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FACULDADE DE CIÊNCIAS HUMANAS E FILOSOFIA DA UFBA - FCHFUFBA
CONTEÚDO DO CADERNO DE CONTROLE SOCIAL E SEGURANÇA – 2009.2

Assuntos de Controle Social e Segurança

O CONTROLE SOCIAL DOS CRIMES, DE LÉLIO BRAGA CALHAU

Muito se discute hoje sobre o que pode ser feito em face da onda de criminalidade que vem
assolando o Brasil. O crime é um fenômeno complexo e plurifatorial. A Criminologia moderna
estendeu o foco inicial do estudo do fenômeno criminal (centrado inicialmente no crime e no
delinqüente) e hoje trabalha com quatro pilares básicos: crime, delinqüente, vítima e o controle
social. Chegou-se a conclusão que para conhecer melhor o fenômeno criminal seria
necessário, além de estudar o crime e a figura do delinqüente, trazer para as investigações
científicas a pessoa da vítima e os mecanismos que a sociedade utiliza para controlar a
criminalidade.

Para García-Pablos de Molina o controle social é entendido como o conjunto de instituições,


estratégias e sanções sociais, que pretendem promover e garantir referido submetimento do
indivíduo aos modelos e normas comunitários (RT, 2002, p.133). Segundo a Criminologia, o
controle dos crimes ocorre também pela integração da atuação social de dois tipos de
controles: o informal e o formal.

O controle informal é o do dia-a-dia das pessoas dentro de suas famílias, escola, profissão,
opinião pública etc. A imensa maioria da população não delinqüe, pois sucumbe ás barreiras
desse primeiro controle. O sistema informal vai socializando a pessoa desde a sua infância (ex:
âmbito familiar), e ele é, em geral, sutil e não possui uma pena, além de ser mais ágil na
resolução dos conflitos que os mecanismos públicos. O desprezo social (ex: a punição informal
com o afastamento das amizades ou de alguns membros da própria família) são sanções que
para a grande maioria são mais que suficientes para inibir a prática de um crime.

Como segundo obstáculo para a prática do delito temos os controles formais, exercidos pelos
diversos órgãos públicos que atuam na esfera criminal, como as polícias, Ministério Público,
sistema penitenciário etc. Aquelas pessoas que não respeitam as regras sociais e cometem
uma infração criminal passam a serem controladas por essas instâncias, bem mais agressivas
e repressoras que as instâncias informais.

O aumento da repressão do sistema formal não significa que automaticamente irá ocorrer a
redução dos índices de criminalidade. O sistema só funciona corretamente com uma melhor
distribuição de funções entre os mecanismos informais e formais no controle da criminalidade.
O que existe hoje é um excesso de atribuições para demover as pessoas à não cometerem
delitos sobrecarregando o sistema de controle formal. Isso fica patente quando se aprova uma
lei penal desproporcionalmente severa e o resultado prático é nulo, continuando a espécie de
delito tratado pela nova lei penal a ser praticado na mesma velocidade pelos infratores.

Daí a importância de se fortalecerem os chamados controles informais (ética, família, religião


etc), porquanto o sistema de controle formal acaba sobrecarregado de uma missão que, em
tese, deveria ser mais bem compartilhada com o sistema informal.

A família é uma peça fundamental nesse intricado problema. Uma família desestruturada pode
gerar adultos problemáticos para enfrentar a complexidade da convivência social,
aproximando-os das drogas e do alcoolismo desenfreado, o que possibilita o aparecimento de
oportunidades para a prática de delitos. Nesse contexto, a aplicação efetiva das normas de
proteção de crianças e adolescentes da Lei Federal 8069/90, com o acompanhamento de

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psicólogos, assistentes sociais, e outros profissionais, impediria que muitos adolescentes


optassem posteriormente pelo caminho do crime.

Enfim, com a integração dos controles sociais, informal (prévio) e formal (posterior-estatal),
com uma equilibrada divisão dessas missões, ocorrerá uma importante contribuição para se
reduzir os índices de criminalidade de forma mais eficiente.

LÉLIO BRAGA CALHAU


Promotor de Justiça do Ministério Público do Estado de Minas Gerais.
Pós-Graduado em Direito Penal pela Universidade de Salamanca (Espanha).
Mestre em Direito do Estado e Cidadania pela Universidade Gama Filho (RJ).
Professor de Direito Penal da Universidade Vale do Rio Doce (UNIVALE).

- Dilemas de ordem judiciária, criminal e moral são postos a partir da figura do “monstro”;
- Critérios para que um comportamento seja instintivo – Deve ser igual a todos os indivíduos da
mesma espécie; É algo que não precisa ser ensinado e está intrínseco geneticamente;
- Esterótipo da criminalidade;
- “O Brasil não é para principiantes” – Roberto Mata.
- Recomendação de Leitura – “História das Prisões, coletânea de artigos”; “Os Anormais”, de
Michel Foucault; “Vigiar e Punir, de Michel Foucault”; “As regras do Método Sociológico” –
Émile Durkheim.

- Análise e Estudos da Obra: “GARLAND, David. Castigo y Sociedad Moderna – Um estúdio de


teoria social. Siglo veintiuno editores, traducción de Berta Ruiz de La Concha, 1999, p.17-65;
- Émile Durkheim;
- Linchamento;
- Pena Capital;
- Conceitos de crime;
- Punições;
- Violência Policial;
- Coesão social;
- Desejo de vingança;
- Solidariedade Mecânica;
- Solidariedade Orgânica.
- Recomendação de Leitura: “A Sociedade Excludente”, de Jock Young, Editora Revan;
- Teoria marxista;
- Estudo das classes sociais por Karl Marx;
- Antagonismos irreconciliáveis entre a burguesia e o proletariado;
- Ligação entre o sistema prisional e a estrutura das classes sociais;
- O castigo era instrumentalizado pela classe dominante;
- O castigo serve essencialmente aos dominantes, mais do que aos dominados;
- As formas de castigo estão ligadas a uma estrutura de poder social;
- Estereótipo da personalidade criminosa por parte da polícia;
- A vingança não tem nenhuma função terapêutica para o indivíduo;
- Sensacionalismo dos programas televisivos;
- Poder, prestígio e privilégio;
- Criminalização da marginalidade (algo muito comum no Basil);
- Xenofobia (aversão a estrangeiros);
- Minorias (negros, índios);
- As prisões nunca foram empreendimentos lucrativos;
- Altos custos para manutenção da unidade prisional;
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- A opinião pública a respeito da violência é algo muito pouco estudado no Brasil;


- Estrutura de renda, de localização geográfica, de Estado – tudo isso influi na criminalidade;
- Recomendação de Leitura: “Castigo y Sociedad”, de David Garland.

ANÁLISE DA OBRA “CASTIGO Y SOCIEDAD”, DE DAVID GARLAND.


- O autor indica que abordará a questão da cultura;
- A tarefa interpretativa é mostrar os mecanismos com os quais os processos penais se
despregam da lógica do poder – técnicas de conhecimento, de relações econômicas, ou de
modos de organização social – e, por fim, revelam suas determinações externas e seu
funcionamento social;
- O autor diz que se concentrará nas formas em que alguns valores e compromissos entram no
processo penal e se incorporam a ele, de maneira mais ampla, como influenciam as
mentalidades e sensibilidades culturais nas instituições penais.

TIPOS PUROS DE
DOMINAÇÃO
LEGÍTIMA (WEBER)

CARISMÁTICA – RACIONAL-LEGAL – TRADICIONAL –


CARISMA DO LÍDER ESTATUTOS ORIENTADA AO
LEGAIS PASSADO (POR
EX.: COSA
NOSTRA)

- Dica de obra: “O espírito das leis”, de Montesquieu;


- Dica de obra: “Estação Carandiru”, Dráuzio Varela;
- Corrupção;
- Idéias de Émile Durkheim;
- Funcionalidade do Crime;
- Violência dos presos entre si;
- Hierarquia entre os presos na cadeia;
- Crime de Direitos Autorais – venda de artigos “pirateados”;
- Caso “Al Capone” – Preso por sonegação de impostos, embora tenha cometido diversos
homicídios (Estados Unidos);
- Questão do infanticídio nas comunidades indígenas;
- Os índios, quando dentro da cultura da comunidade deles, são inimputáveis;
- Imposição da democracia no Iraque pelos Estados Unidos da América;
- Dica de Obra: “Cobras e Lagartos”;
- Documentário “Traços da Morte” – Exibe as formas punitivas utilizadas no Iraque;
- Crime e imputações penais sobre o crime;
- Burocracia;
- Leis que favorecem o gênero masculino;
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- Conflitos entre traficantes gerado pela concorrência em traficar drogas;


- Ação das milícias;
- Diferença entre milícias e grupos de extermínio;
- As diferentes formas de punir;
- Genealogia de sanções civilizadas;
- Pena de Morte;
- “Corredor da Morte”; “Pena de morte nos EUA”;
- Dica de obra fílmica – “A vida de perdigueiro” – Kevin Space;
- Direitos Humanos;
- Noção de humanidade atrelada à noção de filantropia;
- Dica de obra fílmica – “O Prisioneiro da Grade de Ferro (auto-retrato)”.

AS CARACTERÍSTICAS DAS INSTITUIÇÕES TOTAIS

Segundo Goffman, toda instituição absorve parte do tempo e do interesse dos seus membros,
lhes proporcionando, de certa forma, um mundo particular, tendo sempre uma tendência
absorvente. Quando essa tendência se exacerba nos encontramos diante das chamadas
instituições totais.
A tendência absorvente ou totalizadora está simbolizada pelos obstáculos que se opõem à
interação social com o exterior e ao êxodo de seus membros que, geralmente, adquirem forma
material: portas fechadas, muros armados, alambrados, rios, bosques, pântanos e outros.
Desta definição extraímos os seguintes elementos que constituem uma instituição total:
a) Um local de residência e trabalho;
b) A presença de um grande número de indivíduos em situação semelhante;
c) A separação desses indivíduos, por um considerável período de tempo, da sociedade mais
ampla;
d) O confinamento a uma vida formalmente administrada.
As principais características da instituição total são as seguintes:
1 – Todos os aspectos da vida desenvolvem-se no mesmo local e sob o comando de uma
única autoridade;
2 – Todas as atividades diárias são realizadas na companhia imediata de outras pessoas, a
quem se dispensa o mesmo tratamento e de quem se exige que façam juntas as mesmas
coisas;
3 – Todas as atividades diárias encontram-se estritamente programadas, de maneira que a
realização de uma conduz diretamente à realização de outra, impondo uma seqüência rotineira
de atividades através de normas formais explícitas e de um corpo de funcionários;
4 – As diversas atividades obrigatórias encontram-se integradas em um só plano racional,
cujos propósitos são conseguir os objetivos próprios da instituição.
Segundo Goffman, as instituições podem ser enumeradas das seguintes maneiras: Instituições
criadas para cuidar de pessoas incapazes e inofensivas (casas para cegos, velhos, órfãos e
indigentes); Locais estabelecidos para cuidar de pessoas consideradas incapazes de cuidar de
si mesmas; Instituições estabelecidas com a intenção de realizar de modo mais adequado
alguma tarefa de trabalho, e que se justificam apenas através de tais fundamentos (quartéis,
navios, escolas internas, campos de trabalho, colônias e grandes mansões); Estabelecimentos
destinados a servir de refúgio do mundo, embora muitas vezes sirvam também como locais de
instrução para os religiosos (abadias, mosteiros, conventos, entre outros).

O Mundo do Internado
- “Mortificação do Eu”;

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- Quando o internado chega ao Hospital, ele sofre um processo de “mortificação do eu” que
suprime a “concepção de si mesmo” e a “cultura aparente” que traz consigo, formados na vida
familiar e civil. Tal mortificação decorre:
1 – Do “despojamento” de seu papel na vida civil pela imposição de barreiras no contrato com o
mundo externo;
2 – Do “enquadramento” pela imposição das regras de conduta;
3 – Do “despojamento de bens” que o faz perder seu conjunto de identidade e segurança
pessoal;
4 – Da “exposição contaminadora” através da elaboração de um dossiê que viola a reserva de
informação sobre o seu eu. Esse mecanismo causa o “desequilíbrio do eu”, uma vez que
profana as ações, a autonomia e a liberdade de ação do internado;
- “Reorganização do Eu” – Concomitantemente ao processo de mortificação do eu, ocorrem os
mecanismos de reorganização pessoal que representam instruções formais e informais de
reestruturação do eu.

O Mundo da equipe dirigente


Seu trabalho refere-se apenas a pessoas e, como material de trabalho, as pessoas podem
adquirir características de objetos inanimados. Por exemplo, os relatórios da situação do
internado, em que membros da equipe dirigente anotam, até mesmo, a sua ausência em uma
refeição.
Existem também (pelo menos na crença da equipe dirigente) perigos especiais no trabalho com
pessoas, principalmente se estas são tidas como “perigosas”.
Padrões tecnicamente desnecessários de tratamento precisam ser mantidos como parte da
“responsabilidade” da instituição, que ela garante ao internado, em troca de sua liberdade. Ex.:
Os funcionários de prisão são obrigados a deter as tentativas de suicídio de um prisioneiro e
dar-lhes atenção médica integral, mesmo que isso possa adiar a sua execução.
Muitas vezes, a instituição tem responsabilidades sobre vida social do internado fora dela. Ex.:
sua aposentadoria, imposto de renda, pagamento de seguro, etc.
Outro problema da direção consiste na discriminação dos direitos dos internados. Ex.: Se a
porta de saída da instituição tem que ficar aberta em razão dos que têm o direito de sair, os
internados que não portam desse direito precisam, necessariamente, ficar encarcerados.
Também há o conflito entre padrões humanitários e a eficiência da instituição. Ex.: A raspagem
de todo o cabelo do internado para que sua cabeça seja mantida limpa, apesar do dano que
isso causa à sua aparência.

- A ideologia é um grande “atalho cognitivo”;


- A noção de estabilidade, no mundo atual, é muito fugaz;
- Internet;
- Votos de sarcasmo;
- “Não existe voto irracional”;
- Não há tempo para que façamos muitos cálculos, pois temos de tomar decisões muito
rapidamente e freqüentemente;
- Tráfico de Drogas e ações sociais;
- A polícia traz a desordem em algumas ocasiões;
- A televisão (TV SENADO e notícias conscientizadoras) diminui o índice de crimes nas
comunidades carentes;
- Motivos que levam os suicidas a consumar seus atos;
- Crise de definições – não há mais certezas das coisas, não há mais certeza de quem se é;
- Canibalismo – Absorção das características contextualizadas como “padronizadas” duma
dada sociedade;

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- Antropoemia – Exclusão, repulsa das características acima citadas. Não-antropofagia,


bulimia;
- Ou se relaciona ou se exclui as pessoas, em todos os campos da vida;
- Max: “O primeiro fato histórico foi a fome”;
- Todas as sociedades têm elementos de inclusão e de exclusão, concomitantemente;
- Relação “encarceramento / criminalidade”;
- Os níveis de encarceramento demonstram a grande ânsia que dada sociedade tem de punir;
- Nos Estados Unidos há uma formação de associações, grupos e Organizações não-
governamentais muito grande;
- Identidades sociais pautadas em busca de diferenças;
- “Abnegação” é um valor apreciado na sociedade atual. Conformismo. “Sou brasileiro e não
desisto nunca”;
- Eufemismos para diversos termos: “usuário, excepcional, portador de necessidades
especiais, hanseniano”;
- Uso socializado da “cannabis sativa”, a Maconha;
- “Sacizeiro” – termo cunhado para designar os consumidores de crack;
- O mercado de drogas é estratificado socialmente.

- As pessoas estão mais preocupadas com os riscos do que com as soluções para a
criminalidade;
- “Ideologia, eu quero uma pra viver” – Cazuza;
- Ontologia de “o que significa segurança”;
- “Segurança é uma sensação intersubjetiva” – L. Cláudio L.;
- O mundo contemporâneo contribui para a sensação de insegurança;
- Problemas no Pelourinho, mesmo com a implantação de câmeras de segurança;
- Mundo contemporâneo comparado com a perspectiva européia;
- Mudanças constantes na sociedade moderna que sem sempre correspondem às perspectivas
dos indivíduos;
- É politicamente incorreto se manifestar contra as crenças e atitudes culturais das demais
pessoas, no contexto da sociedade atual moderna;
- “Até aqueles que optam pela prática da „suspensão corporal‟ devem ser convenientemente
respeitados”;
- Conceito de “cimento social”, de Émile Durkheim;
- LGBTT – Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais. Intolerância entre eles – e elas
– próprios (as);
- Veículos de comunicação de massas e a grande quantidade de notícias acerca da
criminalidade;
- Caso do “RPG” – Rolling Player Games – e a morte de uma menina: comentários. A partir
desse exemplo houve uma estigmatização dos jogadores desse game;
- Conflitos por igualdade, respeito, tolerância, aceitação;
- Ingenuidade causada pelo materialismo: as pessoas, em São Paulo, ao serem questionadas
o que desejariam, poderiam dizer que o sonho é uma TV de plasma, cruzeiro, carro importado,
e não o de encontrar a paz interior;
- Situação dos jovens nos guetos norte-americanos;
- “American way of life” – Poucas pessoas conseguem conquistar esse sonho;
- Recomendações de leitura: “Prisões da Miséria”, de Löic Wacquant; “Sociedade dos Cativos”;
“Cemitério dos Vivos”, de Julita Lemgruber;
- “Laissez Faire” moral – “tudo pode”;
- Grupos inteiros são estigmatizados quando um integrante único faz algo em contrário à lei;
- O mundo contemporâneo é aquele da criminalização e da culpabilização do outro;
- “Torcidas organizadas” e crimes de torcidas;
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- Posições de superioridade / inferioridade de grupos na sociedade. Alguns indivíduos se vêem


em posição privilegiada;
- Questão da “masturbação” na obra de Michel Foucault;
- Como superar o “essencialismo”?
- O essencialismo é um fenômeno contemporâneo;
- Insegurança ontológica – não se sabe o que seria segurança;
- “Individualidade” e “Capitalismo” são como drogas das quais as pessoas se viciam e não
conseguem mais viver sem elas;
- Processo histórico de grande exclusão no Brasil;
- Cada vez mais cria-se doutores em “vírgulas”, não mais doutores que compreendam a obra
em seu contexto;
- Conceito de ética;
- Conceito de Direitos Humanos;
- “Esse mundo acadêmico é mera ilusão”;
- Ivan Domingues – “Construção do Conhecimento Científico nas Ciências Humanas”;
- Drogas;
- O essencialismo cria uma cultura de conflitos que favorecem a demonização;
- Erro de não querer compreender o outro;
- Não existe uma moeda de um lado só;
- Reducionismo e concepção unilateral das palavras que terminam com “ismo”.

- População carcerária predominantemente de jovens;


- Garotos que não têm escolaridade ou perspectiva de emprego adentram no comércio de
drogas, poucas vezes sustentando a família (e o vício, simultaneamente);
- Não é o jovem que entra no tráfico, mas o tráfico que seduz e privilegia o serviço do jovem;
- Traficantes como “simpatia social”, distribuem brinquedos no dia das crianças, são idolatrados
por elas;
- Dica de filme: “Salve Geral”;
- O contexto social do interno e o contexto social do presídio de segurança máxima;
- Inversão do Panóptico – Os presos vigiam os agentes e os agentes vigiam-se mutuamente
devido à corrupção;
Barganha com as informações do “coração”, ou seja, dos arquivos.

ANÁLISE DA OBRA: CEMITÉRIO DOS VIVOS: ANÁLISE SOCIOLÓGICA DE UMA PRISÃO


DE MULHERES, DE JULITA LEMGRUBER

- PREFÁCIO;
- 1976 X 1997: Mudanças conjunturais;
- Em 1976, 53 % da população da Talavera Bruce estava detida pela prática de furtos e roubos;
- Redução do índice de homicídios sugere redução no nível de violência doméstica;
- Discrepância entre número de homens (29%) e de mulheres condenadas por tráfico de
drogas deve-se à posição que as mulheres ocupam na estrutura do tráfico de drogas;
- PREFÁCIO À SEGUNDA EDIÇÃO;
- Número de Estrangeiros passa de 1% para 11%, devido ao crescimento do tráfico
internacional de drogas;
- Já não temos mais presos políticos;
- Alterações na estrutura do Departamento do Sistema Penitenciário: novos presídios femininos
e alas em hospitais psiquiátricos;
- Recomendação de Obra Fílmica: Reportagem no “Profissão Repórter” sobre presídios;
- Em 1976 o Estado do Rio de Janeiro tinha dentro de sua população carcerária 96,5% de
homens e 3,5% de mulheres;
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- CAPÍTULO 1 DA OBRA:
- A autora se propõe a interpretar o universo prisional e sua organização social a partir do
discurso dos presos;
- Discrepância entre o que é relatado e o que é observado: os “segredos dos bastidores
(Goffman)”;
- CAPÍTULO 2 DA OBRA:
- “... Este é um forte destinado a manter o inimigo dentro, e não fora”;
- “... ao observar a cela, pode-se predizer se é ocupada por uma recém-chegada ou por uma
interna antiga”;
- As crianças: “transposição do estigma” e “extensão da pena”;

Administração anterior a Administração pós-1976


1976
Avaliação das Presas Positiva Negativa
Conseqüência sobre a Alto grau de coesão + Baixo grau de coesão +
Organização Social Pouca delação Muita delação
Índice de Práticas Alto Baixo
Desviantes

- CAPÍTULO 3 DA OBRA:
- Representação negativa dos guardas;
- Influências do ambiente prisional sobre o comportamento dos guardas: experiência realizada
por Philip Zimbardo;
- “Conflito de papéis” (vigiar, punir, reeducar);
- Tratamento diferenciado para com algumas internas;
- “A gente tem que lembrar que muitas caíram aqui por circunstâncias da vida, há, no entanto,
outras que são irrecuperáveis”. (p. 88);
- Lealdade entre guarda e interna: a “madrinha” e a “afilhada”;
- CAPÍTULO 4 DA OBRA:
- Da privação à adaptação;
- “Preso é inimigo de preso”;
- Modos de adaptação: Afastamento psicológico, rebelião, colonização, envolvimento
homossexual;
- CAPÍTULO 5 DA OBRA:
- O “homossexualismo” na visão do corpo de guardas e das presas;
- Número de presas envolvidas na prática homossexual: 50% (dessas, 25% mantêm relações
duradouras);
- Distintos níveis de repressão ao “homossexualismo” em prisões masculinas e femininas;
- Os papéis que organizam a prática homossexual: “guria”, “fanchona” e “meeira”;
- Locais de encontro e a “cobertura”;
- O temor de ser acusada de homossexual impede que a presa desenvolva verdadeiras
relações de amizade;
- CAPÍTULO 6 DA OBRA:
- O trabalho;
- “... As normas legais são claras mas, na verdade, pouco respeitadas”;
- O trabalho como pílula do tempo;
- CONCLUSÕES
- História da pena de prisão;
- Os objetivos formais da prisão e seu fracasso;
- A ressocialização / ação pedagógica;
- Evitar a reincidência;
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- Michel Foucault – De que serve, então, o fracasso da prisão?


- O que fazer: 7 propostas para minorar os efeitos perniciosos da pena de prisão;
- Alternativas à pena de prisão (penas restritivas de Direitos).

“[...] Pode-se dizer que no caso dos internos do Talavera Bruce estamos diante do não-cidadão
por excelência: são criminosas, mulheres, em sua grande maioria de cor de provenientes dos
estratos mais baixos da população (p. 162)”.

ANÁLISE DA OBRA “A OFICINA DO DIABO E OUTROS ESTUDOS SOBRE


CRIMINALIDADE”, DE EDMUNDO CAMPOS COELHO.

Balada do Cárcere
Com barras turvam a graciosa lua, e cegam o prazeroso sol,
E procedem bem em ocultar seu Inferno, porque neles fazem coisas,
Que o Filho de Deus e o filho do homem jamais deveriam ver.

Oscar Wilde

- Se o aluno almejar a elaboração de um artigo acadêmico, além do material empírico deve


haver evidência da análise. Deve mostrar verossimilhança;
- Como se reintegrar pela família se muitos presos não têm?
- Dica de obra fílmica: “Laranja Mecânica”;
- As alternativas de trabalho no ambiente prisional são precarizadas. A idéia delas é “matar o
tempo” dos presos;
- Alguns presos, pela sua condição – ladrão, traficante, etc. – são, implicitamente, proibidos de
trabalhar em certas atividades na cadeia. Por exemplo, os ladrões não são chamados para
trabalhar na oficina, pois subentende-se que eles poderão furtar ferramentas para confeccionar
armas;
- Como o indivíduo preso poderia pagar pensão alimentícia?
- A cadeia é violenta. É o lugar que reúne uma grande quantidade de indivíduos que se dizem
“inocentes”, mas, decerto, ninguém é santo.
- Dica de livro: “Abusado”, de Caco Barcelos;
- A primeira regra ética é “manter a própria integridade física”;
- Cada disciplina ou ponto de vista tem sua própria concepção do que seria uma cadeia ideal –
presídios, sociólogos, juristas, presidiários, diretores, burocratas, psicólogos, assistentes
sociais, cientistas sociais, agentes, sociedade civil, mídia, etc.
- Cartilha de Ravengar. Nome: “Ordem e Progresso”;
- Crítica social: “O bom da cadeia é quando ela não faz barulho”;
- Políticas de reinserção social aos egressos de presídios são escassas;
- “Cadeia: Situação peculiar, na qual se vê várias pessoas inocentes e, simultaneamente,
perigosas juntas”;
- Mundo do tráfico – Perigo ao entrar, ao permanecer ou mesmo ao sair;
- Dica de obra fílmica: “O Poderoso Chefão”;
- Enquanto o líder ainda estiver vivo o seu corpo físico ainda detém uma significação especial,
mesmo que passe a atitudes benéficas;
- As boas intenções muitas vezes fazem estragos à sociedade. Por exemplo, o nazismo.
Devemos duvidar também das boas intenções, inclusive aquelas ligadas à conversão religiosa,
no contexto do “mercado religioso”.

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