O documento fornece orientações sobre educação sexual para pais e famílias. Ele descreve a sexualidade humana como integrada à pessoa e destinada ao amor conjugal ou virginal. Também enfatiza que os pais têm o direito e dever de ser os principais educadores sexuais de seus filhos, guiando-os em diferentes etapas de desenvolvimento de acordo com sua idade e maturidade.
Descrição original:
CONSELHO PONTIFÍCIO PARA A FAMÍLIA. Sexualidade humana: verdade e significado. Orientações educativas em família. 08 de dezembro de 1995
O documento fornece orientações sobre educação sexual para pais e famílias. Ele descreve a sexualidade humana como integrada à pessoa e destinada ao amor conjugal ou virginal. Também enfatiza que os pais têm o direito e dever de ser os principais educadores sexuais de seus filhos, guiando-os em diferentes etapas de desenvolvimento de acordo com sua idade e maturidade.
O documento fornece orientações sobre educação sexual para pais e famílias. Ele descreve a sexualidade humana como integrada à pessoa e destinada ao amor conjugal ou virginal. Também enfatiza que os pais têm o direito e dever de ser os principais educadores sexuais de seus filhos, guiando-os em diferentes etapas de desenvolvimento de acordo com sua idade e maturidade.
CONSELHO PONTIFCIO PARA A FAMLIA. Sexualidade humana: verdade e significado.
Orientaes educativas em famlia. 08 de dezembro de 1995
O Pontifcio Conselho para a Famlia foi institudo pelo papa Joo Paulo II em 1981. Era responsvel pela promoo do ministrio pastoral e o apostolado da famlia pela aplicao das diretrizes do magistrio da Igreja. Em 2016 O Pontifcio Conselho cessou suas atividades. Suas funes e competncias foram assumidas pelo Dicastrio para os Leigos, a Famlia e a Vida. Em 1995, O pontifcio Conselho elaborou um documento denominado: Sexualidade humana: verdade e significado. Numa situao em que a cultura geral se v desprovida de condies de educar as pessoas para a grandeza da sexualidade humana graas ao obscurecimento da verdade e um distorcido conceito de liberdade, ele quer oferecer orientao e sugestes para a educao dos filhos, propondo algumas linhas de orientao pastoral. O documento se organiza em sete captulos, intitulados: 1) Chamados ao primeiro amor; 2) Amor verdadeiro e castidade; 3) No horizonte vocacional; 4) Pai e Me como educadores; 5) Itinerrios formativos no seio da famlia; 6) Os passos no conhecimento; 7) Orientaes prticas. A doutrina da Igreja fundamenta-se em algumas certezas indiscutveis: o amor um dom de Deus, destinado maturao. O homem chamado a esse amor como esprito encarnado, e por isso o corpo exprime o amor espiritual e a sexualidade deve ser compreendida como integrada ao ncleo ntimo da pessoa. O amor est exposto fragilidade do pecado original, mas esta limitao supervel graas redeno do Senhor e a vivncia da castidade. Para a formao para a castidade deve existir a colaborao prioritria dos pais, que tem o dever e o direito de serem os primeiros. Este dever indispensvel em meio a uma civilizao doente porque eles mais do que ningum conhecem os prprios filhos em sua singularidade e possuem por eles o amor verdadeiro. O primeiro captulo, intitulado Chamados ao verdadeiro amor, afirma que o homem criado para amar. Essa vocao fundamental e originria no ser humano. Este um amor superior, que se configura como amor de oblatividade, que gera comunho e reconhece no outro uma pessoa digna de ser amada. O amor reconhece essa vocao de modo sublime em Cristo. O homem chamado ao amor em sua unidade corprea-espiritual. A feminilidade e masculinidade revelam a complementariedade da sexualidade que um componente fundamental da personalidade (n.10). O corpo por isso mesmo exprime essa complementariedade por seu atributo esponsal. A sexualidade deve ser orientada, elevada e integrada pelo amor, a partir da conscincia de que a vida humana um dom de Deus que s se realiza plenamente no dom de si. Este dom ocorre na totalidade unificada do homem, e por isso a sexualidade caracteriza o homem e a mulher fsica, psicolgica e espiritualmente. Por estar integrada na totalidade da pessoa, a doao sexual s pertence ao amor conjugal, porque nele homem e mulher se doam totalmente at a morte. Um sinal da autenticidade dessa doao a abertura vida O segundo captulo (Amor verdadeiro e castidade), afirma que o amor conjugal e o amor virginal requer o empenho de viver a castidade. Esta a energia espiritual que torna harmnica a personalidade. Ela supe uma aprendizagem e um domnio de si. Quando a famlia apoia, a educao para a castidade facilitada, mesmo que sua vivncia no exclua a necessidade de atos heroicos. Os casados so chamados a viverem a castidade conjugal e os outros a castidade na continncia. Os pais educam seus filhos para esta vivncia tendo como pressuposto a prpria vida de castidade e busca da santidade. A castidade pretende atingir trs objetivos: conservar na famlia um clima positivo de amor, virtude e respeito pelos dons de Deus; gradualmente ajudar os filhos a compreender o valor da sexualidade e castidade com o esclarecimento, exemplo e orao; ajud-los a compreender e discernir a prpria vocao. Esta tarefa pode ser auxiliada por outros educadores. Essa partilha da misso deve levar em conta a correta aplicao do princpio da subsidiariedade. Deve se estar consciente que a proposta educativa se confronta com uma mentalidade positivista, agnstica e utilitarista e em que os pais devem reivindicar esta tarefa para garantir a educao para os verdadeiros valores humanos. No captulo terceiro (No horizonte vocacional) se alude ao fato de que os pais, como primeiros mestres da f devem favorecer a educao prpria de cada filho. A formao para o verdadeiro amor a melhor preparao para a vocao ao matrimnio (n.27). Os pais devem expressar sua conscincia do matrimnio como comunho de pessoas que visa o aperfeioamento mtuo para colaborarem com Deus na gerao e educao de novas vidas (n. 28) e que entre batizados reveste dignidade sacramental. O matrimnio o ambiente em que se desabrocha o amor conjugal que tem quatro caractersticas: amor humano (sensvel e espiritual), amor total, fiel e fecundo (n. 29). Infelizmente hoje os pais devem temer a estabilidade do futuro matrimnio dos filhos. Por isso, devem se empenhar na remota formao castidade e no respeito unio das dimenses unitiva e procriativa que no podem ser divididas artificialmente sem ofender a verdade do ato conjugal. Tambm necessrio apresentar as consequncias de quando a separao ocorre no recurso esterilizao e ao aborto, ou os atos conjugais antes e fora do matrimnio.. Alm disso, o problema atinge tambm as vocaes ao sacerdcio e virgindade. Os pais devem ter ateno, cuidado e alegria quando se percebe sinais para a vocao para virgindade. Os pais devem respeitar e apreciar a liberdade dos filhos e no lhes tentar impor nenhuma vocao. Alm disso, a famlia deve ser capaz de compreender o valor do celibato queles integrantes que no se podem casar por algum motivo alheio sua vontade. No quarto captulo (Pai e Me como educadores) a Igreja reconhece as mltiplas formas em que se pode configurar a educao dos filhos: a dos cnjuges que educam seus filhos por um dilogo mtuo e vigoroso e partilham o dever de educar os filhos; os casos difceis em que a educao no fica a cargo do pai e da me. Enfim, os pais nunca devem se sentir ss neste empenho e a Igreja os encoraja a exercer esta funo. Esse direito dever educativo dos pais essencial, original, primrio, insubstituvel e inalienvel, o que vale especialmente em respeito sexualidade. Neste ambiente em que a pornografia disseminada pelos meios de comunicao social, deve haver uma educao preventiva e crtica dos filhos e uma corajosa denncia junto s autoridades. a Igreja considera seu dever contribuir com os pais neste processo. No Quinto captulo, denominado Itinerrios Formativos no seio da famlia, o documento apresenta a famlia como lugar normal e ordinrio da formao das crianas e jovens para consolidao e o exerccio das virtudes e uma escola de enriquecimento humano. Para alcanar este ideal a famlia necessita de apoio, at mesmo por parte do Estado e sociedade. de grande valor recorrer as recentes aquisies das cincias psicolgicas e pedaggicas. Alm disso, necessrio que os pais encontrem tempo para estar com os filhos e entreter-se e dialogar com eles (n.51). As crianas que crescem num ambiente permeado do Amor de Deus aprender que a sexualidade parte do chamamento ao dom de si no amor por Deus e pelos outros. A educao para o amor sempre uma realidade global. Por isso se faz necessrio o cultivo de todas as outras virtudes, especialmente o amor cristo (caridade). Alm disso, a conservao da castidade exige a prtica do pudor e da modstia no falar, agir e vestir, a educao para o respeito prpria intimidade e o autodomnio. Para esta formao imprescindvel o bom exemplo e a liderana dos pais. Ao mesmo tempo, importante, ainda mais num contexto materialista, educar os filhos para o esprito de sacrifcio. Por fim, para chegar a esta meta, as famlias devem ser verdadeiras casas de f e orao. Essa orao deve ter por contedo a prpria vida familiar. O sexto captulo, intitulado Os passos no conhecimento, o maior de todo documento. Prope quatro princpios gerais para examinar as vrias fases de desenvolvimento da criana: 1) Por ser cada criana irrepetvel, os pais devem comunicar os contedos relativos educao para a sexualidade num dilogo personalizado, que priorize que o educador paterno tenha o mesmo sexo da criana, respeitando os laos naturais; 2) As explicaes sempre devem incluir o carter moral, insistindo na positividade da castidade e na grandiosa dignidade pessoal; 3) A formao para castidade deve acontecer no contexto mais amplo da educao para o amor (n. 70), o que exige tambm uma preocupao com a vida espiritual dos filhos e a apresentao de modelos positivos e modalidades adequadas para seu desenvolvimento; 4) Esta formao deve ocorrer com delicadeza, mas de modo claro e no tempo oportuno. importante pedir o auxlio de Deus e conversar com o cnjuge para evitar que seja muito explcito ou muito vago. Para esta educao, importante que os pais se adaptem s etapas de educao e necessidades de cada filho. Dos cinco anos puberdade (anos da infncia) cessa a sexualidade instintiva rudimentar da criana e seu interesse se volta para outros aspectos da vida. Neste perodo a educao sexual deve ser indireta. Deve com a experincia familiar aprender o significado de ser homem e mulher. Se acontece uma informao sexual prematura, especialmente pelos meios de comunicao social, os pais devero fornecer uma informao sexual cuidadosamente limitada (n. 84) para corrigir a informao errada. Os pais devem encorajar os filhos a desenvolver o esprito de obedincia, generosidade, abnegao e autorreflexo. Na puberdade os pais devem estar bem atentos educao crist dos filhos. uma idade de interrogaes mais profundas. Neste momento, o aspecto educativo inclui tambm a genitalidade. Requer-se explicaes mais detalhadas acerca da sexualidade a das transformaes corporais experimentadas. Isto deve ocorre por um dilogo confiante e aberto que vise ressaltar o valor da castidade nos filhos e prevenir qualquer mentalidade contraceptiva. As informaes positivas e prudentes devem estar inseridas num projeto formativo que inclua a apresentao dos mandamentos de Deus e a formao de uma reta conscincia. A adolescncia aparece como momento da pessoa refletir sobre a prpria vocao.. O testemunho dos pais particularmente decisivo na adolescncia, quando os filhos procuram modelos de comportamento. Deve-se ter claro a unidade inseparvel das dimenses unitiva e procriativa do amor e por isso da imoralidade masturbao, prtica da homossexualidade. Deve-se alertar que a desordem no uso do sexo destri progressivamente a capacidade de amar da pessoa e que necessria uma s cultura do corpo que favorea ao jovem aceitar-se. Neste perodo as ss amizades so muito importantes e os pais devem incentivar os filhos a afastar-se de um excessivo fechamento sobre si mesmos. Por fim, quando o filho se encaminha para a maioridade, deve-se entender que a misso dos pais no acabou. Eles devem manter um dilogo com os filhos para promov-los a uma legtima e necessria autonomia. Deve-se ter cuidado para que no cessem o contato com a f. Quanto ao noivado, os pais devem ajudar os filhos a definir as condies para que possa existir um vnculo srio e apoi-los no caminho de testemunho cristo. No ltimo captulo, oferece-se Orientaes prticas referentes educao para a sexualidade. Em primeiro lugar, aos pais se recomenda associar-se se informar sobre a educao que por acaso for dada de modo suplementar,. Por outro lado, os educadores nunca podem interferir no direito da criana ou jovem viver a virtude da castidade, devem respeitar o direito da criana de ser educada de modo adequado e recomenda-se que se retire de qualquer instruo sexual fora de casa. A educao pode se concretizar em quatro princpios operativos: 1) O mistrio sagrado da sexualidade humana deve ser apresentado segundo o ensinamento doutrinal e moral da Igreja, levando em conta os efeitos do pecado original e visando formar a conscincia; 2)As informaes devem ser proporcionadas a cada fase: o conhecimento dos indcios de fertilidade e de regulao natural de fertilidade ter lugar na tardia adolescncia, a homossexualidade normalmente no deve ser tratada antes da adolescncia e as perverses sexuais no devem ser tratadas se no em conselhos individuais. (princpio da tempestividade); 3) o princpio da decncia salvaguarda as crianas e jovens de qualquer material de natureza ertica.. A educao sexual deve sempre ser positiva e prudente clara e delicada. 4) O princpio de respeito pela criana afirma que ningum deve ser convidado (e muito menos obrigado) a agir de modo a ofender objetivamente a modstia e lesar o seu sentido de privacidade. O mtodo normal de educao dos filhos o dilogo pessoal realizado na famlia. Os pais podem se encontrar com outras pessoas que estejam preparadas. Tambm podem participar com seus filhos em reunies orientadas por pessoas especializadas, podendo em algumas situaes confiar parte da educao a uma pessoa de confiana. Deve-se recusar a educao sexual secularizada e antinatalista. O carter imoral do aborto deve ser explicitado gradualmente antes da adolescncia. Por outro lado, a discusso acerca da esterilizao e contracepo no deve ser feita antes da adolescncia.. Recuse-se a teoria ilusria do sexo seguro e o que se denomina clarificao de valores, que nega em grande parte a realidade objetiva da lei moral. Alm disso, os pais devem averiguar como se insere a instruo sexual em outras matrias. Todos os mtodos devem ser julgados luz dos princpios e normas da Igreja. Por fim, a educao sexual deve levar em conta a cultura consciente de que o evangelho de Cristo tem precedncia sobre toda cultura e compatvel com tudo o que h de verdadeiro nelas. Compete autoridade da Igreja julgar a compatibilidade dos costumes locais com a moral. Na Concluso, o Pontifcio Conselho para a famlia afirma que o direito-dever dos pais original, primrio, insubstituvel e inalienvel. O papel das outras pessoas subsidirio e subordinado. Estas pessoas devem ser maduras e estarem dispostos e preparados a ensinar em conformidade com a doutrina da Igreja Catlica. Reconhece-se a necessidade de preparar um material e pede o auxlio dos pais e das conferncias Episcopais. No seu ministrio, os pais devem ter reconhecidos e mantidos seus direitos. O Conselho Pontifcio exorta os pais a terem confiana em seus direitos e deveres em relao a educao dos Filhos e confiarem na intercesso de So Jos e da Virgem Maria.
Resumo de MATOS, Henrique Cristiano José. Nossa História: 500 Anos de Presença Da Igreja Católica No Brasil. 3 Ed. Tomo 1. São Paulo: Paulinas, 2011, P. 283-312