Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
PÁGINA
FACULDADE DE DIREITO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA – FDUFBA
CONTEÚDO DO CADERNO DE ÉTICA GERAL E PROFISSIONAL – 2010.1
Recomendações de leitura: José Renato Nalini; Carlos Eduardo Bittar; José Elias (para 2ª
parte do curso – Ética Profissional);
- “Ética Geral e Profissional”, de José Renato Nalini.
- Atitudes anti-éticas desvalorizam a profissão, que entra em descrédito, não simples ilícito e
penal;
- O conceito de Ética é inacabado, em constante discussão, já que quando se fala em Ética
fala-se em valores, que são mutáveis. Mudanças de valoração levam à mudança também da
própria ética. Os valores também não são universais;
- Sua origem etimológica vem do grego “ethos” = costume (vogal curto); a ética também está
ligada à ação habitual = caráter (vogal longo);
- Ainda é muito confundido com moral, porque moral vem do latim “mores” que quer dizer
costume (origens diferentes, mas mesma tradução). Substancialmente há diferença. Ética é a
reflexão sobre a filosofia moral, a moral é o objeto de estudo da Ética, algo que está arraigado
à sociedade, enquanto a ética vem refletir os conceitos morais, uma problematização da
moral;
- Quando problematica o aspecto moral passa a ser aplicada – Ética aplicada, ética
profissional – Orientando padrões mínimos a serem seguidos (Ética Média; Ética Empresarial,
etc);
- Outro problema seria em saber se a ética seria filosofia ou ciência: Como alguns autores
divergem, há um questionamento sobre a sua localização. Seria um misto de duas, a
depender do que se considera ciência (ou construção de princípios gerais ou algo que seria
uma “verdade universal”). Na 1ª opção ética poderia ser ciência, já que possui leis próprias,
mas não na 2ª opção, pois não há certeza universal quando se trabalha com valores. A
postura de estudo da Ética é filosófica, antes de tudo, na medida que busca problematizar
padrões (morais);
- É mais aceitável considerar a ética como um estudo do campo filosófico;
(Auxilia a ciência – Para Pedro Demo está acima da ciência);
COMO CIÊNCIA – Ética é a ciência do comportamento moral;
COMO FILOSOFIA – Ética é a filosofia da moral direcionada a auxiliar e orientar a ação
humana, criando e refletindo parâmetros morais;
Há alguns pontos de partida para a Ética:
AGENTE CONSCIENTE – Quem tinha capacidade de diferenciar bem x mal, virtuoso x
desvirtuoso... inimputáveis, por isso, têm tratamento diferenciado para o Direito;
CONSCIÊNCIA MORAL – Capacidade de deliberar entre alternativas possíveis, antes
da própria ação, e mais: saber porque agir dessa forma. Está-se diante de uma situação em
que pode agir de um modo ou outro, mas por discernimento sabe-se o que fazer. Cai-se na
ideia da responsabilidade;
VONTADE LIVRE – Conduta sem qualquer vício. É o deliberativo da conduta moral, e
só assim pode ser avaliada eticamente;
VALORES MORAIS OU VIRTUOSOS – Aqueles que devem compor o conteúdo das
condutas morais. Para alguém ser considerado ético, deve agir com virtude, de acordo com
certos autores. É um conceito intimamente ligado ao conceito de Ética. Assim, a ética parte de
dois pontos: Pessoa ou agente moral, valores morais ou virtuosos.
- Conceito e Ética;
- Classificação da Ética;
- Ética Empírica:
- Anarquista;
- Utilitarista;
1
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA - UFBA PÁGINA 22
PÁGINA
FACULDADE DE DIREITO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA – FDUFBA
CONTEÚDO DO CADERNO DE ÉTICA GERAL E PROFISSIONAL – 2010.1
- Ceticista;
- Subjetivista;
ETHOS = costume;
MORES = costume;
- Filosofia x ciência;
- Pontos de partida para a reflexão do pensamento ético:
- Agente consciente;
- Consciência moral;
- Vontade livre;
- Valores morais ou virtudes.
CLASSIFICAÇÃO DA ÉTICA
Existem várias, mas a classificação que enfocaremos no curso é a que divide a Ética em geral
e aplicada
ÉTICA GERAL;
ÉTICA APLICADA – Normas éticas específicas aplicadas a um determinado grupo de
pessoas, a uma determinada atividade;
ÉTICA
ÉTICA EMPÍRICA;
o ÉTICA EMPÍRICA ANARQUISTA;
o ÉTICA EMPÍRICA UTILITARISTA;
ÉTICA EMPÍRICA UTILITARISTA SELETIVA;
o ÉTICA EMPÍRICA CETICISTA;
o ÉTICA EMPÍRICA SUBJETIVISTA;
ÉTICA DE BENS;
o EUDEMONISMO;
o IDEALISMO ÉTICO;
o HEDONISMO;
ÉTICA DE VALORES;
o MAX SCHELER;
EXISTÊNCIA DE VALORES;
CONHECIMENTO DE VALORES;
REALIZAÇÃO DOS VALORES;
ÉTICA FORMAL;
o IMMANUEL KANT;
BOA VONTADE;
IMPERATIVO CATEGÓRICO;
AUTONOMIA E HETERONOMIA.
Ética
2
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA - UFBA PÁGINA 33
PÁGINA
FACULDADE DE DIREITO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA – FDUFBA
CONTEÚDO DO CADERNO DE ÉTICA GERAL E PROFISSIONAL – 2010.1
Ética Empírica
ÉTICA EMPÍRICA – Trabalha com a ideia de que os princípios éticos devem derivar da mera
observação dos fatos, da conduta humana, da experiência da vida. Aqui há uma crítica: se
uma pessoa observa de enfoque uma sociedade amoral e a vê como padrão poderá ferir a
própria ética. Outra crítica é que ela pode resvalar para o subjetivismo;
ÉTICA EMPÍRICA UTILITARISTA – Eles consideram bom tudo o que é útil. Eles
consideram bom e desejam tudo o que seja bom à sociedade. Contudo, existem coisas que
têm utilidade, mas não são boas. Uma faca pode ser usada para cortar alimentos ou matar.
Ética empiríca utilitarista seletiva – Ocorreu no nazismo, por exemplo. Havia a
vontade de conseguir a raça ariana pura como padrão, dizimando judeus, ciganos e utilizando
deficientes em experiências científicas.
Nem sempre a eficácia técnica dos meios conduzem à verdadeira ética no final.
ÉTICA EMPÍRICA CETICISTA – Para os céticos, ser moral é duvidar de tudo. Vale
diferenciar dúvida metódica para dúvida sistemática. Dúvida metódica é a que impulsiona à
busca do conhecimento (salutar, atividade provisória). Já a dúvida sistemática (cética) é uma
dúvida já incorporada na moral deles, dos céticos (em algum momento cairiam em descrédito
ao duvidar de si próprios);
ÉTICA EMPÍRICA SUBJETIVISTA – Seria a ética que cada um adota para si e daí
então cria-se um padrão ético. Se diferencia do anarquismo. Há o subjetivismo individual e o
subjetivismo ético-social. Para aquela o homem é a medida do bem e do mal, cada um cria o
seu próprio parâmetro, para esta há a criação de uma conduta moral a partir do contexto
social em que determinado indivíduo convive. Ambos podem decair para o subjetivismo;
Ética de Bens
ÉTICA DE BENS – Toda ética deveria conter a receita da execução de algum bem. Existência
de um valor fundamental ao qual dá-se a denominação de bem supremo. Por exemplo, o
objetivo da vida de cada um (felicidade, realização profissional, ter um filho, passar num
concurso). Daqui surgem três campos de estudo:
ÉTICA DE BENS – IDEALISMO ÉTICO – Dedicar a vida à busca do bem coletivo (por
exemplo, Zilda Arns). Toda a vida da pessoa é dedicada a uma causa de virtude, de um bem
próprio. Finalidade da vida;
Ética de Valores
ÉTICA DE VALORES - A ética de valores sucede a ética kantiana e tem como principal nome
Max Scheler. A concepção de ética estaria na compreensão dos valores. O valor deve
anteceder a noção de dever. Para Kant havia o “imperativo categórico” (um conceito
kantiano). Para Scheler a noção de valor seria o conceito ético principal. A educação ética
seria exatamente para delinear os verdadeiros valores. Então, para a ética de valores só o
que tem valores é que deve-ser. Deve-se reconhecer os autênticos valores;
Moral Cristã
MORAL CRISTÃ – A moral cristã revoluciona toda a noção de ética existente até então. A fé é
que coloca como pertencente ao sistema cristão e agindo conforme a lei divina.
Conceito de Virtude – O conceito de virtuoso sai da noção em relação com a sociedade e
muda para a relação com Deus. Para virtude deve haver fé, caridade e esperança. Além
disso, a moral cristã afirma que somos dotados de livre arbítrio (sendo que a visão anterior
era que quem é livre é aquele que vivia na polis). O Direito Penal tem substrato, fundamento,
na moral cristã.
4
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA - UFBA PÁGINA 55
PÁGINA
FACULDADE DE DIREITO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA – FDUFBA
CONTEÚDO DO CADERNO DE ÉTICA GERAL E PROFISSIONAL – 2010.1
Noção de Dever – Para sermos éticos temos que cumprir a lei divina que alimenta a noção de
cumprimento para alcance da virtude. Uma conduta ética seria aquela que está de acordo
com a lei divina. A anti-ética seria descumprindo-a. A aética seria aquelas que não seriam
nem do bem nem do mal;
- Noção de intenção – Avaliar a intenção da pessoa, aquilo que não é visível ao olho humano,
mas visível a Deus. Dentro do cristianismo tem-se dois principais pensadores: Santo
Agostinho e São Tomaz de Aquino.
SÃO TOMAZ DE AQUINO desde jovem era educado para ser padre. Todo pensamento
do Direito Natural encontra respaldo no pensamento de São Tomaz de Aquino. Para ele
existiriam quatro tipos de lei: Eterna (promulgada por Deus e que rege universalmente); Divina
(lei de Deus revelada, escritura, dez mandamentos); Natural (justiça divina estabelecida
universalmente aos homens, ele acredita que a lei natural é algo que pode mudar de acordo
com a natureza humana); Humana (seria a lei natural estabelecida pelo homem para
possibilitar a vida em sociedade). Ele tem como base de seu pensamento Aristóteles. Ele
coloca a virtude como um meio. Ele associa a fé à razão, dando a ela uma dimensão empírica
(o ser era ético quando sabia distinguir o bem do mal e age de acordo com o bem comum). A
ética incide sobre a dimensão prática. Suas principais obras são Suma Teológica e Suma
Communis.
PLATÃO
Ele entendia que a alma se orienta de acordo com um padrão de condutas e uma noção de
bem. É o principal responsável pela tradução do pensamento de Sócrates. Era seu seguidor.
A partir desse núcleo ético do pensamento de Platão, surgiu a questão se a virtude seria inata
de produto de atividade pedagógicas. Se a virtude fosse inata, seria intransmissível e, assim,
todo o pensamento filosófico como por tema.
Platão parte para um pensamento intermediário: o homem ter virtudes inatas, mas estas
precisam ser disputadas. Portanto, ele faz um somatório.
Para ele, toda forma de conhecimento realiza um ideal ético. O ideal ético seria a justiça, que
seria o bem Supremo da sociedade. Tanto o Estado, como o ser humano, precisam de uma
relação de harmonia, que ele chama de justiça (para se unirem como um todo).
Platão diferencia o mundo sensível do mundo das ideias. O das ideias é aquele que é do
intelecto (imutável, ininteligível). O sensível seria o mundo terreno, da vivência humana.
Para o homem alcançar a virtude, teria que contemplar. Deveria se desprender do mundo do
sensível e incluir-se, em sua plenitude, no mundo das ideias. Para que o homem fosse capaz
de se desligar do mundo terreno e alcançar o das ideias, a alma precisava de educação, que
era um dever do Estado.
5
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA - UFBA PÁGINA 66
PÁGINA
FACULDADE DE DIREITO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA – FDUFBA
CONTEÚDO DO CADERNO DE ÉTICA GERAL E PROFISSIONAL – 2010.1
ARISTÓTELES
Foi discípulo de Platão, mas deste divergiu em alguns aspectos. Dá uma dimensão empírica
sobre a ética no que diz respeito à sua reflexão. Ao contrário de Platão, acredita que é a partir
da experiência que se atinge o bem Supremo.
Foi o primeiro a diferenciar ética (reflexão do indivíduo como tal) e política (reflexão do
indivíduo como membro da sociedade). Fez também a seguinte distinção:
SABER TEORÉTICO – Conhecimento dos fatos independente da vontade – fatos da
natureza;
SABER PRÁTICO – Conhecimento dos fatos que dependem da vontade – pensamento
ético, político. Práxis é distinta de técnica. A primeira tem o agente e a finalidade de sua ação
como uma coisa só. É uma prática que só se confunde com a própria ação. A segunda
distingue o agente da sua ação.
Um pensamento central de Aristóteles é a ideia de que toda racionalidade é teleológica – toda
ação humana tem um fim. Para a ação ser ética, deve-se buscar um bem Supremo, o qual
seria a felicidade. Para tal, é necessário praticar a virtude (virtude como algo equilibrado entre
dois extremos, um “justo meio”). A justiça seria a síntese de todas as virtudes. Fala da
alteridade, pensa no bem coletivo.
Justiça
1. Ética na Grécia:
- Ética Epicurista;
- Ética Estóica;
2. Ética Formal:
- Conceitos kantianos.
Ética na Grécia
ÉTICA EPICURISTA
EPICURO – Ser ético é sentir prazer (relação com o hedonismo). Falava das sensações. Para
ele, o prazer é a ausência de dor. Essa é a ética individual concebeu o coletivo, social.
Quando se sente a dor, evita-se a dor do próximo. É a sua ideia central.
Trabalha a idéia de que o ato de filosofar não se restringe à juventude. É algo que acompanha
o homem por toda a vida. A busca do prazer dá-se ao longo de toda a vida.
Resolve classificar os prazeres, hierarquizando-os. Por exemplo, luxúria – prazer espiritual
(aos que fazem bem à alma, à convivência em sociedade, como a amizade).
Conclui com duas finalidades para a Ética, uma crítica e outra construtiva, ligadas à sua ideia.
A primeira fala de aniquilar tudo aquilo que o prende a outro. A segunda reúne aquilo que faz
o indivíduo feliz.
6
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA - UFBA PÁGINA 77
PÁGINA
FACULDADE DE DIREITO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA – FDUFBA
CONTEÚDO DO CADERNO DE ÉTICA GERAL E PROFISSIONAL – 2010.1
ÉTICA ESTÓICA
Virtudes
Por outro lado, procuram desclassificar as sensações. Queriam o império da razão. A paixão
seria uma doença da alma. O homem deveria ser apático. Só assim alcançaria o ideal ético.
A terceira fase tem influência da moral cristã, deve-se aceitar a dor, tal qual fez o Cristo.
ÉTICA FORMAL
KANT – Ela marca o tempo. Há os chamados neo-kantianos. É muito importante para a base
filosófica do Direito.
A ética está na vontade anterior, naquilo que move a ação. É algo subjetivo. É sua principal
contribuição. O homem precisamente “não tem” que exteriorizar como falava-se antes. Age-se
pelo cumprimento do dever. É pelo dever e não por dever. É algo que está dentro da pessoa e
não algo que vem de fora e determina a conduta. A razão tem papel fundamental. Não são
ainda conceitos kantianos. É a ética formal.
Razão pura: Teórica é distinta de prática. A primeira tem conteúdo externo a nós. Não
depende de nós para existir. Na segunda, a existência depende da razão humana. Depende
da movimentação e intuição humana. É aqui que se encontra a ética para Kant.
Diferencia também necessidade e liberdade. Se conecta com o exposto anterior. A
necessidade independe da razão humana. Só a liberdade é fruto de escolhas voluntárias do
homem. A associação é respectiva. Ações necessárias de causa e efeito (a necessidade).
Desenvolveram-se três principais conceitos:
- Boa vontade;
- Imperativo categórico;
- Autonomia e heteronomia.
7
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA - UFBA PÁGINA 88
PÁGINA
FACULDADE DE DIREITO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA – FDUFBA
CONTEÚDO DO CADERNO DE ÉTICA GERAL E PROFISSIONAL – 2010.1
- Quanto mais uma noção simboliza o valor, quanto mais numerosos são os sentidos
conceituais que tentam definí-lo, mais confusa ela parece (p. 16);
- O jurista, a cada passo, deve determinar e criar significados, reconhecer, construir ou
reconstruir relações semânticas, sintáticas e pragmáticas (p. 16);
- Deve-se dizer “moral” ou “ética”, e que diferença existe entre os dois termos? Resposta
simples e clara: a priori, nenhuma, e você pode utilizá-los indiferentemente. A palavra “moral”
vem da palavra latina que significa “costumes”, e a palavra “ética”, da palavra grega que
também significa “costumes” (p.18);
- Ética é a ciência do comportamento moral dos homens em sociedade. O objeto da ética é a
moral (p. 19);
- Com exatidão maior, o objeto da ética é a moralidade positiva, ou seja, “o conjunto de regras
de comportamento e formas de vida através das quais tende o homem a realizar o valor do
bem” (p. 19);
- Toda norma pressupõe uma valoração e, ao apreciá-la, surge o conceito de bom –
correspondente a valioso – e do mau – no sentido do desvalioso. E norma é regra de conduta
que postula dever (p. 21);
- Classificar, enfatiza-se, é apenas compartimentar o conhecimento para que ele seja
facilmente encontrado nos escaminhos da memória, quando se mostrar necessária a sua
recuperação [...] Ao classificar, reitera-se, a pretensão do classificador é delimitar as áreas do
conhecimento e sistematizá-las de maneira a tornar mais facilitada a sua localização. As
subdivisões atendem ainda a uma finalidade pedagógica: o treino da capacidade de
memorização e da estratégia de ordenamento das informações com vistas à sua utilização
futura e permanente (p. 27);
- O que é filosofia cristã? É cristã toda filosofia que, criada por cristãos convictos, distingue
entre os domínios da ciência e da fé, demonstra suas proposiçoes com razões naturais, e não
obstante vê na relação cristã um auxílio valioso, e até certo ponto mesmo moralmente
necessário para a razão (p. 79);
8
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA - UFBA PÁGINA 99
PÁGINA
FACULDADE DE DIREITO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA – FDUFBA
CONTEÚDO DO CADERNO DE ÉTICA GERAL E PROFISSIONAL – 2010.1
- Pensadores da ética cristã: Santo Agostinho; Santo Tomás de Aquino; Teilhard de Chardin;
Jacques Maritain; Karol Woytila; Joseph Ratzinger. No Brasil: Gustavo Corção; Alceu
Amoroso Lima; D. Hélder Câmara; Frei Beto (p.79);
- “Tudo aquilo que quereis que os homens vos façam, fazei-o também por eles”. É
exatamente o que Perelman considera a regra de ouro. Essa norma, se cumprida, salvaria o
mundo (p.80);
- Para animar cristãmente a ordem temporal, no sentido já afirmado de servir a pessoa e a
sociedade, os fiéis leigos não podem abdicar de participar na política, ou seja, da múltiplice e
variada ação econômica, social, legislativa, administrativa e cultural, destinada a promover
organicamente o bem comum. Como repetidamente afirmaram os padres sinodais, todos têm
o direito e o dever de participar na política, ainda que com diversidade e complementaridade
de formas, níveis, funções e responsabilidades (p.81);
- Descobrimos mais sobre Deus a partir da lei moral do que a partir do Universo em geral, da
mesma forma que conhecemos melhor uma pessoa prestando atenção ao que ela diz do que
observando uma casa que ela tenha construído (p.83);
- A concreta realidade da lei moral é confiável parâmetro para avaliar a conduta. Cumpre
advertir que a lei moral é exterior ao homem, ao passo que a consciência é elemento interior
do ser humano. Por isso é que a conformidade ou desconformidade de um ato com a lei moral
representa a bondade ou malícia material e, em relação à consciência, constituirá bondade ou
malícia formal (p.84);
- Síntese do pensamento de Karl Marx: “A estrutura econômica da sociedade – forças
produtivas, relações de produção e sua interação dialética – forma a base real de todo o
processo social. Sobre essa base emerge uma superestrutura e, em primeiro lugar, uma
superestrutura político-jurídica que vive numa dependência imediata em relação à base
(assim, estado e direito não são outra coisa senão instrumentos da classe economicamente
dominante) e, em segundo lugar, uma „superestrutura ideológica‟ sob forma de filosofia,
ciência, arte, moral e religião” (p.84);
- A moral serve para cuidar desses três aspectos da natureza humana: “Primeiro, da justiça e
da harmonia entre os indivíduos. Segundo, daquilo que poderíamos chamar a limpeza ou
arrumação interior de cada indivíduo. Terceiro, da finalidade central da vida humana como um
todo: aquilo para que fomos criados”;
- Para uma concepção singela da moral cristã, ela se poderia resumir em sete virtudes.
Quatro delas são as virtudes cardeais – a prudência, a temperança, a justiça e a fortaleza –, e
três são chamadas virtudes teologais – fé, esperança e caridade (p.89):
9
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA - UFBA PÁGINA
PÁGINA10
10
FACULDADE DE DIREITO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA – FDUFBA
CONTEÚDO DO CADERNO DE ÉTICA GERAL E PROFISSIONAL – 2010.1
CARIDADE – Caridade, no sentido cristão, é amor. Tanto assim que a regra de ouro do
cristianismo – e que serve como regra de ouro para a humanidade – é amai-vos uns aos
outros.
10
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA - UFBA PÁGINA
PÁGINA11
11
FACULDADE DE DIREITO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA – FDUFBA
CONTEÚDO DO CADERNO DE ÉTICA GERAL E PROFISSIONAL – 2010.1
QUESTÕES PROPOSTAS:
11
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA - UFBA PÁGINA
PÁGINA12
12
FACULDADE DE DIREITO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA – FDUFBA
CONTEÚDO DO CADERNO DE ÉTICA GERAL E PROFISSIONAL – 2010.1
de certo e errado também exprimem nosso senso moral. Também a maneira como avaliamos
a conduta e a ação de outras pessoas segundo ideias como as de mérito e grandeza de alma;
8. O que é violência?
Fundamentalmente, a violência é percebida como exercício da força e do constrangimento
psíquico para obrigar alguém a agir de modo contrário à sua natureza e ao seu ser ou contra
sua própria vontade.
12
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA - UFBA PÁGINA
PÁGINA13
13
FACULDADE DE DIREITO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA – FDUFBA
CONTEÚDO DO CADERNO DE ÉTICA GERAL E PROFISSIONAL – 2010.1
13. Quais são as condições necessárias para que o agente moral, isto é, o sujeito moral ou a
pessoa moral, possa existir?
Ser consciente de si e dos outros; ser dotado de vontade; ser responsável e ser livre.
15. É ético que o fim – a lealdade – justificar os meios – o uso do medo e da mentira?
A resposta ética é não, porque esses meios desrespeitam a consciência e a liberdade da
pessoa moral, que agiria por coação externa e não por reconhecimento interior e verdadeiro
do fim ético.
ÉTICA E VIDA
A bioética trabalha com a ideia de que nem tudo que a ciência é capaz de fazer é admissível
pela ética. Quer pôr limites. À medida que a ciência controla a vida, deve-se buscar controlar
a ciência (controle de controle).
BIODIREITO
ABORTO
13
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA - UFBA PÁGINA
PÁGINA14
14
FACULDADE DE DIREITO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA – FDUFBA
CONTEÚDO DO CADERNO DE ÉTICA GERAL E PROFISSIONAL – 2010.1
Aborto necessário
I - se não há outro meio de salvar a vida da gestante;
Aborto no caso de gravidez resultante de estupro
II - se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido de consentimento da gestante
ou, quando incapaz, de seu representante legal.
O consentimento nos casos de estupro, pelas situações em que decorra, é necessário como
tentativa de salvar a vida da mãe. Alguns hoje contestam por haver tecnologia suficiente para
salvar ambos em também por considerarem bens jurídicos equivalentes, não podendo salvar
a vida sacrificando outra.
Sobre esse tema levantam-se algumas questões, como a legalização do aborto e o aborto de
feto anencéfalo.
ADPF 54-6 DF (Marco Aurélio) – Decidiu pela liberação do aborto de forma terapêutica. Leva-
se ao Supremo, mas não foi aprovado, pois houve um caso em que teve sobrevida de um
bebê por 6 ou mais meses.
Sobre o aborto de anencéfalo, sabe-se que a criança vai morrer após nascer.
No capítulo sobre vida na Constituição Federal de 1988 prevê-se o planejamento familiar
(política pública visando conscientizar a população a não procriar indiscriminadamente) e
paternidade responsável (o pai deve assumir a criança e cria-la, sustentando-a), art. 226, §7º,
Constituição Federal de 1988.
EUTANÁSIA
O homem não pode dispor de sua própria vida e do próximo. É proibido em todas as formas
no direito brasileiro.
OBS: O médico não pode utilizar métodos de cura se sabe que não há solução (manter a
sobrevida sem nenhuma melhora).
Existe autonomia:
ATIVA: Recebe também o nome de “morte com dignidade”, usando meios para desviar a
morte do paciente em estado terminal de coma irreversível.
PASSIVA: Retiram-se os meios que prolongariam a vida. Por exemplo, retira-se os
medicamentos, desliga-se os aparelhos – ortotanásia.
Admitem-se quatro posições em relação à eutanásia:
SAGRAÇÃO DA VIDA EM SENTIDO ESTRITO: Proíbe a eutanásia em qualquer modalidade.
SAGRAÇÃO DA VIDA EM SENTIDO MODERADO: Permite a eutanásia passiva, proibindo a
ativa.
POSIÇÃO UBERAL-MODERADA: Admite-se a eutanásia passiva e o auxílio do suicídio sem
qualquer colaboração (não se faz modo de impedir).
POSIÇÃO FORTEMENTE LIBERAL: Admite todas as hipóteses, inclusive o auxílio ao
suicídio.
Obs.: Em alguns países a pessoa assina antes um documento optando por permitir ou não
que o ressuscitem.
14
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA - UFBA PÁGINA
PÁGINA15
15
FACULDADE DE DIREITO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA – FDUFBA
CONTEÚDO DO CADERNO DE ÉTICA GERAL E PROFISSIONAL – 2010.1
TRANSPLANTE DE ÓRGÃOS
Amputação de um órgão com função própria de um organismo para ser instalado em outro.
Até pouco tempo podia-se optar por ser doador de órgãos (solidariedade legal), no
documento, depois da morte. Em razão dos críticos, com a lei 10.211/01, foi retirado. Agora
são seus familiares que escolhem (cônjuge ou parente consanguíneo até 4º grau), assinando
o termo. As manifestações em documento anteriores ficam invalidadas.
Em vida pode doar um órgão para fim terapêutico e transplante. No Brasil não se remunera.
Por exemplo, doação de sangue.
ENGENHARIA GENÉTICA
Tem duas fases, antes e depois do mapeamento do DNA. Surgem questões éticas, por
exemplo, organismo geneticamente modificado, eugenia, etc.
A Lei 11.105/05 admite a produção de organismos geneticamente modificados.
Responde pela possibilidade de manipulação dos genes. Surgem questões sobre a dignidade
humana.
ÉTICA E VIDA
FECUNDAÇÃO ARTIFICIAL
PROGRAMAÇÃO EUGÊNICA
Processo sugerido por um francês. Influência de Darwin. Visa criar uma pureza de raça.
“Eugenia” vem disto. A programação eugênica, hoje em dia, é a possibilidade de programar
as características do filho. Visão utilitarista dos progressos científicos. Foca no limite ético. É
prática condenada.
O uso do embrião é outra questão debatida. Nesses processos não é fecundado só um óvulo
(média de 6 a oito embriões) o que se faz com que os que não são utilizados? Clínicas têm a
obrigação de mantê-los congelados por até três anos, podendo ser descartados depois disso
(embriões excedentários). Discute-se a utilização das células-tronco. A princípio, não podem
ser usadas para fim diverso da procriação.
Atende-se o conceito de maternidade também. Fala-se da “barriga de aluguel”. Mais ainda o
de paternidade. Ex.: pai afetivo, pai legal, pai biológico. O sangue só não prevalece mais, mas
sim os laços afetivos. O conhecimento da herança hereditário, contudo, é direito
imprescritível. Envolve-se a ética aqui também.
Voltando às células-tronco, respondem pode células diferenciadas. O ponto positivo são as
diversas curas realizadas, em animais, inclusive. Reestabelece células degenerativas. São
obtidas em embriões de até 5 dias ou nos excedentes já citados. Tem lei que permite a
utilização de células-tronco embrionárias “in vitro” (aqueles descartados após os 3 anos).
Discute-se a questão utilitária também. O princípio da inviolabilidade da vida humana leva à
pergunta: quando começa a vida? O contraponto é a Igreja Católica. Essa questão passa por
ela.
15
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA - UFBA PÁGINA
PÁGINA16
16
FACULDADE DE DIREITO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA – FDUFBA
CONTEÚDO DO CADERNO DE ÉTICA GERAL E PROFISSIONAL – 2010.1
A norma técnica é atemporal. Se muda-la, muda-se o fim. É outra norma. Só as normas éticas
são, justamente, por seu aspecto axiológico, passíveis a modificação no tempo. Ligam-se a
aspectos culturais, sofrendo influência na sua mudança no tempo.
As normas éticas regulam as técnicas. Exemplo: para o advogado agir, há normas que lhe
regulam a conduta, dando-lhe limites.
No caso do Direito, as normas técnicas são indispensáveis ao seu funcionamento. São
usadas na elaboração, aplicação e interpretação. São indispensáveis para a efetividade.
PRINCÍPIO FUNDAMENTAL
PRINCÍPIOS GERAIS:
TERMOS GERAIS: Fala da relevância social das profissões jurídicas. Se estabelece por uma
relação de confiança (seja com o Estado, seja com o contratado). Atende à coletividade
mesmo quando o foco são as relações particulares. A base é um bem-estar coletivo.
Há órgãos que cuidam apenas do aspecto ético. Designam sanções. Exemplo: Tribunal de
Ética da OAB.
16
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA - UFBA PÁGINA
PÁGINA17
17
FACULDADE DE DIREITO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA – FDUFBA
CONTEÚDO DO CADERNO DE ÉTICA GERAL E PROFISSIONAL – 2010.1
Ética das Profissões Jurídicas – Deontologia Forense – “Deontologia é a „teoria dos deveres‟”.
Fala do conjunto de normas éticas de observância obrigatória.
PRINCÍPIOS GERAIS:
DILIGÊNCIA – Prestar serviço com todo o cuidado, pois lida com direitos. Exemplo: a questão
dos prazos.
RESERVA – Vai além do segredo profissional, que é concedido ao processo. Diz respeito a
informações do processo.
17
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA - UFBA PÁGINA
PÁGINA18
18
FACULDADE DE DIREITO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA – FDUFBA
CONTEÚDO DO CADERNO DE ÉTICA GERAL E PROFISSIONAL – 2010.1
18
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA - UFBA PÁGINA
PÁGINA19
19
FACULDADE DE DIREITO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA – FDUFBA
CONTEÚDO DO CADERNO DE ÉTICA GERAL E PROFISSIONAL – 2010.1
ÉTICA DO ADVOGADO
19
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA - UFBA PÁGINA
PÁGINA20
20
FACULDADE DE DIREITO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA – FDUFBA
CONTEÚDO DO CADERNO DE ÉTICA GERAL E PROFISSIONAL – 2010.1
Divide-se em:
1. Regras deontológicas;
2. Relações com o cliente;
3. Sigilo profissional;
4. Honorários.
Para a ideia do exercício da advocacia na busca da igualdade.
Prioriza muito a ideia de independência do advogado, não só técnica, mas também
econômica, para não haver a mercantilização da profissão.
Exercer a advocacia com dignidade e independência do poder político e econômico.
Independência: Incompatibilidades, Impedimentos e Imunidades.
As incompatibilidades são aquelas hipóteses em que o advogado está impedido de exercer a
advocacia por exercer outra função jurídica. Juízes, promotores, chefes do Poder Executivo,
membros das mesas do Poder Legislativo, Secretários de Estado e do município, Ministros,
carreiras militares da ativa, função de fisco/tributos, servidores notariais, policiais.
Os impedimentos são aquelas atividades que não trazem uma incompatibilidade total para
advogar e sem algumas restrições. Não há um impedimento total e sim parcial.
As imunidades dizem que o advogado é inviolável nos seus atos e manifestações no exercício
da profissão. Se restringem ao exercício da profissão. O advogado só pode ser preso no
exercício da profissão em flagrante de crime inafiançável.
Independência técnica, não obstante hoje a independência financeira. Deve agir de acordo
com a técnica independente do salário.
DEVERES DO ADVOGADO
DEVERES ÉTICO-PROFISSIONAIS:
Referem-se mais aos aspectos éticos dos advogados com os colegas, o judiciário e os
clientes.
Dever do sigilo profissional é tanto uma imposição legal quanto ética.
Exercer a profissão com zelo e probidade (ética e honestidade).
Sinceramente e veracidade no exercício da profissão.
Respeito para com a pessoa do cliente.
Administração do cliente. É a ideia de assumir a direção técnica dos interesses do
cliente.
Lealdade processual. Ideia de boa-fé durante o processo.
Prudência no exercício da profissão e da publicidade.
Coragem e firmeza.
20
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA - UFBA PÁGINA
PÁGINA21
21
FACULDADE DE DIREITO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA – FDUFBA
CONTEÚDO DO CADERNO DE ÉTICA GERAL E PROFISSIONAL – 2010.1
Ética do Advogado
Sigilo profissional
Publicidade
Honorários profissionais
Relações com o cliente
Existem hipóteses em que o sigilo profissional pode ser quebrado pelo advogado.
1. Quando estiver em jogo direito à vida, a honra ou defesa da pátria.
2. Quando estiver em jogo o dano à coletividade.
3. Quando o advogado for atacado pelo próprio cliente e para constituir sua defesa tenha
de quebrar o sigilo.
4. Quando autorizado pelo cliente mediante prévio acordo.
Publicidade
Honorários profissionais
21
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA - UFBA PÁGINA
PÁGINA22
22
FACULDADE DE DIREITO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA – FDUFBA
CONTEÚDO DO CADERNO DE ÉTICA GERAL E PROFISSIONAL – 2010.1
1. A cobrança dos honorários será feita 1/3 na proposição da ação, 1/3 quando da sentença
de primeiro grau e 1/3 no final da ação, salvo disposição em contrário.
2. Os honorários, quando fixados em sentença, podem se executados autonomamente pelo
advogado.
3. Tanto o contrato de honorário quanto o própria sentença se constituem crédito privilegiado
(título de crédito judicial e extrajudicial).
Súmula STJ 201 – Os honorários advocatícios não podem ser fixados em salários mínimos.
Aos honorários sucumbenciais o Código de Processo Civil estabelece que deve ser uma valor
entre 10 a 20% do valor da condenação.
Exceções do artigo do CPC: causas de pequeno valor, causas de valor inestimável, causas
em que for vencida a fazenda pública.
A prescrição da ação de honorários é de cinco anos.
Se essas regras do Código de Ética forem descumpridas serão aplicadas penalidades aos
advogados.
22
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA - UFBA PÁGINA
PÁGINA23
23
FACULDADE DE DIREITO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA – FDUFBA
CONTEÚDO DO CADERNO DE ÉTICA GERAL E PROFISSIONAL – 2010.1
O Tribunal de Ética da Bahia é composto por duas câmaras. As competências dos Tribunais
de Ética é processar e julgar os processos; responder as consultas, a forma de proceder no
exercício da profissão, mediar e conciliar.
Questões que envolvam: dúvidas e pendências com outro, partilha de honorários; e
diferenças que surjam numa dissolução de sociedade; tem responsabilidade para organizar
cursos.
(O procedimento todos os prazos são em 15 dias).
Se a infração for pequena, o tribunal pode suspender a penalidade, sendo que o advogado
deve frequentar um curso de Ética.
Do processo disciplinar cabe revisão.
Há um foro privilegiado.
Lei 8.906/1994
Referente a este. O procedimento é o mesmo do Código do Processo Penal.
Pena de exclusão do advogado da Ordem é por infrações graves ou 3 vezes de reincidência.
Além da pena máxima que é a exclusão, há a pena de multa cumulando com a censura ou
advertência.
Admite-se a reabilitação se durante um ano o advogado tiver um bom comportamento.
Pelo estatuto da Ordem
Prescrição: Simples (5 anos) e Intercorrente (3 anos).
O advogado pode ser preventivamente suspenso, quando suas ações causarem grande
“comoção” social. Essa suspensão não pode ultrapassar 90 dias.
O processo disciplinar é todo sigiloso.
23
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA - UFBA PÁGINA
PÁGINA24
24
FACULDADE DE DIREITO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA – FDUFBA
CONTEÚDO DO CADERNO DE ÉTICA GERAL E PROFISSIONAL – 2010.1
Advogado-Geral da
União
Uma vez que haja pouca possibilidade de ganho para uma entidade estatal, o procurador
público deve supervisionar e tentar acordo.
Essas empresas públicas estabelecem parâmetros para o acordo.
A questão da suspeição: O Poder Público tem a obrigação de se declarar suspeito se tiver
interesse imediato naquela causa. Essa declaração tem que ser feita por escrito e deve-se
aguardar a substituição por outro profissional.
Os honorários profissionais – A regra é que o Procurador Público receba sua remuneração
por meio dos vencimentos diante do Estado, não tendo direito aos honorários e sucumbências
provenientes da causa que ganhou, vai para os cofres do Estado. Só que existem exceções.
No caso dos procuradores dos municípios (como Salvador-BA) de todas as ações em que o
município é vencedor é somado o valor e dividido entre os procuradores.
Se o procurador público causar algum prejuízo, dano, no exercício da profissão ao erário
público, à entidade para a qual trabalha, se houver negligência, erro dele, então há aí o dever
de indenizar.
Os Procuradores Públicos são funcionários públicos e estão sujeitos a todo o regulamento da
administração pública.
Está como instituição essencial à justiça e tem como objetivo principal participar como
defensor, assistente, patrocina judicialmente as causas de quem não tem condição financeira.
A defensoria pública ainda está em expansão. Com a EC/45 a Defensoria pública ganhou
autonomia funcional, administrativa e a possibilidade de preparar seu próprio orçamento. À
medida que se foram organizando as funções da justiça, viu-se que haveria de desenvolver
esse órgão.
É um instituto que está em expansão. Com a EC/45, a Defensoria pública ganhou autonomia.
Há a promessa de se equipar em vencimento aos promotores e juízes.
No que se refere à questão ética, deve-se partir do pressuposto de que não pode se recusar a
patrocinar a causa de ninguém, claro que priorizando o atendimento dos necessitados.
O defensor deve ter consciência de que as demandas que chegam até a defensoria pública
não são só judiciais, mas também sociais, de apoio.
O defensor público não deve perder a noção de celeridade, eficiência.
A legislação dos defensores federais é a LC 80/94. Depois dessa lei complementar 80/94, os
defensores ficaram proibidos de advogar privativamente.
O Juiz deve trabalhar com imparcialidade. Claro que o juiz não é neutro, o que ele carrega de
suas vivências, de alguma forma, será levado para o exercício da profissão, mas a ideia é a
de se buscar ao máximo tentar ser imparcial.
ATO HUMANISTA – O juiz não pode perder a noção de que se auto-direciona para a
sociedade. Deve ser humano, pois o patrimônio de alguém vai ser.
IDÉIA DA PERSONIFICAÇÃO DA JUSTIÇA – Criou-se o código de Ética da Magistratura
Nacional, que é de 2008 e só veio com o CNJ (órgão regulador do ato judicial).
A LOMAN - Lei Orgânica da Magistratura Nacional - traz uma série de infrações, mas não
tinha normas de caráter ético e o CNJ tentou suprir essa lacuna com o Código de Ética.
- Comportamento compatível com o ato;
- Proceder com dignidade;
- Atender aos princípios positivados.
O Código de Ética não traz previsão de punição em razão da infração ética, aí terá de se
recorrer à LOMAN. Ela é de 1976, ainda da época da ditadura, então tem alguns dispositivos
totalmente descabidos. Há uma necessidade de se renovar a Lei Orgânica da Magistratura
Nacional.
Da ética dos juízes podemos estabelecer duas linhas de fundamentação ética. Uma linha
constitucional e a outra legal.
A Constituição Federal, no art. 93 traz uma série de exigências a serem cumpridas pelo juiz.
Ele também tem fundamento ético.
Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal, disporá sobre o Estatuto
da Magistratura, observados os seguintes princípios:
I - ingresso na carreira, cujo cargo inicial será o de juiz substituto, mediante concurso público de
provas e títulos, com a participação da Ordem dos Advogados do Brasil em todas as fases,
exigindo-se do bacharel em direito, no mínimo, três anos de atividade jurídica e obedecendo-se,
nas nomeações, à ordem de classificação; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de
2004)
II - promoção de entrância para entrância, alternadamente, por antigüidade e merecimento,
atendidas as seguintes normas:
a) é obrigatória a promoção do juiz que figure por três vezes consecutivas ou cinco alternadas
em lista de merecimento;
25
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA - UFBA PÁGINA
PÁGINA26
26
FACULDADE DE DIREITO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA – FDUFBA
CONTEÚDO DO CADERNO DE ÉTICA GERAL E PROFISSIONAL – 2010.1
26
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA - UFBA PÁGINA
PÁGINA27
27
FACULDADE DE DIREITO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA – FDUFBA
CONTEÚDO DO CADERNO DE ÉTICA GERAL E PROFISSIONAL – 2010.1
XII a atividade jurisdicional será ininterrupta, sendo vedado férias coletivas nos juízos e tribunais
de segundo grau, funcionando, nos dias em que não houver expediente forense normal, juízes
em plantão permanente; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
XIII o número de juízes na unidade jurisdicional será proporcional à efetiva demanda judicial e à
respectiva população; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
XIV os servidores receberão delegação para a prática de atos de administração e atos de mero
expediente sem caráter decisório; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
XV a distribuição de processos será imediata, em todos os graus de jurisdição. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
- Ética e Filosofia;
- Ética e Psicologia;
- Psicologismo Ético;
- Ética e Sociologia;
- Ética e Antropologia;
- Ética e História;
- Ética e Economia.
RELAÇÃO DA ÉTICA COM A FILOSOFIA – A ética é parte da filosofia e estaria na parte que
reflete o que o homem deve fazer e o que ele deve ser. Reflexão sobre a forma de ser.
A ética é um campo de estudo de permanente reflexão, estaria acima da ciência porque
reflete sobre a ciência. A ética é, então, uma parte da filosofia. Construção do comportamento
moral do homem.
27
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA - UFBA PÁGINA
PÁGINA28
28
FACULDADE DE DIREITO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA – FDUFBA
CONTEÚDO DO CADERNO DE ÉTICA GERAL E PROFISSIONAL – 2010.1
RELAÇÃO DA ÉTICA COM A HISTÓRIA – A história trabalha com a sucessão dos fatos no
tempo. Entender a moral de hoje não é só entender o hoje. A história auxilia para que a ética
não tenha uma visão absolutista. A história possibilita o progresso moral. Os registros
históricos fazem com que entendamos o patrimonialismo, a ideia do “jeitinho brasileiro”, a
divisão entre o público e o privado, etc.
28