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Hemoglobina , Técnicas, Eritrograma e

Alterações Morfológicas dos Eritrócitos

SÍNTESE DE HEMOGLOBINA
Hemoglobina
 Substância com peso molecular de 64.500 daltons.
 Sua molécula é um tetrâmero e cada subunidade compõem-se de uma cadeia
polipeptídica, a globina, e um grupo prostético, o heme, um pigmento contendo ferro
que se combina com oxigênio e confere a molécula sua capacidade de transportar
oxigênio.
 Função: transporte de O2 dos pulmões para os tecidos e parte do CO2 e prótons dos
tecidos para os pulmões

Diferentes Níveis de Estrutura a Molécula da Hb


• Estrutura Primária: Sequência de aminoácidos na cadeia de globina, determinados pela
ordem das bases nitrogenadas (A, C, T, G) no DNA.
• Estrutura Secundária: A sequência em que estes aminoácidos estão dispostos na cadeia de
globina determina que ela assuma uma conformação helico -hélice), que
transforma aquilo que seria uma estrutura linear em uma espiral.
• Estrutura Terciária: Enovelamento da α-hélice formando uma estrutura globular,
delimitando a bolsa do heme e deixando os aminoácidos polares na superfície.
• Estrutura Quaternária: Associação de um par de cadeias α-símiles e um par de cadeias
β-símiles, formando um tetrâmero e delimitando uma cavidade central onde se aloja o 2,3
DPG.

Síntese da Hemoglobina
• Início: Proeritroblastos
• maior quantidade: eritroblastos basófilos; eritroblastos policromáticos; eritroblastos ortocromáticos
• reticulócitos: 10 - 20 %
• hemácia madura - não há síntese
• heme e globina  sintetizados separadamente

Principais Fatores da Eritropoese


ERITROPOETINA: atua no estímulo da eritropoese
VIT. B12 E FOLATOS: atua na síntese de DNA para produção de proeritroblastos e eritroblastos
basófilos
FERRO: atua na síntese de Hb e na maturação dos eritrócitos

* Interleucina 3 (IL-3), e os hormônios tireoidianos e andrógenos, pelo seu efeito sobre o metabolismo.

Produção de Eritrócitos

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Síntese do Heme
• (Mitocôndria) - Succinato+Glicina  Ác. Δ aminolevulínico(ΔALA)
- ΔALA+ΔALA  Anel pirrólico(ALA-desidrase)
- 4 Anéis pirrólicos  Anel Tetrapirrólico
- Anel tetrapirrólico+Pontes CH-  Protoporfirina
- Heme  4 anéis pirrólicos (Protoporfirina IX ) + Fe

Síntese das Globinas


• A síntese da globina se faz no ribossomo citoplasmático. A síntese de cada uma dessas
cadeias, é controlada pelos genes α, que estão localizados no cromossomo 16, e pelos genes β,
γ e δ, localizados no cromossomo 11.
• Cada monômero α  141 aminoácidos.
• Cada monômero β, γ e δ 146 aminoácidos.
• Tetrâmero (4 cadeias Polipeptídicas)  574 aminoácidos.
• Genes das Globinas 3 éxons e 2 íntrons

Sítios de Síntese do HEME Estrutura do HEME

Síntese da Hemoglobina
• Processa-se no citoplasma do eritroblasto, após ter lugar à
formação do heme e das cadeias de globina;
• O heme é sintetizado ao nível da mitocôndria, enquanto as
cadeias de globina se formam em ribossomos específicos do
citoplasma.

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Controle genético da Hb normal
• As diferenças existentes entre as Hb sintetizadas durante o desenvolvimento do indivíduo
servem para preencher as diferentes necessidades de oxigênio dessas diversas fases.
• No início da vida embrionária e durante a vida fetal, há tipos de Hb que desaparecem após o
nascimento.
• Na espécie humana, as primeiras moléculas de Hb embrionárias são produzidas no saco
vitelínico, precedendo o desenvolvimento da circulação sanguínea estabelecendo as trocas
gasosas que são realizadas através da placenta.
• Entretanto, na maior parte da vida fetal, o feto obtém oxigênio através da circulação
materna devido a intima cooperação entre os vasos maternos fetais da placenta.

Ontogenia das Hemoglobinas


É o Estudo Evolutivo das Hemoglobinas Humanas Relacionado à Fase do Desenvolvimento e à
Fisiologia de Oxigenação Específica para os Períodos Embrionário, Fetal e Pós-Nascimento.

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RNA Polimerase do Gene Beta


Os genes RCG contém proteínas específicas (RNA polimerase) para cada
um dos genes ε, γ, δ, β, e atuam respectivamente nas fases
embrionárias (até se esgotar a RNA polimerase para ε), fase fetal (até se
esgotar a RNA polimerase para γ), e pós-nascimento nos genes β e δ, até
o fim da vida.

RNA Polimerase do Gene Alfa


Os genes RCG também são específicos para cada um dos genes alfa:
Ϛ (embrionário), α1 (fetal e pós-nascimento), α2 (pós-nascimento).

Degradação da Hb
• Esgotamento metabólico e diminuição da oxigenação da Hb;
• Alterações degenerativas;
• São removidos pelo sistema monocítico-macrofágico (baço, fígado e MO)

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Processo Fisiológico Eritrocitário Normal


• Um mesmo eritrócito contém de 250 a 320 milhões de
moléculas de Hb.
• Cada eritrócito se satura com oxigênio em seu nível máximo
de 96% ao passar pelos pulmões.
• Ao distribuir o oxigênio para os tecidos ele doa 1/3 desse
oxigênio.

Eritrócitos na Circulação
(120 dias de vida, 27 a 32 pg de Hb)

2,3 Difosfoglicerato
• A reação entre Hemoglobina e o 2,3 DPG pode ser considerada como se segue:
Hb O2 +2,3-DPG ↔ Hb DPG + O2
• Um aumento no nível de 2,3 DPG na hemácia aumenta a quantidade de oxigênio liberada
pela hemoglobina em uma dada pressão parcial de oxigênio, isto é, o 2,3 DPG desvia a curva
de dissociação do oxigênio para a direita.

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DETERMINAÇÃO DO HEMATÓCRITO
Hematócrito (Ht ou Hct) é o volume da massa eritrocitária expressa em porcentagem (ou em
fração decimal). O hematócrito pode ser determinado por tecnologia automática ou manual.

Aparelhos para Determinação do Hematócrito


Microcentrífuga
•A determinação manual é baseada no empacotamento das hemácias;
•O Ht obtido por micro centrifugação: micro hematócrito, (embora aceito) é em geral mais
elevado (1 a 3 pontos percentuais a mais) em função da retenção plasmática entre a massa
centrifugada;
•Ocorre diminuição do Ht quando o anticoagulante EDTA está em excesso, pois este excesso
desidrata os eritrócitos com consequente diminuição da massa eritrocitária diminuindo
portanto o Ht.

Determinação do Micro-Hematócrito
•Amostra: sangue total em tubo contendo EDTA.
1- Colocar o tubo capilar dentro do tubo contendo a amostra e deixar que o sangue penetre e
preencha até aproximadamente 80% do tubo
2- Preencher a parte vazia restante vedando-a com massa de modelar (de preferência de cor
clara a fim de diferenciar do vermelho do sangue)

3 - Colocar o capilar na microcentrifuga e centrifugar por 5-10 min a 10.000 -12.000 rpm.

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4- Realizar leitura através de um escala lendo de baixo para cima o volume correspondente à
massa eritrocitária e expressar o resultado em porcentagem.

Causas de Erro
•Excesso de EDTA.
•Coagulação da amostra ou sangue hemolisado.
•Microcentrífugas com rotações alteradas.
•Leitura incorreta dos resultados

Contadores Eletrônicos
•Nos contadores eletrônicos o Hematócrito é obtido pelo aparelho através da
multiplicação dos eritrócitos pelo VCM (Volume Corpuscular Médio).
o
Ht = n de hemácias (x 106/μl) x VCM (fl)
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Como o hematócrito foi originado por técnicas tradicionais para permitir o cálculo do VCM;
nestas circunstâncias (através de contadores eletrônicos), ele é preciso e contextual, porém
inútil para o tradicional objetivo.

Valores de Referência

• Ht abaixo dos valores referenciais encontra-se


nas anemias, hemorragias agudas, gravidez
• Ht acima dos valores referenciais encontra-se
nas poliglobulias, queimaduras, desidratação.

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DOSAGEM DE HEMOGLOBINA
A determinação da concentração de Hb pelos métodos manual e automatizado baseia-se no
mesmo princípio:
- As células são lisadas e todas as formas de Hb são convertidas em cianometahemoglobina,
que é um componente estável e mensurável pela determinação da absorbância a 540nm.
- Diferente da medida do Ht, que é calculado na maioria dos equipamentos, a [ ] de Hb é
feita diretamente, tornando essa medida o parâmentro de escolha para o diagnóstico de
anemia.

Princípio: determinação colorimétrica pelo método da Cianometahemoglobina

Método Manual
Princípio: Utiliza-se uma solução de ferricianeto (líquido de Drabkin), que converte o ferro da
hemoglobina (ferroso) em férrico, formando metahemoglobina, que se combina com o
cianeto de potássio para formar cianometahemoglobina, medida em espectrofot: 540 nm.

Obs.: Utiliza-se sempre um padrão cuja concentração de hemoglobina é conhecida


Drabkin: solução de cianeto de potássio e ferrocianeto de potássio.

Procedimento
• Colocar 20 μl de amostra de sangue total em 5 ml do líquido de Drabkin em tubo de ensaio
(utilizar micropipeta e ponteira).
• Limpar a parte externa da ponteira com papel absorvente: lavar três vezes o interior da
ponteira, por aspiração e expulsão.
• Agitar, aguardar pelo menos 5 minutos e determinar a absorbância em 540 nm, zerando o
aparelho com o próprio líquido de Drabkin (branco).

Cálculos
Hb (g/dL) = fc x absorbância da amostra
• Fc = fator de correção
• Fator de correção: obtido através da leitura da absorbância do padrão de hemoglobina, feito
em triplicata.
• Fc = concentração do padrão / média das absorbâncias do padrão

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CONTAGEM DE LEUCÓCITOS E HEMÁCIAS


Técnicas manuais Técnicas automatizadas
-Baixo custo de reagentes e equipamentos - Grande capital
-Muitas horas de trabalho - Rápida execução de amostras
- Corpo técnico pequeno
- Aumento da reprodutibilidade, precisão e exatidão
- Maior segurança para o operador

A contagem de leucócitos sem diferenciação é feita por


contadores automáticos de células sanguíneas (tecnologia automática),
ou por câmeras de contagem de glóbulos (tecnologia manual).
Com o advento de automação em hematologia, que já vem
ocorrendo, cada vez mais a vários anos em grande número de
laboratórios de análises clínicas, é cada vez mais raro, o número de
laboratórios que fazem uso da Câmera de Neubauer para contagem de
leucócitos.

Contagem de Leucócitos pela Câmara de Neubauer


• Técnica
1- Pipetar 380μl da solução diluente.
2- Acrescentar 20μl de sangue.
3- Colocar sobre a câmara de Neubauer uma lamínula específica para a câmara.
4- Introduzir a amostra (sangue+solução diluente) entre a lamínula e a câmara
de Neubauer.
5- Aguardar 1 min para os leucócitos depositarem.
6- Realizar a contagem através de microscopia óptica, utilizando objetiva de 10
ou 40 conforme necessidade.
7- Contar os leucócitos posicionados nos quadradinhos dos 4 campos do
retículo de Neubauer.
8- O resultado da contagem será multiplicado por um fator, calculado de acordo
com a diluição utilizada, sendo expresso por mm3.

Líquido de Turk
Líquido de Turk ácido acético glacial.....30ml
água destilada(q.s.p).......... 1000 ml
gotas de solução a 1% de azul de metileno

Critério Para Contagem das Células

Diluições utilizadas para a contagem de leucócitos

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Cuidados
Obs: Nas acentuadas leucopenias utilizamos menos solução diluente a fim de concentrar mais
os leucócitos objetivando maior facilidade na contagem e confiabilidade de resultados. Obs:
Nas acentuadas leucocitoses fazemos o inverso, ou seja, aumentamos a diluição obtendo
consequentemente maiores fatores de multiplicação facilitando a contagem com maior
confiabilidade de resultados.

Fórmula para Fator de Multiplicação


FM = PC x PD
CC
PC = Profundidade da câmara (que passa ser uma constante igual a 10);
PD = Proporção da diluição (este parâmetro varia com a diluição utilizada que em geralmente é
de 1:20 ou 1:40 por satisfazer as contagens leucocitárias rotineiramente obtidas);
CC = Campos contados (aqui também temos uma constante igual a 4, referente aos 4 campos
laterais da câmara de Neubauer, contendo cada um 16 quadradinhos)

Valores Referenciais na Contagem de Leucócitos

Diminuição abaixo dos valores de referência para as faixas


etárias chama-se LEUCOPENIA. Aumento acima dos valores de
referência para as faixas etárias chama-se LEUCOCITOSE.

Contagem Manual de Eritrócitos


• Determinação do número de eritrócitos por mm3 (ou ml) de sangue,
em um hemocitômetro (câmara de contagem específica), após
diluição de amostra de sangue total com líquido diluidor apropriado.
• A contagem é feita em 1/5 do quadrante central da câmara de
Neubauer (H1 + H2+ H3 + H4 + H5), através de cálculos que incluem o
fator de diluição utilizado e a área contada.

Procedimento
1) 4 ml de líquido diluidor (líquido de Hayem)
2) 20 μL de amostra (limpar cuidadosamente a parte externa da ponteira com papel absorvente)
3) Transferir a amostra para o tubo com o líquido diluidor lavando a ponteira no líquido por
sucessivas aspiração e expulsão da amostra. (diluição 1:200).
4) Homogeneizar a amostra do tubo por inversão (cuidadosamente para não romper as
hemácias).
5) Encher a câmara de contagem e realizar a contagem; Diluentes
Líquido de Dacie : citrato trissódico
Área de contagem : 1/5 do quadrado
Líquido de Gower : sulfato de sódio
Central Aumento : 400x Líquido de Hayen : bicloreto de mercúrio
Fator de diluição: 1:200

Cálculo da Contagem
Nº de eritrócitos/ mm3 = N / Vol x D
N = número total de glóbulos vermelhos contados (H1 + H2+ H3 + H4 + H5)
Volume = área x profundidade da câmara (0,2 mm2 x 0,1mm) = 0,02 mm3
D = diluição (1:200)

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Obs: Método que não deve mais ser utilizado, devido sua
imprecisão.

Método Automatizado
Impedância Elétrica
• Método baseado na determinação de mudanças na resistência
elétrica que produzem pulsos elétricos mensuráveis.
• O número de pulsos gerado é indicativo do número de partículas.
• A amplitude de cada pulso é eletricamente proporcional ao
volume da partícula.

Contagem de Hemácias
• A contagem de hemácias é comumente determinada pelos métodos de impedância ou de
dispersão de luz;
• Na contagem por impedância, descrita por Wallace Coulter em 1956, a amostra de sangue
diluída em solução eletrolítica atravessa um pequeno orifício onde a corrente elétrica é
mantida entre dois eletrodos;
• Como a hemácia é má condutora de eletricidade, a sua passagem pela abertura aumenta a
resistência elétrica e gera um pulso, que será maior ou menor dependendo do tamanho da
célula.
• O número de pulsos gerados determinará o número de hemácias na amostra, e a análise da
amplitude dos pulsos fornecerá informações relativas ao tamanho da célula.
• Pela técnica de dispersão de luz, a suspensão de células atravessa uma abertura em frente a
uma fonte de luz;
• Um fotomultiplicador converterá o sinal luminosos em impulso elétrico que será acumulado
e contado;
• As medidas da intensidade e do ângulo de dispersão da luz determinarão o tamanho da
célula;
• Ambas as tecnologias permitem que um grande numero de células seja rapidamente
quantificadas, aumentando, assim, o nível de precisão da contagem.
Pulsos por Segundo

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Fentolitros
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HEMOGRAMA: ERITROGRAMA

A análise do sangue periférico pretende responder a duas questões principais:


 A MO está produzindo um número suficiente de células maduras de diferentes
linhagens?
 Os processos de proliferação, diferenciação e aquisição de funções de cada tipo
celular estão se desenvolvendo de maneira adequada em todas as linhagens
celulares?
Alterações nesses dois quesitos básicos estão relacionados com numerosas condições
patológicas, e o hemograma tem como finalidade fornecer respostas a essas questões.
A diversidade de informações, embora em geral bastante inespecíficas, que o hemograma
pode fornecer, torna esse exame subsidiário um dos mais solicitados nas práticas clínica e
cirúrgica.

Finalidade: avaliar quantitativamente e qualitativamente os diferentes componentes celulares


do sangue.
• Eritrograma
• Leucograma Análises Quantitativas
• Plaquetas
• Exame microscópico do esfregaço sanguíneo: Análise Qualitativa

Variações Fisiológicas
 Idade
 Sexo
 Raça
 Gravidez
 Exercícios Físicos
Exame complementar para Diagnóstico e Tratamento
 Doenças hematológicas
 Processos Infecciosos e Inflamatórios
 Emergências médicas e cirúrgicas
 Quimioterapia e Radioterapia
 Doenças crônicas em geral

Resultados auxiliam na identificação e no acompanhamento da evolução de uma variedade de


doenças e no monitoramento da utilização de
medicamentos.

• Avaliação eritrocitária: processos anêmicos,


policitêmicos e alterações de forma e tamanho das
hemácias.
• Avaliação leucocitária: processos inflamatórios,
infecciosos, alérgicos, parasitários e leucêmicos.
• Avaliação plaquetária: problemas na hemostasia
(hemorragias, trombose).

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Eritrograma
Consiste dos métodos laboratoriais que determinam os parâmetros hematológicos da série
vermelha no sangue periférico: contagem de eritrócitos, dosagem de hemoglobina,
determinação do hematócrito, cálculo dos índices hematimétricos e análise da morfologia
eritrocitária.
O eritrograma é o conjunto das análises que incluem
 contagem de eritrócitos,
 dosagem da hemoglobina,
 determinação do hematócrito (ou micro-hematócrito).
Dessas análises obtêm-se os índices hematimétricos que são importantes na classificação
laboratorial das anemias.
Os índices hematimétricos são três:
 VCM (Volume Corpuscular Médio)
 HCM (Hemoglobina Corpuscular Média)
 CHCM (Concentração da Hemoglobina Corpuscular Média).

Volume Corpuscular Médio (VCM)


Valor hematimétrico que corresponde ao volume corpuscular médio dos eritrócitos medido
em fentolitros (fL). É um resultado da divisão do hematócrito pela contagem de eritrócitos.
VCM: Ht(%) x 10 Valores normais: 80 – 96 fL
RBC (milhões/μL)
Os contadores automáticos, contam e medem, simultaneamente, os eritrócitos; os volumes
corpusculares individuais são integrados, gerando um VCM, notavelmente reprodutível.
Este índice classifica morfologicamente as anemias quanto ao volume em:
 Microcítica
 Normocítica
 Macrocítica

Hemoglobina Corpuscular Média (HCM)


É um valor hematimétrico que corresponde a hemogobina média, sendo então, o total de
hemoglobina no eritrócito) em média. Sua unidade é o pigograma (g x 10-12) e seu resultado é
proveniente da divisão da hemoglobina pela contagem de eritrócitos.
HCM: Hb (g/dL) x 10
Valores normais: 27-32 pg
RBC (milhões/μL)
Concentração de Hemoglobina Corpuscular Média (CHCM)
É um valor hematimetríco que corresponde a concentração de hemogobina média, ou seja, a
média da concentração da hemoglobina nos eritrócitos obtida pela divisão do valor da
hemoglobina pelo hematócrito. A unidade do CHCM é em percentagem.
CHCM: Hb (g/dL) x 100
Valores normais: 31-35 %
Ht(%)
Este índice classifica morfologicamente as anemias com relação ao conteúdo hemoglobínico:
 Normocrômica
 Hipocrômica
 Hipercrômica

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RDW (Índice de Anisocitose)
• Com o emprego de contadores automáticos avançados, surgiram outros índices, dos quais o
RDW (amplitude dos eritrócitos) tem sido útil para indicar alterações morfológicas dos
eritrócitos, relacionados a variação no tamanho.
• Na maioria desses aparelhos, o RDW representa o desvio padrão das medidas do tamanho
do eritrócito, e em outros é obtido pelo coeficiente de variação (CV) do tamanho dessas
células.
Valores normais: 11,6 - 14,0%

As fórmulas para obter esses índices são:


VCM: Ht(%) x 10 • Hemácias (milhões/uL)
• Hemoglobina (g/dL)
RBC (milhões/μL) • Hematócrito (%)
• Indices Hematimétricos:
 Volume corpuscular médio –VCM (fL)
HCM: Hb (g/dL) x 10  Hemoglobina corpuscular média – HCM (pg)
RBC (milhões/μL)  Concentração de hemoglobina corpuscular média – CHCM (%
 RDW (%)
• Morfologia Eritrocitária
CHCM: Hb (g/dL) x 100 -Tamanho
Ht(%) -Coloração
-Forma
-Inclusões

Contagem de Eritrócitos
Eritrócitos Homens 4,2 – 6,3 milhões/mm3
Mulheres 3,8 – 5,5 milhões/mm3

• Poliglobulia ou Policitemia: aumento dos eritrócitos circulantes acima do número normal.


 Relativa: hemoconcentração
 Absoluta: produção aumentada
•Hipoglobulia ou Oligocitemia: diminuição dos eritrócitos circulantes.
 Perda de sangue: anemia pós-hemorrágicas
 Destruição exagerada de eritrócitos: anemias hemolíticas
 Produção deficiente de eritrócitos: anemia por hipofunção ou insuficiência da MO.

Dosagem de Hemoglobina
Considera-se portador de anemia o indivíduo cuja
dosagem de hemoglobina é inferior a:
• 13 g/dl no homem adulto
• 12 g/dl na mulher adulta
• 11 g/dl na mulher grávida
• 11 g/dl em crianças entre 6 meses e 6 anos
• 12 g/dl em crianças entre 6 anos e 14 anos

Policitemia
Aumento no volume corporal de eritrócitos circulantes
Eritrocitose
Aumento da concentração de eritrócitos determinada pela
contagem do número de células, do hematócrito ou da
hemoglobina.

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Contagem de Reticulócitos
Os reticulócitos são eritrócitos jovens, recém-liberados pela MO e que ainda contêm RNA
ribossômico.
Pela exposição das células não fixadas a certos corantes, como a azul de cresil brilhante ou o
novo azul de metileno, os ribossomos são precipitados e corados, aparecendo como um
retículo. Como as células ainda estavam vivas quando foram expostas ao corante, essa
coloração é chamada de supravital.

A contagem de reticulócitos é uma técnica relativamente simples


servindo para averiguar a velocidade de produção dos eritrócitos
em resposta a anemias, sendo um parâmetro importante, servindo
os valores relativos (expressos em percentagem) também de base
para conversão em valores absolutos (expressos por milímetro
cúbico) o qual reflete com mais fidedignidade a atividade
eritropoética, em função de que nas anemias de um modo geral, a
contagem em percentagem não é um parâmetro inteiramente
confiável para averiguar a adequada resposta da MO.

Técnica da contagem de reticulócitos manual


1) Coletar 5 ml de sangue em tubo com o anticoagulante EDTA
2) Colocar 6 gotas de sangue em um tubo de hemólise
3) Acrescentar 3 a 4 gotas de corante azul de cresil brilhante
4) Colocar em banho-maria à 37ºC por 20 minuto
5) Deixar esfriar e fazer uma lâmina de esfregaço
6) Deixar os estiraços secar à temperatura ambiente e logo após realizar leitura
microscópica com a objetiva de imersão
7) Dividir o campo em quatro partes facilitando assim a contagem de eritrócitos.

Em campos com distribuição eritrocitária uniforme, contar de preferência um quadrante dos


quatro e multiplicar por quatro, para ter um campo de eritrócitos.
Proceder assim até contar 1.000 (mil) eritrócitos, o que em geral ocorre do quinto ao sétimo
campo, contando simultaneamente em todos os campos os reticulócitos; - Realizar os cálculos
através de uma regra de três simples, expressando o resultado em percentagem.

Exemplo:
1000eritrócitos...............................................30 reticulócitos
100 eritrócitos.................................................X reticulócitos

Obs: Para expressar o resultado por milímetro cúbico (valor absoluto), realizar a contagem
global eritrocitária e aplicar a fórmula:
3
Ret. / mm3 = % de reticulócitos x eritrócitos/mm
100
A Contagem de Reticulócitos:
 Reflete o estado de atividade
eritropoetico da MO;
 Determinação das anemias
hemolíticas e carenciais;
 Avaliação da resposta ao tratamento.
VN: 0,5 a 2,0% ou 25.000-75.000 mm3

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Níveis de Reticulócitos e Anemia


a) n° de reticulócitos aumentado
 hemólise
 perda sanguínea aguda
 resposta de uma medula “desnutrida” a uma terapêutica específica de reposição
b) n° de reticulócitos diminuído
 D
 Depressão temporária da eritropoese (agente infeccioso, drogas, toxinas).

Classificação CINÉTICA das Anemias


ÍNDICE DE PRODUÇÃO DE RETICULÓCITOS
 Contagem relativa: 0,5 a 2,0%
 Contagem absoluta: 25.000-75.000/μL

IPR = Reticulócitos (%) x Hematócrito (%)


tempo de maturação 45 (%)

Leucograma Contagem de Plaquetas


• Leucócitos circulantes no sangue periférico: • Plaquetas: 150.000 – 450.000 mm3
 Neutrófilos, eosinófilos, basófilos, • Trombofilia (trombocitose ou plaquetose): número de plaquetas
monócitos e linfócitos aumentado.
• Leucocitose: número total de leucócitos acima do  Aumento da produção: após hemorragias ou doença
limite superior normal (> 11.000 mm3) mieloproliferativa crônica (trombocitemia essencial; LMC)
• Leucopenia: número total de leucócitos abaixo do  Diminuição da destruição: após a esplenectomia
limite inferior normal (< 4.000 mm3) • Trombocitopenia: diminuição das plaquetas circulantes
• Neutrofilia, neutropenia, eosinofilia, eosinopenia,  Menor produção: Hipofunção ou insuficiência da MO
basofilia, basopenia, monocitose, monocitopenia,  Maior destruição: Púrpura trombocitopênica imunológica
linfocitose e linfocitopenia.  Maior utilização: Púrpura trombocitopênica trombótica

Eritrograma
• Eritrograma – consiste dos métodos laboratoriais
que determinam os parâmetros hematológicos da
série vermelha no sangue periférico: contagem de
eritrócitos, dosagem de hemoglobina, determinação
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do hematócrito, cálculo dos índices hematimétricos
e análise da morfologia eritrocitária.
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• A Hgb é o dado básico do eritrograma, pois anemia
é a sua deficiência abaixo dos limites de referência
para a população
Hemoglobina , Técnicas, Eritrograma e
Alterações Morfológicas dos Eritrócitos

MORFOLOGIA ERITROCITÁRIA
Tamanho e Coloração

Estudo do Esfregaço de Sangue Periférico


Avaliar as Alterações morfológicas dos eritrócitos.

• Alterações no tamanho (ANISOCITOSE)


 Hemácia normocítica: φ ~= 7,5 μm
 Hemácia microcítica μm
 Hemácia macrocítica μm
RDW (Red Cell Distribution Width): amplitude de distribuição dos eritrócitos.
↑RDW: indicativo de anisocitose

ANISOCITOSE
É o aumento da variabilidade do tamanho eritrocitário que excede a observada em um
individuo normal e sadio. Ela é uma anormalidade inespecífica, comumente
encontrada nas desordens hematológicas. Nas contagens fornecidas por instrumentos
automatizados, um aumento do RDW é indicativo de anisocitose.

Histograma e RDW
• São subprodutos da medida eletrônica do volume dos eritrócitos. Como os
eritrócitos são medidos um a um, o computador do aparelho gera uma curva de
frequência, com o volume em fentolitros na abscissa, e a frequência respectiva, na
ordenada.
•A curva, denominada histograma (do volume eritróide), é elucidativa das
características da população examinada, nos sangues normais, é aproximadamente
gaussiana e de abertura estreita.
• Quando na abcissa a curva situa-se mais à esquerda há uma MICROCITOSE,
e à direita uma MACROCITOSE.

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Alterações Morfológicas dos Eritrócitos

Anisocitose Normocitose Macrocitose Microcitose

• Alterações na cor (ANISOCROMIA)


 Hemácia normocrômica
 Hemácia hipocrômica
 Hemácia hipercrômica Policromasia: presença de reticulócitos imaturos (coloração policromática)

ANISOCROMIA
Descreve uma variabilidade excessiva no grau de coloração ou hemoglobinização do eritrócito.
Na prática significa um espectro que se estende desde a hipocromia até a normocromia.
A anisocromia indica, comumente, uma situação de mudança, como a progressão de uma
anemia ferropênica, ou sua resposta ao tratamento, ou, ainda, o desenvolvimento ou a
regressão da anemia de doença crônica.
A anisocromasia reflete-se no aumento do HDW medido por instrumentos automáticos.

Normocromia Hipocromia Hipercromia

Policromatofilia ou Policromasia
Descreve os eritrócitos que têm coloração róseo-azulada, em conseqüência da captação
simultânea da eosina (pela Hb) e dos corantes básicos (pelo RNA ribossômico). Uma vez que os
reticulócitos são células cujo RNA ribossômico absorve corantes supravitais, formando retículo
visível, há um relacionamento entre os reticulócitos e as células policromáticas.

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• Alteração na Forma (Poiquilocitose / Pecilocitose)
 A célula que tem forma anormal é um poiquilócito ou pecilócito. Fala-se em
pecilocitose, quando há um número exagerado de células de forma anormal.
 A altitude produz certo grau de pecilocitose em indivíduos hematologicamente
normais.
 A pecilocitose é também uma anormalidade comum, frequentemente inespecífica,
encontrada em várias desordens hematológicas; pode resultar da produção de células
anormais pela MO, ou dano às células normais após serem liberadas na corrente
sanguínea.

Eritrócito Normal
• A forma e a flexibilidade normais do eritrócito dependem da integridade do citoesqueleto
ao qual está ligada a membrana lipídica. O aparecimento de uma forma anômala pode
resultar de um defeito primário do citoesqueleto, ou da membrana, ou ser secundário à
fragmentação, ou à polimerização, cristalização ou precipitação da hemoglobina.
• A membrana do eritrócito é constituída de dupla camada lipídica, atravessada por várias
proteínas transmembrana.

Normócitos
• A maioria dos eritrócitos normais tem a forma de disco bicôncavo. Na distensão corada
apresentam um contorno aproximadamente circular, mostrando apenas pequenas
variações quanto à forma e ao tamanho.
• O diâmetro médio é de 7,5μm. Na área da distensão onde as células formam uma
camada única, uma área central mais pálida ocupa aproximadamente um terço da célula.

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Esferócitos Dacriócitos Equinócitos

Queratócitos Estomatócitos Eliptócitos

Esquizócitos Codócitos (Hemácias em Alvo) Queratócitos

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• Inclusões nos eritrócitos
Inclusões coradas podem ser vistas no interior dos glóbulos vermelhos em situações de
eritropoese acelerada ou malformada.
Algumas são vistas com a coloração de rotina, outras somente com colorações especiais.
As principais são:
 Corpos de Howell-Jolly
 Pontilhado Basófilo
 Corpos de Heinz
 Inclusões de HbH
 Siderossomos (corpúsculo de Pappenheimer)
 Anéis de Cabot
 Inclusões Parasitárias
 Eritroblastos
 Cristal de HbC

Corpos de Howell-Jolly Pontilhado Basófilo Corpos de Heinz


Grumos de material de RNA endoplasmático, Grânulos azuis corados pelo violeta de metila em eritrócitos
Resto de cromatina nuclear
formam-se durante a secagem do contendo Hb precipitada por desnaturação oxidativa.
esfregaço, coram-se como minúsculos e numerosos
grânulos dispersos pelo citoplasma.

Inclusões de HbH Siderossomos (corpúsculo de Pappenheimer) Anéis de Cabot


Grânulos de precipitado de HbH (β4) desnaturada. Grânulos de ferritina. Aparecem como minuscúlos Anel de cor púrpura, resultante de resto do fuso celular
grânulos escuros em forma de cacho de uva.

Inclusões Parasitárias Eritroblastos Cristal de HbC

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Rouleaux ou Empilhamento Aglutinação de Eritrócitos
Ocorre em processos inflamatórios devido ao aumento das Agregados irregulares de eritrócitos aglutinados no
imunoglobulinas e do fibrinogênio. sangue resfriado à TA,
indicam presença crioaglutininas a frio.

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