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UNIVERSIDADE DO CONTESTADO

UNIDADE UNIVERSITARIA DE CANOINHAS


CURSO DE RADIOLOGIA

GERADOR DE TECNÉCIO
ALAMIR JOSÉ PEREIRA JÚNIOR
CANOINHAS
NOV/2007
ALAMIR JOSÉ PEREIRA JÚNIOR

Gerador de Tecnécio

Trabalho apresentado á disciplina de Medicina


Nuclear Curso de Tecnologia em Radiologia
da UnC-Canoinhas, profº Marcelo Guerra
Arruda, para fins de avaliação semestral.
CANOINHAS
NOV/ 2007

INTRODUÇÃO

O gerador de Tecnécio consiste em uma coluna de vidro, contendo alumina


como suporte, sobre o qual é absorvido o Molibdênio de fissão, este nuclídeo “pai”
decai para o Tecnécio.
Como a afinidade do 99 m
TC com a alumina é muito pequena em relação ao
“pai”, o mesmo pode ser eluído facilmente diante solução fisiológica.
Esta solução vem acondicionada em frascos, onde a coluna é fechada em
ambas as extremidades e duas agulhas de aço permitem a entrada e saída do
liquido.
O gerador é convenientemente blindado e acondicionado em lata, na primeira
coleta é fornecido ao coletor um frasco blindado para a segurança da operação.
GERADOR DE TECNÉCIO

O gerador de tecnécio permite obter com segurança e eficiência a solução de


Pertecnetato ( 99 m TcO 4) em concentração radioativa alta, esta solução reúne
algumas características:
Estéril e apirógena;
pH entre 5 e 7;
Concentração de Al< 5ppm
Concentração de 99
Mo < 0,1 %.

O 99 m
TC decai por transição isomérica emitindo fótons de energia de 140 keV
ao quais são úteis para a detecção e o estudo de imagens.
O gerador de IPEN-TEC é fornecido ao mercado com as atividades de 99 m
TC
seguintes:
9,25 Gbq (250 mCi);
18,5 Gbq (500 mCi);
27,75 Gbq (750 mCi);
37,0 Gbq (1000 mCi);
46,25 Gbq (1250 mCi);
55,50 Gbq (1500 mCi);
74 Gbq (2000 mCi).

Farmacologia Clínica
O íon distribui-se pelo corpo de maneira semelhante ao íon iodeto, porém não
é organificado quando é capturado pela glândula tireóide.
Esse íon tende a acumular-se em lesões intracranianas com vascularidade
excessiva ou obstruções de coagulo sanguíneo, concentra-se também em glândulas
salivares, estômago e plexo coróide.
Após a injeção intravenosa o íon permanece na corrente sanguínea durante
tempo suficiente para os estudos de perfusões orgânicas. É gradualmente
equilibrado com o espaço extracelular sendo que uma fração é prontamente
excretada por via urinária.

Controle de Qualidade

Os geradores de 99 m
TC sempre passam por um controle de qualidade, antes
de serem entregues aos usuários, dentro desse controle são feitos alguns testes,
como o teste de pureza radioquimica, pureza química e radionuclídea.

Pureza Radionuclídea
Esse teste verifica a existência de radionuclídeos que não sejam o 99 m
TC ,

qualquer outro radionuclídeo presente na amostra é considerado impureza, sendo


indesejável.
O radionuclídeo indesejável mais encontrado é o radionuclídeo “pai” ( 99 Mo ).
A quantidade de 99
Mo é testada em cada eluição, o recipiente contendo a eluição,
aproveitando a alta energia de 99
Mo (740 e 780 keV), é colocado em um recipiente
de chumbo que é suficiente para barrar os fótons do 99 m
TC e bloqueia 50% dos
fótons do 99
Mo .
Sendo feita uma estimativa de atividade em μCi, a estimativa da taxa do
99 m
TC é feita sem a blindagem, sendo aceito um limite máximo de 0,15 μCi 99
Mo
para 1mCi de 99 m
TC , na dose do paciente.

Pureza química
Nesse teste avalia-se a presença de alumina na eluição.
Realiza-se um teste de colorimetria, sendo que a cor do eluato é menos
intensa que a cor padrão, esses são níveis aceitáveis.

Pureza Radioquimica
A valência esperada para o 99 m
TC é de +7, na forma química de
pertecnetato ( 99 m TcO 4), sendo padronizado que 95% do 99 m
TC presente no eluato
seja na valência +7.

Química do Tecnécio 99m

A introdução do íon estanoso para a redução do 99 m


TC nos procedimentos
de marcação foi a maior descoberta na medicina nuclear.
A fácil disponibilidade, fóton gama único, ausência da emissão de partículas
e a meia vida curta, tornam o 99 m
TC um radiofármaco quase ideal para estudos
clínicos, contudo sua química implica em alguns problemas.
Na maioria dos casos o 99 m
TC deve ser reduzido para a valência +7, obtido
com o íon estanoso, somente no caso do 99 m
TC - enxofre coloidal, não há
necessidade dessa redução.

Indicações e Uso

Um dos radioisótopos mais usados em exames de medicina nuclear é o


99 m
TC , por ter meia-vida de apenas 6 horas, por isso o 99 m
TC pode ser recebido
pelo paciente de manhã, após duas ou três horas já pode ser realizado o exame,
pois o mesmo já se espalhou pelo corpo nesse período, e a tarde o paciente já é
liberado.
O 99 m
TC é usado como agente cintilográfico para a visualização de imagens
do cérebro, glândulas salivares, tireóide e estudos de volemia.
PRECAUÇÕES

Este radiofármaco pode ser administrado em mulheres grávidas ou lactentes


e em menores de 18 anos, quando a informação a ser obtida supere o potencial de
riscos.
Havendo necessidade de uso em mulheres em idade fértil, a administração
deve ser feita nos 10 dias que seguem ao início da menstruação.
No emprego de qualquer material radioativo, deve-se tomar cuidado para que
os pacientes sejam expostos o mínimo possível.

Dose e Administração

Sugere-se que adultos, tomando-se como base o peso de 70 kg, receba as


seguintes doses:
Cintilografia para cérebro e ossos:
10 a 20 mCi;
Cintilografia de Tireóide:
1 a 10 mCi;
Cintilografia de glândulas salivares:
1 a 5 Mci;
Cintilografia de Pool sanguíneo (volemia):
10 a 20 mCi;
Cintilografia Renal:
5 a 15 mCi;
Cintilografia Hepato Esplênica:
3 a 5 mCi;
Cintilografia Pulmonar:
3 a 5 mCi.

Porém as doses e as soluções recebidas pelos pacientes devem ser


determinadas pelo médico e pelo físico responsáveis pelo serviço de medicina
nuclear.
Instruções para o uso do Gerador

Em condições normais de assepsia, deve-se proceder de seguinte forma:

Remover os frascos de Bactericidas e bacteriostáticos, protetores das agulhas


de Entrada e Saída, colocando os frascos em seus devidos lugares, certificando-se
da entrada das agulhas em seus lugares;
Colocar o frasco de coleta no interior da blindagem protetora;

Blindagem Protetora para Frasco de Coleta

Retirar o frasco com a solução bactericida e bacteriostática da entrada;


Colocar no lugar a solução fisiológica;
Para efetuar a eluição, substituir na entrada da coleta, a solução bactericida
pelo frasco coletor;
A eluição dura em media 30 segundos;
Certificar-se que a quantidade seja aproximadamente 6 ml;
Se o volume for menor que 6 ml, substituir o frasco coletor por outro frasco a
vácuo.
Após a eluição remover os frascos de coleta e colocar novamente os frascos
de bactericida e bacteriostático.
Gerador IPEN-TEC

Solução Pertecnetato ( 99 m TcO 4)


Após a eluição, a solução deve apresentar-se límpida, caso contrário à
mesma será descartada em local apropriado.
O equilíbrio é atingido quando as atividades do 99 m
TC são aproximadamente
iguais, após várias eluições.
Após a eluição dentro de um período de 24 horas, haverá novo equilíbrio
radioativo, sendo possível realizar fora deste período eluições distintas com
concentrações diferentes e maior aproveitamento do gerador.

Manuseio
O gerador deve seguir normas rígidas, pois se trata de uma fonte radioativa, o
transporte desse material necessita de controle e segurança, e a transportadora
deve ser credenciada na CNEN, seguindo assim normas internacionais de
transporte de substâncias radioativas.
O recebimento do gerador deve ser feito por pessoal preparado, de
preferência em horário que o número de pacientes seja reduzido.
Após seu esgotamento o gerador deve ser acondicionado como rejeito
radioativo e recolhido por um serviço especializado.
CONCLUSÃO

O gerador de TC 99m é de grande utilidade, pois o mesmo disponibiliza que o


radiofármaco seja fabricado no local de uso, facilitando assim seu acondicionamento
e transporte, já que a solução está a disposição no local e horário onde será
realizado o exame.
O TC 99m tem meia vida curta, possibilitando assim a realização rápida dos
exames, e podendo ser utilizado sem contra indicações em todos os pacientes.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

APOSTILA DO CURSO TÉCNICO DE RADIOLOGIA. SOARES, Flávio


Augusto. Cefet. Junho de 2002.

APOSTILA DE RADIOLOGIA INDUSTRIAL DO CURSO DE TECNOLOGIA


EM RADIOLOGIA. ARRUDA, Marcelo Guerra.

APOSTILA USADA NO CURSO DE TECNOLOGIA EM RADIOLOGIA,


Medicina Nuclear, p. 55 a 57.

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