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O estudo do tema ganha mais interesse quando se observa, por um lado, estruturas
iguais da dívida pública entre países com níveis de desenvolvimento económico diferentes 1, e
por outro, países com enormes riquezas naturais na lista dos países mais endividados do
mundo e em situação de cessação de pagamento, principalmente no surgimento da subida
brutal das taxas de juro, do dólar ou do euro que acresce fortemente a carga da sua dívida.
Torna-se necessário desenvolver pesquisas sobre as politicas e princípios de gestão da
dívida pública para compreender as várias situações e os factores do elevado endividamento
publico notado.
Angola não devera ficar em margem dessas reflexões, sobretudo no campo
académico. Numa notável fase de crescimento económico, mas com índices de pobreza
alarmantes, a estrutura do balanço de pagamento, a estrutura do seu endividamento e do seu
orçamento devera ser um caso de estudo nas comparações internacionais.
O trabalho tem como Objectivo Geral conhecer o modo de gestão da Dívida Pública
angolana enquadrando o mesmo numa posição teórica.
Objectivos Específicos:
Apresentar uma revisão da literatura sobre a dívida pública, para uma melhor
compreensão do conceito e das posições teóricas sobre o assunto,
Apresentar os princípios de gestão da dívida pública recenseados na literatura
económica para servir de referencia,
Comparar a gestão da dívida pública angolana com os princípios de gestão
acima referidos.
O tema, muito embora sugerido pelo orientador para preencher algumas lacunas
observadas na análise macroeconómica do orçamento e finanças publicas angolanos, foi
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Exemplo dos USA que se tornaram o principal devedor internacional, depois de terem sido o primeiro credor.
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aceite por ter suscitado muitos debates parlamentares e conferências internacionais que
alimentam a actualidade económica internacional.
Estrutura do Trabalho
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1 Posturas Teóricas Sobre a Dívida Pública
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A Dívida Pública pode ser ainda definida da seguinte forma: “Conjunto das situações
passivas que resultam para o estado do recurso ao crédito público”, podendo assim falar-se
em dois sentidos de divida pública: em sentido restrito, a dívida pública corresponde apenas
às situações passivas de que o estado è titular em virtude do recurso a empréstimos públicos:
em sentido amplo, abrange o conjunto de situações derivadas, não só do recurso ao
empréstimo público, mas também da prática de outras operações de crédito como sejam os
vales, os débitos resultantes do crédito administrativo, vitalício, empresarial ou monetário, e
da assunção de remunerações em contrapartida de atribuições patrimoniais. A dívida pública
pode também ser definida em função dos elementos que a constituem, numa aproximação
contabilística do que seria o passivo financeiro do estado (ou do SPA) se nas contas anuais
fosse elaborado um balanço.
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1.4 Dívida do Sector Público Administrativo
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1.5. Classificações da Dívida Pública
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estando obrigado a proceder ao reembolso do capital, podendo no entanto gozar da faculdade
de os reembolsar (empréstimos remíveis) ou não gozando de tal faculdade (empréstimos não
remíveis).
Dívida Temporária – Dívida que resulta de empréstimos temporários a médio e
longo prazo, em que o Estado assume a obrigação de reembolsar o capital emprestado num
prazo certo (dívida amortizável) ou num prazo incerto, por morte do credor.
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Este mercado tem sido claramente beneficiado pela tendência descendente das taxas
de juro, tendência essa que se repercute negativamente na “yield to maturity” (rendimento até
à maturidade) das obrigações, mas representam um ganho em termos de cotação dos títulos.
Em Portugal o mercado obrigacionista tem perdido dinâmica nos últimos anos, quer no
segmento da dívida pública, bem como nas emissões obrigacionistas empresariais. O
comportamento das obrigações é determinado pela taxa de juro, o que normalmente se
observa entre o preço das obrigações e a taxa de juro resulta das características particulares
destes títulos, daí não ser tão simples investir em obrigações como é em acções.
Por um lado existe o simples investimento nos títulos, tentando-se obter ganhos
sempre que as cotações evoluam favoravelmente, por outro lado, a constituição de uma
carteira, pode ser vista como uma aplicação de poupanças tendo em vista um rendimento
periódico garantido.
Os países devedores optam sempre por pagar as suas dívidas, pois ao declararem a
insolubilidade, admitem que o países está em falência. Por outro lado, a imagem
internacional dos bancos credores não ficará prestigiada se estes admitirem a falência dos
seus devedores; por este motivo, os bancos comerciais optam sempre por considerar que as
dificuldades de pagamento dos países devedores são passageiras.
Deste modo, a solução para os países devedores é sempre difícil de encontrar, pois
terão sempre de ter em conta os interesses dos credores, muitas vezes contraditórios comos
seus.
Assim, relativamente ao pagamento da sua dívida externa, os países devedores têm
três hipóteses, tal como apresenta no esquema seguinte:
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Hipótese de pagamentos
Da dívida externa
- Adopção de politicas
- Descrédito no mercado para limitar a saída de - Custo suplementar
internacional divisas, põe exemplo
- A declaração de - Acumulação de
cessação de pagamentos dívidas
pode levar à confiscação . Diminuição das
de bens no estrangeiro importações ficando - Continuação dos
limitados ao essencial problemas de fundo.
- Correlação de forças
entre países e abertura . Proibição de colocação
de uma crise de capitais no estrangeiro
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A renegociação da dívida dos países em via de desenvolvimento a contrair mais
dívidas ou a substituir a dívida antiga por outra de maior montante; deste modo, o peso do
serviço da dívida é crescente na maioria dos países em vias de desenvolvimento.
Renegociação da dívida
No entanto, uma das exigências dos doadores e que o perdão de 100% da divida seja
realizado na medida em que a corrupção for combatida e o dinheiro for aplicado a área de
saúde, educação e projectos de desenvolvimento e redução da pobreza.
Sobre a suspensão do pagamento da dívida pública a historia registou o seguinte
• Entre 1826 e 1850, por ocasião da primeira crises financeira , quase todos os
países do continente Americano suspenderam o pagamento da dívida pública;
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• Um quarto de século depois, em 1876, onze nações latino-americanas estavam
com os pagamentos suspensos;
• Durante a década de 30, um total de 14 países suspendeu os pagamentos em
carácter prolongado. Entre os grandes devedores, somente a Argentina
manteve os pagamentos sem interrupção – o que, por sinal, já havia feito
durante a crise anterior, no final do século XIX;
• Entre 1982 e 2002, o México, a Bolívia, o Peru, o Equador, o Brasil e a
Argentina interromperam, em ou outro momento, os pagamentos por um
período de vários meses: a suspensão permitiu aos países endividados a
criação de condições favoráveis à retomada posterior dos pagamentos, após
uma renegociação com os seus credores;
O FMI já projectou criar um mecanismo que permitisse, aos países com dificuldades
para pagar a dívida, a suspensão do pagamento por um período prolongado. Isso permitiria,
em certos casos, evitar a explosão de uma crise que poderia forçar os credores privados a
renunciarem a uma parte de suas pretensões, e, ao mesmo tempo, aliviaria o peso da dívida.
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1.6.1 Escolas Mercantilistas
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organização de gerência dos “interesses comuns da burguesia produtiva; e seu custo, por
pertencer às despesas acessórias da produção, tem de ser reduzido ao mínimo indispensável”.
O período concorrencial, enquanto período clássico de acumulação capitalista,
observou, pelo menos em termos da Inglaterra, algum declínio do capital accionaria, tendo
como característica marcante na indústria têxtil a participação de pequenas e médias
empresas. Por mais que o Estado liberal fosse menos interveniente, porém como notou
BASTABLE (2000) a divida pública continuou crescendo durante todo o século XVIII e,
principalmente, no XIX, seja na França quanto na Inglaterra e, de forma mais acentuada
ainda, nos Estados Unidos.
Os autores clássicos, como Hume, Smith, Say, Ricardo e Mill, tiveram posições muito
próximas em relação aos empréstimos estatais. SMITH (1988:175) relaciona a dívida do
Estado com gastos extraordinários de guerra, considerando que em épocas de paz, o gasto
estatal pode ser perfeitamente coberto com a receita fiscal. De fato neste estágio liberal do
capitalismo a dívida.
Sumariando, a Escola clássica posiciona-se contrariamente ao endividamento,
arrolando razoes politicas e económicas, no campo politico entende que o parlamento era o
único instrumento da defesa de que a população dispõem contra a fúria dos reis absolutistas,
constituindo/se o endividamento uma forma de o soberano desviar desse obstáculo.
Consideravam ainda que as despesas públicas eram de todo improdutivas, perdidas para a
economia e que, por isso era necessário evitar a sua expansão. Ainda acreditava que a
burguesia emergente não estava interessada na expansão sócio/político do estado, mas, tão-
somente nas possibilidades de aumentar o consumo; no campo económico acertavam para o
facto de que em uma economia baseada na moeda com lastro metálico existe efectivamente o
risco da Bancarrota pública, eis que inexiste o potencial de emissão monetária (facto comum
nos séculos XVIII e XIX). Possui uma visão parcial da economia e, consequentemente, uma
visão idêntica entre o estado e a economia individual (hoje ainda vigente em alguns sectores).
Procura transmitir a visão Politana da necessidade do indivíduo poupar em favor do estado.
Um dos seus principais pareceres, Adam Smith, tido como o fundador da ciência económica,
já afirmava que o endividamento reduz a propensão a poupar e incentiva o consumo.
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Para a ciência económica a divida pública centra-se em três factores: impostos,
Consumo e Poupança com os reflexos na taxa de juros e nos montantes e recursos destinados
a investimentos (Mankiw, 1995, Cap. 16). Nesse campo, dividem-se os economistas em duas
correntes principais. Uns defendem a concepção clássica ou tradicional, pela qual a redução
de impostos financiada pelo endividamento público causaria de imediato um aumento no
consumo e redução da poupança e, consequentemente, aumento das taxas de juros. Haveria,
no curto prazo, uma vantagem para a geração presente, com o aquecimento da economia e a
geração de emprego. Entretanto, como haverá uma redução na poupança nacional,
diminuirão as fontes de recursos para o investimento futuros, alem de desviar os recursos
disponíveis para o pagamento dos encargos decorrentes da dívida. A outra concepção
chamada de teoria de equivalência Ricardiana, sustenta que a redução dos impostos via
aumento da dívida pública por si só não aumenta o consumo, não havendo, põe esse
raciocínio, diferença entre o financiamento por meio de aumento de imposto ou por meio de
obtenção de recursos via empréstimo. Essas teorias, entretanto, serão tratadas mais
detalhadamente nos tópicos seguintes: é também economicamente relevante a origem dos
recursos, se externos ou internos.
O Empréstimo Interno: é aquele que é obtido dentro de uma mesma unidade
económica, voluntária ou compulsória – irá retirar de circulação uma parte dos capitais
privados que seriam destinados a investimentos ou consumo, reduzindo num primeiro
momento, a circulação de bens capitais podendo causar estagnação económica ou até a
recessão. No entanto, quando pago dos juros correspondentes operando o efeito inverso.
O Empréstimo Externo: é aquele que é adquirido de outras unidades económicas –
tem a vantagem de não retirar de circulação os capitais internos e, ainda acrescentar a
economia dos capitais externos. Assim, sendo maior o volume dos recursos disponíveis para
a sociedade no caso de dívida externa, maior será a renda nacional que se obterá. Deste maior
volume de renda nacional obter-se-ia uma maior arrecadação a títulos de impostos, a qual
serviria para o pagamento dos encargos futuros, formando círculo virtuoso. A desvantagem
de vir a no futuro, em que uma parte da renda interna deveria ser subtraída para o pagamento
de amortizações e encargos além das dificuldades institucionais que sempre acompanham a
dívida externa, que também anteriormente fora mencionada.
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A Teoria Clássica da Dívida Pública
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• Quando se trata de financiamento de longo prazo e longa duração, em que os
benefícios do investimento se estendam ao longo do tempo favorecendo varias
gerações de forma que também os custos, assim como os benefícios sejam
distribuídos entre a população efectivamente favorecida, de acordo com os
princípios da equidade entre as gerações e pagamento conforme o uso, os
quais serão vistos a seguir
É o ponto de vista económico clássico que preconiza a translação entre gerações dos
encargos decorrentes da dívida pública, desde que esta dívida tenha sido constituída para
financiar investimentos de longa duração, que venham a beneficiar as gerações futuras.
Assim, essas gerações futuras tendem a sua disposição bens, equipamentos, infra-estruturas
para a prestação dos serviços público de longa duração. Dessa forma os empréstimos
públicos passam a ser uma técnica pela qual as gerações futuras partilham das despesas da
actualidade, uma vês que tais investimento virão também em benefícios dessas gerações
vindouras. Vale dizer, a geração que optou pela criação da dívida ao invés do aumento da
carga de impostos, optou por aumentar o consumo e a renda presente em detrimento da
poupança da renda futura. Por isso, a dívida constituída deve ser reservada para os casos em
que se destinem a finanças, bens e capital fixos e de utilidade duradoura, que venham a ser
legados aos posteriores.
A geração futura ficaria onerada com amortização ou com juros da dívida mais
receberia em compensação, a infra-estrutura urbana, as redes de energia e de comunicação,
etc. por essa linha de raciocínio, fica claro ser inacreditável a transferência de dívida para o
futuro quando estas financiam tão somente as despesas do presente, tomando ilegítimas a
translação dos encargos sem os respectivos benefícios. Segundo Musgaw (1976), a questão
principal, consiste em saber que forma se distribui ao longo do tempo o bónus da dívida, isto
é, qual a incidência inter-geracional será obtida quando cada geração de forma proporcional
aos bens e serviços postos a disposição.
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O Princípio do Pagamento Conforme o Uso
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Ele teria vaga noção de que $50 por anos seriam pagas pela posteridade e não por ele
próprio; mas se ele deixa ao filho a fortuna onerada perpetuamente pelo imposto de $50, qual
a diferença entre legar-lhe $20. 000 Sujeitas ao imposto ou $19. 000 sem esses bónus?
Ao contrário da teoria clássica, a chamada teoria da equivalência Ricardiana sustenta
que não há diferença entre o financiamento de investimento por meio de endividamento ou
por meio majoração de tributos. O princípio defendido é o de que a dívida pública actual é
equivalente ao impostos futuros e, se os consumidores estiverem suficientemente atentos ao
futuros, verão que os impostos futuros a serem utilizados para pagamento da actividades são
equivalentes ao impostos presente mudando apenas o momento da sua cobrança.
Por tanto, segundo a teoria de Ricardo, financiar o governo por meio da dívida
pública é o mesmo que financia-lo por meio de impostos. Da mesma forma, uma redução de
impostos financiada pela dívida pública deixaria inalterado o consumo e aumentaria a
população que o consumidor racional pouparia o crescimento de renda disponível para poder
pagar, no futuro, o provável aumento nos impostos, (Mankiw, 1996, cap16). James M.
Buchanan, em sua obra principies off Public Debit, em 1958 (Apud Herber, 1975) reabriu a
controvérsia pela óptica da aquisição no mercado interno dos títulos da dívida pública.
Burchanan nega que a geração actual suporte a carga da dívida pública, dado que aquelas
pessoas que adquirem os títulos desta dívida o fazem voluntariamente. Tais pessoas
adquirem-no no activo actuais como alternativa a um consumo actual mas pensando em
ganhos futuros de em que, também no futuro lhes será devolvido o principal. Em outras
palavras, para ele, não existe uma carga actual, posto a que estão fazendo limita-se a proteger
seu consumo presente para o futuro, quando for amortizado os títulos. Enquanto isto, essas
pessoas obterão também os juros correspondentes aos títulos que possuem. Uma vez que os
títulos da dívida pública são adquiridos voluntariamente, aqueles da geração presente que os
adquirem não concederam que estão realizando um sacrifício, enquanto que, as gerações
futuras, as quais deverão financiar o pagamento dos juros e da amortização dos títulos, estas
assim experimentaram um sacrifício ao ter que realizar obrigatoriamente pagamentos de
impostos para fazer frente aos despendios correspondentes aos juros e amortização. Afirma,
ainda que os impostos se põem uma autentica carga real, não simplesmente uma transferência
ou distribuição, postos que, em não existindo a dívida, tais tributos não seriam pagos pelas
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gerações futuras, tal como seria o caso se a geração presente houvesse financiado os gastos
por meio de impostos e não de endividamento, alem de que a geração presente poderia
continuar obtendo juros de qualquer maneira por meio de aplicação de sua economia em
outro tipo de investimento financeiros.
Fundada a partir da difusão das ideias de John Maynard Keynes, sintetizadas em sua
obra: The General Theory of Emploment, Interest, and Money – 1937. Defende o
endividamento como financiador de deficits público, como forma de movimentar a economia
e provocar a geração de emprego, combatendo a estagnação e o desemprego, males que
afectavam de sobremaneira a economia capitalista no período conhecido como depressão,
ocorrido na década de 30, procura superar a visão parcial dos economistas clássicos que,
igualava a economia do estado com a economia individual. “As regras de cobertura”,
preconizadas pelas escolas clássicas, históricas são substituídas por analises do efeito do
crédito público segundo as formas de endividamento, segundo os instrumentos de captação
de empréstimos e segundo os sectores beneficiado pelo financiamento integra as teorias de
finanças pública com a politica monetária; defende que, da função estabilizadora do estado
emerge a visão funcional do crédito político.
Conforme já exposto, o grande problema da dívida pública é o seu aspecto nominal.
O tratamento austero dado as contas públicas pelo governo mostra a subordinação da politica
fiscal aa monetária.
Se o problema estivesse realmente dotado aa, um simples aumento da carga tributaria
corrigiria o desequilíbrio. Segundo John Keynes, o problema da dívida pública é de liquidez,
podendo ser corrigido apenas com liquidez.
A escola neoliberal que faz ressurgir algumas ideias de cunho liberal, não
intervencionistas e de redução de actividade estatal, propugnadas pela escola clássica,
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posiciona-se concretamente a utilização do crédito público como financiador do
desenvolvimento.
Entende ser o crédito público a realização, no presente de receitas tributárias futuras
alinhando-se, em parte a teoria da equivalência Ricardiana. Segundo Buchanan (Apud
Legemann – Documentos não Publicados), a dívida baseada em postos futuros transforma o
leviata “Etemo” pois transforma a certeza e a possibilidade de majoração dos tributos no
futuro. Os Neoliberais defendem soluções baseadas na limitação das receitas e despesas
totais, no equilíbrio orçamental e na redução do endividamento por meio da venda de activos
e privatização de empresas públicas e economias mistas.
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Na União Europeia, o tratado de Maastricht impôs aos membros um défice inferior a
3% e uma dívida pública que não pode exceder 60% do PIB em cada país membro.
De acordo com Chesnais (1996), para que o ratio dívida pública /PIB permaneça
constante, e preciso que o crescimento da dívida pública seja igual ao do PIB. A estabilidade
do ratio dívida pública /PIB pode ser obtida de duas maneiras:
- Pela igualdade entre a taxa de juro e a taxa de crescimento do PIB com um saldo
primário nulo;
- Ou, se a taxa de juro e superior ao crescimento económico, a estabilidade do ratio
dívida pública/PIB requer um saldo primário positivo, ou seja, um excedente das receitas
sobre as despesas correntes.
SADC também tem como meta a dívida pública exceder 60% do PIB em cada país
membro.
A literatura oferece ainda outros critérios tais como a solvabilidade, a liquidez e o
risco de repudiaçao.
Critério de Solvabilidade
Critério de Liquidez
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Critério de Risco de Repudiaçao
As teorias de gestão da dívida pública afirmam ainda que ma das principais perguntas
sobressaídas da dívida pública é a escolha das maturidades. Em cada período as maturidades
da dívida pública podem ser objecto de varias reformulações, nomeadamente através de
amortizações antecipadas e novas emissões com maturidades diferentes.
Um dos aspectos tem a ver com a escolha das maturidades que minimizam os
encargos com juros, tendo presente naturalmente como bases fundamentais que as taxas de
juro diferem consoante a maturidade em causa.
Outro aspecto prende-se naturalmente com as suas necessidades de financiamento a
curto, médio e longo prazo, ligadas ao défice orçamental em cada ano, à dívida Pública
acumulada e ao plano de amortização dessa dívida.
Também um dos aspectos determinantes na escolha das maturidades tem a ver com as
expectativas do governo sobre a evolução das próprias taxas de juros. Se os gestores da
dívida esperam uma subida das taxas de juros, a escolha vai no sentido de emitirem hoje os
títulos da dívida Pública com prazos mais longos com uma taxa de juro contratada hoje para
a totalidade do período (maturidade do titulo).
Por outro lado, se os gestores da dívida pública esperam que um período de taxas de
inflação elevadas seja ultrapassado a prazo, então tendem a preferir emissões por prazos
curtos durante esta fase mais inflacionista.
As diferenças comportamentais dos investidores que detêm dívida de curto e de longo
prazo devem ser consideradas na gestão da dívida pública. Pode ainda o Governo amortizar
ou recolocar a dívida pública, sem perder de vista que uma amortização da dívida determina
maior liquidez, potenciando um aumento da procura agravada e da inflação, o que tem
implicado nos níveis das taxas de juros.
Os economistas têm tentado explicar a estrutura das taxas de juros face aos distintos
prazos de maturidade da dívida através das expectativas dos agentes económicos sobre as
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taxas de juro. Numa situação em que se esperam maiores ou menores alterações nas taxas de
juro, não há razões para as taxas de juro de curto e longo prazo serem diferentes. Supondo
que entretanto surge uma expectativa de subida das taxas de juro, os investidores vão
procurar investir por mais curtos de forma a obter mais ganhos no longo prazo. E o Governo
por seu lado vai procurar obter os financiamentos da dívida mais a longo prazo, a custos mais
baixos correspondentes às taxas de juro dos empréstimos obrigacionistas. Assim no curto
espaço de prazo, a oferta de dívida pública tende a ser superior á procura por parte dos
investidores, o que faz com que o preço no curto prazo tende a aumentar. Da mesma forma os
preços no longo prazo também tendem a aumentar.
O rating atribuído à divida pública do estado soberano, tem haver muito mais como
fundamentais das economias do que com os riscos financeiros assinado ao facto do estado
soberano emissor não cumprir com os sus compromissos de pagamentos do juros e
reembolsos.
Quando as diferenciais entre países nas taxas de juro para uma mesma maturidade, tal
prende-se também com o Fundamentais das economias, em particular dos diferenciais das
taxas de inflação, com implicações também a nível cambial. Um outro aspecto a ter em
consideração é o da liquidez associada a dimensão da emissão e as expectativas do mercado.
Se este acredita que a emissão tem liquidez, então ela vai atrair compradores e vendedores
minimizando o custo de transacção, e que vai gerar um elevado turn-over a nível do mercado
secundário.
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2. Modo de Gestão da Dívida Pública Angolana
2.1 Metodologia
O problema central que norteou a realização desta analise empírica e saber se há
eficiência na gestão da dívida pública angolana, com base nos princípios universalmente
aceites.
O primeiro capítulo já forneceu os princípios de um endividamento óptimo. Neste
capítulo serão apresentadas as fontes (instituições e documentos consultados) e a
metodologia utilizada na recolha de dados relativos a gestão da dívida pública angolana.
A hipótese geral formulada é: Espera˗se uma gestão eficiente da dívida pública
angolana, com base nos princípios universalmente aceites.
Fontes de informações
Universidade Católica de Angola, Ministério das Finanças, Ministério do
Planeamento, Banco Nacional de Angola e Banco Mundial
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Problemas Específicos Levantados
Angola é o terceiro maior países a sul do Sahara e um dos países com as maiores
reservas de riquezas naturais especialmente minerais. Quarto maior produtor africano de
petróleo.
A guerra que assolou o países teve como consequência imediata o êxodo e emigração
das populações provocando a fuga de quadro a médios, superiores e de intelectuais
reconhecidos e da juventude. Certamente, esta consequência aliada a nacionalidade das
unidades fabris e comerciais e a atenção desmentida ao petróleo provocaram numa primeira
fase a paralisação da indústria transformadora e produtiva. A curto e médio prazo aliadas a
crescente colocação de minas em todo o território nacional provocaram a paralisação e
impediram a livre circulação de pessoas e bens.
Estas condições de trabalho reforçam o ambiente propicio para o aumento da quase
mono produção extractiva de dois recursos naturais minerais: petróleo e os diamantes. A
economia de exportação bruta destes minerais foi criado espaço para uma micro economia de
importação que convive de forma regulamentada e de forma livre contribuindo para o
seguinte da corrupção.
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2.2.1 Crescimento Económico
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O crescimento real do PIB (ver Figura -1) tem flutuado, dependendo do volume da
produção petrolífera. A taxa de crescimento desceu em 2003, devido ao declínio dos
depósitos petrolíferos maturos, mas recuperou em 2004, quando novos depósitos petrolíferos
ficaram operacionais.
Em 2004, o sector petrolífero cresceu em 13,1 por cento e projectasse que a produção
petrolífera aumente, no futuro, quando novos depósitos de petróleo forem desenvolvidos em
resultado das recentes descobertas. Em 2004, a produção foi de 1,1 milhão de barris por dia.
Ultrapassara os 2 milhões de barris por dia, durante 2007, e ficou estimado em 90 por cento
acima dos níveis de 2005, em 2010. Isto significaria taxas anuais de crescimento do PIB
superior a 13 por cento entre 2007 e 2010. A produção diamantífera em 2003 alcançou 6
milhões de carates, no valor de US$788 milhões, contribuindo com 95 por cento das
exportações não petrolíferas.
O sector agrícola cresceu em 14,1 por cento em 2004, devido principalmente ao
acréscimo da produção tradicional e em pequena escala. Contudo, o sector de exportação não
está a crescer. No passado, Angola era o quarto maior produtor de café, mas agora está atrás
de outros produtores internacionais devido aos grandes investimentos necessários para a
reabilitação das culturas (As actuais tendências do mercado internacional favorecem o café
tipo Arábica enquanto Angola ainda está a usar Robusta).
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2.2.2. Reservas de Divisas
No entanto , conclui-se que Angola ainda é um países que está melhor enquadrada a
respeito da dívida pública comparadamente com os países da SADC e CPLP em função do
produto interno bruto.
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Cabe aqui mencionar, que o estoque da dívida pública - PIB não é um indicador
confiável de analise de solvência do sector público, pois abstrai a qualidade do
endividamento em termos de títulos que possui naturezas diferentes, e também nada diz
respeito aos prazos de vencimentos dos títulos públicos.
Artigo 2º – Princípios.
Artigo 3º – Definições
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1. Para da presente lei, a dívida pública directa pode ser:
a). Flutuante;
b). Fundada;
c). Em moeda Nacional;
d). Em moeda externa.
2. Por dívida pública flutuante entende-se dívida pública directa contraída para ser
totalmente amortizada até ao fim do exercício do orçamento em que foi criada.
3. Por dívida pública fundada entende-se a dívida pública directa contraída para ser
amortizada em exercício orçamental futuro àquele em que foi criada.
4. Por dívida pública em moeda nacional entende-se a dívida pública directa
denominada em moeda com curso legal em Angola.
5. Por dívida pública em moeda externa, entende-se a dívida pública directa
denominada em moeda com curso legal em países estrangeiros.
6. Por data de maturidade entende-se àquela em que o pagamento do titulo torna-se
devido, correspondendo ao ciclo de vida do titulo, atingindo aqui a sua fase de
redenção.
A lei do orçamento geral do estado deve estabelecer para cada exercício orçamental
as condições gerais a que se deve subordinar o financiamento do estado e gestão da dívida
pública directa, nomeadamente, o montante máximo de acréscimo do endividamento liquido
autorizado e o prazo mínimo dos empréstimos emitido.
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emissão de títulos da dívida pública directa pelo ministério das Finanças, nome e
representação do estado, bem como a realização pelo aquele ministério de todas as operações
financeiras de gestão referida dívida.
Artigo 7º
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Artigo 8º - (Formas de Representação da dívida pública directa)
1. A dívida pública poderá assumir as seguintes formas de representação:
a). Contrato;
b). Títulos, que podem ter a forma de:
• Obrigações do tesouro;
• Bilhete do tesouro;
• Certificado de poupança;
• Certificado especial de dívida pública;
• Notas promissórias;
2. Sem prejuízo do disposto nº1 do presente artigo, outras formas de representação
da dívida pública directa podem ser estabelecidas pela Assembleia Nacional,
mediante propostas do governo,
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Artigo 10º – (Garantia de Pagamento da dívida pública Directa)
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1. O governo deve informar à Assembleia Nacional sobre os financiamentos
realizados e as condições específicas dos empréstimos celebrados nos termos da
presente lei, quando efectuar a prestação de conta da execução do OGE.
2. Sem prejuízo do disposto no nº anterior a Assembleia Nacional pode, a qualquer
momento convocar o Ministro da Finanças para prestar informação sobre os
empréstimos contraídos e as operações financeiras de gestão da dívida pública
directa efectuadas nos termos da presente lei.
Disposição Financeiras
Os litígios emergentes das operações da dívida pública directa são de dirimidos pelos
tribunais da Comarca de Luanda, salvo se Contratualmente sujeitas a direito e foro
estrangeiro.
Geral: O princípio básico da gestão das finanças públicas em Angola está expresso
na Constituição, que estipula que o Estado oriente o desenvolvimento da economia e
assegure o uso racional e eficiente de toda a capacidade produtiva e recursos nacionais.
Acrescenta ainda que a Assembleia Nacional é responsável por analisar e aprovar o Plano
Nacional e o Orçamento Geral do Estado, bem como os relatórios sobre a sua execução.
Com base na autoridade que lhe é conferida, a Assembleia Nacional preside à
totalidade do ciclo orçamental, desde a aprovação do Orçamento do Estado até ao exame das
Contas finais do Estado19. Da parte do poder executivo, o Ministério das Finanças
(MINFIN) tem o papel principal na gestão das finanças públicas, desde a elaboração do
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orçamento, execução orçamental e contabilidade de todas as transacções públicas em Angola
até à administração do património e dos activos financeiros do Estado. Cada uma das
unidades que efectua despesas é responsável pela execução do seu orçamento sob a
supervisão e controlo do MINFIN e por fornecer relatórios mensais sobre a sua execução.
O MINFIN está organizado em seis Direcções Nacionais operacionais (Orçamento,
Contabilidade, Tesouro, Impostos, Alfândegas e Património), seis gabinetes de apoio técnico
(Gabinete de Estudos e Relações Económicas Internacionais – GEREI; Jurídico; Preços e
Concorrência; Tecnologias de Informação; Inspecção Nacional das Finanças – INF; e
Secretaria Geral). O MINFIN tem Delegações Provinciais nas 18 províncias do países. O
controlo interno é da competência da Inspecção Nacional de Finanças.
Os outros ministérios que tomam parte na gestão das finanças públicas são o
Ministério do Plano (MINPLAN), Ministério da Administração Pública, Emprego e
Segurança Social (MAPESS). O Banco Central de Angola (BNA) detém a Conta Única do
Tesouro (CUT), enquanto a maior parte das operações do tesouro dentro do países são
efectuadas pelo agente fiscal do Estado, o Banco de Poupança e Crédito (BPC). O BPC tem
uma cobertura territorial extensa (46 filiais ligadas electronicamente em 14 das 18
províncias). Nas quatro províncias restantes, os pagamentos orçamentais são feitos por um
outro banco público, o Banco de Comércio e Indústria (BCI). O controlo externo das contas
financeiras do estado cabe ao Tribunal de Contas que foi criado em 1996 pela Lei 5/96.
A contabilidade e elaboração d e relatórios estão a cargo das Unidades Orçamentais e
da Direcção Nacional da Contabilidade (DNC) no MINFIN, dando origem às contas
orçamentais e de gestão. O SIGFE tornou-se o principal instrumento para a produção destas
contas e relatórios e uma versão actualizada está a ser instalada e gradualmente introduzida
para fins de normalização e integração de todos os aspectos da gestão e reporte das receitas e
despesas. Uma vez plenamente executado e activados os aspectos de controlo, este sistema
será um dos esteios da gestão das finanças públicas em Angola, não sendo fácil de encontrar
em muitos países semelhantes da região.
Os controlos internos mecânicos e automatizados das despesas, que são aspectos do
SIGFE, são complementados pela função de auditoria interna do MINFIN, conferida à INF,
que é um departamento especializado do Ministério das Finanças. Conforme se discutiu no
36
Capítulo 6, a INF precisa de ser reforçada para poder desempenhar ao máximo a sua função,
pois os outros controlos não são suficientemente sólidos e não existe uma cultura de
observação dos princípios estabelecidos.
No que diz respeito aos controlos externos e independentes, a auditoria externa das
contas públicas cabe ao Tribunal de Contas, criado em 1996 (Lei 5/96) e que se tem estado a
apetrechar para desempenhar as funções de uma Instituição Superior Independente de
Auditoria que, de momento, ainda não existe em Angola.
Por último, o ciclo fica completo com o escrutínio dos relatórios sobre os resultados
orçamentais por parte do Parlamento e a verificação jurisdicional das contas de gestão pelo
Tribunal.
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O balanço fiscal de Angola passou a excedente em 2005 (+3 por cento do PIB), pela
primeira vez em mais de uma década, em resultado das receitas do petróleo. As receitas do
petróleo que subiram de US$5,6 bilhões em 2004 para US$10,6 bilhões em 2005, devem
subir novamente quando os novos depósitos de petróleo derem início à produção.
Aproveitando-se da prosperidade do petróleo, o governo quase que duplicou as despesas
orçamentadas para 2006, para US$23 bilhões, o equivalente a 64 por cento do PIB, a taxa
mais elevada do mundo. Levantam-se algumas preocupações derivadas da capacidade do
governo para executar todos os seus planos de despesas visto que no passado o governo não
conseguiu executar nada mais do que uma porção das despesas projectadas.
Por outro lado existe a preocupação relativa à capacidade da economia poder absorver
um tal aumento de despesas de capital. A sustentabilidade orçamental jaz nos elevados preços
do petróleo e, portanto, uma queda súbita desses preços, combinada com os planos
ambiciosos de despesas do governo, poderiam criar uma crise fiscal e pôr em perigo o plano
de desenvolvimento do governo.
O desempenho do crescimento de Angola é, igualmente, impressionante; a taxa de
crescimento da economia está muito acima das metas da SADC e espera-se que continue a
este nível elevado de curto a médio prazo. Contudo, é necessário que se empreendam
algumas reformas estruturais se quiser que o países se liberte da dependência do sector
petrolífero e impulsione a diversificação da economia. Finalmente, é necessário melhorar a
produção de dados quantitativos. A interpretação das estatísticas macroeconómicas é, por
vezes, confusa quando se consultam várias fontes. A falta de exactidão dos dados pode
prejudicar as conclusões relativamente à concretização das metas.
38
2.5. Um Panorama Geral do Sistema de Gestão das Finanças Públicas de Angola
A característica mais saliente do enquadramento da gestão das despesas públicas e da
responsabilização financeira em Angola é a coexistência de, pelo menos, dois sistemas de
despesas públicas, paralelos mas articulados entre si: o sistema “convencional”, coordenado
pela Direcção Nacional do Tesouro, e o “não convencional” que visa facilitar transacções tais
como o serviço de operações da dívida externa mais relevantes, centradas em torno da
companhia petrolífera Sonangol. Uma avaliação normal do enquadramento fiscal de um
países concentrar-se-ia, naturalmente, no sistema convencional”; o PEMFAR vai um passo
além ao tentar entender o funcionamento do sistema “não convencional e bem assim da sua
articulação com o “convencional”. O PEMFAR propõe, portanto, a adopção de uma
estratégia com duas dimensões: e o reforço das estruturas e instrumentos de gestão formal
das finanças públicas; redução progressiva, e eventual eliminação dos mecanismos “não
convencionais”.
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sempre foram capazes de acompanhar as despesas. Na falta de um mecanismo consistente
destinado a estabilizar as receitas, o Governo está à mercê das flutuações dos preços
internacionais do petróleo, um problema que é ainda mais grave quando há uma queda brusca
dos preços do petróleo.
Por outro lado, durante o período da guerra, a economia não petrolífera continuou
muito dependente da evolução dos preços do petróleo. Como consequência da dependência
do petróleo, os gastos de tendência cíclica relacionados com os preços do petróleo
conduziram a ciclos de expansão-contracão com os consequentes efeitos prejudiciais no
sector não petrolífero. A queda dos preços do petróleo de 1998 para USD 12/barril, por
exemplo, levou a uma melhoria imediata do saldo fiscal não petrolífero a que se seguiu uma
profunda deterioração no ano seguinte, quando o preço do petróleo retomou o nível
observado em 1997, antes da queda do preço (ver Gráfico 1). A economia não petrolífera
parece que está a crescer desde 2002, com uma taxa anual de crescimento estimada de 8,8%
em 2004, o que mais uma vez reflecte os impactos de uma maior produção de petróleo e
preços internacionais do petróleo em alta.
Os diamantes são uma outra fonte de recursos naturais que contribuem para as
receitas fiscais em Angola. O países é o quarto produtor mundial de diamantes, com cerca de
12% do valor das exportações mundiais em 2003. Em 2004, Angola exportou 6,63 milhões
de carates de diamantes, com um valor de USD 763 milhões. As contribuições fiscais do
sector melhoraram consideravelmente nos últimos anos, de USD 44,6 milhões em 2002 para
USD 112 milhões em 2003. Os números preliminares para 2004 indicam, no entanto, uma
redução drástica das receitas governamentais para USD 69,5 milhões. Ainda tem que ser
plenamente explorada pelo Governo a potencialidade para um crescimento adicional das
receitas fiscais dos diamantes, uma vez que a produção informal e o contrabando continuam
a ser muito significativos neste sector e a transparência é muito limitada.
O pagamento da dívida externa (em parte) deixou o países sem reservas. Durante
mais de 7 anos as reservas do países não chegavam, para os anos mais optimistas, um mês e
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alguns dias do volume de importações. Isto quer dizer que o países não consegue constituir
poupanças de forma a constituir fundos para combater a pobreza e adoptar politicas
estruturais para o desenvolvimento.
A dívida angolana está garantida pelo petróleo através de mecanismos segundo os
quais as alterações positivas do preço do barril de petróleo reflectem em maiores pagamentos
de divida de curto prazo. A economia acaba por ter poucos benefícios e mesmos em
conjunturas favoráveis, denunciando a existência dum sistema financeiro estruturalmente
desfavorável aos países devedores.
Socialmente, Angola ocupa o 146 lugar no índice de e desenvolvimento humano
juntando-se aos países mais pobres do planeta. O países alcançou um índice de esperança de
vida de 0,28 em 1998 permanecendo nesta situação segundo dados estatísticos.
Os angolanos sobreviventes estão afectados por uma taxa de analfabetismo que ronda
os 57% e convivem com meninos de rua, com insegurança alimentar que certamente
contribui para o agravamento da saúde mental física.
A dívida está assim a penalizar grande parte da maioria dos povos que não têm o
acesso à educação, nem a assistência à saúde. Angola é um dos países da África Subsariana
que vem apresentando as mais baixas taxas sobre a alfabetização, a cobertura de saneamento
básico, a água potável e a relação doente/médico.
Há pois situações de empobrecimento absoluto causado pela existência da dívida
externa e um empobrecimento relativo da maioria da população em função das políticas
redistributivas injustas.
41
cento do OGE (1994) e corresponde a 100 US$ per capta, ou seja, metade do salário de um
técnico superior da Função Pública. Cerca de 10% da dívida corresponde a "Juros com
atrasados", o que indicia o facto de uma grande parte da dívida corresponder a compromissos
sem contrapartida real. Em 1994 o serviço da dívida representou 56% do volume de
exportações, valor que baixou para 24 por cento em 1998, percentagem que se estima volte a
subir em 2001.
Em 2004, a dívida externa de Angola alcançou o US$8.9 bilhões, dos quais 34 por
cento eram capital e juro em atraso na maior parte devidos aos credores bilaterais oficiais.
Até meados dos anos 80, a dívida externa de Angola (menos de 3 biliões de dólares
americanos) não tinha uma dimensão preocupante, quando o preço do barril de petróleo veio
a experimentar uma importante queda. Em 1994, entretanto, a dívida ascendeu a 11 biliões de
dólares americanos e nos anos seguintes até 1999 (estimativa). A quebra deve-se ao facto
dum eventual "perdão" não assumido oficialmente de parte da dívida militar a Rússia. No que
diz respeito ao serviço da dívida, em 1998, este correspondia a 37 por cento dos rendimentos
do petróleo equivalente a mais 18 por cento que em 1996. Se Angola pagasse a dívida total,
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isto é se não acumulasse os atrasos, o serviço da dívida elevar-se-ia a 62 por cento dos
rendimentos do petróleo em 1999. Neste ano se o preço do petróleo tivesse permanecido em
11 US$, o FMI estimava que o serviço da dívida teria absorvido quase metade dos
rendimentos do petróleo. Quer os juros atrasados, quer o serviço da dívida são sempre
crescentes desde 1994, com excepção do ano de 1999.
A dívida externa cresceu muito rapidamente desde 2001 como resultado de um défice
enorme, alcançando o US$2,2 bilhões neste período.
As recentes alterações positivas no preço do petróleo têm reduzido substancialmente
o tamanho da dívida externa de Angola em relação ao PIB e as exportações com tudo o
problema da dívida de Angola estará na sua própria estrutura de grande dependência em
empréstimos garantido pelo petróleo, a curto prazo, mais muito desperdício o que aprofunda
a vulnerabilidade externa do países aos voláteis preço do petróleo internacionalmente. O
compromisso do países de procurar grandes empréstimos garantidos pelo petróleo enfraquece
a sua posição externa. Tipicamente, tais empréstimos têm de ser pagos num prazo de 1-4
anos, e os custos é cerca de 2,25-2,5 por cento acima da taxa de referência Libor. A posição
externa de Angola é vulnerável aos choques registados no mercado petrolífero internacional
que pode ter de enfrentar problemas de liquidez se os preços do petróleo caírem subitamente.
No que diz respeito a dívida interna, o governo está empenhado em manter, a médio
prazo um excedente orçamental a fim de conter a dívida interna e de resolver o stock da
dívida privada de modo sustentável e equitativo. O governo está a trabalhar no programa para
emitir dívidas a médio prazo (1 a 7 anos) de modo a superar a dívida privada interna.
Algumas das preocupações têm origem no federalismo fiscal que poderá atenuar a disciplina
fiscal e por em risco a estabilidade fiscal, levando ao acumular das dívidas internas. Isto
acontece porque a gestão fiscal, a planificação, a monitorização e o controlo efectivo
orçamental ainda são muitos fracos.
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Constituem dívidas a instituições multilaterais, e 48 por cento com acordos de empréstimos
baseados no petróleo.
Os principais credores são: China, Israel, Índia e Portugal que concederam novas
linhas de crédito, para alem da linha já existente com o Brasil. O Brasil concedeu um
empréstimo de €450 milhões para o período 2005-2007 que Angola pagará em petróleo com
o equivalente de 20000 barris por dia, e recentemente a China concedeu um empréstimo
baseado no petróleo de uma linha de credito de €1.7 bilhões que se tornou a principal fonte
para programas de investimentos públicos durante o período de 2004-2006.
Durante a década de 90 o governo deixou de servir a dívida externa e Angola
acumulou atraso relativamente a todos os credores externos; além disso, em resultado das
relações tensas com as instituições de Bretton Woods, foi excluída da assistência financeira
internacional. Devia ter sido realizada uma conferencia de doadores depois do acordo de paz,
a fim de negociar o programa multilateral estimado em €2,2 bilhões, mas a comunidade
doadora e as instituições internacionais financeiras adiaram a referida conferencia, sujeito a
maior transparência no uso das receitas derivadas da produção do petróleo.
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Em 2001, a capacidade de solvência da divida era mensurada pelo a rácio da
dívida externa em relação ao PIB, tendo sido de 146 por cento, embora tenha reduzido
subsequentemente em resultado do crescimento estável da economia e dos elevados preços
do petróleo. O rácio da dívida externa em relação ao PIB registou um decréscimo de 81,3 por
cento no fim de 2002 para 48,6 por cento no fim de 2004. o que demonstra claramente a
melhorias na capacidade de solvência da dívida pública. As exportações de Angola de
bens e serviços são dominados pelo sector do petróleo (mais de 90 por cento das exportações
totais), de modo que o rácio de serviço da dívida externa em relação as exportações desceu
de 40 por cento em 2002, para 23,4 por cento, estimados em 2004, abaixo dos limiar da
iniciativas dos países pobres altamente endividados. O que habilita – nos a afirmar que a
capacidade solvência da dívida pública em relação as exportações situa – se abaixo dos
25%.
No que diz respeito à divida interna, o défice da balança do passado foi coberto
através da emissão de moedas no vazio e o stock de títulos da dívida é quase inexistente.
Com tudo, há um problema da dívida interna visto que o governo não pagou os bens e
serviços adquiridos das empresas estatais e privadas durante muitos anos.
Não existe uma estimativa exacta do montante devido, visto que os arquivos públicos,
especialmente nas zonas rurais, foram destruídos durante a guerra. Por outro lado, os
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credores não podem justificativos das contas que apresentam, visto que não têm mais as
promessas verbais de alguns funcionários do governo.
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. Consequências da Dívida
Para o conjunto dos países devedores, as consequências das crises das dívidas são
muito grandes, pois o valor da sua produção passa a ser canalizado para o pagamento do
serviço da dívida no entanto, a situação dos países com menor rendimento é ainda mais
critica. Assim as consequências das dívidas do terceiro mundo analisadas em casos particular
onde o nosso pai faz parte, são as seguintes:
• Consequência económica:
• Edução dos níveis de investimentos;
• Estrangulamento das exportações:
• Consequências sociais.
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No final de 1989, os países devedores deviam ainda o equivalente de cerca de metade
do somatório dos seus produto nacional bruto e duas vezes mais o total das suas receitas de
exportações.
Em alguns países é tão aflitiva que a redução do nível de investimento tornou possível
a manutenção do capital fixo de que dispunham. Assiste-se, assim, à total degradação do
capital fixo existente.
Consequências Sociais
Angola gastou em 2006 e 2007 mais do seu PIB no pagamento da dívida pública que
nos sectores da Educação e Saúde. O que demonstra que o governo angolano apesar dos
grandes problemas sempre dedicou uma importante parcela do seu PIB para saldar os seus
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compromissos. Em termos gerais gastasse mas com a educação e saúde em relação a dívida
pública.
Angola continua a ser confrontada com o que se pode chamar de “paradoxo da
potencialidade”. Mas na verdade, poderia ser um dos países africanos aonde a erradicação da
pobreza teria uma maior perspectiva viável a médio prazo. Contudo os indicadores anteriores
que previam o melhoramento desta situação social estagnaram, as despesas sociais
diminuíram. Estes resultados devem-se a utilização das receitas petrolíferas para o
reescalonamento da dívida e para o funcionamento das anteriores máquinas de guerra que,
conjuntamente, absorveram mais de 60 por cento das receitas e despesas do aparelho do
Estado.
Dívida externa e desequilíbrio interno – O desequilíbrio externo (dívida) estimula
dois desequilíbrios internos, a inflação, via forma de cobertura dos défices e a degradação
monetária, face a manutenção do enclave petrolífero, provocando a polarização da economia.
Ambos os desequilíbrios beneficiam quer o exterior, quer sectores governamentais.
Acresce o facto de que a negociação de empréstimos estar sujeita a consabidos
processos de corrupção por parte de funcionários bancários, via comissões, permitindo
negociações desfavoráveis ao países por incremento da dívida. Os processos acima
apontados, designadamente, a existência de intermediários sem carácter, a forma de garantia
petrolífera, os prazos mínimos e as taxas acrescidas são processos que vêm aumentando a
magnitude da dívida mas que não afecta antes pelo contrário os rendimentos dos sectores
internos preponderantes que têm na questão das relações externas vantagens pessoais.
A relação das Instituições Financeira Internacionais (IFI) com o Governo vai no
sentido generalizado de estimular processos antidemocráticos, restringindo a formulação de
política a círculos meramente governamentais. Em Angola há inclusive sugestões para certos
técnicos não integrarem as comissões de estudo com o FMI. As organizações internacionais
com o pretexto de que o Governo é que deve abrir mão da participação da sociedade civil
ignoram as pretensões destas e evitam qualquer tipo de diálogo. Contudo, referem
cinicamente nos seus relatórios que elaboram a participação da sociedade civil e colaboram
em todas as farsas visando folclorizar a sobredita participação.
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As políticas concretas sob orientação do FMI têm agravado o fosso entre ricos e
pobres em Angola. O Relatório do PNUD (2000) refere que esta tendência é crescente desde
1992. Tal permite aferir que o resultado das políticas têm estimulado o Governo a adoptar
medidas anti-sociais.
O actual programa do governo visa manter as finanças públicas sob controlo através
de uma política de despesas mais transparente e responsável, uma recolha mais eficiente das
receitas e de uma melhor organização administrativa. No lado das despesas, estão a ser
implementados novos procedimentos e classificações orçamentais. Foi introduzida uma única
conta do Tesouro, o fluxo dos fundos é acompanhado através de sistemas on-line na
administração e as prioridades das despesas foram agora definidas.
No lado das receitas, tiveram lugar importantes intervenções no sector aduaneiro.
Estas incluíram a eliminação de licenças de importação e restrições quantitativas, a assinatura
de um contrato com Crown Agents para procederem à modernização da administração
aduaneira, e o aumento da transparência na recolha de tarifas alfandegárias. Ao nível
institucional, as intervenções para melhorarem os níveis de competência das instituições
locais e centrais, os procedimentos para seguir pagamentos e encomendas são contínuas.
As receitas internas de Angola dependem grandemente das exportações de petróleo,
que providenciam 80 por cento das receitas totais (ver quadro 8), enquanto os impostos
directos ou indirectos contribuem com 17 por cento; as subvenções são uma proporção
mínima da receita total.
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O rácio das receitas em relação ao PIB foi bastante elevado (40 por cento), embora o
Ministério das Finanças tivesse adoptado uma abordagem muito conservadora a fim de tomar
em conta as receitas do petróleo em termos de produção e de preços.
O orçamento de 2005, o volume da produção, estimado em 567,1 milhões de
barris por ano, foi previsto a 498,1 milhões de barris e o preço foi fixado a US$56 por barril,
quando o preço real do mercado é de cerca de US$ 70. Esta abordagem tende a eliminar os
ciclos com períodos alternados de expansão e recessão devido ao ambiente incerto da
produção e dos preços do petróleo que podem debilitar a estabilidade e desenvolvimento. As
despesas do governo em 2005 representaram 35,7 por cento do PIB: desta percentagem, as
despesas correntes receberam 58 por cento; despesas de capital 39 por cento e os pagamentos
de juros receberam 3 por cento. Os juros pagos sobre a dívida externa alcançaram 1 por cento
do PIB (ver quadro 9).
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As transferências e os subsídios constituem uma importante rubrica orçamental,
especialmente os subsídios que cobrem os défices das empresas estatais e a diferença entre os
custos de produção e as tarifas de petróleo, electricidade e água. O governo visa reduzir os
subsídios, e no orçamento de 2006 a referida rubrica é responsável por 15 por centro das
despesas como resultado de uma redução do subsídio de gasolina, que foi degressivo visto
que tendia a favorecer os ricos.
Nas últimas duas décadas, Angola registou um elevado défice orçamental. No período
de 1980-1990 o défice era em média de 10,2 por cento do PIB e na década seguinte, subiu
para 16,1 por cento. O orçamento estava, efectivamente, fora de controlo visto que algumas
instituições foram autorizadas a gerir as despesas e as receitas, fora do controlo do governo.
Desde 2002 (Figura 3-4), a posição tem melhorado e registou-se um declínio
substancial no défice fiscal, reflectindo:
• O aumento dos preços de petróleo;
• Menos gastos reais em bens e serviços; e
• As políticas para reduzir os subsídios de combustíveis, o que, por sua vez, fez
aumentar os preços da gasolina para cerca de US$1.50 por galão em Novembro de 2004 não
tem recebido muito apoio dos doadores internos.
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Conclusões
Este trabalho teve como objectivo geral pesquisar o modo como e gerido a dívida
pública angolana. Iniciou com uma apresentação das posições teóricas sobre a dívida pública
enfatizando as posições tradicionais e modernas. Apresentou alguns princípios de gestão da
dívida pública para nortear a reflexão sobre o caso de Angola que exigiu a recolha de dados
em varias instituições.
O trabalho é de alguma complexidade técnica na medida em que as teorias de gestão
de dívida não pretendem apresentar princípios de gestão aplicáveis a todos os países. Esses
dependem dos níveis da dívida. As teorias não evidenciam os melhores indicadores para
avaliar a gestão da dívida pública, nem indicam critérios pertinentes de comparação
internacional entre os países. Por fim, não se consegue conclusões uniformes sobre uma
eventual estrutura óptima para o portofolio de dívida pública.
No entanto, as comparações internacionais revelam que nos critérios da União
Europeia e da SADC Angola esta bem posicionada com 26,60% do PIB. Uma
performance muito melhor que os 60% exigidos.
As mesmas comparações internacionais e os dados do actual contexto económico
garantem uma boa postura da economia angolana, tanto na solvabilidade e liquidez, como na
capacidade do país pagar a dívida pública e contrair um endividamento adicional, devida da
sua reputação.
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No entanto, é legitimo pensar que o serviço da dívida pública, superior ao montante
consagrado a educação e saúde, vem reduzir o impacto da boa gestão da dívida pública em
Angola.
Este pode originar restrições orçamentais, compreensão do consumo agregado,
politica fiscais rigorosas, deslocamento de capitais e elevado níveis de desemprego que tem
sido fontes de inquietação e de tensões sociais.
Angola, apesar do elevado nível da sua dívida pública face ao produto interno bruto, é
um benchmark em vários domínios, como o da evolução das taxas de juros de longo prazo e
dos diferenciais associados. Sobre esta matéria também a convergência se tem verificado,
mas tem os seus limites.
Outro aspecto relevante e convergente em Angola tem a ver com a própria gestão da
dívida pública, os produtos cada vez mais originais que Angola vai oferecendo ao investidor,
um investidor que intervém nos mercados de uma forma cada vez mais globalizada,
aproveitando as oportunidades e, no espaço africano, beneficiando da existência dos riscos
cambiais e da liberdade de circulação de capitais reforçada dela crescente eficiente do
funcionamento dos mercados.
Angola tem conseguido acompanhar razoavelmente o ritmo desta acelerada
convergência, apesar de recentes estudos ditarem algum atraso na convergência real da
economia de Angola, no plano da sua produtividade, competitividade, em síntese, do seu
desenvolvimento. E aguardemos com uma grande expectativa a evolução e o pagamento
sistemático nos próximos anos, no quadro de uma Angola que está a sofrer um claro
abrandamento do crescimento da sua dívida pública.
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Recomendações
Ao Governo
Aos pesquisadores
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- Realizar pesquisas procurando evidenciar a eficiência na gestão da dívida pública
integrando o ponto de vista dos credores.
Bibliografia
Livros
Fontes Oficiais
56
• Programa da Nações Unidas Para o Desenvolvimento (PNUD), Relatório do
Desenvolvimento Humano Angola: 1999 – 2006.
• Centro de Estudos e Investigação Cientifica, Universidade Católica de Angola.
Relatório Económico de 2004, 2005, 2006, 2007.
Fontes Internet
• www.google.com.br ;
• www.wikpedia.com ;
• www.sapo.ao .
Acrónimos
57
INF - Instituto Nacional de Finanças
58