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Aulas Práticas de
Microbiologia
para Odontologia
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Florianópolis- SC
2003
Índice
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NORMAS DE SEGURANÇA NO TRABALHO NO LABORATÓRIO DE
MICROBIOLOGIA
Figura 1
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Aula Prática II: Desinfecção e Esterilização
ESTERILIZAÇÃO: Processo que visa a destruição total de todas as formas de vida de um material ou
ambiente, através de métodos físicos ou químicos.
ASSEPSIA: Procedimentos que visam evitar o retorno da contaminação a um objeto, superfície ou local.
ANTI-SEPSSIA: Desinfecção de tecidos vivos, como pele e mucosas. Pode ser feita, por exemplo,
através do Clorexidina a 0,12% para anti-sepsia intra bucal.
I- ESTERILIZAÇÃO:
Este tipo de esterilização é realizado a temperaturas de 140ºC a 180ºC, com tempo de exposição de
60 a 120 minutos em estufas elétricas equipadas com termostatos. O calor seco ou ar quente em
temperatura suficientemente alta levam a desnaturação e oxidação das proteínas, que resultam na morte
dos microrganismos.
A utilização do calor seco leva mais tempo que o calor úmido, mas como existem materiais que não
podem ser esterilizados no calor úmido, o calor seco é o preferido. É indicado para esterilizar vidrarias,
instrumentos de corte ou de ponta, os quais podem oxidar na presença do vapor da autoclave, e materiais
impermeáveis como ceras, pomadas e óleos.
Para ser eficiente, este processo depende de:
- Aquecimento da estufa até a temperatura desejada antes da colocação do material.
- Os materiais devem estar rigorosamente limpos e adequadamente embalados.
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- A colocação do material deve permitir a circulação do ar, portanto a estufa não pode estar
abarrotada de material. Deve ser mantida uma distância de 2 cm entre as caixas.
- O tempo de esterilização deve ser contado apenas após a colocação do material na estufa, e a
partir do momento em que a temperatura foi atingida novamente.
I.2- Esterilização pelo Calor Úmido
O calor úmido pode ser utilizado para destruir microrganismos presentes em materiais através das
formas de: vapor d’água, água fervente e água aquecida abaixo de seu ponto de ebulição.
Água fervente
É a água levada ao ponto de ebulição: 100ºC, este procedimento destrói os microrganismos
vegetativos presentes no meio líquido. Entretanto, os materiais ou objetos contaminados não são
esterilizados com segurança pois alguns esporos bacterianos podem resistir a 100ºC por mais de 1
hora.
Vapor d’água
O vapor d’água sob pressão é a mais prática e segura aplicação do calor úmido. O aparelho
destinado a este fim é a AUTOCLAVE. É um processo mais eficiente para destruir os
microrganismos e os esporos, que o calor seco.
A autoclavação é feita a 121º C com tempo de exposição de 15 a 30 minutos. A penetração do
vapor no material garante maior nível de destruição dos microrganismos, e por este motivo é mais
rápido.
Funcionamento da autoclave:
1- A câmara de parede dupla da autoclave é lavada com vapor fluente para remover todo o ar;
2- É então preenchida com vapor puro e mantida a uma determinada temperatura e pressão por
um período específico de tempo. É essencial que todo o ar residual inicialmente presente
na câmara seja completamente substituído por vapor d’água, porque se o ar estiver
presente reduzirá a temperatura interna da autoclave;
3- A autoclave é usualmente operada a uma pressão de 15 lb./pol² , na qual a temperatura do
vapor é de 121ºC.
A eficiência do processo de esterilização depende de alguns fatores:
Controle da Esterilização
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Este controle deve fazer parte da rotina do consultório para garantir a saúde dos pacientes e de toda
a equipe.
Considerações importantes
1. É importante lembrar que é necessária uma limpeza perfeita dos instrumentais antes de
serem submetidos à esterilização. A presença de matéria orgânica (óleo, gordura, pus, sangue, e outras
secreções) protege o microrganismo da ação esterilizante. É adequado lavar manualmente os
instrumentos com detergente e água morna antes da esterilização.
2. Depois de esterilizados, os equipamentos devem ser conservados em embalagens
apropriadas, caso contrário voltam a se recontaminar com microrganismos presentes no ambiente.
3. Estudos recentes mostraram que os termômetros e termostatos embutidos na estufas em
consultórios odontológicos não são confiáveis, portanto, sugere-se que sejam utilizados termômetros
calibrados de acordo com as especificações do INMETRO. Se não for possível, deve-se considerar
que o termômetro de mercúrio tem uma incerteza na medição da faixa de 5ºC a 10ºC.
4. Deve-se realizar o controle periódico da qualidade do processo, através de profissionais
preparados para tal procedimento.
II- DESINFECÇÃO
Este processo pode ser realizado de forma física (Pasteurização) e química (Desinfectantes), e pode
ser classificado como sendo uma desinfecção de alto, intermediário ou de baixo nível, dependendo
da quantidade de microrganismos inativados.
1- Desinfecção de alto nível: inativa todos os microrganismos, exceto esporos. Ex: HBV, HIV e
M. tuberculosis. Este tipo de desinfecção é indicado para itens classificados como “semi-
críticos”, ou seja, que entram em contato com mucosas íntegras e pele não íntegra (p. ex.
abridor de boca, condensadores de amálgama, espátulas para inserção de resinas, etc.)
2- Desinfecção de nível intermediário: é aquela que inativa bactérias na forma vegetativa (M.
tuberculosis), fungos e a maioria dos vírus. É indicada para uso em itens classificados como
“não-críticos”, ou seja, aqueles materiais que entram em contato apenas com a pele íntegra. (p.
ex. estetoscópios, termômetros, esfigmomanômetros, gorro, máscara, refletor, etc.)
3- Desinfecção de baixo nível: inativa a maioria das bactérias na forma vegetativa, exceto M.
tuberculosis, alguns fungos e vírus. É indicada também para itens de uso “não-crítico”.
Glutaraldeído: é indicado qualquer objeto sensível ao calor, e para rápida desinfecção de itens
reutilizados. É utilizado em solução a 2% com pH alcalino (7,5-8,5) por 30 minutos.
Formaldeído: Pode ser encontrado na forma sólida (pastilhas formalina) ou como solução aquosa
37-40% (diluído em álcool ou água). A solução deve ser usada por30 minutos sendo a
concentração de 8% em solução alcoólica e 10% em solução aquosa.
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Peróxido de Hidrogênio: Age em presença de matéria orgânica e deve-se fazer a imersão do
material em solução com concentração de 3-6% por 15-30 minutos.
Ácido Peracético: A concentração de uso é variável para a desinfecção, sendo que o tempo de
exposição deve ser no mínimo de 20 minutos.
Álcoois
Compostos Clorados
Fenólicos: em concentração menor que 5%
Iodóforos: em concentração menor que 30 ppm
Compostos de Amônio Quaternário: Age através da inativação de enzimas, desnaturação de
proteínas essenciais, ruptura da membrana celular. Sua concentração para uso é de 0,4 a 0,6% por
um tempo de no mínimo 10 minutos. É indicado para a limpeza de ambiente hospitalar (pisos,
paredes e superfícies)
Detergentes: São agentes tensoativos, com ação detergente, umectante e emulsionante. Podem ser
classificados como Catiônicos (p. ex. Quaternários de Amônio), Aniônicos (p. ex. sabões,
detergentes sulfatados ou sulfonados), e Enzimáticos. Este último tem como princípio ativo
enzimas proteinases, amilase e lípases, e,portanto, causam transformações em proteínas,
polissacarídeos e gorduras (ex: Endozime)
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Principais Compostos Utilizados em Desinfecção e Assepsia
Agente Espectro de Uso Modo de Tempo de Desvantagens
ação* ação exposição
Álcoois (70- Gram- Antissépticos Desnaturação Curto (10-15 Pouco ativo
80%) positivas Desinfectantes protéica min) contra esporos
Gram- dissolução de
negativas lipídeos
BAAR**
Fenóis Gram- Desinfectantes Desnaturação Efeito Fenol puro é
positivas protéica imediato corrosivo e de
Gram- odor
negativas desagradável
BAAR
Compostos Gram- Antissépticos Alteração da Curto (10-30 Não age sobre
Quaternários positivas Sanitizantes membrana min) BAAR e esporos
de amônio Gram- Desinfectantes celular
negativas (instrumentos bacteriana
cirúrgicos)
Cloro Gram- Tratamento da Inativação Efeito Odor irritante
positivas água enzimática imediato pouco ativo
Gram- agente contra esporos
negativas oxidante
BAAR
Iodo Gram- Antissépticos Inativação Efeito Odor irritante
positivas Desinfectantes enzimática imediato pouco ativo
Gram- contra esporos
negativas
BAAR
Iodóforos Gram- Antissépticos Inativação Efeito Pouco ativo
positivas Desinfectantes enzimática imediato contra esporos
Gram-
negativas
BAAR
Aldeídos*** Gram- Desinfectantes Desnaturação Curto (formas Tempo de
positivas (instrumentos protéica vegetativas) exposição longo
Gram- e superfícies) agente Prolongado
negativas alquilante (esporos)
BAAR
Metais Gram- Antissépticos Inativação Só agem Não atuam sobre
pesados positivas enzimática enquanto em BAAR e esporos
Gram- contato
negativas
*- Formas vegetativas; Fonte: Trabulsi, L.R., Microbiologia. Livraria Atheneu, R.J.,
1991.
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**- Bacilos álcool-ácido resistentes;
***- Ativos contra esporos
Técnica I: O experimento que será realizado tem por objetivo verificar a ação de
antissépticos sobre a microbiota das mãos, para tanto devem ser seguidas as seguintes etapas:
1- Pegar uma placa de Petri contendo ágar, e dividi-la em 4 partes iguais. Utilizar para isso a caneta de
retroprojetor, fazendo a divisão na parte de baixo da placa.
2- Identificar cada quadrante com os respectivos títulos: Controle (C), Mão Suja (MS), Detergente (Det),
Álcool 70% (A), e Álcool Iodado (AI ). Devem ser preparadas 2 placas seguindo o esquema abaixo.
3- No quadrante identificado como “ Mão Suja” o aluno deve encostar o dedo (sem lavar) no ágar por 1
minuto.
4- A seguir o mesmo aluno deve lavar as mãos com detergente, secá-las levemente e encostar o mesmo
dedo no quadrante do ágar identificado como “Detergente” por 1 minuto.
5- O mesmo aluno deve então lavar as mãos com álcool, secá-las e encostar o mesmo dedo no
quadrante do ágar identificado como “álcool” por 1 minuto.
6- A placa deve ser levada para incubação.
Técnica II: Este procedimento tem por finalidade observar a efetividade do processo de
esterilização por autoclave, através da comparação entre material contaminado levado para o processo
de esterilização e aquele que não passa por esse processo.
1- Retire um fio de cabelo (ou um pedaço de unha), e divida o material em duas partes.
2- Coloque uma parte do material em cada tubo de ensaio.
3- Identifique os tubos, destinando um para a autoclave (A) e o outro para a estufa (E).
4- O tubo E deve ser imediatamente incubado.
5- O tubo A deve ser encaminhado a autoclave, sendo a seguir também incubado (pela equipe de técnicos
do departamento).
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Para ajudar você a fixar o conteúdo, foram elaboradas algumas perguntas a respeito desta
aula. Responda-as e entregue ao seu professor de laboratório.
1- Faça uma representação esquemática dos resultados obtidos na avaliação da microbiota das
mãos.
Crescimento Bacteriano
- + ++ +++ ++++
Controle
Mão Suja
Placa I
Detergente
Álcool 70%
Controle
Mão Suja
Placa II
Detergente
Álcool Iodado
2- Como você interpreta os resultados obtidos? Qual a importância da antissepsia das mãos na
odontologia?
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Aula Prática III: Microscopia a Fresco
Sabemos que as bactérias são seres microscópicos, portanto a sua observação direta depende do
uso do microscópio. Essa observação pode ser feita mediante o uso de corantes ou a fresco, sem
coloração.
A microscopia a fresco permite verificar viabilidade, tamanho, forma natural das bactérias e
atividades celulares como a motilidade bacteriana.
A respeito da motilidade é possível observar dois movimentos: o movimento flagelar, que é ativo e
característico de bactérias dotadas de flagelos, e o movimento browniano, o qual é passivo e ocorre na
direção das correntes líquidas que se formam nas preparações.
Técnica: Será utilizada a técnica denominada Gota Pendente, na qual o inóculo fica suspenso em uma
lâmina escavada (lâmina de Koch).
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Para ajudar você a fixar o conteúdo, foram elaboradas algumas perguntas a respeito desta
aula. Responda-as e entregue ao seu professor de laboratório.
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Aula Prática IV: Meios de Cultivo e Técnicas de Semeadura
Meios de Cultivo
Os meios de cultivo, também chamados meios de cultura, são complexos que se destinam ao cultivo
artificial de microrganismos.
As técnicas de semeadura permitem que o cultivo destes microrganismos nos meios de cultura seja
- crescimento bacteriano;
- isolamento bacteriano;
- estudo da morfologia colonial;
- pesquisa de patogenicidade;
- pesquisa das características bioquímicas.
Os meios de cultivo devem conter as substâncias exigidas pelas bactérias para o seu crescimento e
multiplicação. Para que possam fazer a síntese de sua própria matéria nutritiva devem dispor de
fontes de carbono (proteínas, açúcares), fontes de nitrogênio (peptonas) e fontes de energia. São
também necessários alguns sais inorgânicos, vitaminas e outras substâncias favorecedoras do
crescimento.
Classificação dos meios de cultivo:
- Quanto à consistência:
Meios líquidos: são aqueles em que os nutrientes estão dissolvidos em uma solução aquosa. O
crescimento bacteriano nesse meio muda seu aspecto, ou seja o meio sofre uma turvação.
Meios semi-sólidos: são aqueles que possuem na sua composição, além dos nutrientes, uma pequena
porcentagem de um polissacarídeo proveniente de algas marinhas, chamado ágar. São geralmente
utilizados em tubos e a partir desse tipo de cultura é possível observar a motilidade bacteriana.
Meios sólidos: são aqueles que possuem uma porcentagem maior de ágar (cerca de 15 g/litro de água
destilada), além dos nutrientes. Podem ser dispostos em tubos ou em Placas de Petri, dependendo da
finalidade. Através do meio sólido em placas de Petri é possível, utilizando-se a técnica do
esgotamento, conseguir o isolamento de colônias bacterianas e, portanto, é o meio ideal para que
seja feito o estudo da morfologia colonial. Já a cultura em ágar inclinado fornece somente o
crescimento bacteriano com a obtenção de uma biomassa de microrganismos.
- Quanto à função:
Meios simples: possuem os componentes essenciais para o crescimento de microrganismos pouco
exigentes. Ex: caldo simples.
Meios de enriquecimento: são adicionadas ao meio simples substâncias enriquecedoras como sangue,
soro, ovo, extrato de leveduras, etc. Ex: Ágar sangue.
Meios seletivos: aqueles que favorecem o desenvolvimento de determinados microrganismos em
detrimento de outros, geralmente pela adição de substâncias inibidoras. Ex: Ágar Salmonella-
Shigella.
Meios diferenciais: permitem o desenvolvimento de grupos de microrganismos com características
relativamente definidas, o que permite diferenciar um grupo ou uma espécie de microrganismo. Ex:
Ágar MacConkey.
Meios de manutenção: são aqueles destinados a manter a viabilidade de uma cultura bacteriana. Ex:
Ágar Nutriente.
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-Quanto à natureza:
Meios animados: são constituídos de células vivas, como animais de laboratório, tecidos vivos ou ovo
embrionado.
Meios inanimados: não possuem células vivas. Podem ser naturais ou sintéticos. Naturais são aqueles
que possuem substâncias provenientes da natureza, e o sintético contém substâncias obtidas em
laboratório. Ainda podemos obter meios de cultivo semi-sintéticos, que são resultantes da união dos
dois anteriores.
Técnica de Semeadura
A escolha da técnica para o cultivo de microrganismos varia de acordo com o tipo de meio de cultura e a
finalidade do cultivo, porém algumas regras devem ser seguidas nas inoculações:
-A agulha e alça de níquel-cromo (também chamada de agulha e alça de platina) devem ser
esterilizadas por flambagem antes e após qualquer cultivo. Tome cuidado de esfriá-las antes da
coleta.
-Os recipientes devem sempre ser abertos próximos à chama do bico de Bunsen.
-Deve-se evitar ao máximo que as tampas dos tubos e placas fiquem sob a bancada durante o cultivo.
Para garantir uma semeadura correta, deve-se evitar ao máximo perfurar ou rasgar o ágar, pois poderá
ocorrer acúmulo de bactérias neste setor do meio além de alterar as condições de crescimento
bacteriano.
Figura 1
Figura 2
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Técnica III: Meio sólido (ágar inclinado)
Figura 3
1- Divida a Placa de Petri em três partes, fazendo linhas com a caneta retroprogetor na parte de baixo da
placa.
2- Mergulhe a Alça de Platina esterilizada na cultura bacteriana que lhe é apresentada.
3- Faça estrias em cada divisão, respeitando as linhas e utilizando da melhor forma possível toda a
superfície da placa.
Figura 4
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Para ajudar você a fixar o conteúdo, foram elaboradas algumas perguntas a respeito desta
aula. Responda-as e entregue ao seu professor de laboratório.
1- Cite os três tipos de meio de cultivo utilizados na aula prática e suas finalidades.
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Aula Prática V: Microscopia de Gram
A parede celular de bactérias Gram-positivas difere-se das bactérias Gram-negativas pela presença
de uma espessa camada de peptidoglicano e pela ausência de uma membrana externa. Esta diferença de
constituição da parede celular é a base da coloração de Gram, uma técnica primordial no diagnóstico
microbiológico, visto que através dela se definem características morfológicas e tintoriais da bactéria em
pesquisa.
A coloração de Gram consiste em tratar bactérias sucessivamente com cristal violeta, lugol, álcool-
acetona e fuccina (ou safranina). O cristal vioeta e o lugol formam um complexo denominado
iodopararosanilina, o qual confere coloração roxa tanto pelas bactérias Gram-positivas, quanto as Gram-
negativas. Com a adição de álcool-acetona, as bactérias Gram-negaticas liberam o complexo formado,
pois a camada de peptidoglicano é de pequena espessura, enquanto que as Gram-positivas retêm o
complexo, permanecendo roxas. A adição de fuccina (ou safranina) não altera a cor das Gram-positivas,
mas confere a cor avermelhada as bactérias Gram-negativas, que foram descoloridas pelo álcool-acetona.
Técnica:
- Adição de Corantes:
1- Coloque a lâmina com o esfregaço sobre um suporte.
2- Cubra a lâmina com cristal violeta (Gram I) e deixe agir por 1 minuto.
3- Lave a lâmina em jato fraco de água corrente, do lado contrário ao esfregaço.
4- Cubra a lâmina com lugol (Gram II), deixe agir por 1 minuto e depois lave novamente a lâmina.
5- Cubra a lâmina com a solução de álcool-acetona (Gram III), verifique a descoloração que deve ocorrer
em cerca de 20 segundos.
6- Cubra a lâmina com fuccina Gram IV), deixe agir por 30 segundos, e, novamente lave a lâmina.
7- Seque inicialmente o lado da lâmina oposto ao esfregaço com papel toalha, e a seguir seque o restante
da lâmina na chama do bico de Bunsen (como se estivesse “cortando” a chama).
8- Leve a lâmina ao microscópio e observe em objetiva de imersão. (Não esqueça de colocar uma gota de
óleo para imersão sobre o esfregaço)
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Para ajudar você a fixar o conteúdo, foram elaboradas algumas perguntas a respeito desta
aula. Responda-as e entregue ao seu professor de laboratório.
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Aula Prática VI: Teste de Sensibilidade aos Antimicrobianos
(ANTIBIOGRAMA)
Antibiogramas são bioensaios conduzidos “in vitro” que visam testar a sensibilidade de bactérias
aos antimicrobianos. A proposta primária deste teste é guiar o clínico na escolha do agente apropriado para
a terapia. Os testes de rotina fornecem dados acumulados, que são informações sobre os agentes para uso
empírico. Além disso, estes testes são utilizados para avaliar “in vitro” a atividade de novos agentes, e
auxiliar no mapeamento da emergência de bactérias resistentes. A suscetibilidade antimicrobiana pode ser
reportada qualitativamente como sensível, intermediário ou resistente; ou quantitativamente em termos de
MIC (minimun inhibitory concentration) ou MBC (minimun bactericidal concentration).
1- Teste Quantitativo da sensibilidade aos antimicrobianos: Método de diluição: consiste em
preparar sucessivas diluições dos antibióticos em meio sólido ou líquido e em seguida semear a bactéria
em estudo. Após incubação determina-se MIC e/ou MBC.
2- Método de difusão de Bawer e Kirk (modificado pela FDA): é um teste qualitativo, no qual
discos de papel impregnados com o antibiótico são colocados na superfície do ágar uniformemente
semeado com o microrganismo. A droga se difunde no ágar e produz inibição do agente sensível,
formando um halo de inibição que deve ser medido e comparado com tabelas padronizadas. Para a
garantia desta técnica, alguns fatores são essenciais:
Meio de Cultura: normalmente é utilizado o meio Muller-Hinton, que se caracteriza por ser um
meio enriquecedor e com ausência de substâncias antagônicas.
Cultura Bacteriana: o teste deve ser realizado com cultura pura de bactérias, devendo-se realizar a
coloração de Gram. A densidade do inóculo deve corresponder a turbidez 0,5 na escala padrão de
turbidez (Escala de Mac-Farland).
Técnica:
1- Sature um swab de algodão com a suspensão bacteriana (Fig 1). Remova o excesso de umidade
girando o swab contra a parede do tubo.
2- Semeie a suspensão sobre a superfície estéril de uma
SWAB placa contendo ágar Muller-Hinton, utilizando
sucessivamente três direções para obter um inóculo
Figura 1
uniformemente espalhado sobre toda a superfície do ágar ( Fig 2 ).
Figura 2
3- Distribua cinco discos de antibiótico, sendo cada um de um antimicrobiano diferente, sobre a
superfície do ágar inoculado, seguindo o esquema abaixo (Fig 3). Deixe uma distância de
aproximadamente 1 cm entre a borda da placa e o disco.
Figura 3
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4- Pressione levemente os discos para que não se desprendam durante a incubação.
5- Incube as placas por 24 horas a 37°C.
Figura 4
No caso de formação de um halo inibitório, este deve ter seu diâmetro medido, e a medida
encontrada deve ser comparada com tabelas padronizadas (Fig 5) . De modo geral, estas tabelas
determinam medidas de diâmetro, e dessa forma a medida encontrada em cada caso pode então ser
enquadrada em uma das quatro categorias supracitadas.
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Para ajudar você a fixar o conteúdo, foram elaboradas algumas perguntas a respeito desta
aula. Responda-as e entregue ao seu professor de laboratório.
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Aula Prática VII : Contagem de Microrganismos na Escova Dental
A cavidade bucal é um ambiente densamente povoado por microrganismos. Portanto considerando
o íntimo contato da escova dental com tal ambiente é de se imaginar que este objeto de higiene pessoal
seja especialmente contaminado com os diversos tipos de microrganismos que habitam a cavidade bucal.
O experimento a ser realizado, tem por objetivo a verificação da presença de microrganismos na
escova dental, através de procedimentos quantitativo (contagem) e qualitativo (coloração de Gram).
Técnica:
1- Mergulhar a escova dental em balão ou erlenmeyer com caldo nutritivo estéril (trabalhe
próximo à chama do Bico de Bunsen).
2- Agite a solução por 5 minutos.
3- Retire a escova.
4- Faça a diluição, retirando, com auxílio de uma pipeta esterilizada, 1ml da solução e transferindo
para um tubo contendo 9 ml de solução salina.
5- Agite bem o tubo.
6- Repita os procedimentos 4 e 5 para cada nova diluição sempre pegando uma amostra de 1 ml da
última solução preparada, e não esquecendo de a cada nova diluição utilizar uma nova pipeta
esterilizada.
7- Retire 0,1 ml, utilizando uma pipeta esterilizada, da solução com diluição de 10 -1.
8- Espalhe por toda a superfície da placa de ágar, utilizando a alça de Drigalski (de vidro).
9- Repita os procedimentos 7 e 8 para as diluições de 10 -2, 10-3, 10-4 e 10-5 , não esquecendo de
identificar as placas com as diluições correspondentes a cada uma.
10- Leve as placas para incubar.
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Análise dos Resultados
1- Análise quantitativa:
O objetivo desta análise é determinar o número de bactérias por ml, para isso:
- Selecione uma das placas incubadas, que contenha entre 30 e 300 colônias;
- Conte o número de colônias;
- Calcule, no espaço abaixo reservado, a quantidade de microrganismos utilizando a seguinte fórmula:
EXEMPLO:
Se são contadas 105 colônias em uma placa onde foi feita diluição de 10 -2 , o
cálculo final será:
O objetivo desta análise é verificar o tipo de microrganismos presentes segundo: forma, arranjo e reação
tintorial (Gram positivo ou Gram negativo).
- Com a alça esterilizada, retire uma gota do tubo de ensaio com água destilada e deposite sobre a lâmina.
- Com a alça esterilizada, retire 2 a 3 colônias da placa com as culturas bacterianas.
- Leve a massa bacteriana até a gota previamente depositada sobre a lâmina, e misture
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Para ajudar você a fixar o conteúdo, foram elaboradas algumas perguntas a respeito desta
aula. Responda-as e entregue ao seu professor de laboratório.
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