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INTERPRETAÇÃO DE TEXTO
Professora Tereza Cavalcanti
TEXTO
PLANO DO CONTÉUDO (O QUE SE DIZ?) PLANO DA EXPRESSÃO (COMO SE DIZ?)
SEMÂNTICA ESTILÍSTICA
A Lei do Ventre Livre, que a imprensa da Corte havia recebido com muita
festa, não merecera o mais breve registro da imprensa de São Luís. No
fundo, pensando bem, que era essa lei senão uma burla? Os negros
nasceriam e cresceriam nas senzalas, debaixo do chicote dos senhores, e
só aos vinte e um anos seriam livres. Ao fim de tanto tempo de sujeição,
que iriam fazer cá fora, sem saber em que se ocupar? E Damião sentia
renascer no seu espírito o impulso da revolta, querendo denunciar a
burla e protestar contra o novo engodo à liberdade dos negros.
1. No texto, a palavra “burla” foi empregada no sentido de
A) compaixão ou piedade. B) afronta ou agressão.
C) honra ou glória. D) transgressão ou ofensa. E) ilusão ou fraude.
Prefeitura de São Luís - 2017
1. Tinha chegado o tempo da colheita, era uma manhã risonha, e bela, como
o rosto de um infante, entretanto eu tinha um peso enorme no coração.
No texto, o trecho “como o rosto de um infante” (l.2) introduz uma ideia de
A) comparação.
B) contraste.
C) adição.
D) compensação.
E) intensidade.
SEDF/2017
2. Falamos não só de uma crise ecológica, mas também de uma crise
civilizatória de amplas dimensões.
( ) A expressão “mas também” (l.17) introduz no período em que
ocorre uma ideia de oposição.
2. A correção gramatical e o sentido original do texto seriam mantidos caso o trecho “se é
verdade que até agora” (l.3) fosse reescrito da seguinte forma: verdade é que até agora.
CESPE/TCE-PA/2016
(...) levados por uma vaidade tola, pelo desejo de parecerem espíritos fortes, como dizia o
Dr. Rebelo. Peço sempre a Deus que me livre de semelhante tentação.
3. O sentido original e a correção gramatical do texto seriam mantidos caso a oração “Peço
sempre a Deus que me livre de semelhante tentação” (L. 16 e 17) fosse reescrita da
seguinte forma: Rogo-lhe constantemente que Deus me livre de semelhante tentação.
Prefeitura de São Luís - 2017
4. Em cada uma das próximas opções, é apresentada uma proposta de reescrita para o seguinte período do texto
CB1A1AAA: “A Lei do Ventre Livre, que a imprensa da Corte havia recebido com muita festa, não merecera o mais breve
registro da imprensa de São Luís.” (R. 17 a 20). Assinale a opção em que a reescrita proposta preserva o sentido original e a
correção gramatical do texto.
A) A imprensa de São Luís ignorou a aprovação da Lei do Ventre Livre, enquanto a imprensa da Corte
comemorou-a.
B) Houve festa na Corte para receber a notícia da aprovação da Lei do Ventre Livre, mas a imprensa
de São Luís não a registrou.
C) Não havia mérito no registro da Lei do Ventre Livre pela imprensa de São Luís, ainda que essa lei
tenha sido recebida com festa pela imprensa da Corte.
D) A imprensa da Corte, ao contrário da de São Luís, não dispensou qualquer registro da Lei do
Ventre Livre, tendo-lhe recebido com muita festa.
E) Embora a Corte, por meio de sua imprensa, tenha comemorado a Lei do Ventre Livre, a imprensa
de São Luís não registrou a comemoração.
O homem que só tinha certezas quase nunca usava ponto de interrogação. Em seu vocabulário, não
constavam as expressões: talvez, quiçá, quem sabe, porventura.
Parece que foi de nascença. Ele já teria vindo ao mundo assim, com todas as certezas junto, pulou a fase dos
4 porquês e nunca soube o que era curiosidade na vida. Cresceu achando natural viver derramando afirmações
pela boca.
A notícia espalhou-se rapidamente. Não demorou muito para se tornar capa de todas as revistas e
personagem assíduo dos programas de TV. Para cada pergunta havia uma só resposta certa e era essa que ele
dava, invariavelmente, exterminando aos pouquinhos todas as dúvidas que existiam, até que só restou uma
dúvida no mundo: será que ele não vai errar nunca? Mas ele nunca errava, e já nem havia mais o que errar,
10 uma vez que não havia mais dúvidas.
Um dia aconteceu um imprevisto, e o homem que só tinha certezas, quem diria, acordou apaixonado. Para se
assegurar de que aquela era a mulher certa para ele, formulou cento e vinte perguntas, as quais ela
respondeu sem vacilar. Os dois se amaram noites adentro, foram a Barcelona, tiraram fotos juntos, compraram
álbuns, porta-retratos... Desde então, por alguma razão desconhecida, o homem que só tinha certezas foi
perdendo todas elas, uma por uma. No início ainda tentou disfarçar. Mas as dúvidas multiplicavam-se como
praga, espalhavam-se pelo mundo, e agora, meu Deus? Deus existe? Existe sim. Ou será que não? Ele não
estava bem certo. Adriana Falcão. O homem que só tinha certezas. In: O doido da garrafa. São Paulo: Planeta do Brasil,
2003, p. 75 (com adaptações).
1. A locução “uma vez que” (L. 10) introduz, no período em que ocorre, ideia de
causa.
2. O sentido original do texto seria alterado caso a oração “que só tinha certezas”
(L.1) fosse isolada por vírgulas.
3. O narrador do texto sugere que o personagem central adquiriu paulatinamente a
habilidade de ter certezas.
4. Conclui-se do texto que a fama do personagem central e o interesse das pessoas
por ele devem-se ao fato de ele jamais ter mentido nas respostas às questões que
lhe eram propostas.
5. Depreende-se do texto que o personagem principal perdeu repentinamente a
capacidade de ter certezas devido ao fato de ter se apaixonado.
6. Infere-se do trecho “derramando afirmações pela boca” (L. 4-5) que o homem
que só tinha certezas falava demasiadamente.
Consta do preâmbulo da Constituição Federal que a justiça é um dos
valores supremos da sociedade, tal qual a harmonia social e a
liberdade. Nos demais artigos da Carta Magna, esse termo costuma vir
associado à ideia de justiça social. Assim, o primeiro inciso do artigo
terceiro da Constituição estabelece que a construção de uma sociedade
que seja justa é um objetivo fundamental da República Federativa do
Brasil. Ao circunscrever a justiça no espaço da sociedade, o texto
constitucional estabelece, em síntese, que a promoção da justiça na
sociedade é um fim do Estado brasileiro. Sérgio Luiz Junkes. A justiça social como norma
constitucional. Resenha eleitoral – Nova série, v. 12, n.o 1, jan.-jun./2005. Internet: (com adaptações).
Em relação às ideias e às estruturas linguísticas do texto A justiça social
como norma constitucional, julgue os seguintes itens.
1 À semelhança do que ocorre com a expressão “em síntese” (l. 8), o
trecho “que seja justa” (l. 6) constitui uma expressão explicativa, razão
por que também poderia ser isolado por um par de vírgulas, sem que
isso acarretasse prejuízo para a correção gramatical e para os sentidos
do texto.
2 Compreende-se do texto, em síntese, que a justiça social equipara-se,
como valor da sociedade, à harmonia social e à liberdade.
3 Deduz-se do texto, sob o ponto de vista semântico, que a promoção
da justiça social constitui meta da República Federativa do Brasil.