadas pelas Seguradoras e, no Brasil, principalmente pelos
Bancos.
Previdência Privada
Fechada
SPC – Secretaria de
Previdência Complementar
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ABRAPP – Associação
Entidades de Previdência Brasileira de
Privada Fechada ou Previdência Privada
Fundos de Pensão Fechada Previdência
Complementar
Tal sistema conta atualmente com 2,3 milhões de participantes ativos e assistidos
vinculados a fundos de pensão, detentores de uma poupança previdenciária de
aproximadamente R$ 200 bilhões. Trata-se ainda de um número pequeno de pessoas
e de recursos, se levado em conta o potencial existente.
Com as recentes deliberações do Conselho de Gestão da Previdência Complementar,
órgão regulador do sistema de fundos de pensão fechados, já podem ser criados
planos de previdência por sindicatos e entidades de profissionais liberais,
aproveitando-se a identidade de grupo existente entre os associados de sindicatos e
entidades classistas e setoriais.
Tais planos devem se orientar pelas regras gerais dos fundos de pensão tradicionais,
subordinando-se ainda a condições específicas, a saber: os planos serão constituídos
na modalidade de contribuição definida, o patrimônio desses planos de previdência
deverá estar completamente segregado do patrimônio do instituidor e deverão contar
com uma gestão rigorosamente profissional.
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regulares, o que ficará convencionado por meio de contrato civil específico, dando aos
fundos de pensão maior flexibilidade e dinamismo.
Previdência Privada
Aberta
SUSEP – Superintendência
de Seguros Privados
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IRB – Instituto de
Resseguro do Brasil
Seguradoras, Capitalização e
Previdência Privada Corretoras
os de Pensão
1.3 CONCEITOS:
1. O que é Ciências Atuariais? -
É o ramo do conhecimento que lida com matemática de seguros, incluindo
probabilidades. É usada para garantir que os riscos sejam cuidadosamente
avaliados, que os prêmios sejam estabelecidos adequadamente pelos
classificadores de riscos e para que se faça a adequada provisão para os
pagamentos futuros de benefícios. (Dictionary of Insurance Terms – Copyright 1995
by Barron’s Educantional Series, Inc).
2. Quem é o Atuário?
O atuário é o profissional preparado para mensurar e administrar riscos, uma vez
que a profissão exige conhecimentos em teorias e aplicações matemáticas,
estatística, economia, probabilidade e finanças, transformando-o em um verdadeiro
arquiteto financeiro e matemático social, capaz de analisar concomitantemente as
mudanças financeiras e sociais no mundo.
(Legislação relativa à regulamentação da profissão: DECRETO-LEI Nº 806 – DE 04 DE
SETEMBRO DE 1969)
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Direito Administrativo
Expressão e Comunicação
Métodos Quantitativos
º Computação Aplicada à Contabilidade
Finanças Públicas
Contabilidade Comercial
Teoria da Contabilidade
Tópicos de Filosofia
Estatística Aplicada
º Contabilidade de Instituições Financeiras
Contabilidade de Custos
Contabilidade Pública
Introdução à Economia
Direito Tributário
Direito Empresarial
º Contabilidade Tributária
Contabilidade de Serviços
Auditoria Contábil
Contabilidade Avançada
Contabilidade Industrial
Técnica Comercial
º Estágio de Prática Contábil I
Prática Contábil Atuarial / Contabilidade
Atuarial
Auditoria Contábil Aplicada
Ética Profissional e Legislação Aplicada
Contabilidade Rural
Legislação Social e Trabalhista
º Estágio de Prática Contábil II
Contabilidade Gerencial
Controle Orçamentário, Financeiro e Empresarial
Análise das Demonstrações Contábeis
Teologia e Ciências Sociais e Humanas Aplicadas
Inglês Instrumental
º Gestão Estratégica
Controladoria
Perícia Contábil
Estágio de Prática Contábil III
Antropologia e Modernidade
Para que você, aluno, tenha condições de compreender o conteúdo desta disciplina
será necessário buscar os conhecimentos já adquiridos de matemática básica e
financeira I e II, probabilidade, contabilidade securitária, e planilha eletrônica (excel).
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“...o perfil desejado do egresso é o de um profissional com visão
empreendedora, ética, adaptável e socialmente responsável.” (Projeto
Político Pedagógico – CON/UCG)
Uma questão que passou a ser objeto de debates é: por que o contador deve
ter pleno domínio da área atuarial, já que existe um curso que forma de
atuários?
Na antiga Roma, antes da era cristã, actuarius era o secretário do senado que
anotava e divulgava ao povo os assuntos analisados nas sessões senatoriais.
Posteriormente passou a ser extensiva ao escrivão público que tratava dos
registros de nascimentos e óbitos. Atingindo novo estágio, a palavra atuário foi
utilizada para identificar os pesquisadores que organizaram tábuas de mortalidade
e que, lançando mão de recursos estatístico-matemático, foram responsáveis pela
evolução do seguro de vida, que transpondo a barreira do empirismo passou a ser
operado em bases científicas.
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seguro marítimo obrigatório sob a forma de mutualismo, para todos os navios de
mais de 50 toneladas existentes no País.
Com a abertura dos portos em 1808 por D. João VI, houve campo para começar a
explorar o seguro marítimo.
Em 1828 foi criada a “Sociedade de Seguros Mútuos Brasileiros”. A promulgação
do Código Comercial, em 1859, regulando inclusive as operações de seguros,
trouxe maior confiabilidade ao sistema de seguros, permitindo inclusive a vinda de
empresas estrangeiras para trabalhar no Brasil.
Em 1916 foi promulgado o Código Civil Brasileiro, com o capítulo XIV dedicado
exclusivamente ao “Contrato de Seguros”, a partir de então foi liberada a prática de
seguro de vida individual e em grupo.
Com o governo de Getúlio Vargas (1931) o mercado segurador ganha um grande
impulso, inclusive o seguro social. Em 1932 foi instituído o primeiro sistema
completo de seguros sociais, cobrindo risco de invalidez, velhice e morte. A
Previdência Social, no Brasil, teve início com a Lei “Eloy Chaves” (1923), a partir de
então foram criadas várias Caixas de Aposentadorias e Pensões ( Ex. ferroviários,
bancários, comerciários, industriários, etc.), que em 1966 foram unificados,
surgindo o INPS – Instituto Nacional de Previdência Social.
Bibliografia consultada:
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RAMOS, Severino G. – Noções de Previdência Aberta, 1988 – FUNENSEG, Rio de
Janeiro.
PÓVOAS, Manuel – Previdência Privada, 1985 – Ed. Fundação Escola Nacional de
Seguros – FUNENSEG, Rio de Janeiro.
FERREIRA, Weber J. - Coleção Introdução à Ciência Atuarial – Vol. I e II. Editado pelo
IRB, Rio de Janeiro, 1985.
Segundo ele, há analistas que ampliam o déficit "até as nuvens", e outros que o negam.
"A realidade está no meio. Nós temos que entender que a Previdência Social muitas
vezes é confundida com a seguridade, que envolve Previdência, assistência e saúde. Isso
gera muita confusão", disse.
O ministro afirmou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu a ele a missão de
combater as fraudes e as filas no INSS. "Estamos trabalhando com um planejamento
estratégico, perseguindo esses dois objetivos", disse.
Segundo Nelson Machado, o recadastramento foi a principal ação contra as fraudes. "O
recadastramento é uma obrigação imposta pela lei desde a década de 90 e nunca foi
feito. Ele ainda não terminou, embora já tenhamos feito a maior parte". De acordo com
ele, o Ministério da Previdência irá cancelar em torno de 1% ou 0,8% da massa de
benefícios após a atualização dos dados. "Como temos um gasto de R$ 165 bilhões, se
for 1% isso significa uma economia de R$ 1,6 bilhão", calcula.
Defesa da Previdência
Os privatistas pregam que se deve privatizar a Previdência, porque há déficit e se vive muito. Propõem ou
impõem: reformas neoliberais, desvinculação entre aposentadoria e salário-mínimo, corte de benefícios
sociais e a alta-programada – que força o segurado doente a retornar ao trabalho.
Tentam impor a Super-Receita: golpe fatal do governo sobre a Previdência Pública. Falam em melhorar o
sistema, colocando os recursos da Previdência no caixa do Tesouro, mas querem é abocanhar mais de R$
400 bilhões (contribuições previdenciárias e créditos inscritos em Dívida Ativa da União) e ter mais recursos
para pagar juros, como fazem com os recursos da CPMF, que deveriam ir para a saúde, e com a DRU
(Desvinculação das Receitas da União) – 20% dos recursos da Seguridade Social e de outras áreas usados
para pagar juros das dívidas interna e externa.
Vale lembrar que:
- A Previdência Pública é o maior patrimônio construído com o dinheiro do povo brasileiro. O maior
programa social do país (20 vezes maior que o Bolsa-Família). Patrimônio dilapidado, por meio de desvios
legais e ilegais, sonegações e fraudes gigantescas;
- A previdência tem mais de R$ 250 bilhões a receber dos devedores;
- De cada três aposentados e pensionistas, dois recebem benefício de um salário mínimo;
- A aposentadoria rural reduz o êxodo rural;.
- Com a Previdência privatizada, os trabalhadores rurais e cerca de 40 milhões de trabalhadores informais
serão excluídos.
A Super-Receita visa a acabar com a Previdência Pública: retira do INSS o poder de fiscalizar, arrecadar e
cobrar administrativa e judicialmente as contribuições, que legalmente lhe pertencem. Ela coloca em risco
os serviços de saúde e assistência social e o pagamento de aposentadorias e pensões a 23 milhões de
pessoas.
Apesar do baixo crescimento, desemprego e descaso do governo, a Previdência não é deficitária.
O falso déficit considera as receitas de contribuição do empregador e dos trabalhadores, conforme a Lei de
Responsabilidade Fiscal - LRF. Não leva em conta a receita total da Seguridade Social, como determina a
Constituição: contribuição sobre a folha de pagamento, lucro, receita da Contribuição para o Financiamento
da Seguridade Social (Cofins), de loterias e a contribuição sobre a movimentação financeira (CPMF)).
Em 2004, a Previdência teve superávit de R$ 8,2 bilhões, e a Seguridade Social, de R$ 32 bilhões (Denise
Gentil, Jornal UFRJ, Jan/06).
Defenda a Previdência Pública. Diga não à Super-Receita e às reformas neoliberais! (Gazeta Online - Marli
Brígida é diretora do Sindprev/ES)
Janeiro de 2007
Governo dá mais clareza às contas da Previdência
A iniciativa do governo de, por medida provisória, separar o que é despesa da previdência social do que é
gasto com incentivos e renúncias de contribuições para políticas sociais, é bem-vinda como meio de dar
maior transparência às contas da previdência e da assistência social. Isso vai deixar mais clara a
compreensão sobre o quanto custa, de fato, a previdência do trabalhador do setor privado urbano e rural, o
que é essencial para a discussão do regime geral e da sua sustentabilidade futura.
Segundo dados do Ministério da Previdência, em 2006 a arrecadação líquida do Regime Geral da
Previdência Social (RGPS) somou R$ 123,52 bilhões. Desses, os trabalhadores urbanos contribuíram com
R$ 119,71 bilhões. Já os rurais, incorporados ao sistema pela Constituição de 1988, entraram com apenas
R$ 3,8 bilhões. Como benefícios, os trabalhadores urbanos receberam R$ 133,2 bilhões, gerando um
déficit, portanto, de R$ 13,5 bilhões.
Já o déficit produzido pelas contas dos trabalhadores do campo é bem maior - R$ 28,56 bilhões -
considerando que no ano passado eles receberam a título de benefícios R$ 32,36 bilhões.
A soma dos subsídios concedidos por meio de renúncias de contribuições previdenciárias em 2006 foi de
R$ 18,06 bilhões. Aí estão incluídos R$ 9,71 bilhões em incentivos do Simples às pequenas e micro
empresas, os concedidos às entidades filantrópicas e isenção da CPMF para uma parte dos benefícios
recebidos pelos aposentados; R$ 1,78 bilhões para a exportação da produção rural com a isenção do
pagamento da contribuição previdenciária; mais R$ 4,6 bilhões decorrentes de alíquota menor de
contribuição para o produtor rural autônomo; R$ 1,388 bilhão para o empregador rural, além de R$ 512
milhões para o empregador doméstico e R$ 57,3 milhões para os clubes de futebol.
Pelos dados oficiais, enquanto os aposentados urbanos foram responsáveis por 32,1% do déficit
previdenciário total de R$ 42,06 bilhões, em 2006, os rurais contribuíram com 67,9% desse resultado.
Conclusão: o peso maior do déficit decorre da incorporação dos trabalhadores rurais no regime geral, pela
Carta de 88, sem que eles tenham contribuído no passado o suficiente para tal. Sobre isso, não há muito o
que fazer.
Já no que se refere às renúncias de receitas previdenciárias, estas não só são políticas de Estado que
podem ser reavaliadas, como não faz sentido considerá-las no momento em que se for discutir as contas de
longo prazo da previdência social. Esse é, portanto, o mérito da separação contábil que o governo está
pretendendo fazer: mostrar que dos R$ 42 bilhões do déficit de 2006, R$ 18,06 bilhões são subsídios do
Tesouro Nacional que nada têm a ver com uma política atuarial.
Para se ter maior clareza da dimensão das contas do RGPS, ao se incluir receitas perdidas com os
subsídios previdenciários e de CPMF, o déficit produzido pelo trabalhador privado urbano cai para apenas
R$ 3,8 bilhões e o do rural, para R$ 18,33 bilhões.
Esses dados, confrontados com o regime especial de previdência do servidor público, indicam que as
preocupações mais imediatas do governo federal deveriam estar centradas na regulamentação do fundo de
pensão do funcionalismo público e na efetiva aplicação da isonomia entre trabalhadores do setor privado e o
funcionalismo. O déficit produzido pelo regime próprio dos servidores públicos atingiu, em 2006,
assombrosos R$ 35 bilhões, segundo dados do Tesouro. E a reforma constitucional, aprovada em 2003
para atacar esse privilégio, sequer foi regulamentada até hoje, por divergências inclusive entre os três
Poderes que, se não forem superadas, perpetuam uma situação perversa.
A separação contábil entre benefícios e subsídios é, assim, uma medida de profilaxia que não pode ser
confundida com as questões mais estruturais da previdência social. Ao desidratar o déficit de gastos alheios
a ela, um risco, porém, deve ser evitado: o de considerar que, por ser menor do que se imaginava, a
questão de longo prazo está resolvida e não requer reparos substantivos. Ela será útil para as discussões
do fórum que o presidente Lula pretende instalar em fevereiro para ser o local do debate sobre a
sustentabilidade da previdência diante do aumento da expectativa de vida dos brasileiros. (Valor Online,
janeiro/2007)
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Contrabando previdenciário
Foi o filósofo Descartes quem primeiro ensinou que a compreensão das coisas começa pela busca de idéias
claras e distintas. É o que o povo entende quando diz que é preciso desmisturar problemas.
Alguém pode ter imaginado que este foi o caminho tomado pelo presidente Lula para equacionar o
problema da Previdência. Ele determinou que, nas finanças do INSS, seja separado o rombo previdenciário
propriamente dito do rombo social. Seria um bom começo se a distinção contribuísse para o encontro de
uma saída. Mas o risco é o de que a manobra não passe de enganação.
No enorme déficit da Previdência, que, apenas em 2006, foi de R$ 42,06 bilhões (2,1% do PIB) e tende a
crescer exponencialmente, nem tudo é de natureza previdenciária. Há nesse buraco, só ele o equivalente a
pouco mais do que o governo federal arrecada em CPMF ao longo de um ano, dois contrabandos atuariais.
Lá estão as despesas com aposentadorias rurais pagas a 7,3 milhões de beneficiários que nunca
contribuíram para o INSS; mais as pagas a 3,0 milhões de beneficiários da Lei Orgânica da Assistência
Social (Loas).
Um dos contrabandos foi enfiado nas contas previdenciárias pela Constituição de 1988 que resolveu pagar
aposentadoria pelo piso mínimo (salário mínimo) aos trabalhadores rurais que não puderam participar do
sistema. Outro foi criado em 1993 pela Lei 8.742, que instituiu aposentadoria por idade para quem nunca
contribuiu. O texto original concedia o benefício aos 70 anos. Remendos posteriores baixaram a idade
mínima para 65 anos.
Esses contrabandos produzem muitas distorções. Uma delas é dispensar o beneficiário do INSS da
contribuição. É só esperar completar os 65 anos que o sujeito ganha do INSS um salário mínimo por mês
mais o 13º. Para que contribuir se às 65 velinhas o benefício vem de qualquer jeito? Isso não é só uma
injustiça para quem contribui; é, também, chamá-lo de trouxa por contribuir.
Outra distorção é a de que toda essa gente tem direito a aposentadoria pelo salário mínimo. Ora, o salário
mínimo vai sendo reajustado bem acima da inflação. De 2000 para cá, aumentou 131%, enquanto a inflação
do período foi de 64,3%. A partir de abril, o salário mínimo será reajustado em 5,3%, enquanto a inflação do
ano passado foi de 3,14%.
Isso significa que está sendo repassado um polpudo reajuste real para gente que, na condição de
aposentada, não participa de eventual aumento da produtividade nacional do trabalho.
Há anos, o especialista em Contas Públicas Raul Velloso vem defendendo a separação, na contabilidade
geral da Previdência, entre as despesas previdenciárias e as despesas sociais. Mas, para ele, a separação
seria só o começo de um processo que desembocaria na diferença de tratamento a cada segmento: os
aposentados propriamente ditos seguiriam tendo o benefício mínimo reajustado pelo salário mínimo,
qualquer que fosse ele, e os segurados sociais (o pessoal da aposentadoria rural e da Loas) teriam seu
benefício reajustado pelo nível que fosse previsto na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) aprovada pelo
Congresso.
Para o presidente Lula, no entanto, a desmistura tem um único objetivo: o de deixar mais claro que
um pedaço enorme do rombo não é previdenciário, mas social e que, em sendo assim, xô reforma da
Previdência. Que o Tesouro se encarregue de pagar os compromissos assumidos em governos
passados e tal.
Determinar que o Tesouro assuma o que lhe cabe não muda nada, uma vez que já é o Tesouro que banca
o rombo inteiro, seja ele previdenciário ou social.
O presidente Lula determinou também a criação de um fórum para estudar uma solução. Ora, este é um
problema mais do que estudado. Será difícil garimpar idéia nova sobre um tema já tantas vezes e tão
profundamente discutido. O fórum tem tudo para não passar de um enterro de primeira classe para uma
questão que Lula não quer resolver.
Enfim, as coisas não mudam apenas com a separação do líquido em garrafas de cores diferentes e com a
criação de mais um grupo de trabalho.
O problema é que, previdenciário ou social, o rombo do INSS bloqueia a administração pública, não deixa
recursos para o investimento e é uma das travas citadas pelo presidente Lula que geram o crescimento
medíocre. (CELSO MING - O Estado de S.Paulo – janeiro/2007)
Fernando Albino
A Previdência social brasileira está tecnicamente falida, o que exigirá constantes injeções de
recursos orçamentários
O Governo Federal manifestou sua intenção de promover uma separação contábil entre o déficit
da Previdência, que seria escriturado como tal, e a soma dos benefícios de assistência social que
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seriam atribuídos diretamente ao tesouro nacional. Qualquer que seja a rubrica contábil escolhida,
o fato numérico é que o ano de 2006 terminou com uma falta de R$ 42 bilhões entre o arrecadado
e as despesas, o que foi suportado pelo contribuinte. As perspectivas só tendem a piorar. Os
números indicam uma contínua defasagem entre as obrigações dos benefícios e os valores a serem
arrecadados. A par disso, a estrutura demográfica da população brasileira não ajuda, pois ainda
temos um número grande de jovens fora da força de trabalho e um crescente envelhecimento a
sobrecarregar os compromissos previdenciários já assumidos pelo regime atual. Mesmo taxas
maiores de crescimento, ainda que aliviem, não seriam suficientes para reverter essa situação.
Em linguagem jurídica (e realista), a Previdência social brasileira está tecnicamente falida, o que
exigirá constantes injeções de recursos orçamentários, a serem custeados com os tributos. Esse
problema deve ser enfrentado com coragem pela sociedade, pois não podemos comprometer o
crescimento e as gerações futuras com uma atitude ilusória e irrealista.
Trata-se, assim, de conciliar a realidade numérica e os princípios que asseguram o direito
adquirido e a segurança jurídica. Desde logo, um conceito básico deve nortear qualquer reforma:
não se pode alterar um regime jurídico já consolidado em nome da necessidade de recursos. Essa
solução encontraria forte resistência perante o Poder Judiciário, além de ofender a garantia do
cumprimento do contrato, que deve caracterizar qualquer estado de direito. Resta, pois, arrumar o
futuro, o que significa conciliar o regime atual com as necessidades. Para tanto, várias alternativas
são possíveis. Todas elas implicam significativa mudança no regime atual, com sacrifícios para os
que ainda estão contribuindo.
A primeira decisão a ser tomada é a da convivência de regimes públicos com regimes privados.
Parece inatacável uma alternativa que deixe a cada um a escolha entre a previdência pública e a
privada. Essa solução desoneraria o Estado de uma parte do problema, que seria resolvido pelo
mercado. Note-se que essa solução seria de livre escolha dos particulares, sem que o Estado
tivesse de abrir mão de quaisquer de suas prerrogativas. O tempo de contribuição já existente seria
respeitado e assumido pelo Estado. Além disso, os planos privados seriam regulados pelo poder
público, que tomaria todas as providências para assegurar a boa saúde financeira das instituições
privadas.
Para aqueles que preferissem a previdência pública, a realidade indica que alguns remédios
amargos precisam ser tomados para que o paciente sobreviva. O primeiro deles é o aumento da
idade mínima para a obtenção do benefício da aposentadoria. Ainda que isso pareça desumano e
violentador do regime atual, uma maneira de fazer a mudança é a de postergá-la no tempo,
respeitados os direitos adquiridos até a data da alteração. Ou seja, a implementação da regra se
daria ao longo de alguns anos, de forma a que haja uma transição. Existem várias formas de
operacionalizar essa idéia, mas o fato é que a regra atual não coexiste com a realidade.
A segunda constatação é a de que só se pode receber aquilo para o qual se contribuiu. Nesse
sentido, tem razão o governo quando tenta separar o regime previdenciário propriamente dito com
a série de favores que ao longo do tempo foi sendo concedida. Um das razões da crise da
Previdência está na concessão por sucessivos governos de direitos sem contrapartida em efetivas
contribuições, como o caso das empregadas domésticas e, sobretudo, dos trabalhadores rurais.
Independentemente da justiça que lhes foi proporcionada e do caráter assistencial evidente das
medidas, o fato é que os números não suportaram essas benesses.
O terceiro aspecto é que de nada adianta o esforço da esfera federal de poder, sem que se resolvam
as pendências das previdências estaduais e municipais. A lei previdenciária há de ter caráter
nacional, obrigatória para estados e municípios. A reforma da Previdência vai exigir alteração do
texto constitucional e uma lei complementar aprovada pelo Congresso. Ou seja, a sociedade
deverá se engajar nesse esforço de colocar a casa em ordem para tranqüilidade de todos,
especialmente para desonerar o Estado das peias insuportáveis de suprir o sistema previdenciário
dos recursos para suportar benefícios impagáveis.
Resta saber até que ponto o atual governo irá enfrentar o problema. A atitude mais cômoda é a de
continuar vivendo como se nada estivesse acontecendo, aguardando um milagre da multiplicação
de recursos, que não virá mesmo com o crescimento. O comportamento sério é o de encarar o
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problema e começar a discussão com a sociedade. Soluções não faltam e os especialistas aí estão;
o problema é só a decisão política. (DCI – Diário do Comércio, Indústria e Serviços –
www.dci.com.br 06/02)
LONDRES - O jornal britânico Financial Times, em editorial publicado nesta quarta-feira, qualifica como
"tímido" o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e diz que o governo brasileiro precisa
implementar reformas na Previdência Social e nas leis trabalhistas para alcançar taxas de crescimento
econômico maiores.
"O presidente Luiz Inácio Lula da Silva começou seu segundo mandato de governo com um novo programa
e uma ênfase bem-vinda no problema econômico de seu país: a baixa taxa de crescimento", afirma o jornal
financeiro britânico. "Medidas para estimular o investimento em infra-estrutura são muito necessárias se o
Brasil pretende se expandir acima da média anual de 2,5% que registrou nos últimos anos. Mas a nova
política de Lula não chega nem perto do que é necessário."
Segundo o FT, se o Brasil pretende adquirir o mesmo dinamismo econômico que seus competidores
emergentes na Ásia e Europa, o presidente precisa resolver dois problemas estruturais: "o absurdamente
injusto sistema de seguridade social e as leis trabalhistas antiquadas do Brasil".
O jornal observa que embora o aumento do investimento previsto pelo PAC possa gerar uma pequena
redução no superávit primário de 4,25% do Produto Interno Bruto (PIB), o gasto adicional não representa
uma ameaça à ordem fiscal. "De qualquer maneira, o investimento em infra-estrutura é desesperadamente
necessitado", escreve.
"Certamente faz sentido melhorar a qualidade das estradas e dos portos para que os exportadores possam
tirar vantagem da forte demanda internacional, especialmente para produtos agrícolas altamente
competitivos como a soja, carne, etanol e valiosas matérias-primas."
O FT observa que outros elementos do pacote econômico, como a expansão das facilidades de crédito e os
incentivos fiscais para investidores também são positivos. "Como também são as medidas que o governo
pretende implementar que têm o objetivo de simplificar os procedimentos de registro de empresas e reduzir
a enorme complexidade do sistema tributário do Brasil - se elas se materializarem como prometido."
Mas o jornal diz que o presidente deveria ter sido mais corajoso. "Com elevados níveis de apoio popular e
condições favoráveis nos mercados internacionais, essa teria sido uma época ideal para iniciar uma muito
atrasada reforma das leis trabalhistas, entre as quais algumas são datadas dos anos 30", diz o jornal.
"Designadas para proteger os menos favorecidos, elas freqüentemente acabam beneficiando grupos
seletos de trabalhadores de elite nas estatais e do setor público e afastam os pobres de qualquer acesso
aos mercados trabalhistas formais." O jornal observa que Lula começou a reformar o sistema de
previdência social em 2003, mas obteve "pouco progresso" nessa área.
Segundo o FT, reformas nessas duas áreas não são consideradas prioritárias pelo governo. Mudanças no
sistema de seguridade social devem ser debatidas mas "parece improvável que ocorram; uma reforma
trabalhista está - como dizem ministros seniores - fora da agenda". Para o jornal isso "é uma pena", pois
sociais democratas no Chile e Europa beneficiaram seus países ao abraçarem reformas modernizadoras.
"Lula deveria fazer o mesmo", disse.
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Riqueza, poupança e seguro
Nenhuma nação do mundo é rica se não tiver uma sólida poupança interna. Como
poupança só pode ser feita através da acumulação de excedentes, ou seja, com a
economia do não comprometido com as necessidades da vida do cidadão, nenhuma
nação pode ser rica se não seguir o princípio básico do "dono da padaria": "se no fim do
dia entrar mais do que saiu, então, ganhei".
Infelizmente, a nação brasileira está no rol das sociedades sem poupança interna,
justamente porque a população não consegue poupar o excedente de sua riqueza, não
porque sejamos imprevidentes, mas, fundamentalmente, porque uma parte da população
não tem qualquer tipo de excedente, e a outra, que poderia eventualmente poupar, é
sacrificada por uma carga tributária injusta e mal dividida, que transfere para o governo
grande parte da riqueza gerada pelo trabalho da nação.
Se a contrapartida do governo fosse proporcional ao arrecadado, não haveria problemas,
o Brasil, como as nações escandinavas, teria acumulação de riqueza, já que o estado
proveria as necessidades básicas de infra-estrutura e condições de vida, como água,
esgoto, saúde, educação, alimentação, trabalho, seguro desemprego e moradia para a
população, que, precisando gastar muito pouco da própria riqueza para ter um padrão de
vida digno, pouparia os excedentes.
O problema é que a contrapartida do estado brasileiro é pífia e o resultado disto,
dependendo da área, pode ser definido como casos típicos de duplo pagamento, já que a
sociedade é obrigada a pagar, além do imposto alto, mas inútil, a água mineral, a fossa
séptica, a escola, o hospital, o remédio, a complementação da aposentadoria, etc., porque
o governo não faz a sua parte, gastando mal o dinheiro que arrecada.
Se a solução deste nó fosse fácil, há mais de um século nós estaríamos entre as nações
ricas do mundo. Acontece que não é, e a prova é que até agora continuamos discutindo
como resolver nossos problemas, sabendo que temos de fazer uma série de reformas
estruturais, que são as mesmas há décadas, mas sem saber como começar e onde está
a melhor solução.
Mas há um outro fator que diferencia a sociedade brasileira das sociedades ricas: a
prevenção. As nações ricas não são ricas só porque faturam muito vendendo produtos
caros e por isso poupam muito. Elas são ricas, também, e principalmente, porque tomam
as providências necessárias para evitar que os riscos da vida se transformem em
prejuízos que as ameacem.
E isto é feito através de ferramentas antigas como as primeiras civilizações e que hoje se
materializam nas apólices de seguros e planos de previdência privada. As nações mais
ricas do mundo são exatamente as que têm o percentual mais alto de seguros por
habitante. Seja através de seguros sociais ou de seguros privados, elas transferem os
encargos dos prejuízos que afetam o bem-estar de sua população para fundos
específicos, encarregados de suportar o custo da manutenção ou reposição da riqueza
nacional, sem onerar a sociedade, que assim preserva a capacidade de acumulação da
riqueza necessária para os projetos em curso ou para aumentar a poupança interna e
financiar a um custo barato os investimentos futuros.
O Brasil ainda está antes da metade do caminho para atingir o patamar de seguros dos
países latinos mais desenvolvidos. Enquanto a atividade seguradora nacional tem uma
participação de pouco mais de 2% no PIB, nestes países ela chega perto de 6%.
Mas estamos na rota certa e os últimos oito anos foram importantes para criar a
mentalidade necessária para avançarmos mais. Acelerar o processo depende do governo.
A reforma da previdência é um passo importante, capaz de gerar, através da previdência
privada, uma poupança interna de perto de um bilhão de reais em relativamente pouco
tempo. Mas há mais a ser feito, no campo dos seguros de vida, dos planos de saúde e
dos seguros privados em geral. E aí, as mudanças são apenas técnicas.
24
Texto 6 - A Falência do Baring: Uma Lição de Risco
Philippe Jorion, p.29
Atividade: Cada grupo fará uma análise crítica de um dos textos e apresentará para a
turma.
De acordo com os textos acima reflita: como está a situação da Previdência Social? Como
vocês conceituam previdência privada aberta e fechada? Qual é a finalidade da
previdência social? Qual é a finalidade da previdência privada?
25
1.4 - Primeiro trabalho:
O Grupo, de no máximo 04 alunos, irá optar por um dos textos e preparar por escrito para
entregar para a professora e para apresentação oral.
2. FUNDAMENTOS DE PROBABILIDADE:
26
O cálculo das probabilidades é utilizado para mensurar a influência do acaso
ou azar nos acontecimentos. Podemos classificar os acontecimentos segundo o
seu grau de probabilidade, dando-lhes as respectivas equivalências matemáticas
assim:
Acontecimento impossível - probabilidade =0
Propriedades básicas:
Se V e M são eventos exclusivos, ou seja (V∩M)= Φ e V∪M=Ω
então P(V) + P(M) = 1
Como será o cálculo se quisermos conhecer a probabilidade de uma pessoa com idade
20 anos alcançar viva a idade seguinte?
27
Suponha que em um grupo de 1000 pessoas com 22 anos, faleceram no decorrer do ano,
12 pessoas.
Qual é a probabilidade de vida para as pessoas desse grupo, supondo que todos
possuem a mesma qualidade de vida?
Lembrem-se probabilidade = freqüência
Qual é a probabilidade de morte para as pessoas desse grupo, supondo que todos
possuem a mesma qualidade de vida?
Exercícios:
1º) Encontrem a probabilidade de vida e de morte do grupo abaixo:
X lx dx qx px
15 10.000.000 3.610
16 9.996.390 3.699
17 9.992.691 3.807
18 9.988.884 3.916
19 9.984.968 4.044
onde: x = idade da pessoa; lx = número de pessoas vivas com idade x; dx = nº de
falecidos com idade x; qx = probabilidade de morte; px = probabilidade de vida
2º) Seja uma população de 100.000 pessoas durante o ano de 2.006. Neste ano
faleceram 380 pessoas.
Bibliografia consultada:
MORGADO, Augusto C. de O. e Outros - Análise Combinatória e Probabilidade - Coleção
do Professor de Matemática. Editora SBM, IMPA e VITAE - Rio de Janeiro 1991.
MORETTIN P.A & BUSSAB W.O - Estatística Básica, 3ª edição. Atual Editora, São Paulo
1985.
FERREIRA, Weber J. - Coleção Introdução à Ciência Atuarial. Editado pelo IRB, Rio de
Janeiro, 1985.
28
3.1 – Notações Básicas:
npx = lx+n / lx = probabilidade de uma pessoa qualquer, ativa ou inválida, com idade x,
alcançar viva (ativa ou inválida) a idade seguinte x+n; é a proporcionalidade do número de
pessoas que alcançam vivas a idade x+n para o número de pessoas que elas
compunham quando na idade x;
nqx = (lx - lx+n ) / lx = probabilidade de uma pessoa qualquer, ativa ou inválida, com idade x,
sobreviver até alcançar a idade x+n, e nesta mesma idade x+n, morrer; é a
proporcionalidade do numero de pessoas que morrem com a idade x+n para o número de
pessoas que elas compunham quando na idade x;
“A tábua de mortalidade para uma dada população é uma ferramenta importante não
apenas em termos de estudos atuariais e demográficos em geral, como também para
políticas públicas e financiamento do setor privado para certos serviços ofertados no
mercado. É muito usada para situações de previsões e estudos de demanda para
estimativas de custo da seguridade social e de prêmios de seguros privados.” (p. 1, texto
para discussão nº 1047 – www.ipea.gov.br)
“A facilidade para contratar seguro de renda vitalícia se tornou possível a partir dos
estudos realizados, pela indústria de seguro de vida, das taxas de mortalidade e da
29
elaboração das tabelas de mortalidade.” (p.327, Princípios dos Seguros de Vida, Saúde e
Rendas Vitalícias – Harriett E. Jones e Dani L. Long)
As tábuas biométricas são tabelas contendo o número de pessoas vivas em cada idade, o
número de pessoas falecidas e as probabilidades de vida e morte. Elas podem ser
diferenciadas por sexo, e no caso de seguro de vida, também, podem classificá-la por
grupo de fumantes e não-fumantes. “O fumo tem um efeito tão dramático nas taxas de
mortalidade, que as companhias de seguro normalmente levam em conta este fator nas
tábuas de mortalidade que usam para calcular as taxas de prêmio do seguro de vida.”
(p.96, Princípios dos Seguros de Vida, Saúde e Rendas Vitalícias – Harriett E. Jones e
Dani L. Long)
Usando as probabilidades de morte dessa experiência, montamos, para nosso uso, uma
tábua, a partir da idade de 15 anos, com uma população de 10 milhões de pessoas nessa
idade, onde desenvolvemos a variação do número de pessoas vivas nas idades
subsequentes, o registro do número de pessoas mortas em cada idade e probabilidade,
em cada idade, de as pessoas sobreviverem até a idade seguinte.
Vale notar que, pela lógica, são evidentes as seguintes relações empregadas na
montagem da nossa tábua adaptada, partindo das probabilidades de morte da AT-2000:
dx = l x . qx
px = 1 - q x
lx+1 = lx - dx
lx+1 = px . lx = lx . (1-qx )
30
qx = dx / lx
Até aqui deixamos de levar em conta a diferenciação entre as pessoas estarem ativas ou
inválidas, na apuração das probabilidades delas morrerem ou sobreviverem ,
empregando, para esse fim as tábua AT-49, GAM-83 e AT-2000.
ix = laix / laax = probabilidade de uma pessoa ativa com idade x tornar-se inválida antes de
alcançar a idade x+1;
qiix = diix / liix = probabilidade de uma pessoa já inválida quando alcançada a idade x morrer
antes de alcançar a idade x+1;
Exercícios:
1) Uma empresa deseja conceder um auxílio de R$1.000 a cada empregado que se
invalidar. Para tanto o presidente da empresa solicita-lhe que calcule o quanto esse
benefício provavelmente custará no primeiro ano. Utilize a tábua de Entrada em
Invalidez, Álvaro Vindas/Hunter e o número de empregados por faixa etária, no
quando abaixo:
x lx ix Nº provável
de inválidos
23 5.500
33 5.500
43 5.500
53 5.500
63 5.500
Total 27.500
2) Suponha que uma clinica de deficientes físicos receba auxílio do governo, no valor de
R$100,00, para auxiliar no funeral dos pacientes. Com base na Tábua de Mortalidade
de Inválidos, EX-IAPC, calcular o número provável de mortes das pessoas abaixo:
x lx qi x Nº provável
31
morte de inv.
23 5.500
33 5.500
43 5.500
53 5.500
63 5.500
Total 27.500
32
Comparaçãode Expectativasde
Vidas
70
60
AT-2000 – 1ª linha
50
AT-83 – 2ª
Expect.
40 AT2000
AT83
AT49
30 GAM-83
20
GAM-83 – 3ª
10
AT-49 – 4ª
0
111
63
15
27
39
51
75
87
99
idades
34
50 anos. O resultado foi um crescimento anual de 2% mais rápido. E o que é mais
importante, visto que a queda da mortalidade foi maior nos países mais pobres, se
cálculos semelhantes fossem aplicados a todas as nações do mundo ficaria claro que a
renda desses países na verdade pode ter crescido mais que a comparação de rendas
brutas, sugere.
A longevidade nunca cresceu tanto quanto no século 20. Ainda sim, é possível
esperar que o novo século avance ainda mais na prevenção das doenças que atacam os
mais velhos. Pode ser que o septuagenários sejam jovens em 2100, e alguns de vocês
testemunharão a mudança como membros ativos e vigilantes de uma sociedade mais
madura.
2º Texto: “Existem vários tipos de tábuas atuariais, também conhecidas como esperança
de sobrevida, para medir a sobrevida, ou seja, quantos anos uma pessoa de determinada
idade provavelmente ainda vai viver, como a AT-49, AT55, AT71 a AT83 e AT 2000 – AT
quer dizer annuity table e o número referes-e ao ano em que as estatísticas passadas
começaram a valer. Para elaborá-las são usadas estatísticas demográficas levantadas há
muitos anos. Tábuas mais modernas, como a AT-2000, adotada em várias empresas no
Brasil, principalmente para planos mais flexíveis como o PGBL, embutem maior tempo de
vida média, reduzindo, assim, o valor do benefício pago pelas empresas.
Por exemplo, na AT49, tábua americana bastante usada nos planos mais tradicionais, a
expectativa de sobrevida para alguém com 60 anos é de 18,5 anos, na AT83 é de 22,6 e
na AT2000, 24,6. As tábuas mais modernas não devem ser vistas como injustas ou
benéficas apenas às seguradoras. Elas refletem as mudanças que a sociedade vem
sofrendo, como o aumento da expectativa de vida, melhores condições sanitárias e
avanços na medicina. Nos Estados Unidos, por exemplo, a quantidade de pessoas
centenárias passou de 4.000, em 1940, para mais de 61.000, em 1997. Se a empresa
trabalhar com tábuas desatualizadas, ela pode não ter como pagar no futuro a renda
mensal vitalícia aos beneficiários.
Esta questão é importante pois uma vez comprado o plano, o segurado carrega a mesma
tábua até o final. A empresa só poderá rever a escolha da tábua no caso dos planos
fechados, onde é possível a mudança de tábua no meio do caminha para adequá-la ao
equilíbrio atuarial e financeiro do fundo.”
Fonte: Novo Cálculo Atuarial Reduzirá a Renda, Folha de São Paulo, 15/11/1999, e Mais
Vida no Seguro, Louis Frankenberg, Revista Exame, 19/02/2000.
Previdência Sobrecarregada
O resultado de tudo isso é um aumento sensível na quantidade de idosos na população mundial. Em
nível mundial, a população com mais de 65 anos aumentou de 5,2% em 1950-55 para 6,9% em
2000, um aumento de 33% nesse índice (gráficos 3 e 3a). É nos países mais desenvolvidos onde o
fenômeno é mais agudo: com 7,9% de idosos em 1950-55, hoje 14,3% da população tem mais de 65
anos, um aumento de 81% - enquanto, nos menos desenvolvidos, o aumento foi de 31% (de 3,9%
em 1950-55 para 5,1% em 2000). O Brasil não fica muito longe dos países desenvolvidos: aqui, a
proporção de idosos aumentou em 70% de 1950-55 para 2000 (de 3% para 5,1%).
36
Em uma análise que pode ter impacto sobre o debate da reforma da
Previdência, especialistas concluíram que o contínuo aumento na expectativa
de vida pode ser revertido nas próximas décadas, porque cada vez mais gente
estará morrendo prematuramente por doenças relacionadas ao excesso de
peso, entre elas, enfarte, diabete e insuficiência renal. Eles afirmaram que,
entre os adultos, a obesidade aumentou 50% por década nos anos 1980 e 90,
a ponto de que, atualmente, quase um em cada três norte-americanos é
obeso.
37
Artigo 3 - CRESCE O DEBATE SOBRE ADEQUAÇÃO ATUARIAL
Revista da ABRAPP, nº 303, abril/2005, p. 11
Enquanto não se chega a uma tábua de mortalidade brasileira, os fundos deveriam
aproveitar o momento econômico favorável e os superávits existentes para se
adequarem, migrando para tábuas mais consistentes e conservadoras.
Exemplo:
Um homem que em dezembro de 2004 tenha 55 anos de idade, 36 anos de contribuição e
média salarial de R$1.000,00 e expectativa de vida de 21,30
Exemplo:
Com base na tábua abaixo, calcule a expectativa completa de vida para uma pessoa com
idade 94 anos.
x lx
94 950
39
95 690
96 590
97 420
98 120
99 51
Essa pessoa com 94 anos tem uma expectativa de sobreviver mais 2,47 anos, logo se
estima que essa pessoa irá falecer com a idade aproximada de 97 anos.
Exercício: Com base na tabela acima, calcule a expectativa completa de vida para uma
pessoa com 96 anos de idade. Como você pode ler esse resultado?
Segundo trabalho
1) Com base no número de óbitos (dx) da tábua AT-83 FEM, anexa, construa as
probabilidade de morte, de vida, expectativa de vida das pessoas com idade x, D x e Nx,
usando taxa de juros de 6 e de 3% ao ano.
Observação:
O trabalho deverá:
• Texto original;
• Formatação igual ao resumo informativo, porém com conclusão, número de
páginas de até 4 folhas e citar a bibliografia utilizada (usar aspas e referenciar
o autor, quando necessário).
Renda aleatória imediata é aquela renda em que o segurado paga um prêmio único,
ou seja efetua o pagamento à vista do prêmio e já começa a receber o valor da renda.
Qualquer que seja o plano de seguro, o prêmio anual é facilmente obtido partindo da
equação de equivalência das obrigações futuras do segurado e da empresa.
41
Obrigação do segurado = Obrigação da Empresa
P. valor atual das obrigações do segurado = valor atual dos benefícios futuros assegurado
Assim, o nosso objetivo imediato é determinar o Valor Atual das rendas futuras que serão
pagas ao segurado. Para efeito de desenvolvimento didático trabalharemos com período
anual.
Além disso consideraremos que será paga uma renda de R$1,00 a cada ano, pois, para
qualquer outro valor de renda, bastará multiplicar o valor da anuidade encontrada pelo
novo valor de renda desejado e estaremos determinando o valor do prêmio único para
aquela renda específica.
Renda 1 1 1 1 1 1 1
____I____I____I____I_________________I____I____I até o final da tábua
tempo 0 1 2 3 n-1 n n+1
Se fosse uma renda certa com pagamento indefinidamente, o “valor atual”, na época zero,
seria expresso pela seguinte igualdade:
(caso você sinta necessidade deverá rever o conceito básico de séries uniformes, de forma mais
profunda em um livro de matemática financeira)
42
äx = valor atual (Prêmio Único) de uma série de pagamentos iguais à unidade de capital,
pagáveis a uma pessoa de idade x, enquanto viver e a partir da idade x. Ou prêmio Único
Puro de uma renda constante, imediata vitalícia e antecipada.
Podemos escrever o somatório das anuidades em função dos l x para cálculo das
probabilidades de sobrevivências:
∞
Fórmula sintética: äx = ∑ vt . tpx
t=0
∞ ∞
äx = ∑ vt . tpx = ∑ vt .( lx+t/lx ); lembrando que npx = lx+n / lx
t=0 t=0
Fórmula:
äx = v0.0px + v1.1px + v2.2px + v3.3px + v4.4px + ... + vn-1.n-1px + ...até o final da tábua
lx . äx = v0.lx+0 + v1. lx+1 + v2 . lx+2 + v3. lx+3 + v4. lx+4 + ... + vn. lx+n + ... ; multiplicando por
vx,
tem-se:
vx . lx . äx = vx+0.lx+0 vx+1. lx+1 + vx+2 . lx+2 + vx+3. lx+3 + vx+4. lx+4 + ... + vx+n . lx+n + ...
Exercício:
1) Uma pessoa com 55 anos compra uma renda anual de R$20.000,00, com recebimento
no início de cada ano, enquanto viver. Calcule o valor do prêmio único que ele deverá
pagar à seguradora para obter este produto. Use AT-2000 e i = 3% ao ano.
Fórmula estendida:
ax = v1.1px + v2.2px + v3.3px + v4.4px + ... + vn.npx + ...até o final da Tábua.
Podemos observar que as séries são muito próximas, sendo a diferença exatamente no
primeiro ano, assim podemos transformar um série antecipada em postecipada e vice-
versa, exemplo abaixo:
äx = ax + 1
ax = äx – 1
Exercício:
1) Uma pessoa com 50 anos compra uma renda anual de R$20.000,00, com recebimento
no final de cada ano, enquanto viver. Calcule o valor do prêmio único que ele deverá
pagar à seguradora para obter este produto. Use AT-2000 e i = 3% ao ano
45
Renda antecipada TEMPORÁRIA:
Renda 1 1 1 1 1
____I____I____I____I_________________I__
tempo 0 1 2 3 n-1
äx:n = Inäx = valor atual (Prêmio Único) de uma série de pagamentos iguais à
unidade de capital, pagáveis a uma pessoa de idade x enquanto viver, mas
no máximo em n pagamentos anuais e a partir da idade x. Ou Prêmio
Único Puro de uma renda constante, imediata, temporária de n pagamentos
e antecipada.
Fórmula sintética:
n-1
äx :n= ∑ vt . tpx
t=0
Fórmula estendida:
äx:n = v0.0px + v1.1px + v2.2px + v3.3px + v4.4px + ... + vn-1.n-1px
Transformando äx :n em ax :n
äx :n = 1 + ax :n-1 ou ax :n-1 = äx :n - 1
Exercício:
1) Uma pessoa com 50 anos compra uma renda anual de R$18.000,00, com recebimento
imediato e os demais no início de cada ano, até completar 55 anos. Calcule o valor do
prêmio único que ele deverá pagar à seguradora para obter este produto. Use AT-
2000 e i = 3% ao ano.
46
4. Renda Aleatória Imediata Postecipada Temporária
Renda anual, paga no final do período, por um determinado prazo
ax:n = Inax = valor atual (Prêmio Único) de uma série de pagamentos iguais à
unidade de capital, pagáveis a uma pessoa de idade x enquanto viver, mas
no máximo de n anos e a partir da idade x+1. Ou Prêmio Único Puro de
uma renda constante, imediata, temporária de n pagamentos e postecipada.
Fórmula Sintética:
n
ax:n = ∑ vt . tpx
t=1
Fórmula estendida:
ax:n = v1.1px + v2.2px + v3.3px + v4.4px + ... + vn-1.n-1px + vn.npx
Exercício:
1) Uma estudante inicia seu mestrado, e por não ter conseguido uma bolsa de estudo,
paga à vista R$80.000,00, para obter uma renda anual postecipada enquanto durar o
curso. No momento dessa compra a estudante está com 22 anos e ela pretende
concluir o mestrado em 3 anos. Calcule o valor anual da renda que ela receberá. Use
AT-2000 e i = 6% ao ano.
47
2) Uma pessoa, com 55 anos de idade, deseja comprar uma renda de R$ 15.000,00
anuais a receber todo final de ano, durante 5 anos. Calcule o valor do prêmio único
que ele deverá pagar à seguradora para obter este produto. Use AT-2000 e i = 6% ao
ano.
Fórmula estendida:
m+0
mIäx = v . m+0px + vm+1. m+1px + vm+2. m+2px + vm+3. m+3px + vm+4. m+4px + ...
Renda 1 1 1
_____________________I____I____I__...até o final da tábua
tempo 0 1 2 m m+1 m+2
Exercício:
48
3) Uma pessoa, com 30 anos de idade, paga à vista R$50.000, para receber uma renda
antecipada, diferida por 28 anos e vitaliciamente. Calcule o valor da renda que a
mesma irá receber. Use AT-2000 e i = 3% ao ano.
Mas, para iniciar o assunto, consideraremos que essas rendas são pagas uma só vez a
cada final de ano, sendo o primeiro pagamento ao final do ano em que as pessoas
desligam do serviço. (no Brasil, em geral, o benefício é pago no final do mês).
mIax = = valor atual da unidade de capital pagável a uma pessoa de idade x enquanto
viver, a partir da idade x+m+1 ou Prêmio Único Puro de uma renda vitalícia unitária
diferida de m anos.
Fórmula sintética:
∞
Fórmula estendida:
m+1
mIax = v . m+1px + vm+2. m+2px + vm+3. m+3px + vm+4. m+4px + ...
Renda 1 1 1
_____________________I____I____I__ ...
tempo 1 2 3 m m+1 m+2 m+3
Exercício:
2) Uma pessoa, com 25 anos de idade, paga à vista R$50.000, para receber uma renda
postecipada, diferida por 30 anos e vitaliciamente. Calcule o valor da renda que a
mesma irá receber. Use AT-2000 e i = 6% ao ano.
3) Suponha que um outro cliente, com 35 anos, deseje o mesmo produto que o cliente
do exercício 2. Calcule o prêmio para ele e análise as diferenças.
mIäx:n = = valor atual da unidade de capital pagável a uma pessoa de idade x enquanto
viver, mas no máximo por n anos, a partir da idade x+m+n ou Prêmio Único Puro de uma
renda unitária diferida de m anos, temporária de n anos e antecipada.
Fórmula sintética:
n-1
Fórmula estendida:
m+0
mIäx:n = v . m+0px + vm+1. m+1px + vm+2. m+2px + vm+3. m+3px + ... + vm+n-1. m+n-1px
Renda 1 1 1 1
_____________________I____I____I__...__I___
tempo 1 2 3 m m+1 m+2 m+n-1
Exercício:
1) Uma pessoa com 28 anos compra uma renda de anual de R$18.000,00, com
recebimento no início de cada ano, a partir dos 56 anos até completar 75 anos.
Calcule o valor do prêmio único que ele deverá pagar à seguradora para obter este
produto. Use AT-2000 e i=6% ao ano.
50
8. Renda Aleatória Diferida Postecipada Temporária
Renda anual, paga no final do período, por prazo determinado, após o diferimento
mIax:n = = valor atual da unidade de capital pagável a uma pessoa de idade x enquanto
viver, mas no máximo por n anos, a partir da idade x+m+n+1 ou Prêmio Único Puro de
uma renda unitária diferida de m anos, temporária de n anos e postecipada.
Fórmula sintética:
n
Fórmula estendida:
m+1
mIax:n = v . m+1px + vm+2. m+2px + vm+3. m+3px + vm+4. m+4px + ... + vm+n. m+npx
Renda 1 1 1 1
_____________________I____I____I__...__I___
tempo 1 2 3 m m+1 m+2 m+3 m+n
1) Uma pessoa com 28 anos compra uma renda de anual de R$18.000,00, com
recebimento no final de cada ano, a partir dos 55 anos até completar 65 anos. Calcule
o valor do prêmio único que ele deverá pagar à seguradora para obter este produto.
Use AT-2000 e i = 6% ao ano.
Trabalho
1. Suponha que um grupo de 10.000 pessoas com idade de 40 anos deseja contratar
uma renda anual antecipada de R$3.000,00 pagáveis enquanto viver, mas no
máximo durante 5 anos, a partir da idade de 50 anos. As contribuições serão de
valor único, antecipado e será devido a partir da contratação do plano. Considere i
= 3% ao ano e tábua AT-2000 masculina. Determine o Prêmio.
2. Repita o exercício anterior utilizando a mesma tábua, porém com taxa de juros de
6% ao ano e análise o resultado. Comente a diferença no prêmio, quando
alteramos a hipótese de taxa de juros.
3. Um americano investiu ao longo de sua carreira, acumulando até os 65 anos de
idade uma soma de R$150.000,00. Ele procura uma seguradora para comprar uma
renda postecipada anual, desejando recebê-la por 25 anos. Calcule o valor da
renda anual que ele receberá, usando AT-83 e AT-2000 e explique a ele os
motivos das diferenças de rendas. Use a taxa de 6% ao ano em ambos os casos.
4. Uma senhora utiliza todas as suas economias para comprar um plano de
previdência pagando à vista a importância de R$120.000, para começar a receber
52
a renda no início de cada ano, quando completar 55 anos de idade. Hoje essa
pessoa tem 32 anos de idade. Calcule qual será o valor atual da renda que ela irá
receber, usando AT-2000 e i=3% ao ano.
5. Suponha que a senhora (do exercício 4) mudou a data de início de benefício para
quando completar 50 anos. Calcule o novo valor da renda anual que ela irá
receber. Comente a variação no prêmio, quando mudamos a data de início de
recebimento da renda.
6. O Banco Central sinaliza com papéis de longo prazo que a taxa de juros irá cair de
6% ao ano para em torno de 3%. Você é o Contador de uma Empresa de
Previdência Privada e é convocado para uma reunião com os atuários da empresa
para analisarem as conseqüências desta medida para os cálculos dos prêmios e
das reservas matemáticas. Com base no conhecimento já adquirido até o momento
e principalmente com o que vocês observaram nos exercícios 1 e 2, quais
argumentos vocês usariam para defender uma redução na taxa de juro utilizada
pela empresa.
7. Um cliente paga mensalmente de plano de previdência fechada a importância de
R$150,00. Ele recebe salário bruto mensal de R$3.500,00, e possui 3
dependentes para efeito de imposto de renda. Calcule o benefício fiscal que ele
está obtendo com a dedução da contribuição na base de cálculo do imposto de
renda.
Em Comutação temos:
tP(mIäx) = Nx+m / (Nx – Nx+t)
Em Comutação temos:
tP(mIax) = Nx+1+m / (Nx – Nx+t)
Em Comutação temos:
tP(mIax:n) = (Nx+1+m – Nx+1+m+n) / (Nx – Nx+t)
Exercícios
1) Calcular o prêmio puro anual que uma mulher de 42 anos deverá pagar durante 10
anos, para ter direito à renda antecipada anual de R$80.000, nas seguintes condições:
54
a) a partir de 60 anos e até aos 65 anos;
b) a partir dos 65 anos e até sua morte.
Usar a tábua AT-2000; taxa de juros de = 6% aa.
2) Uma pessoa física chega até ao balcão de uma Empresa de Previdência Aberta e
compra o seguinte plano: receber o valor anual de $80.000, postecipadamente a partir
dos 56 anos de idade. Calcule quanto esse cliente irá pagar de prêmio puro parcelado
durante 16 anos, considerando a Tábua GAM-83 e i = 6% aa e idade atual de 30 anos.
4) Calcular o valor atual do prêmio parcelado de um plano de renda anual a ser paga no
início de cada ano, no valor de R$ 80.000, com período de carência de 25 anos,
temporária de 20 anos, considerando idade atual de 35 anos e com pagamento dos
prêmios enquanto durar o diferimento. Tábua-AT2000-Fem; i = 6% aa.
5) Você foi contratado para fazer perícia em uma seguradora e iniciou com um contrato
de renda postecipada anual no valor de R$ 60.000,00; diferida por 15 anos e
temporária por 20 anos. O valor do prêmio parcelado está apagado e você não
consegue ler corretamente, refaça o cálculo para concluir o seu trabalho de peritagem.
Tábua AT-49 e i = 3% aa. Idade do cliente: 40 anos.
6) Suponha que um grupo de 10.000 pessoas com idade de 40 anos deseja contratar
uma renda anual antecipada de R$3.000,00 pagáveis enquanto viver, mas no máximo
durante 5 anos, a partir da idade de 50 anos. As contribuições serão anuais e
antecipadas e serão devidas a partir da contratação do plano até a idade do
recebimento do benefício. Para gins didáticos, considere um cenário sem inflação e, a
princípio, admita uma taxa de desconto de 6% ao ano e a AT-2000 masculina.
55
previamente estabelecidos, sendo o custeio determinado atuarialmente, de forma a
assegurar sua concessão e manutenção.”
“Plano de Benefício Definido” é o que é instituído para prover cada participante quando se
aposenta, com um benefício predeterminado no regulamento do plano; do ponto de vista
de estrutura do plano, o benefício é fator fixo, enquanto que a contribuição é o fator
variável. (Manoel Soares Povoas, Planos Empresarias, p.89)
- O plano é avaliado atuarialmente, no mínimo uma vez por ano, para verificar se
há equilíbrio entre as contribuições dos participantes e o custo do benefícios.
Caso haja déficit a contribuição poderá ser elevada, ou em caso de superávit
ela poderá sofrer redução. A regulamentação da Lei nº 109/2001, irá determinar
os procedimentos legais para os casos de déficit ou superávit.
56
- Após a concessão do benefício ele será reajustado por um índice estabelecido
para repor a perda inflacionaria, independente do desempenho da rentabilidade
do plano. Assim, conforme legislação, não será permitido aumento real no valor
dos suplementos ou rendas, concedidos por planos de benefícios definidos.
57
reserva matemática e conseqüente taxa de contribuição para o plano.
Caso esses dados não espelhem a realidade do plano, todos os dados
deles derivados, também, estarão comprometidos. Assim, em caso de
auditoria esses dados deveriam ser os primeiros analisados.
Podem observar que nesse modelo de plano de benefícios definidos, os riscos são
assumidos pelo patrocinador, pois se qualquer um desses fatores desequilibrar o plano,
mesmo assim o participante terá assegurado o valor determinado pelas regras de cálculos
do plano, lógico podendo as contribuições sofrer alterações para ajustar esse
desequilíbrio.
58
3 Características Básicas do desenho teórico de plano de contribuição definida:
- Nesse modelo de plano, o percentual de contribuição é fixado, de tal sorte que o
participante pode ficar contribuindo com o mesmo percentual sobre o seu
salário, por todo o período até começar a receber o benefício, podendo
também, fazer contribuições avulsas quando for possível.
- É um modelo mais indicado para o perfil de empresa que não retém os seus
empregados até à aposentadoria, pois, oferece ao participante, no momento do
desligamento do plano, o valor de suas contribuições acrescidas dos
ganhos/perdas no mercado financeiro;
3 Riscos envolvidos:
- Nesse modelo praticamente não há riscos para a patrocinadora.
- Para os participantes os riscos são:
- sobreviver além do prazo de recebimento da renda . Exemplo: a
renda é paga por um período certo de 20 anos. Se o participante sobreviver
mais 30 anos após o inicio do recebimento da renda ele ficará 10 anos sem
receber renda, o que séria grave pois estaria na faixa de idade mais
avançada.
- o valor do benefício concedido ser alterado mensalmente,
conforme variação patrimonial. Exemplo: enquanto a variação for positiva,
ótimo. E quando for negativa?
- caso a meta de acumulação de recursos ao longo da carreira não
seja alcançada, o participante poderá receber um benefício de
aposentadoria inferior às suas expectativas.
- caso o participante venha se invalidar ou falecer ainda jovem na
empresa ele não terá um benefício, cujo valor o ampare de forma digna, ou
a sua família.
59
Ocorre quando um modelo apresenta características de contribuição definida e
benefício definido, simultaneamente. No Brasil, a maior parte dos novos planos são
Planos de Contribuição Variável. Normalmente possuem características de CD para os
benefícios programáveis como aposentadoria por tempo de contribuição, com
pagamento de renda vitalícia e BD para os benefícios de riscos: aposentadoria por
invalidez e pensão por morte. De acordo com a Lei nº 109/2001 os planos serão
considerados de contribuição definida pela SPC, quando apresentarem benefícios
programados calculados de acordo com as características de Contribuição Definida.
Assim, o mercado irá trabalhar na prática com dois grandes modelos: Benefício
Definido e Contribuição Definida, sendo esse último uma composição entre esses dois
tipos de plano.
60
1 . Benefício Definido 2. Contribuição Definida
Um plano baseado no Benefício Definido O modelo da Contribuição Definida (CD) é
(BD) é aquele em que o benefício é aquele no qual se estabelece de antemão o
previamente estipulado. Ou seja, o valor das contribuições, sendo que o
participante sabe exatamente qual o valor benefício só será conhecido no momento da
que irá receber no momento de sua aposentadoria – e não a qualquer tempo,
aposentadoria. Esse valor, em geral, é como no BD. O valor do benefício será
estabelecido com base em uma fórmula determinado a partir de três variáveis
matemática (por exemplo a média dos 12 básicas: o valor das contribuições e a
últimos salários anteriores à aposentadoria) rentabilidade obtida pelos investimentos
ou diretamente decorrente da última financeiros do plano.
remuneração na ativa. Um plano BD Nos planos CD, as reservas são
assegura um valor final para o benefício, individualizadas e cada segurado tem a sua
independentemente de oscilações nos itens própria conta previdenciária. Qualquer
que incidem sobre o seu custo (inflação, resultado negativo do plano - como uma
taxa de juros). Os riscos decorrentes eventual queda na rentabilidade – implicará
dessas oscilações serão do plano, o que lhe redução dos benefícios almejados
confere o caráter de solidariedade e (benefícios projetados, mas não
mutualismo. contratados). Da mesma forma, um
resultado positivo – por exemplo, se houver
desempenho financeiro maior do que a
meta – fará com que os benefícios sejam
aumentados. Assim sendo, o participante
poderá elevar ou diminuir suas
contribuições para buscar manter o mesmo
valor para o benefício projetado.
Resumindo......
Esses modelos atuais de contribuição definida foram nomeados pela SUSEP como Plano
Gerador de Benefícios Livres (PGBL) e Vida Geradora de benefícios Livres (VGBL), com
as seguintes características:
1. Carência de 6 meses para saque;
2. Resgate parcial da reserva matemática, com intervalos de 60 dias;
3. Aumento ou redução do valor da contribuição;
4. Suspensão das contribuições por período indeterminado;
5. Contribuições extraordinárias poderão ser efetuadas a qualquer momento;
6. Resgate total da reserva matemática, com encerramento do plano;
7. Em caso de falecimento durante o período de contribuição, a reserva matemática
ficará para os herdeiros legais; e
8. O plano poderá ser transferido para outra Empresa, desde que seja mantida a mesma
modalidade (Portabilidade). Exemplo: Você tem um PGBL no Banco Y e quer transferir
para o Banco W. Essa portabilidade é regulamentada pela SUSEP, desde que no
Banco W o plano de que você adquiriu também seja um PGBL.
A lei do imposto de renda permite a dedução de até 12% da renda anual bruta, em caso
de previdência privada. Assim, a pessoa que contratar um PGBL poderá utilizar esse
incentivo fiscal. O Governo difere o recolhimento, permitindo a dedução na base de
contribuição para o IRRF, durante o período de pagamento dos prêmios, porém no
momento do resgate da reserva matemática ou do recebimento da renda, incidirá a tabela
vigente à época.
“O VGBL é um plano híbrido, união de Previdência Privada e Seguro de Vida, onde parte
das contribuições feita pelo segurado vai compor a reserva para cobrir o risco de morte, e
outra parte, destinada à aposentadoria, será aplicada num fundo de investimento”.
(Arthur Bragança de Vasconcellos Weintraub, Ed. Quartier Latin, Previdência
Privada, p.91).
O VGBL, por ser tratado como um seguro de vida, não se enquadra neste incentivo
tributário. Esse produto é mais indicado para quem já deduz os 12% da renda bruta anual,
e quer efetuar valor ainda maior, ou para quem é isento de IRRF. Assim, no caso de
resgate da reserva matemática ou do valor da renda, incidirá imposto de renda somente
sobre o rendimento obtido.
62
Artigo 1 - PERDENDO DINHEIRO
Texto redigido por Paul Krugman –
The New York Times e publicado pelo
Jornal – O Estado de São Paulo, em
05/12/2001
“Quando uma empresa aparentemente rentável vai de repente à falência, algo deve servir
de lição. Quando essa empresa é a mais admirada nos Estados Unidos louvada pelos
teóricos do mundo dos negócios como a corporação-modelo do século 21, a gente fica
perguntando se isso não será a ponta de um iceberg. E quantos de nós compramos, sem
saber, passagens para viajar nesse Titanic?
Levará tempo para que toda a história da quebra da Eron seja conhecida. Maus uma
coisa já ficou clara> este caso demonstra como os executivos adeptos das corporações
estabelecem padrões de riscos para si mesmo e para os outros, principalmente os seus
empregados. Os diretores da Enron saem da débâcle machucados, mas riquíssimos.
Muitos funcionários da enron – entre eles, sem dúvida, os apaixonados pela a empresa
que me enviavam cartas iradas, cada vez que eu criticava essa companhia – perderam as
economias da vida inteira.
Por trás desse desastre o trabalhador comum deveria observar uma pouco notada
mudança no sistema de aposentadoria. Há 20 anos, a maioria dos trabalhadores estava
incluída nos planos de aposentadoria de “benefício definido” – ou seja, seus patrões lhes
prometiam uma pensão fixa. Hoje, a maioria dos trabalhadores participa de plano de
“contribuição definida”.
Eles investem dinheiro para a sua aposentaria e aceitam o risco de tais investimentos
serem malsucedidos. Normalmente, as contribuições para a aposentadoria são
subsidiadas pelos empregadores e recebem tratamento fiscal especial. Mas isso de nada
adiantará se, como no caso da Enron, os ativos que os trabalhadores comparem
perderem quase todo o seu valor.
É fácil fazer a defesa teórica dos planos de contribuição definida. Eles ampliam a
capacidade de escolha do trabalhador. Ele pode escolher quanto economizar e como
investir seu dinheiro. Ter mais opções geralmente é uma coisa boa.
Mas o triste destino desses empregados destaca a diferença entre a teoria e a prática.
Como assinalou Gretceh Morgenson, no The New York Times de domingo, trabalhadores
de todo o país estão sendo iludidos ou coagidos a manter uma alta proporção de seus
ativos para a aposentadoria em ações de seus próprios empregadores. A natureza
exploratória deste incesto financeiro foi enfatizada pelo agora famoso “bloqueio”, pelo qual
– por mera coincidência, segundo os executivos – novas regras forçaram os empregados
a continuar investindo em ações da companhia até o momento em que ela entrou no
espiral da morte. É demais para a liberdade de escolha.
E, mesmo quando os trabalhadores têm opções reais, caberá perguntar se eles realmente
querem correr riscos. A mudança do antigo sistema de aposentadoria coincidiu com a
enorme expansão do mercado acionário. Sem dúvida, muitos trabalhadores, que jamais
63
viram o preço das ações cair desde que se tornaram investidores, subestimaram o risco
da perda.
Esperemos que a quebra de empresas não se torne rotina. Mesmo assim, é muito
provável que milhões de trabalhadores americanos passarão por experiências
semelhantes aos da Enron, constatando, com tristeza, que grande parte da poupança
para a aposentadoria se evaporou. Eles ficarão dependendo do único programa de
benefícios definidos que restará: a Previdência Social. Isto é, se a previdência existir até
lá.
A comissão sobre a reforma da Previdência Social indicada pelo Governo Bush divulgou
seu mais recente relatório na semana passada, exatamente quando a Enron entrava em
agonia. A maior parte dos que criticam o trabalho da comissão – incluindo eu – percebeu
que a comissão usa os números de um modo parecido com o da diretoria da Enron. Os
números devem adaptar-se às conveniências da comissão. Assim, quando o sistema da
Previdência Social arrecada mais do que paga – como hoje em dia -, isso não é
importante. Você sabe, o orçamento federal é unificado, e não há nada demais quando
uma das partes do grupo apresenta superávit. Mas em 2016, quando a Previdência
começa a pagar mais do que irá arrecadar, surgirá uma crise. Mas você sabe, a
Previdência deve se virar sozinha.
Mas a comissão manipula números apenas para atingir seu objetivo final: transformar a
Previdência Social de um sistema de benefícios definidos, que garante aos aposentados
americanos uma certa renda básica, num sistema de contribuições definidas, em que o
indivíduo pouco esperto ou sem sorte poderá ficar na amargura, na velhice.
Alguns analistas que conheço acham que a Previdência vai transformar-se num sistema
de contribuições definidas, não porque isso seja uma coisa boa, mas porque a indústri
financeira – que tem enorme influência em nosso sistema político movido pelo dinheiro –
tem muito a ganhar com a conversão. Espero que eles estejam errados. Mas, se
estiverem certos, o destino dos pobres empregados da Enron, vitimados por uma equipe
administrativa que eles imaginavam estar do lado deles, poderá ser o modelo das coisas
que estão por acontecer. “
5. Regimes Financeiros
5.1. Regime de Repartição Simples
“Neste regime o custo normal é fixado com base no valor das despesas previstas no
período. Como as receitas são estabelecidas para se igualarem às despesas, não há
geração de reservas.” (toda receita arrecadada é destinada ao pagamento de despesas
do período em questão).”
Esse regime é adotado, no Brasil, pela Previdência Social e para benefícios de pequeno
valor e esporádicos, exemplo: pecúlios, auxílio funeral, auxílio natalidade, etc.
O custo do benefício varia conforme a evolução da idade média do grupo.
No caso de encerramento dos benefícios custeados por este regime, os ativos e
assistidos ficam totalmente desamparados.
Em Comutação temos:
Ax = 1 – {1-[1/(1+i)]} . Nx/Dx
A1x:n = Valor atual da unidade de capital pagável no fim do ano em que venha a falecer a
pessoa segurada de idade (x), desde que não tenham decorridos n anos.
n-1
A 1
x:n = ∑ Iqx.vt+1
t
t =0
Em Comutação temos:
A1x:n = { (1/(1+i)) . [Nx – Nx+n / Dx ]} – { Nx+1 - Nx+1+n / Dx }
Ax:n – Valor atual da unidade de capital pagável no fim do ano em que venha a falecer a
pessoa segurada de idade (x), desde que não tenham decorridos n anos ou pagamento
de igual capital a ela própria caso sobreviva à idade x+n.
66
Trata-se da combinação de um seguro pago em caso de morte com um seguro pago
em caso sobrevivência.
Ax:n = A1x:n + Ax:n1
Ax:n1 = nEx = vn . npx = Prêmio Único Puro ou valor atual da unidade de capital pagável
a uma pessoa com idade (x) se sobreviver à idade (x+n) – Conhecido como seguro
por sobrevivência – Valor Único - observa-se que não é um somatório de parcelas.
Também é conhecido como fator de desconto atuarial, pois é composto somente
pelo fator de atualização financeira vn capitalizado com a probabilidade de uma
pessoa (x) sobreviver à idade (x+n).
Em Comutação temos:
Ax:n = 1 – [(1-(1/(1+i))]. [(Nx – Nx+n) / Dx]
P(Ax:n1) = Prêmio parcelado anual puro do seguro de sobrevivência, pagável por uma
t
pessoa segurada com idade (x), enquanto viver, mas no máximo de n anos.
Em Comutação temos:
1
tP(Ax:n ) = Dx+n / (Nx – Nx+n)
b) Prêmio Parcelado para um Seguro Vida Inteira Vitalício, com pagamentos por
toda a vida.
Px = Prêmio anual parcelado, puro do seguro Vida Inteira, pagável por uma pessoa
segurada de idade (x) anos, durante toda a sua vida.
Fórmula Sintética:
P(Ax)= 1/ äx - d
tP(Ax)= Prêmio anual puro do seguro Vida Inteira, pagável por uma pessoa segurada de
(x) anos enquanto viver, mas no máximo de t anos ou prêmio anual puro do seguro vida
com pagamentos limitados a t anos.
67
Sua equação de equivalência é:
Ax = tP(Ax). äx:t
Fórmula Sintética:
tP(Ax)= Ax / äx:t
P(A1x:n)= Prêmio anual puro do seguro Vida Temporário de n anos, pagável por uma
t
pessoa de (x) anos enquanto viver, mas no máximo de t anos;
Fórmula Sintética:
1
tP x:n = (v. äx:n – ax:n) / äx :t Onde t < n
P(Ax:n) = Prêmio anual puro do seguro Dotal de n anos, pagável por uma pessoa
t
segurada de (x) anos enquanto viver, mas no máximo no período de t anos;
Fórmula Sintética:
tP(Ax:n) = Ax:n / äx::t
P(Ax:n) = Prêmio anual puro do seguro Dotal de n anos, pagável por uma pessoa
t
segurada de (x) anos enquanto viver, mas no máximo de n anos;
Fórmula Sintética:
Ax = 1/äx:n - d
Exercícios
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1) Calcular o valor do seguro (Prêmio Único) nas seguintes modalidades:
condições: pessoa com 25 anos; Tábua AT-49, i = 6% aa. Para uma indenização de
R$100.000,00
a) Vida Inteira
b) Temporário de 15 anos
c) Dotal (misto) com vigência de 15 anos
3) Calcule o valor do prêmio parcelado puro anual para obter um seguro cuja
indenização deverá ser paga, caso o segurado faleça no período de cobertura de 15
anos. O cliente esta com 55 anos. Use AT-49 e i = 6% ao ano. Valor R$100.000.
7. Reserva Matemática
O pensamento sobre Reserva Matemática surgiu quando se idealizou o estabelecimento
de “prêmios nivelados” para os Seguros de Vida em substituição aos prêmios “naturais”.
Considere que todos os associados possuem a idade de 40 anos, pela CSO-58 teríamos
aproximadamente 4 falecimentos neste ano, o que geraria uma contribuição de R$8,00
(8.000/1.000), chamada também de prêmio de risco ou natural. A probabilidade de morte
cresce com o envelhecimento e consequentemente o prêmio de risco, também, pois o
número de óbitos cresce, a quantidade de pessoas vivas que irão custear a indenização
diminui. Desta forma tornaria muito oneroso para cada associado manter o acordo à
medida que o tempo passasse.
69
O prêmio de risco é menor para idades mais novas e maior para as idades mais
avançadas, o prêmio nivelado vem para tornar o seguro mais acessível para as pessoas
quando atingirem as idades mais elevadas, cobrando um pouco mais além do prêmio de
risco, enquanto o segurado está mais novo e registrando esta diferença de prêmio em
uma conta chamada reserva, para cobrar um pouco menos quando o mesmo atingir
idades mais avançadas.
7.1 Em Ciências Atuariais Reserva é, além do Capital Social e a soma certa de dívidas
determinadas, tudo que figura no passivo de uma sociedade. Assim, reserva poderá
destinar-se:
a) à depreciação de certos elementos do ativo;
b) aos futuros pagamentos, cujos montantes são ignorados, mas cuja realização é certa;
ou
c) à cobertura de perdas futuras ou de estabilidade da sociedade seguradora.
“As reservas técnicas das sociedades seguradoras são constituídas de acordo com os
prêmios técnicos-atuariais – com parte dos prêmios recebidos. Essas reservas,
destinadas a garantir as operações de seguros, deverão ser aplicadas, obedecendo a
certos critérios de rentabilidade, segurança e liquidez, de maneira a permitir a aferição de
rendimentos que venham a fortificar o ativo das seguradoras.”
70
restrições de prêmio e aos resseguros cedidos, no mesmo período, ao
ressegurador e às sociedades seguradoras congêneres. A Reserva é avaliada –
no que concerne aos seguros ramos elementares – em função do montante dos
prêmios retidos, aplicando-se uma porcentagem que varia de acordo com a
modalidade do seguro.
71
devidas em conseqüência de vencimento de contratos; ela é aplicada
principalmente nos seguros de longa duração. Essa Reserva será constituída
mensalmente e corresponderá, na data da sua avaliação, à importância total
dos capitais garantidos a pagar em conseqüência do vencimento dos contratos,
deduzida a parcela relativa à recuperação do resseguro cedido.
Reserva Matemática (V) = somatório dos valores atuais das despesas futuras
do segurador menos o somatório dos valores atuais das receitas futuras do
segurador
K V = Ak - Päk
CURSO
: Ciências Contábeis
DISCIPLINA: Prática Profissional Atuarial
CÓDIGO CRÉDITO PERÍODO PRÉ –REQUISITO TURMAS ANO
CON1310 04 6º CON1310 – Prática Contábil A01/C01/ 2007/2
Atuarial C02
EMENTA
OBJETIVOS
72
1. Objetivo Geral:
Propiciar ao aluno de contabilidade conceitos e instrumentos de trabalho para
melhor compreensão das técnicas de cálculo e hipóteses atuariais, que influenciam
a contabilidade securitária, gerando procedimentos contábeis mais fundamentados
e confiáveis.
2. Objetivo Específico:
2.1 Contextualizar historicamente o mercado de seguros e previdência;
2.2 Compreender as tábuas biométricas a partir da construção das mesmas, extraindo
das variações análises consistentes;
2.3 Realizar cálculos atuariais de rendas de aposentadorias e analisar o impacto das
variações das hipóteses atuariais;
2.4 Conhecer as principais características dos planos de benefícios; e
2.5 Realizar cálculos de seguros de vida e analisar o impacto das variações das
hipóteses atuariais.
73
1. Cálculo de prêmio único para renda aleatória imediata antecipada 3 aulas
vitalícia, renda postecipada vitalícia, renda antecipada temporária
e renda postecipada temporária. (fazer correlação com a série de
pagamentos antecipados – matemática financeira)
METODOLOGIA DE ENSINO
Metodologia Justificativa
Unidade I – aulas expositvas, com auxílio de intermediar o conhecimento apresentados por
quadro negro, e retro projetor / data-show; diversos autores e os alunos. Estimular o trabalho
leitura e elaboração de análise crítica dos em equipe, através da leitura e análise crítica
textos em grupos; realizada em grupo.
74
Unidade IV e V – aulas expositivas, com Intermediar o conhecimento entre os diversos
utilização de quadro negro, data-show, autores e os alunos. Estimular o trabalho em
leitura e discussão de textos, pesquisa e equipe, através da leitura e análise crítica
apresentação de trabalho em grupo. Uso de realizada em grupo.
calculadora e tábuas biométricas.
Recursos Objetivo
Unidade I – quadro negro, e retro projetor / Utilização de recursos audiovisual para facilitar o
data-show processo de ensino-aprendizagem.
Unidade II e III – quadro negro, calculadora utilização de recursos audiovisual, para facilitar o
e planilha eletrônica. processo de ensino-aprendizagem, e de
calculadora e planilha eletrônica, para possibilitar
a realização de cálculos mais elaborados.
AVALIAÇÃO:
NOTA 1 NOTA 2
TIPO DE AVALIAÇÃO Qtd Nota Peso Qt Nota Peso
d
Trabalho 03 10 30% 02 10 30%
Prova 01 10 70% 01 10 70%
N1 será composto por 30% da média dos três trabalhos realizados em grupo e por 70%
de uma prova individual; e
N2 será composto por 30% da média de um trabalho apresentado oralmente pelo
grupo e de exercícios realizados em sala de aula e por 70% de uma prova individual.
Os trabalhos e provas podem assumir valores de zero a dez.
Para todas as provas serão permitidas consultas à legislação pertinente, tábuas
biométricas e relação de fórmulas a ser preparada pelo próprio aluno.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Bibliografia básica
SILVA, Armindo Neves. Matemática das Finanças Vol. I, 1993 – Ed. McGrawHill,
Portugal.
Bibliografia Complementar:
FERREIRA, Weber José – Coleção Introdução à Ciência Atuarial, 1985 – Ed. Instituto de
Resseguros do Brasil, Rio de Janeiro.
75
RAMOS, Severino G. – Noções de Previdência Aberta, 1988 – FUNENSEG, Rio de
Janeiro.
VILANOVA, Wilson – Matemática Atuarial Vol I, 1969 – Ed Universidade de São Paulo,
São Paulo.
Harriett E. Jones; Dani L. Long, Princípios dos Seguros de Vida, Saúde e Rendas
Vitalícias, Atlanta-USA, 1999; comercializado em português pela Funenseg.
SOUZA, Silney de – Contabilidade, Atuária e Auditoria, 2001, Editora Saraiva – São
Paulo.
76