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5. Será que para termos conhecimento é suficiente ter uma crença verdadeira?
Porquê?
Não, porque podemos acreditar numa proposição verdadeira por mero acaso, não
constituindo isso conhecimento.
Para que essa crença pudesse constituir-se como conhecimento seria necessário que,
para além de ela ser verdadeira, tivéssemos boas razões para acreditar nela.
6. A justificação é condição suficiente para o conhecimento? Porquê?
Não, porque ter uma justificação para acreditar em algo significa que é apenas racional
fazê-lo, mas nalgumas situações, pode ser racional acreditar numa falsidade.
Visto que o conhecimento é factivo, uma crença só se constituirá como conhecimento
se, para além de estar justificada, for verdadeira.
9. O facto de um relógio parado estar certo duas vezes por dia, constitui um
contraexemplo de Gettier? Porquê?
Sim, porque alguém que ignore o facto de ter o relógio parado às 12H00 do dia
anterior pode, por acaso, usar, o mesmo para consultar as horas, ao meio-dia,
formando injustificadamente, com base na informação dada pelo mostrador do
relógio, a crença verdadeira de aquela informação é certa.
15. Por que razão se diz que quando tentamos justificar as nossas crenças caímos
numa cadeia de justificações?
Porque justificamos as nossas crenças com base noutras, mas para que estas sirvam de
justificação, precisam, também elas, de estar justificadas por outras crenças e assim
sucessivamente.
17. Segundo alguns céticos com que alternativas somos confrontados quando
iniciamos uma cadeia de justificações?
1. Ou a cadeia de justificações termina arbitrariamente numa crença injustificada –
porque sim;
2. Ou volta-se para si mesma de modo viciosamente circular – A justifica-se com B, B
com C e C com A;
3. Ou regride infinitamente – A justifica-se com B, B com C, C com D e assim
sucessivamente.
18. Por que razões essas alternativas conduzem à suspensão do juízo?
Porque:
1. Nenhuma crença injustificada serve seja para o que for;
2. Nenhuma justificação circular é eficaz porque aquilo que pretende justificar está a
ser usado na própria justificação;
3. Nenhuma cadeia infinita de justificações pode ser abarcada por seres limitados
como nós, pelo que um encadeamento infinito de justificações não serve para justificar
coisa alguma.
20. Por que razão alguns autores consideram que o ceticismo é autorrefutante?
Porque é contraditório afirmar que sabemos que o conhecimento não é possível.
Afinal, se isso fosse verdade, nem o que se acaba de dizer seria possível.
21. Será que temos boas razões para rejeitar o ceticismo com base na ideia de que
esta perspetiva é autorrefutante?
Não, pois o cético pode sempre afirmar que não se compromete com a crença de que
o conhecimento é impossível, suspendendo o juízo relativamente a todos os assuntos,
inclusive sobre o problema da possibilidade do conhecimento.
22. Segundo Russell, é possível apresentar alguma justificação para a suspensão
global do juízo? Porquê?
Não, porque qualquer argumento a favor da suspensão global do juízo tem de se
apoiar noutra crença, mas se suspendermos o juízo em relação a todas as crenças em
simultâneo, não poderemos apoiar-nos em crença alguma.
Logo, não podemos argumentar a favor da suspensão global do juízo.
23. Por que razão David Hume considera que a adoção de um ceticismo extremo
teria consequências práticas inaceitáveis?
Hume considera que um ceticismo extremo teria consequências práticas inaceitáveis
pois, se puséssemos permanentemente em causa certas ideias que no dia-a-dia
assumimos como garantidamente verdadeiras, acabaríamos por nos sentir incapazes
de tomar decisões ou de agir.
As crenças não básicas não são autoevidentes, são antes inferidas a partir de outras
crenças, com base nas quais se justificam.
Ex: Existem outras mentes para além da minha / O meu livro de Filosofia tem 288
páginas / Para aprender a tocar piano preciso treinar muito.
29. É a certeza do COGITO suficiente para restaurar a nossa confiança nos sentidos?
Não, pois a única coisa que o COGITO garante é que existimos enquanto RES
COGITANS, mas não oferece nem garantias da existência da realidade sensível, nem
que as nossas experiências percetivas sejam fiáveis.
32. Qual a solução apresentada por Descartes para o problema da indistinção vigília-
sono?
Descartes considera este problema afastado porque:
a) Se concebermos as coisas de modo claro e distinto, a sua verdade está assegurada
ainda que estejamos a dormir;
b) Dado que Deus existe e o Génio Maligno é expulso, podemos recorrer à memória
para determinarmos se estamos ou não a dormir. As memórias que temos acordados
articulam-se com as restantes memórias;
c) Nos sonhos é frequente acontecerem coisas demasiado
insólitas para serem reais.