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0007

IDENTIDADE EM CRISE: UMA ABORDAGEM DE


ALEXIS OU O TRATADO DO VÃO COMBATE, DE
MARGUERITE YOURCENAR

IDENTITY CRISIS: AN APPROACH OF ALEXIS


OR THE TREATY OF THE COMBAT, OF
MARGUERITE YOURCENAR
Alex Rezende Heleno∗

Resumo: O romance Alexis ou o tratado do vão combate, de Marguerite Yourcenar,


consiste de uma longa carta, escrita por Alexis (personagem central), que é
endereçada a Mônica, sua esposa. Na carta temos o relato de alguns momentos
da vida do personagem que revela, principalmente, os conflitos em torno de uma
identidade em crise diante da sociedade heterossexista de sua época e perante sua
família, que têm por base a instituição do casamento. A análise do conflito relativo à
constituição do sujeito e a aceitação de sua sexualidade têm ressonância nos estudos
de Michel Foucault, Judith Butler, Susana Bornéo Funck etc, e pode nos confirmar a
ideia de que a identidade de gênero ou a identidade sexual são produtos do discurso
e da cultura e que o ser humano é um “sujeito em processo”.
Palavras-chave: Identidade em crise. Gênero. Sujeito em processo.

Abstract: The novel Alexis ou o tratado do vão combate, by Marguerite Yourcenar, is a


long letter, written by Alexis and directed to his wife Monique. In the letter, the main
character tells us a few moments of his life and shows us his conflicts of identity living in
a heterosexist society and a family who favour the institution of marriage. The analysis
of the conflicts in the constitution of the subject and the acceptance of his sexuality will
study next to the contribution of Michel Foucault, Judith Butler, Susana Borneo Funck,
etc., and may confirm the idea that gender identity or sexual identity are products of
discourse and culture, and that the human being is a “subject in process.”
Keywords: Identity crises. Gender. Subject in process.

* Mestrando em Estudos Literários pela Universidade Federal de Viçosa, MG. Email: alexrezendeh@yahoo.com.br

Uniletras, Ponta Grossa, v. 35, n. 2, p. 259-264, jul./dez. 2013


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Alex Rezende Heleno

O romance Alexis ou o tratado do vão sociedade de vigilância, que impede a livre


combate se constrói tendo por base o confli- expressão do sujeito quando diz respeito à
to gerado por uma crise de identidade vi- identidade de gênero, o que, em partes, pode
venciada por Alexis, personagem central da explicar a não-aceitação de homossexuais,
obra de Marguerite Yourcenar. O texto é ela- travestis etc., já que estes não se enquadram
borado de forma que o leitor perceba e com- no “modelo heterossexual” fabricado:
preenda a (trans)formação do pensamento e
das atitudes do personagem diante de todo
um ambiente moral e religiosamente consti- Nossa sociedade não é de espetáculo,
tuído, ou seja, um ambiente que vigia e con- mas de vigilância: sob a superfície das
trola as atitudes do indivíduo para que este imagens, investem-se os corpos em pro-
siga o modelo predisposto e imposto como fundidade; atrás da grande abstração da
normativo pela sociedade. Como resultado, troca, se processa o treinamento minu-
o personagem se aflige diante dos conflitos cioso e concreto das forças úteis; os cir-
causados pelo choque entre os desejos pes- cuitos da comunicação são os suportes
soais (maior liberdade sexual e aceitação de de uma acumulação e centralização do
sua homossexualidade) e as imposições mo- saber; o jogo dos sinais define os pon-
rais da sociedade e da religião. tos de apoio do poder; a totalidade do
Quando Alexis se vê “diferente” do co- indivíduo não é amputada, reprimida,
letivo, temos a culminância de um pensar-se alterada por nossa ordem social, mas o
“individuo”, ou seja, uma busca pela identi- indivíduo é cuidadosamente fabricado,
dade que se mostrara perturbada por longos segundo uma tática das forças e dos cor-
anos. Ele se solta das amarras de uma socie- pos. (FOUCAULT, 2009, p.205).
dade em que é valorizada a massificação do
pensar, do agir e a crença na heterossexuali-
dade como natural e normal (já que possibi- A carta pode ser entendida, também,
lita a “reprodução da espécie”, como deseja como uma resposta dada à sociedade já que
a religião) para se conduzir por vias em que esse pensar-se subjetivamente buscando
prevaleçam sua consciência e sua liberdade. compreender-se é uma forma de questionar
A noção de pecado que marca forte- as estruturas de poder que são alienantes
mente a vida do jovem é mostrada no ro- e que fazem circular, por meio da mídia,
mance como uma forma de controle e im- ideologias de controle, de massificação e
posição, muitas vezes vazia de sentido, por homogeneização de uma sociedade que é vi-
exemplo, quando se trata das questões li- sivelmente heterogênea. É uma atitude que
gadas à exploração do corpo e aos desejos leva ao questionamento do que está sendo
sexuais, que fazem parte da natureza hu- imposto ao indivíduo.
mana, mas que são situações vistas como Nessa perspectiva, podemos enten-
imorais. Esse controle faz surgir tabus lin- der o personagem como um “sujeito em
guísticos, impedindo que um diálogo sobre processo”1, ou seja, aquele que se vê numa
tais assuntos se tornem proibidos e sufoca-
dos. Conclui-se com Foucault que somos uma
1 ZOLIN, 2009, p. 233

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Identidade em crise: uma abordagem de Alexis ou o Tratado do Vão Combate, de Marguerite Yourcenar

crise de identidade e decidi procurar uma Esse silêncio, que também é imposto
solução para o conflito. É também aquele ao sujeito, torna-se perceptível quando o
que será posto em processo no sentido da assunto está ligado às questões de gênero,
lei, da justiça, já que será questionado, co- de sexualidade. Há uma pobreza cultural
brado e, certamente condenado pela “socie- para lidar com tais assuntos, vê-se que a so-
dade de vigilância”. Contudo, a decisão de ciedade ainda é patriarcal e heterossexista.
se aceitar prevalece no romance e o sujei- Contudo, essa luta individual representa
to está disposto a enfrentar tais desafios, uma coletividade que é sufocada, reprimida
tornando-se um sujeito questionador das e discriminada, mas que se mostra decidida
estruturas estabelecidas. A passagem reti- a lutar contra a ignorância que é perpetuada
rada do prefácio do romance, escrito pela por discursos pré-constituídos.
autora, nos orienta acerca do caminho a ser Confirmando o exposto, Butler conside-
trilhado pelo personagem: “Alexis, abando- ra haver um controle de corpos por meio do
nando sua mulher, apresenta como motivo “sexo” por meio de uma prática regulatória:
de sua partida a procura de uma liberdade
sexual mais completa e menos corrompida
por mentiras, e é essa razão que, na verda- Nesse sentido, pois, o “sexo” não apenas
de, permanece decisiva.” (YOURCENAR, funciona como uma norma, mas é parte
1981, p. 10). de uma prática regulatória que produz
Percebemos pelo relato de Alexis que os corpos que governa, isto é, toda força
sua infância foi solitária e que, de acordo regulatória manifesta-se como uma espé-
com a tradição da família, muitos assuntos cie de poder produtivo – demarcar, fazer,
eram proibidos. Além disso, uma vivência circular, diferenciar – os corpos que ele
religiosa era frequente. Na passagem que se controla. (BUTLER, 2001, p. 153-4).
segue, o personagem fala desse silêncio, que
é para ele uma falta grave, já que represen-
ta a impossibilidade de se confirmar em si O personagem se sente por um tempo
próprio, de se conhecer: confortável ao assumir uma identidade que
não é sua, mas que é imposta por aqueles
que o cercam: “Sentia-me satisfeito por vi-
Minha infância foi solitária e silencio- ver segundo o ideal de moralidade passiva,
sa, tornando-me tímido e, consequen- um tanto tíbia, exaltado por todos à minha
temente, taciturno. Basta dizer que te volta.” (YOURCENAR, 1981, p. 50). Esse con-
conheço há quase três anos e só agora forto inicial se tornará um conflito no mo-
ouso falar-te de mim pela primeira vez! mento em que essa “identidade outra” não
E ainda assim porque esta carta tornou-se estiver mais de acordo com os desejos cor-
inadiável. É terrível que o silêncio possa porais e sexuais do personagem.
ser uma falta, a mais grave das minhas Percebemos com Nolasco que, além da
faltas. Mas eu a cometi. Antes de tê-la co- família, a escola – que incorpora as deman-
metido para contigo, eu a cometi para co- das comportamentais da sociedade sexista –
migo mesmo. (YOURCENAR, 1981, p. 27). faz que a criança cresça na dúvida sobre os

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comportamentos: “No processo de sociali- Não se ver diferente das mulheres mostra
zação de um menino, surgem dúvidas que que o binarismo “homem/mulher, macho/
jamais se extinguem acerca do seu comporta- fêmea, azul/rosa” não é uma fundamen-
mento sexual, produzidas pela família e esco- tação tranquila e que deve ser repensada e
la. Por meio dessa dúvida se estabelece o que questionada em termos de um pensamento
é esperado de um menino: virilidade, agressi- que respeite a diversidade.
vidade e determinação.” (NOLASCO, 1995, p. Esse “sujeito em curso” se vê confron-
18). Esses são fatores problemáticos em rela- tado com limites que cabe a ele atravessar.
ção ao processo por que passa o sujeito. Isso O personagem do romance, Alexis, atraves-
pode ser visto como o motivo de se perpetuar sa esse limite imposto ao gênero e ao sexo
práticas machistas e homofóbicas, que não pela sociedade, como se percebe no excerto:
aceitam comportamentos afeminados para “Repetia-me que a vida seria eternamente
o homem ou masculinizados para a mulher. aquela parede cinzenta, aquelas vozes dis-
Essa prática regulatória faz prevale- tantes e aquele mal-estar perturbador pro-
cer o ideal de uma sociedade heterossexual veniente de não sei que angústia oculta.”
como norma. Utilizando-se da fala do per- (YOURCENAR, 1981, p. 46). A angústia vivi-
sonagem, pode-se dizer que: “A vida é algo da pelo personagem é a mesma vivida por
mais que a poesia e é algo mais que a fisio- aqueles que saem dos limites heterossexis-
logia, e até mesmo mais que a moral em que tas, ou seja, homossexuais, travestis, lésbi-
por tanto tempo acreditei.” (YOURCENAR, cas, transexuais etc.
1981, p. 31-2). Não é a fisiologia do corpo A noção de pecado veiculada pela reli-
ou a moral social e religiosa que devem di- gião, e que pesa fortemente sobre o indiví-
tar as normas sexuais e comportamentais. duo, serve mais uma vez para pôr em crise
É a partir desses apontamentos que haverá a uma identidade que está se processando:
possibilidade de questionar a oposição binária “A princípio, acreditei que se tratava apenas
homem/mulher e todo o discurso ultrapassa- de evitar as ocasiões do pecado; logo percebi
do que caracteriza cada uma dessas esferas. que nossas ações têm apenas o valor de sin-
Essa oposição relacionada ao sexo tomas; é nossa natureza que seria necessá-
pode ser entendida como o motivo causa- rio mudar.” (YOURCENAR, 1981, p. 74). Para
dor da crise de identidade vivida pelo per- estar em acordo com as normas comporta-
sonagem. Quando ele nos diz que: “Não mentais, o personagem acredita ser neces-
nos apaixonamos por aquelas a quem res- sário mudar sua natureza. A angústia será
peitamos, nem mesmo por aquelas a quem o resultado desse choque entre desejos pes-
amamos. E, acima de tudo, não nos apaixo- soais e os desejos do outro (heterossexual).
namos pelos nossos iguais. E não era certa- Esse fato é comum em nossa sociedade que
mente das mulheres que eu me sentia di- impõe ao sujeito práticas heteronormativas.
ferente.” (YOURCENAR, 1981, p. 37), vemos O espelho se torna emblemático no ro-
que ao se identificar com as mulheres o per- mance, pois é ele quem mostra a verdadeira
sonagem se vê cruzando um limite proibido identidade do personagem: “Odiava aque-
pela moral e pela sociedade de controle que le espelho por infligir-me minha própria
não aceita a “inversão dos papéis sociais”. presença.” (YOURCENAR, 1981, p. 75). Uma

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identidade que não é aceita pela socieda- máscaras que havia colocado para se confor-
de e nem pelo personagem, que não se viu mar as cobranças da sociedade:
ainda como agente de sua própria escolha.
O espelho representa “frente e verso” que
não se sobrepõe, sendo, portanto, o símbolo Prefiro o erro (se é erro) à negação de
para essa crise que se instala. si mesmo que é o limite da demência.
O conflito se agrava quando o perso- A vida me fez aquilo que sou, isto é, pri-
nagem vê na instituição do casamento2 uma sioneiro (se assim se quer) de instintos
saída possível para seu conflito. Suas ideias que não escolhi, mas aos quais me resig-
religiosas e o peso do pecado o compeliram no e me entrego. À falta da felicidade, essa
a esse fim. O casamento seria uma forma aceitação, assim espero, me proporciona-
de agradar a família e a sociedade que es- rá a paz. (YOURCENAR, 1981, p. 123).
tão em vigilância, mas o caminho tomado
se torna um agravante para a situação do
personagem. A identidade procede, por conseguin-
O suicídio é visto pelo personagem te, de uma tensão conflitante entre as ló-
como uma possibilidade de fuga, mas não gicas sociais e as necessidades do sujeito.
chega a se efetivar: “Posso dizer-te que ama- Pode ser vista como uma forma de estabele-
va a vida. E foi em nome da vida, isto é, do cer ajustamentos num determinado tempo
meu futuro, que me esforcei por reconquis- e contexto.3
tar-me a mim mesmo. [...] Passei pela ob- O romance finaliza mostrando a acei-
sessão do suicídio, como passei por outras tação, com ressalvas, do personagem acer-
ainda mais abomináveis.” (YOURCENAR, ca de sua identidade sexual. Aceita-se, mas
1981, p. 78). Essa crise de identidade pode, sabe que os conflitos ainda persistiram
portanto, ter consequências fatais para por causa da visão restrita da sociedade
aqueles que não conseguem chegar a uma heteronormativa:
compreensão e a uma aceitação de si pró-
prios, como sujeitos de escolha.
Contudo, é a percepção de sua diferença Não tendo podido viver segundo os pre-
em relação às demais pessoas que leva o per- ceitos da moral estabelecida, procuro,
sonagem a negociar sua posição dentro da pelo menos, estar de acordo com a mi-
sociedade. De acordo com Giust-Desprairies nha própria. No momento em que de-
(2005): “A identidade se inscreve no tempo, cidimos renegar todos os princípios, é
nos espaços e situações. Ela é um confronto conveniente que conservemos, no míni-
e uma negociação renovados entre realidade mo, os escrúpulos. [...] Peço-te humilde-
e ideal, cujos resultados se fazem ver em ter- mente, o mais humildemente possível,
mos de escolha, de investimento, de projetos perdão, não por te deixar, mas por ter
ou de renúncias.” (GIUST-DESPRAIRIES p. ficado por tanto tempo. (YOURCENAR,
202). O personagem renuncia, portanto, às 1981, p. 123/124).

2 YOURCENAR, 1981, p. 75 3 GIUST-DESPRAIRIES, 2005, p. 205-6

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No prefácio4 da segunda edição do ro- Referências


mance, publicado 40 anos depois da primei-
ra edição que apareceu em 1929, Yourcenar BUTLER, J. Corpos que pesam: sobre os limites
nos diz que não fez alterações na obra ten- discursivos do “sexo”. In: LOURO, Guacira
do em vista que os conflitos vividos por Lopes (Org.). O corpo educado: pedagogias da
Alexis não cessaram de existir e que o tema sexualidade. 2. ed. Belo Horizonte: Autêntica,
do romance é, ainda, atual. Isso nos mostra 2001, p. 153-172.
o quanto a problemática de gênero ainda é FOUCAULT, M. O panoptismo. In: ______.
pouco disseminada e vista como subversiva Vigiar e punir: o nascimento da prisão.
em nossa sociedade. Mostra também como Tradução de Raquel Ramalhete. 37.ed.
nossa sociedade tem repulsa pela variedade Petrópolis, RJ: Vozes, 2009, p. 186- 214.
identitária. O discurso em torno das reali- FUNK, S. B. O que é uma mulher? In: Cerrados:
dades sensuais ainda é preconceituoso, dis- revista/ do Programa de Pós-Graduação em
criminatório e cercado de proibições. Literatura. Brasília, DF: UNB, v. 1, n. 1, 1992,
De acordo com Susana Bornéo Funk5 p. 65-74.
(1992), a identidade, como a de gênero e a GIUST-DESPRAIRIES, F. A identidade como
sexual são produtos da cultura e do discurso processo, entre ligação e desprendimento”. In:
que ofuscam a diversidade humana ao im- ZUGUEIB NETO, Jamil (Org.). Identidades
por categorias uniformizantes. Cabe a nós, e crises sociais na contemporaneidade.
estudiosos, pesquisadores e todos aque- Curitiba: Ed. UFPR, 2005, p. 199-213.
les que buscam tornar visível variedade de NOLASCO, S. A desconstrução do masculino:
identidade de gênero e sexo, lutar pela di- uma contribuição crítica à análise de gênero.
vulgação de tais estudos. In: NOOLASCO, S. (Org.). A desconstrução
Categorias definidas e regulamentares do masculino. Rio de Janeiro: Rocco, (Gênero
acerca de identidade de gênero e sexo devem plural), 1995, p. 15-29.
ser discutidas abertamente como uma forma YOURCENAR, M. Alexis ou o tratado do vão
de respeito à diversidade e ao próprio indi- combate. Tradução de Martha Calderaro, Rio
víduo, que em muitos casos se vê obrigado a de Janeiro: Nova Fronteira, 1981.
se enquadrar em determinados padrões con- ZOLIN, L. O. Crítica Feminista. In: BONNICI,
vencionados e aceitos pela sociedade. Esse T.; ZOLIN, L. O. Teoria literária: abordagens
choque entre indivíduo e sociedade, essa crise históricas e tendências contemporâneas. 3.ed.
de identidade pode se tornar um grave pro- Maringá: EDUEM, 2010.
blema quando coloca em risco a vida do indi-
víduo. E prezar pela vida, pela aceitação de si,
pela variedade cultural e sexual é uma grande Recebido para publicação em 31 maio 2013.
contribuição advinda dos estudos de gênero. Aceito para publicação em 20 dez. 2013.

4 YOURCENAR, 1981, p. 06
5 FUNK, 1992, p. 67

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