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Ao entrar na sala daquele casaro antigo, tem-se, de incio, uma desagradvel sensao
de abandono e de uma certa tristeza.
As paredes, j quase sem cor devido ao do tempo, as duas janelas fechadas, com
suas venezianas carcomidas, situadas na parede oposta porta, tambm velha, davam a
quem l chegava a impresso de estar num museu abandonado. O cho j sem brilho e o
teto, no qual havia um lustre luxuoso, mas empoeirado e com poucas lmpadas em
funcionamento, confirmavam a impresso inicial. Sentia-se tambm no ar o odor dos
tapetes embolorados.
Da porta, avistavam-se, logo frente, alguns mveis em estilo colonial, muito antigos,
mas belssimos. No centro da sala, uma mesa castanha sobre um tapete persa de rara
beleza. Mais perto da porta, uma poltrona revestida por um tecido amarelo florido e,
como os outros mveis, empoeirada. Nas paredes, quadros de paisagens e retratos
daqueles que algum dia habitaram o que deveria ter sido uma casa esplendorosa.
Do alto do edifcio onde que trabalho avisto, todos os dias, uma das mais importantes
avenidas da cidade do Porto.
Hoje, nesta manh nublada, a poluio, mais do que nunca, domina o ambiente, e posso
ver daqui de cima os grandes edifcios aparentemente cinzentos, mas imponentes, que se
estendem por toda a avenida.
Do lugar onde me encontro, percebo, do outro lado da rua, o contraste criado por um
enorme edifcio, quase todo de vidro, de arquitetura arrojada, e uma casa antiga, do
incio do sculo. Do lado direito da casa, um outro edifcio, um pouco mais baixo, que
abriga vrios escritrios dos quais entram e saem pessoas a cada instante.