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CENTRO DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL
MARINGÁ
2016
2
MARINGÁ
2016
3
Aprovada em ____/_____/_______
BANCA EXAMINADORA
_____________________________________________________
Prof. Dr. Romel Dias Vanderlei - UEM
_____________________________________________________
Prof. Dr. Rafael Alves de Souza - UEM
_____________________________________________________
Prof. Dr. Wilson Westey Wutzow
4
AGRADECIMENTOS
RESUMO
ABSTRACT
Cities have become increasingly vertical, and the technological developments have
made possible to the engineers to solve the architectural challenges, making a growing
demand for more slender pillars, reducing more and more the section of the pillars. A
plausible solution to solve the problem of reducing sections of the pillars together with
increasing virtualization of the buildings is the use of high-strength concrete in construction.
However, the reduction of the sections with the increase of the concrete resistance can
influence the global stability of the structure. This research studies the behavior of the
parameter of instability α and the γz coefficient with the increasing of the concrete resistance,
varying from 25 MPa to 90 MPa together with the reduction of the sections of the pillars.
Using a software CAD/TQS V18 for structural calculation, was determined the smallest
section possible for pillars of a standard concrete building with 17 floors with concrete with
different resistance, 25 MPa to 90 MPa, and then the analysis was made for the instability
parameter α and γz coefficient of each situation. The results showed that even with the
increase of the concrete resistance, the building had a decrease in the global stability. The
results also showed that even with the increase of the concrete price, the building final cost
have the lowest value for concrete with 60 MPa.
SÍMBOLOS
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE TABELAS
LISTA DE GRÁFICOS
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO 15
1.1 JUSTIFICATIVA 16
1.2 OBJETIVOS 17
1.2.1 Objetivo Geral 17
1.221 Objetivos Específicos 17
2 Metodologia 18
3 REVISÂO BIBLIOGRÁFICA 20
3.1 CONCRETO DE ALTA RESISTÊNCIA 20
3.2 ESTABILIDADE GLOBAL DAS ESTRUTURAS 24
3.2.1 Introdução 24
3.2.2 Não-Linearidade Física 25
3.2.3 Não-Linearidade Geométrica 27
3.2.4 Nós Fixos e Nós Móveis 28
3.2.5 Parâmetro de Instabilidade α 28
3.2.6 Coeficiente γz 30
3.3 PILARES 32
3.3.1 Método do Pilar-Padrão com Rigidez Kappa Aproximada 34
3.3.2 Envoltória de Momento Mínimo de Primeira e Segunda Ordem 35
4 MODELAGEM DO ESTUDO 37
5 DIMENSIONAMENTO E ITERAÇÕES 41
6 RESULTADOS DE INSTABILIDADE GLOBAL 45
7 CONSUMO DE MATERIAIS E CUSTOS TOTAIS 50
8 CONCLUSÃO 57
REFERÊNCIAS 59
15
1 INTRODUÇÃO
1.1 JUSTIFICATIVA
1.2 OBJETIVOS
2 METODOLOGIA
Fonte: Autor.
3. Em seguida foi feito um pré-dimensionamento da estrutura, e então usando o
CAD/TQS V18.16 foi feito uma otimização das dimensões das lajes e vigas dos
pavimentos, adotando um concreto com fck=25MPa, para ser usado em todas as
etapas do estudo. As lajes foram adotadas com altura de 10 cm e as vigas com
dimensões de 20 cm de base por 85 cm de altura, foram adotadas vigas com
grandes dimensões para que ela não tivesse grande influência no deslocamento do
pórtico espacial, já que o objetivo desse trabalho é estudar os pilares.
4. Com as dimensões das vigas e lajes, e com o pré-dimensionamento dos pilares já
realizado, foi modelado, no CAD/TQS V18.16, o edifício pré-determinado de 17
19
3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
( ) (3.1)
sendo
αE = 1,2 para basalto e diabásio
αE = 1,0 para granito e gnaisse
αE = 0,9 para calcário
onde Eci e fck são dados em MPa.
Segundo a ABNT NBR6118:2014 o módulo de deformação secante (Ecs) pode ser
estimado pela equação 3.6:
Ecs=αi.Eci (3.6)
sendo (3.7)
Com isso obtemos a Tabela 3.1, que representa os valores dos módulos de elasticidade
para diferentes classes de concreto.
Tabela 3.1 – Valores estimados do módulo de elasticidade em função da resistência
característica do concreto.
Isso demonstra que a ABNT NBR 6118:2014 trata os concretos de alta resistência de
forma mais conservadora. Além da Tabela 3.2, a nova formulação para o cálculo do módulo
de elasticidade apresentado na norma também demonstra a visão conservadora a respeito da
utilização dos concretos de alta resistência, sendo possível ver a influencia da nova
formulação no Gráfico 3.1. Conforme o gráfico, a partir da utilização de concretos com
resistências características superiores a 50 MPa, a reta que representa o módulo de
elasticidade possui uma inclinação menor.
Gráfico 3.1 – Módulo de elasticidade x fck segundo a ABNT NBR 6118:2014
Fonte: Autor.
Segundo Gonçalves Junior e Vanderlei (2015), a explicação de a norma tratar de
forma mais conservadora os concretos de alta resistência, está relacionada com o aumento da
fragilidade do concreto. Segundo Gonçalves Junior e Vanderlei (2015), pilares projetados
com CAR, apresentam não apenas uma ruptura “mais frágil”, como também são mais
suscetíveis ao descolamento do cobrimento de concreto das armaduras.
3.2.1 Introdução
A estabilidade de uma estrutura pode ser entendida como a sua capacidade de manter o
equilíbrio sob a incidência de ações. É possível pensar que a solução para a estrutura é em sua
posição indeformada, o que seria uma análise de primeira ordem. Porém, esse tipo de
avaliação não leva em consideração os esforços adicionais que aparecem devido à
combinação dos deslocamentos horizontais dos nós da estrutura e o carregamento vertical.
25
Sendo assim, é preciso considerar a estrutura em sua posição deformada, ou seja, é necessário
realizar uma análise de segunda ordem (Lima, 2001).
Existem alguns coeficientes para a verificação da estabilidade global de um edifício,
chamados de parâmetros de estabilidade global, que classificam a estrutura como sendo de
nós fixos ou móveis, e determinam se há a necessidade da consideração dos efeitos de
segunda ordem, e em alguns casos, como no coeficiente γz, podem servir como majorador dos
esforços de primeira ordem.
O efeito de primeira ordem são os esforços obtidos da geometria inicial da estrutura
sem deformação, já os esforços decorrentes da deformação da estrutura são chamados de
efeitos de segunda ordem. Segundo Carvalho e Pinheiro (2009, p. 216), “a consideração dos
efeitos de segunda ordem conduz à não-linearidade entre as ações e deformações essa não-
linearidade, devido sua origem, é chamada de não linearidade geométrica. A fissuração e
fluência do concreto levam (...) a uma não-linearidade física”.
Segundo Moncayo (2011), para um bom entendimento desses parâmetros de
instabilidade, é necessário explicar um pouco sobre a análise não-linear devido o concreto
armado possui um comportamento não-linear. Existem basicamente dois tipos de não-
linearidade em estruturas de concreto armado, a não-linearidade física e a não-linearidade
geométrica.
concreto armado, que apresenta uma curva tensão-deformação não linear (como pode ser
visto na Figura 02). Onde, devido à curva não ser linear, tem-se uma variação no valor do
módulo de elasticidade (E). Wondell (2003) também sita a fissuração do concreto decorrente
do aumento das solicitações como um redutor significativo da inércia das seções transversais,
fazendo com que o valor da rigidez da seção não permaneça constante.
No entanto, segundo Pinto (1997) a consideração da não linearidade física é bastante
complexa, sendo inviável sem a utilização de software computacional, por que implica na
determinação da rigidez de cada elemento estrutural a partir de cada material constituinte,
desde a quantidade e disposição de armadura, como da quantidade de solicitação do elemento.
Devido à complexidade da consideração da não-linearidade física nas estruturas, a
ABTN NBR 6118:2014, no item 15.7.3 considera para a análise de esforços globais de 2 a
ordem, para estruturas com no mínimo 4 pavimentos, a não linearidade física de maneira
aproximada, adotando os seguintes valores como rigidez dos elementos estruturais:
para lajes: (EI)sec=0,3EcIc (3.10)
para vigas: (EI)sec=0,4EcIc para As’≠As e (3.11)
(EI)sec=0,5EcIc para As’≠As (3.12)
para pilares: (EI)sec=0,8Ecic (3.13)
onde
Ic é o momento de inércia da seção bruta de concreto, incluindo as mesas colaborastes.
Ec é o valor representativo do módulo de deformação do concreto, deve seguir as
considerações do item 8.2.8 da ABNT NBR 6118:2014.
Os estudos realizados por Pinto (1997) mostram que os valores de EI são muito
influenciados por diversos fatores. Entretanto, Pinto (1997), conclui pelos exemplos
analisados em seu trabalho, que a redução da inercia sugerida nas Equações 3.11, e 3.13 são
bastante razoáveis.
Segundo Moncayo (2011), além das reduções de inércia apresentadas nas Equações
3.10, 3.11, 3.12 e 3.13, quando a estrutura for composta apenas por vigas e pilares, sem a
presença de elementos de maior rigidez, como pilares-parede de poço de elevador, e γz for
menor que 1,3, é permitido calcular a rigidez das vigas e pilares por (EI)sec=0,7Ecic.
Esses valores são válidos apenas para efeitos de 2a ordem globais, não sendo permitido
pela ABNT NBR6118 a utilização dos mesmos para avaliar os efeitos locais de 2a ordem por
serem valores aproximados. Para os efeitos de segunda ordem locais deve-se utilizar um dos
seguintes métodos presentes item 15.8 da norma: curvatura aproximada, kapa aproximado,
kapa acoplado a diagrama N-M-1/r e método geral.
27
Figura 3.4 – (A) Reações na barra indeformada, (B) Reações na barra deformada
Fonte: Moncayo (2010).
28
A ABNT NBR 6118/2014 considera que uma estrutura reticulada simétrica deve ser
obrigatoriamente considerada como sendo de nós móveis se seu parâmetro de instabilidade α
for maior ou igual ao valor de α1, sendo α determinado pela expressão 3.14:
√( (3.14)
onde
α1 = 0,2+0,1n se n ≤ 3
α1 = 0,6 se n ≥ 4
sendo
n: o número de níveis de barras horizontais (andares) acima da fundação ou de um nível
pouco deslocável do subsolo;
Htot: a altura total da estrutura, medida a partir do topo da fundação ou de um nível pouco
deslocável do subsolo;
Nk: o somatório de todas as cargas verticais atuantes na estrutura (a partir do nível
considerado para o cálculo de Htot), com seu valor característico;
EcsIc: representa o somatório dos valores de rigidez de todos os pilares na direção considerada.
No caso de estruturas de pórticos, de treliças ou mistas, ou com pulares de rigidez variável ao
longo da altura, pode ser considerado o valor da expressão EcsIc de um pilar equivalente de
seção constante;
Para a determinação da rigidez equivalente deve ser calculado o deslocamento do topo
da estrutura, sob efeito das cargas horizontais. Em seguida calcula-se a rigidez de um pilar
com seção constante, engastado na base e livre no topo, com a mesma altura da estrutura
estudada, considerando que o pilar sofra o mesmo deslocamento no topo que o deslocamento
da estrutura, sobre a ação do mesmo carregamento, conforme a Figura 3.5.
(3.15)
3.2.6 COEFICIENTE γz
esforços horizontais da combinação de carregamento considerada por 0.95 γz. Entretanto, esse
método fornece apenas os esforços nas extremidades das barras, não sendo aplicável para
análise dos efeitos locais de 2a ordem, que devem ser determinado segundo o item 15.8 da
norma.
No entanto, Pinto (1997) aconselha que o coeficiente γz seja considerado até um valor
limite de 1,2, pois quando comparado com métodos que consideram a não-linearidade
geométrica de forma mais precisa, o coeficiente γz começa a apresentar erros considerados
altos, alcançando erros acima de 5% contra a segurança para γz maior que 1,2.
3.3 PILARES
Pilares são elementos estruturais dispostos na vertical, onde as forças normais são
predominantemente de compressão, que possui como função primária receber as ações
atuantes na edificação e transmiti-las para a fundação. Os elementos de concreto armado
formam pórticos, que além de resistirem as cargas verticais e horizontais, também asseguram
a estabilidade global do edifício (Scadelai e Pinheiro, 2005).
Para a consideração dos efeitos de segunda ordem locais nos pilares, a ABNT NBR
6118:2014 apresenta no item 15.8 os seguintes métodos de cálculo: curvatura aproximada,
kapa aproximado, kapa acoplado a diagrama N-M-1/r e método geral.
Em um estudo realizado por Romeiro (2015), ele obteve o resultado da utilização de
cada método para diferentes classes de concreto, variando a resistência característica a
compressão de 25 MPa até 90 MPa, para um único pilar. Com os resultados obtidos Romeiro
verificou o método de cálculo 1/r como sendo o que proporcionava maiores custos na
construção, e o método geral como sendo o mais econômico, também é possível verificar no
Gráfico 3.2, que o método kapa aproximado proporciona resultados médios entre os outros
métodos.
Em seu trabalho, Romeiro (2015), manteve a armadura dos pilares constante, variando
apenas a resistência característica do concreto, e diminuindo a seção transversal dos pilares ao
máximo, levando-os à iminência de ruptura. Com isso ele concluiu que a utilização de
concretos com resistência características de 50 MPa podem ser mais econômicos do que
outros concretos conforme o Gráfico 3.3. Nesse gráfico novamente vemos o método kapa
aproximado com valores médios. Devido a esses resultados, para esse trabalho o CAD TQS
33
v18, será configurado para utilizar o método de cálculo kapa aproximado, para obtenção de
resultados com valores médios.
Gráfico 3.2 – Comparação da área de concreto x Resistencia
(3.21)
b b 2 4ac
M Sd ,tot (3.26)
2.a
Segundo a ABNT NBR 6118:2014, item 11.3.3.4.3, o efeito das imperfeições locais
nos pilares pode ser substituído, em estruturas reticuladas, pela consideração do momento
mínimo de 1a ordem determinado pela Equação 26. Em caso da necessidade da consideração
dos efeitos locais de 2a ordem, a consideração do momento mínimo deve considerar a
envoltória de momento mínimo com o acréscimo dos esforços de segunda ordem conforme o
item 15.3.2 da norma, apresentado na Figura 3.7.
( (26)
Segundo a ABNT NBR 6118:2014 o dimensionamento adotado é aceito quando for
atendido o critério do momento mínimo, ou seja, o dimensionamento adotado deve obter uma
envoltória de resistência que englobe a envoltória mínima (seja ela de primeira ou de segunda
ordem).
36
4 MODELAGEM DO ESTUDO
suas cargas para o pórtico espacial. A escolha desse modelo é devido à sua maior utilização
atualmente para elaboração de projetos estruturais.
aos pilares. Para isso evitou-se criar pilares onde a maior dimensão ultrapassasse cinco vezes
a sua menor dimensão, pois segundo a ABNT NBR6118:2014 caso isso aconteça o pilar deve
ser considerado um pilar parede.
Outro critério importante para as dimensões dos pilares é que a menor dimensão
admitida é de 20 cm para que fosse possível a utilização de barras longitudinais de aço de
25mm diâmetro. Segunda a ABNT NBR 6118 não é permitida a utilização de barras
longitudinais superiores a 1/8 da menor dimensão do pilar. Como o trabalho busca pilares no
limite do seu dimensionamento, a utilização de barras longitudinais de 25 mm torna-se
necessária para haver uma maior possibilidade de combinações para o dimensionamento do
pilar.
Para o método de cálculo dos pilares foi escolhido o método do pilar padrão com
rigidez kappa aproximado devido aos resultados apresentado no tópico 3.3 desse trabalho.
41
5 DIMENSIONAMENTO E ITERAÇÕES
Figura 5.1 – Mensagem de erro que determina o final da iteração para cada pilar.
Fonte: CAD TQS V18
42
alfa (90,270)
0.75
0.723
0.712
0.7 0.704 0.702
0.693
0.684
0.676 0.677 0.67 0.677 0.673
0.657 0.653 0.662
0.65
0.6
0.55
0.5
25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 75 80 85 90
Fonte: Autor.
46
0.6 0.597
0.5
25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 75 80 85 90
Fonte: Autor.
Gráfico 6.3 – Parâmetro de instabilidade γz x fck (90,270)
gama (90,270)
1.12
1.117
1.115 1.114
1.11 1.111 1.11
1.107
1.105 1.104
1.1 1.101 1.102 1.1 1.102 1.101
1.095 1.095
1.092 1.092
1.09
1.085
1.08
1.075
25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 75 80 85 90
Fonte: Autor.
47
gama (0,180)
1.14
1.13 1.128
1.12 1.12
1.115
1.11 1.109 1.106 1.109
1.104 1.102 1.099
1.1
1.097 1.1
1.09
1.08 1.081
1.07 1.068 1.066
1.06
1.05
1.04
1.03
25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 75 80 85 90
Fonte: Autor.
Figura 6.1 – Orientação para determinação dos parâmetros de instabilidade.
Fonte: Autor
O comportamento do parâmetro de instabilidade α e do coeficiente γz podem ser
justificados pelo comportamento momento de inércia no eixo X e no eixo Y (Ix e Iy)
conforme a resistência característica do concreto era aumentado, apresentado nos gráficos 6.5
e 6.6, e na tabela 6.2.
Apesar do módulo de elasticidade aumentar com o aumento do fck, conforme
apresentado no Gráfico 3.1, os valores dos parâmetros de instabilidade sofrem um acréscimo
até o concreto da classe C45. Isso ocorre devido à grande redução da inércia tanto no eixo X
quanto no eixo Y, demonstrado nos Gráficos 6.5 e 6.6.
48
A partir do concreto com classe C45 até a classe C65, observa-se uma redução nos
valores dos parâmetros de instabilidade. Isso ocorre devido à inércia se manter constante
durante essa faixa. Portanto, como visto, conforme se aumenta a resistência característica do
concreto obtém-se um acréscimo no valor do módulo de elasticidade, que devido ao
comportamento constante do momento de inercia nesse trecho, foi o suficiente para
proporcionar um acréscimo na estabilidade da estrutura.
O comportamento constante do momento de inércia entre C45 e C65 ocorre devido à
uma condição desse projeto, que é variar os pilares de 5 cm em 5 cm. Devido a essa condição,
durante essa faixa de 45 à 65 MPa, as dimensões dos pilares não sofreram alterações.
Obviamente, caso o projeto variasse as seções em um intervalo menor do que 5 cm esses
resultados seriam diferentes.
Após o intervalo com o momento de inércia constante, os parâmetros de instabilidade
na direção X e na direção Y apresentaram um comportamento diferente. Essa diferença
também ocorre devido ao comportamento do momento de inercia da estrutura. Observando a
tabela 6.2, tem-se que a inércia em X na classe C90 reduziu 13.5% com relação ao valor da
inércia em C70, enquanto que a inércia em Y reduziu 36.3% com relação ao valor de C70. Ou
seja, a maior redução do momento de inercia em Y impediu que o acréscimo do módulo de
elasticidade (demostrado no Gráfico 3.1) em conjunto com a redução das cargas totais na
estrutura, causadas pela redução da seção dos pilares, implicassem em uma redução nos
parâmetros de instabilidade global, gerando um aumento nos valores dos parâmetros de
instabilidade. Entretanto, na direção X, os 13.5% de redução nos valores de Ix fizeram com
que ocorresse um equilíbrio nos parâmetros de instabilidade.
Gráfico 6.5 – Inércia média dos pilares em X
Ix médio
600000
500000
400000
300000
200000
100000
0
25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 75 80 85 90
Mpa Mpa Mpa Mpa Mpa MPa Mpa Mpa Mpa Mpa Mpa Mpa Mpa Mpa
Fonte: Autor.
49
Iy médio
400000
350000
300000
250000
200000
150000
100000
50000
0
25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 75 80 85 90
Mpa Mpa Mpa Mpa Mpa MPa Mpa Mpa Mpa Mpa Mpa Mpa Mpa Mpa
Fonte: Autor.
Tabela 6.2 – Valores médios de Ix e Iy para cada fck.
Fck Ix Iy
25 Mpa 510645,8 362747,7
30 Mpa 306718,8 340703,1
35 Mpa 272474 237395,8
40 Mpa 220520,8 151927,1
45 Mpa 203333,3 125364,6
50 MPa 200963,5 124947,9
55 Mpa 200963,5 124947,9
60 Mpa 200963,5 124947,9
65 Mpa 200963,5 124947,9
70 Mpa 200963,5 124947,9
75 Mpa 197239,6 114192,7
80 Mpa 196406,3 100546,9
85 Mpa 174296,9 88203,13
90 Mpa 173880,2 79583,33
Fonte: Autor.
50
reais. Uma observação é que a reutilização da forma 17 vezes é apenas ilustrativa, visto que a
forma de madeira provavelmente não possui durabilidade suficiente para 17 reutilizações.
Tabela 7.2 – Custo da forma com relação a classe do concreto e a quantidade de uso.
No de usos da forma
1 2 3 4 5 6 9 17
25 87582.4 50250.7 36251.3 31584.8 26918.3 22251.9 17585.4 12918.9
30 86602.0 49688.2 35845.5 31231.2 26617.0 22002.8 17388.5 12774.3
35 85645.3 49139.2 35449.5 30886.2 26322.9 21759.7 17196.4 12633.2
40 84785.3 48645.8 35093.5 30576.1 26058.6 21541.2 17023.8 12506.3
Classe do concreto
C25
90000
C30
80000
C35
70000
C40
60000
C45
50000
C50, C55,
40000 C60, C65, C70
C75
30000
C80
20000
C85
10000
C90
0
1 2 3 4 5 6 9 17
Fonte: Autor.
52
A Tabela 7.3 apresenta o custo para a execução das formas sendo definido em relação
ao volume de concreto utilizado. Esse custo é aplicado no custo total, desconsiderando a
reutilização das formas devido à montagem das formas serem independente delas serem
reutilizadas ou não, ou seja, o custo de empreiteiro é aplicado para todos os andares, sendo a
forma reaproveitada ou não.
Tabela 7.3 – Custo de empreiteiro por m3 de execução de formas.
Mão de obra montagem de formas, estrutura e
Serviço: lançamento de concreto, Un: m³
Insumo Unidade Consumo Preço unitátio Total
Empreiteiro:
Formas m³ 1 R$ 360,00 R$ 360,00
Total (R$/m³) R$ 360,00
Fonte: Romeiro (2015).
A Tabela 7.4 apresenta o preço por kg para execução das armaduras de aço com base
na TCPO, onde o custo se completa com a Tabela 7.5, que apresenta o preço por kg de cada
barra de aço na primeira linha (preço fornecido pelo SINAPI), e na segunda linha o preço de
cada barra somado com o custo de execução da Tabela 7.4.
A Tabela 7.6 apresenta a quantidade de aço utilizada em cada estrutura, separado por
diâmetro de barra.
resistência característica do concreto, o que ocasiona uma economia no valor final. A relação
entre o custo do concreto e do aço pode ser melhor visualizada no Gráfico 7.2, onde é fácil
notar que o aço teve uma redução de custo de mais de 100 mil reais, mais precisamente
148,047.99 reais (18.44%), enquanto que o concreto teve um acréscimo de aproximadamente
50 mil reais, mais precisamente R$ 41,218.20 (11.39%), entre a classe C25 e C90.
A Tabela 7.8 apresenta o consumo de concreto utilizado em pilares separado do
utilizado em lajes e vigas. Isso por que apenas o concreto dos pilares variaram da classe C25 à
classe C90, as lajes e as vigas possuem concreto de classe C25 para todos os ensaios.
Portanto, o para a obtenção do custo do concreto, multiplicou-se o volume de concreto dos
pilares pelo valor em reais da classe de concreto utilizada, somado com o volume de concreto
utilizado nas vigas multiplicado por R$255,00 (preço do concreto de classe C25).
Tabela 7.8 – Consumo de concreto e aço para cada Classe de concreto, e custo.
Concreto
Concreto Lajes e R$ R$ Concreto +
Pilar (m3) Vigas (m3) Aço (kg) Concreto R$Aço Aço
C25 239.09 1018.11 135379.10 320586.00 802635.73 1123221.73
C30 214.20 1024.30 129796.20 331882.50 771728.91 1103611.41
C35 193.80 1030.10 126922.10 330505.50 753491.89 1083997.39
C40 175.44 1035.26 129264.50 328904.10 771581.49 1100485.59
C45 163.20 1037.80 125903.90 329919.00 752590.58 1082509.58
C50 161.16 1039.34 120661.30 334330.50 719400.68 1053731.18
C55 161.16 1039.34 121920.80 337553.70 727294.67 1064848.37
C60 161.16 1039.34 117769.20 340776.90 701313.51 1042090.41
C65 161.16 1039.34 114596.50 344000.10 679790.18 1023790.28
C70 161.16 1039.34 112606.40 347223.30 669471.85 1016695.15
C75 157.08 1040.52 112080.50 350941.20 667321.40 1018262.60
C80 153.00 1041.60 110246.10 354348.00 657771.19 1012119.19
C85 146.88 1043.32 110552.20 357112.20 659270.18 1016382.38
C90 144.84 1043.96 109653.30 361804.20 654587.74 1016391.94
Fonte: Autor.
Devido a expressiva economia de aço, juntamente com a inevitável economia de
forma devido à redução da seção dos pilares, o gráfico 08 mostra que para essa situação
fictícia de uma estrutura contendo pilares no seu limite de dimensionamento, o aumento da
resistência dos pilares pode gerar economia de custos.
O Gráfico 7.3 apresenta o custo total da estrutura para todas as classes de concreto
utilizadas, considerando todas as combinações possíveis de reaproveitamento de formas.
Conforme analisado no gráfico anterior o custo da estrutura tende a diminuir devido à redução
no consumo de aço, no entanto, devido à uma menor taxa de redução de armadura a partir da
classe C65, e do aumento do custo por m3 do concreto conforme mostrado na Tabela 7.7, a
55
partir da classe C65 o custo da estrutura estabiliza, não havendo mais uma economia muito
expressiva, chegando à ter pequenos acréscimos nos custos para a classe C75 e C85 conforme
pode ser visto na Tabela 7.9.
Gráfico 7.2 – Custo do concreto e do aço para cada classe de resistência do concreto.
900000
800000
700000
400000
300000
25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 75 80 85 90
Fonte: Autor
Gráfico 7.3 – Custo total da estrutura para cada classe de concreto, com diferente
reaproveitamento das formas.
1700000.00 Sem Reutilização
Usado Duas vezes
1650000.00 Usado três vezes
Usado Quatro Vezes
1600000.00 Usado Cinco Vezes
Usado Seis Vezes
1550000.00 Usado Nove Vezes
Usado no Predio todo
1500000.00
1450000.00
1400000.00
25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 75 80 85 90
Fonte: Autor.
56
Reutilização da forma
1 2 3 4 5 6 9 17
25 1663396.17 1626064.41 1612065.00 1607398.53 1602732.06 1598065.59 1593399.12 1588732.65
30 1636073.42 1599159.57 1585316.87 1580702.64 1576088.41 1571474.18 1566859.94 1562245.71
35 1610246.67 1573740.62 1560050.85 1555487.59 1550924.34 1546361.08 1541797.82 1537234.57
40 1621122.87 1584983.39 1571431.09 1566913.65 1562396.22 1557878.78 1553361.35 1548843.91
Classe do concreto
8 CONCLUSÃO
Caso seja considerada uma estrutura real onde os pilares não serão projetados com
dimensões mínimas, obviamente o comportamento dos gráficos dos parâmetros de
58
instabilidade seria diferente, isso por que, em um projeto real os pilares não seriam
dimensionados no limite e, portanto, a inércia não sofreria uma influencia tão significativa
quanto ao apresentado nesse trabalho e, consequentemente, os valores do módulo de
elasticidade teriam uma maior relevância no comportamento dos parâmetros de instabilidade.
Concreto
1280
1260
1240
1220
1200
1180
1160
1140
25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 75 80 85 90
Fonte: Autor.
Ao se analisar o custo, fica evidente que o maior influenciador para o seu valor é a
redução do consumo do aço com o acréscimo da resistência característica dos pilares.
Demonstrando que é possível obter uma economia com a utilização de concretos mais
resistentes, mesmo sendo mais caro a sua utilização. No entanto os resultados mostram que
essa economia apenas acontece até a classe C65, mais uma vez devido à formulação
diferenciada apresentada na norma para concretos de alta resistência conforme demonstrado
no item 3.1 desse trabalho.
Uma possível proposta de pesquisa para avaliar essa influencia no custo da estrutura
devido ao aumento da resistência característica do concreto seria dimensionar uma estrutura
com concreto na classe C25, no limite do dimensionamento, e na sequencia aumentar a
resistência do concreto utilizado nos pilares, no entanto, mantendo a seção transversal
constante, permitindo apenas variar a taxa de armadura. Devido aos fatores demonstrados
nesse trabalho, como o aumento do custo do concreto com o aumento do fck, e a redução no
consumo de armadura ser maior para classes de concreto menores, um provável resultado
desse trabalho pode ser que a classe C50 apresente o menor valor de custo, conforme
encontrado por Romeiro (2015).
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Bibliografia
HELENE, P.; HARTMANN, C. T.; Concretos de alta resistência. Revista Techne, São
Paulo, ed. 81, dez. 2003. Disponível em <http://techne.pini.com.br/engenharia-
civil/81/artigo285299-1.aspx> Acesso em: 20 ago. 2016.
TCPO, Tabelas de composição de preço para orçamento. 13 ed. São Paulo: Pini, 2008.
WORDELL, F.; Avaliação da instabilidade global de edifícios altos. Porto Alegre: UFRS,
2003.