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Hipnose-e-Psicoterapia-Etiologia-e-Práxis (1) Carreiro PDF
Hipnose-e-Psicoterapia-Etiologia-e-Práxis (1) Carreiro PDF
INTRODUÇÃO
6
Revista Consultor Jurídico, 22 de fevereiro de 2006.
22 Antonio Almeida Carreiro, Dr. Sc.
7
ZANINI, A C. & Oga, S. Farmacologia aplicada. São Paulo, Atheneu Ed.
Universidade de São Paulo, 1979.
Hipnose e psicoterapia: Etiologia e práxis 25
10
LORENZER, Alfred. Arqueologia da psicanálise: Intimidade e infortúnio social
(Traduzido por Wilson de Lyra Chebabi), Rio de Janeiro, Zahar, 1987.
Hipnose e psicoterapia: Etiologia e práxis 29
11
LeCRON Leslie M. Auto-hipnose. ed. Record, 2. Ed., Rio de Janeiro, 1979.
30 Antonio Almeida Carreiro, Dr. Sc.
Magnetismo e Mesmerismo
Influenciados pelas escolas filosóficas e as Idéias dos
elementos primordiais da natureza, o grego antigo (século III a.C.),
atribuía poderes aos imãs naturais de efetivar curas para as
enfermidades humanas. Acreditava-se que os imãs possuíam vida e
ao exercerem atração ao ferro dava-lhe vida também. O filósofo
grego Aristóteles já registra o que acreditou ser propriedades
terapêuticas dos imãs naturais e, no século II a.C., o médico e
escritor grego Galeno acreditava que ao aplicar ímãs naturais em
partes do corpo, a dor ocasionada por numerosas enfermidades
poderia ser aliviada. Desde então, metais magnéticos foram
utilizados como forma de proteção contra doenças.
Na Idade Média, os farmacólicos transformaram minerais
magnéticos em pó e utilizaram como elixir nas aplicações tópicas. Há
relatos que a magnetita e hematita foram aplicadas como remédio
contra enfermidades da Rainha Isabel I da Inglaterra por seu médico,
William Gilbert de Colchester.
Na primeira metade do século XVI o médico alquimista
Aureolus Theophrastus ou Philippus Theophrastus Bombast von
Hohenheim (1493-1541), conhecido como Paracelsus, com objetivo
de curar pessoas, comandava sessões de hipnose individuais e
coletivas através de danças, cantos, orações, rituais e palavras.
Admitia a existência de um sistema que relacionava os seres
humanos aos astros e que forças magnéticas, em particular aquelas
que provêm das estrelas, eram capazes de agirem sobre as pessoas
através de ondas invisíveis. Paracelsus defendia também que a fé e
a imaginação pudessem curar doenças, do mesmo modo como
poderiam causá-las e desenvolveu uma teoria segundo a qual o
corpo humano teria as características de um verdadeiro ímã, sendo o
pólo norte constituído pelos pés e o pólo sul pela genitália.
Empregava ímãs metálicos para promover curas e esse
procedimento transforma-se, ao seu tempo, na base de uma nova
escola médica.
Segundo Alphonse Bué (Magnetismo Curador, 1919), no inicio
do século XVII Van-Helmont dedica quarenta anos de sua vida
trabalhando e meditando sobre a cura magnética. Por volta de 1670,
esse tipo cura também foi praticado pelo médico escocês William
Maxwell que, em 1676, publica um tratado sobre o tema com o titulo
de “Medicina Magnética”. Essas idéias foram aproveitadas cem anos
depois por Mesmer que, por volta de 1770, desenvolve nova teoria
com base nos seus antecessores e cria a tese do magnetismo
animal.
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13
MESMER A. F. Los fundamentos del magnetismo animal. Aforismo de Mesmer y
comentarios del Dr. Caullet de Veaumoreu. Tradução para o espanhol e prólogo
de Edmundo Gonzáles Blanco, B. Aires, Kier, 1954.
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14
Título original, Les aphorismes de Mesmer dicté a l’assemblé de ses élèvem,
publicado em 1785 por Caullet de Veaumoreu. Traduzido para vários idiomas e
publicado em muitos países (N. do. A.).
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JUSSIEU (JUSSIEU, Laurent de. Rapport de l’um des commissaires, Paris,
[Reprin.1952] 1784).
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23
JAGOT Paul C. Magnetismo, Hipnotismo, Sugestão. (Trad. Raimundo Nonato
Corrêa), São Paulo, Editora Mestre Jou, 1959.
24
QUEVEDO, Oscar Gonzáles. As forças físicas da mente, São Paulo, v. I, editora
Loyola, 1992.
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Mesmerismo e psiquiatria
John Ellioston (1781 – 1868), médico inglês e uma das figuras
mais eminentes da história médica britânica, em 1830 foi nomeado
Presidente da Royal Medical and Surgical Society e um dos
fundadores do University College Hospital, em Londres, introduziu o
uso do estetoscópio na Inglaterra, juntamente com os métodos de se
examinar o coração e os pulmões da forma que são utilizados até
hoje. Assistiu algumas demonstrações de mesmerismo e começou a
trabalhar essa técnica com seus pacientes. Foi quem primeiro usou a
hipnose, ainda conhecida como mesmerismo, no tratamento da
histeria dentro do ambiente hospitalar.
Em suas experiências pode observar que a hipnose se mostrava
eficiente nos casos em que o quadro psicopático estava ligado a uma
neurose histérica, na dispsomania e na psiconeurose e,
naturalmente, nas pessoas praticamente normais que apenas
apresentavam desequilíbrio emocional temporário. Aconselhava que
o Mesmerismo para fins psiquiátricos só pudesse ser empregado
quando o doente se apresentava para o tratamento por sua livre e
espontânea vontade, pois, em tal caso, havia de se beneficiar
porque, ao desejar tratar-se, demonstrava nisso fortes indícios de
pouco comprometimento das suas funções cerebrais, condição
necessária para ser induzido ao transe.
Mesmo tendo Ellioston obtido resultados satisfatórios no
tratamento da neurose histérica, da melancolia acompanhada de
delírio, das idéias fixas e nos casos mais benignos das psicopatias,
percebeu logo de início que não se consegue hipnotizar portadores
de graves enfermidades mentais, descartando esse método de
tratamento para loucos e retardados.
Embora seu primeiro objetivo tenha sido a utilização da hipnose
como expediente nos tratamentos psiquiátricos, começou também a
introduzir o “sono magnético” na prática hospitalar para aliviar dores
dos pacientes. Utilizava como anestesia local para diminuir a dor
durante cirurgias.
Os métodos de tratamento de Ellioston não tardaram em criar
uma onda de oposição. E o Conselho Universitário acabou por proibir
o uso do Mesmerismo no hospital da Universidade onde trabalhava.
Em virtude disso, pediu demissão, deixando a famosa declaração:
A Universidade foi estabelecida para o descobrimento e a
difusão da verdade. Todas as outras considerações são
secundárias. Nós devemos orientar o público e não deixar-nos
orientar pelo público. A única questão é saber se a coisa é ou
não verdadeira (ELLIOSTON).
62 Antonio Almeida Carreiro, Dr. Sc.
25
WEISSMANN, Karl. O hipnotismo. Rio de Janeiro, Ed. Prado, 1958.
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26
ESDAILLE, J. Mesmerism in Índia and its Pratical Applications in Suurgery and
Medicine Londres, Hyppolite Baillière, 1852.
64 Antonio Almeida Carreiro, Dr. Sc.
27
ESDAILLE, J. Hypnosis in medicine and surgery [Reprin]. New York, Julian
Press, (1846) 1957.
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28
MONIZ, Egas. El Abade Farias en la história de la hipnosis. B. Aires, Ed. Poblet,
1963.
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29
BRAID, James. Neuropnology, or the rationale of nervous sleelp [Reprin].
London, George Redway, 1899 [Reprin, 1958].
70 Antonio Almeida Carreiro, Dr. Sc.
30
JANET, Pierre. The major symptoms of hysteria. New York, Macmillan, 1920.
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Hipnodontia
Faz parte também da histórica da hipnose a sua aplicação em
odontologia; essa prática é conhecida como Odontohipnose ou
Hipnodontia. Em 1837 o dentista francês Jean Tienne Oudt
comunicou à Academia Francesa de Medicina haver extraído
molares sob o sono magnético, usava-se ainda a terminologia
Mesmerista para designar o fenômeno.
Oudt iniciara a prática da hipnose nos tratamentos
odontológicos para solução do problema da dor em extrações, mas
com o passar do tempo passou a ser usada também para melhorar
as reações psicofísicas, próprias do ambiente do gabinete dentário,
em pacientes que tinham horror a agulhas, a brocas, e até ao
barulho produzido pelo maquinário odontológico.
Depois de Oudt quem mais se destacou nesta área foi o
dentista Aaron A. Moss, pioneiro da hipnodontia na América do Norte
e o terceiro presidente do Instituto Americano de Hipnose. Ele foi
responsável, em 1966, pela primeira filmagem do uso da Hipnose na
Odontologia e desenvolveu um método que resulta de um ligeiro
relaxamento muscular, exercício de respiração e sugestão
especifica. 31
A indiscutível eficácia da hipnose na odontologia fez com que
G. F. Kuehner, 32 também dentista, elaborasse uma adaptação ao
método de Moss para aplicações em odontopediatria. A novidade era
usar na indução a própria linguagem do paciente infantil. Segurando
a mão da criança picava levemente com uma agulha ou outro
instrumento pontiagudo, perguntando à criança pela sensação que
experimentava. A resposta poderia ser, dói, ou coisa parecida. Em
seguida comprimia a mesma área com o dedo indicador e,
perguntava; “e agora o que está sentindo?” A resposta provável seria
não dói ou está apertando ou coisa semelhante. Ato contínuo ele
fechava os próprios olhos diante do paciente, fingindo quedando-se
muscularmente relaxado. Assumida essa postura, perguntava de
novo, “e agora, que tal?” O pequeno paciente responde nesta
situação “sono, noite, cama, etc.” Guardando mentalmente as
palavras proferidas para serem usadas ao proceder à indução, o
êxito da sugestão era mais fácil e mais rápido.
31
MOSS, A. A. The comfident dentist can eliminaté gagging. The Bristtish Journal
of medical hypnotism, v. 6, n. 03, 1955.
32
KUEHNER, G. F. Hypnosis in dentistry. New York, MacGraw-Hill Book
Company, 1956.
72 Antonio Almeida Carreiro, Dr. Sc.
33
BRAMWELL, J. M. Hypnotism, its history, practice and theory, Philaephia, J. B.
Lippincott, 1930.
Hipnose e psicoterapia: Etiologia e práxis 75
34
BERNHEIM, H. Hypnosis and suggestion in psychotherapy: A tratise on the
nature of hypnotism [reprint]. Translated by CA Herter. New Hyde Park, New York,
University Books, (1889) 1964.
35
LINDNER, R. M. Hipnoanalysis, methods and techniques. New York, MacGraw-
Hill Book Company, 1956.
36
GUINDES, C. B. New concepts of hypnossis: an Adjunkt to psychotherapy and
medicine, London, George Allen and Unwin Ltd. 1951.
Hipnose e psicoterapia: Etiologia e práxis 77
37
MAAS, James B. Power Sleep, Harper Perennial, N. York, 1998.
Hipnose e psicoterapia: Etiologia e práxis 79
38
PLATONOV, C. Faça seu teste psicológico, Rio de Janeiro, Ed. Edimax, 1966.
80 Antonio Almeida Carreiro, Dr. Sc.
escrever o segredo que você tem escondido de mim. Esse pode ser
o meio de produzir uma rápida revelação.
Na atualidade novos conceitos e teorias se incorporam á hipno-
análise como a Inteligência Emocional e a Análise Transacional
trabalhada por Eric Berne. O analista transacional observa posições
psicológicas tomadas pelo indivíduo e reveladas pelas palavras, tom
de voz, expressão facial, gestos, postura corporal, etc. (Os papeis
que vivemos na vida, James & Jongeward). O ser humano pode
adquirir comportamentos inconscientes que representam a imagem
de pai, de adulto ou de criança. Na hipno-análise moderna esta
teoria pode ser de grande valia para elucidar conflitos vivenciados
pelo hipnotizado.
Histeria e hipnose
Concomitantemente com a escola de Nancy representada por
Liébeault e Bernheim, existia outra em Paris que se intitulava como a
escola do grand hipnotisme e funcionava no La Salpêtrière,
representada por Jean-Martin Charcot (1825-1893), nascido em
Paris, onde viveu a vida inteira. La Salpêtrière, construído por volta
de 1630, hoje é uma dependência do Hospital Geral de Paris. 39 O
nome vem do fato de ter sido construído no local de uma antiga
fábrica de pólvora, cujo componente principal é o salitre, em francês
39
La Salpêtrière, em 1656 foi orfanato público além de albergue, abrigava toda
categoria de mendigos. Em 1661 já abrigava 1460 pessoas; recebia inclusive filhas
de nobres pobres, as quais gozavam de tratamento especial, recebiam
ensinamento religioso, alfabetização e artes habilitadoras. Eram mais de 800 as
Filles du roi (filhas do rei) e, entre 1663 e 1673, as moças mais pobres foram
treinadas em prendas domésticas e enviadas para as colônias para constituírem
famílias com colonos franceses. Em 1680 passou a funcionar como Hospital Geral
e, em pouco tempo, a Instituição degenerou em um repugnante depósito de
loucos. Além de abrigar mendigos, epilépticos, paralíticos, aleijados e vítimas de
doenças mentais, também funcionava como prisão para prostitutas e malfeitores.
As loucas mais agitadas ficavam acorrentadas até morrer. Gemidos e gritaria todo
o tempo e a infestação de ratos infernizavam a vida dos internos. Um dos mais
hediondos episódios da Revolução Francesa aconteceu ali, Le massacre de La
Salpêtrière, no dia 3 para 4 de setembro de 1792, um bando de vândalos invadiu o
prédio e, após libertar as prostitutas, arrastaram para a rua os doentes mentais,
alcoólatras e portadoras de deformações físicas, sob o argumento de que davam
prejuízos ao Estado, todos foram massacrados à vista do povo. No início do século
XIX o psiquiatra Philippe Pinel determinou a remoção das correntes e a
humanização dos doentes. Na segunda metade do século XIX, com mais de 4.000
internos, tornou-se um mundialmente famoso centro de estudos psiquiátricos e
Hospital Escola da Universidade de Paris. Recebia estudantes de todo o mundo
para assistir experimentos e aulas sobre doenças mentais, especialmente as aulas
de Charcot com demonstrações de hipnotismo que influenciaram decisivamente
Freud na criação da teoria psicanalítica (N. do A.).
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40
A utilização de sons como elementos hipnóticos também eram usados pelos
Mesmeristas. “Os instrumentos mais favoráveis ao desenvolvimento da ação
magnética são, depois da voz humana, a flauta, a harpa e a cítara. Mesmer
empregava freqüentemente este último instrumento. Em práticas de curas, muitos
magnetizadores acreditavam que os sons que partiam de um instrumento
magnetizado faziam mais efeito num doente, do que os de um instrumento que
não magnetizado” (Alphonse BUÉ, Magnetismo curador).
41
JAGOT Paul C. Magnetismo, Hipnotismo, Sugestão. (Trad. Raimundo Nonato
Corrêa), São Paulo, Editora Mestre Jou, 1959.
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42
CHARCOT, J. M. Oeuvres completes, metalltherapie et hipnotism [Reprin]. tome
IX, Paris, Lecrosnier et Babe, [Reprin. 1948] 1890.
Hipnose e psicoterapia: Etiologia e práxis 89
43
FOREL, August. Hypnotism and Psychotherapy [Reprin]. Allied Books, (1907)
1988.
90 Antonio Almeida Carreiro, Dr. Sc.
44
FREUD, Sigmund. Premissas e técnica de interpretação. In: Conferências
introdutórias sobre psicanálise. Edição Standard Brasileira das Obras Completas.
Rio de Janeiro, Imago, 1974.
92 Antonio Almeida Carreiro, Dr. Sc.
45
(LEX, Parecer do CFM nº 02/1998. In: Medicina Conselho Federal, Brasília DF,
rev. nº 98, p. 7, out., 1998).
46
Talvez Freud tivesse dificuldades para hipnotizar; é possível que lhe faltasse a
qualidade de um bom hipnotista e, isso também teria contribuído para ele
abandonar o método da hipnose (weissmann). Freud afirma claramente “Quando
constatei que, apesar de todos os meus esforços, só conseguia colocar em estado
de hipnose uma pequena parcela de meus doentes, decidi abandonar esse
método” (FREUD, apud CHRTOK, p. 59, 1989).
Hipnose e psicoterapia: Etiologia e práxis 93
47
Extraído do Volume I, edição standard brasileira, obras psicológicas completas
de Sigmund FREUD. In: Textos escolhidos de psicanálise: Artigos sobre
Hipnotismo e Sugestão - Hipnose, Imago Editora Ltda. R. Janeiro, 45 - 59, 1986.
Hipnose e psicoterapia: Etiologia e práxis 95
50
NUTTIN, Joseph. Psicanálise e Personalidade. Rio de Janeiro, ed. Talentos,
1967.
Hipnose e psicoterapia: Etiologia e práxis 101
51
Mecanismos de defesa são medidas tomadas pelo inconsciente com a
finalidade de proteger o Ego de emoções ou situações desagradáveis. São os
principais: 1. Repressão - retirada de idéias, afetos ou desejos perturbadores da
consciência, pressionando-os para o inconsciente. 2. Formação reativa - fixação
de uma idéia, afeto ou desejo na consciência, opostos ao impulso inconsciente
temido. 3. Projeção - sentimentos próprios indesejáveis que são atribuídos a outra
pessoa. 4. Regressão - retorno a forma de gratificação de fases anteriores, devido
aos conflitos que surgem em estágios posteriores do desenvolvimento. 5.
Racionalização - substituição do verdadeiro, porém assustador, motivo do
comportamento por uma explicação razoável e segura. 6. Negação - recusa
consciente para perceber fatos perturbadores, retira do indivíduo não só a
percepção necessária para lidar com os desafios externos, mas também a
capacidade de valer-se de estratégias de sobrevivência adequadas. 7.
Deslocamento - redirecionamento de um impulso para um alvo substituto. 8.
Desfazer - através de uma ação, busca-se o cancelamento da experiência prévia e
desagradável. 9. Introjeção - estreitamente relacionada com a identificação, visa
resolver alguma dificuldade emocional do indivíduo, ao tomar para a própria
personalidade certas características de outras pessoas. 10. Sublimação - parte da
energia investida nos impulsos sexuais é direcionada à consecução de realizações
socialmente aceitáveis (N. do A).
102 Antonio Almeida Carreiro, Dr. Sc.
52
Em 2003, foi produzido e distribuído por Meduza Produzione/PlayArte, o filme
“Jornada da Alma”. Conta como Sabina Spielrein, quando adolescente foi tratada
por Jung, como eles se apaixonam, e como após alguns anos a paciente torna-se
também psicanalista e monta e dirige, na Rússia, a primeira creche que usa
noções de psicanálise no tratamento de crianças. (N. do A.).
Hipnose e psicoterapia: Etiologia e práxis 105
54
FREUD, S. Obras completas de Sigmund Freud. Traduzidas por Jayme
Salomão, Ed. Imago, Rio de Janeiro, 1980.
Textos, artigos, casos referidos ou citados:
FREUD, S. Artigos sobre hipnotismo e sugestão; A psicoterapia da histeria
(tradução de José Luiz Meurer e Christiano Monteiro), Ed. Imago Ltda, 1998.
Prefácio à tradução de suggestion de Bernheim; Prefácio à segunda edição alemã;
Resenha de Hipnotismo de August FOREL; Hipnose, In: Textos escolhidos de
psicanálise, Rio de Janeiro, Imago, 7 - 61, 1986. O ego e o Id, (1923b), 19-23 -
Hipnose (1891d), 19-23 - O Inconsciente, (1915e), 14-191 - A Interpretação dos
sonhos (1900a). (1923 e [1931]) - Josepf Breuer (1925g) 19-349. 1-117 -
Mecanismo psíquico dos histéricos (Breuer e Freud), 3-34 - A teoria da libido
(1923a), 18-287 - Anna O., 1/228n; 2:14 -15, 23, 35-36, 44-47, 49, 63-91, 238 -
262, 264-265, 269n, 271- 4, 280, 11-13 -18, 24, 25, 27, 14-21-2; 16-305, 319,
324n, 344; 18-287; 19 -241-2, 249; 20 -31-4, 38, 301. Elizabeth Von R., 1-109.
Hipnose e psicoterapia: Etiologia e práxis 113
55
(GAY, Peter. FREUD: Uma vida para o nosso tempo. São Paulo, Companhia
das Letras, 1986).
Hipnose e psicoterapia: Etiologia e práxis 115
56
LUNDIN, R. W. Uma análise do comportamento. 1992.
116 Antonio Almeida Carreiro, Dr. Sc.
57
PAVLOV, I. P. Reflexos condicionados e inibições. Rio de Janeiro, Zahar, 1976.
Hipnose e psicoterapia: Etiologia e práxis 117
58
PAVLOV, I. P. The Identity of inhibition with sleep and hypnosis, New York,
Scientifc Monthly n° 17, 603-608, 1923.
Hipnose e psicoterapia: Etiologia e práxis 119
59
PLATINOV, C. Faça seu teste psicológico. Rio de Janeiro, Ed. Edimax, 1963.
120 Antonio Almeida Carreiro, Dr. Sc.
60
VOLGYESI, F. El alma lo es todo, Barcelona, 1983.
61
"Estresse" é a denominação dada a um conjunto de reações orgânicas e
psíquicas que o organismo emite quando é exposto a qualquer estímulo que o
excite, irrite, amedronte ou o faça muito feliz. Funciona como um mecanismo de
sobrevivência e adaptação, estimulando o organismo diante de uma experiência ou
ambientes novos que causam pressões psicológicas. No cotidiano as pessoas se
defrontam com vários fatores estressantes com briga com o par afetivo, excesso de
cobrança e frustração, ansiedade exagerada ou ambiente excessivamente
barulhento. Na medida em que o cérebro interpreta estes fatores como ameaças à
saúde, o corpo fica em estado de alerta geral, até que o fato passe ou o sujeito se
adapte a nova situação. Isso é “estresse” (N. do A.).
Hipnose e psicoterapia: Etiologia e práxis 121
Auto-Sugestão
Émile COUÉ (1857 – 1926) nasceu em Troyes, na França, era
farmacêutico e começou a estudar hipnotismo com Bernheim e
Liébaut, é considerado o pai da Auto-Hipnose e seu nome está
associado às pesquisas sobre o "Efeito Placebo". Efetuou muitos
estudos sobre comportamento pela sugestão e, baseado na teoria do
consciente e inconsciente, desenvolveu um método de terapia.
Sistematizando a hipnose como processo de auto-ajuda formulou
vários princípios e leis que fundamentam sua aplicação. Coué abriu e
dirigiu uma clínica em Nancy, onde o tratamento de seus pacientes
era exclusivamente gratuito e por auto-sugestão.
Coué propunha obter a transformação de certos atos
conscientes em inconscientes pela repetição. Uma vez
automatizados, eles continuam a agir. A partir daí, finalmente a
hipnose sai do domínio das aplicações médicas, terapêuticas ou
religiosas e finalmente é revelada como ferramenta de auto-ajuda
para solução de vários problemas humanos. Até então a hipnose era
praticada por religiosos ou médicos sem, contudo, nem a religião
nem a medicina reconhecerem sua eficácia e até negarem sua
prática.
A partir de seus estudos, Coué estabeleceu certo número de
regras e exercícios, com os quais organizou um sistema que permite
a qualquer um persuadir-se de que está passando bem, de que pode
resistir a doenças e curar-se. A originalidade do método consistia em
apelar para a auto-sugestão, exercida de forma clara e sistemática.
Dizia que uma vez que no fundo toda sugestão não passa de auto-
sugestão, cada pessoa pode auto-sugestionar, sendo o efeito mais
forte do que quando induzida por um hipnotizador:
... na verdade, não é a sugestão que o hipnotizador faz que
realiza qualquer coisa, é a sugestão que é aceita pela mente
do paciente. Todas as sugestões efetivas devem ser ou são
transformar em auto-sugestões (COUÉ)
Coué preferiu chamar auto-hipnose de auto-sugestão, com esse
nome criou escola e estabeleceu a lei da reversão dos efeitos ou do
efeito contrário que, em síntese, diz: “Num impacto entre a vontade e
a idéia, vence invariavelmente a idéia“. Também desenvolveu frases
que orientam a auto-sugestão como: “Todos os dias, de todas as
formas, eu estou melhorando cada vez mais”. Esta frase, para ser
repetida todas as manhãs, ao acordar, e todas as noites, logo ao
deitar, com os olhos fechados, e sem fixar a atenção ao que se diz, a
fim de ouvir as próprias palavras, faz parte do célebre método que
ele chamou de “domínio de si mesmo pela auto-sugestão
124 Antonio Almeida Carreiro, Dr. Sc.
65
COUÉ, E. Auto-sugestão consciente - Que digo e que faço - O domínio de se
mesmo. Rio de Janeiro, Minerva, 1956.
128 Antonio Almeida Carreiro, Dr. Sc.
66
MUTKE, Peter. The American Journal of Clinical hypnosis. Califórnia, EUA, abril
de 1967.
67
ROGER, Bernhardt. Autodomínio através da auto-hipnose, Rio de Janeiro,
Record, 1976.
132 Antonio Almeida Carreiro, Dr. Sc.
68
SUPER Interessante. A Segunda Inteligência, São Paulo, r. p. 61- 65, maio,
1999.
Hipnose e psicoterapia: Etiologia e práxis 133
69
Sessão realizada pelo autor, publicada no Jornal Bahia Hoje, Salvador, 01.10.95.
134 Antonio Almeida Carreiro, Dr. Sc.
70
SKINNER lecionou nas Universidades americanas de Harvard, Indiana e
Minnesota e, entre outros trabalhos, publicou os livros: Behavior of Organisms (o
comportamento dos organismos), Verbal Behavior (comportamento verbal),
Science and Human Behavior (comportamento científico e humano).
Hipnose e psicoterapia: Etiologia e práxis 135
71
KOHLER, W. Psicologia da Gestalt. Belo Horizonte, Itatiaia, 1980.
72
KOFFKA, K. Princípios de Psicologia da Gestalt. São Paulo, Cultrix, 1982.
Hipnose e psicoterapia: Etiologia e práxis 137
75
Lev Semenovich Vygotsky (1896-1934), nasceu na cidade de Orsh, em Bielarus,
país da extinta União Soviética, onde também faleceu, vítima de tuberculose, aos
37 anos. Vasta foi a sua produção intelectual, se estendia desde a neurologia até
a crítica literária, passando pela psicologia, linguagem, deficiência, educação etc.
(N. do A.).
76
VYGOTSKY, L. S., LURIA, A. R. e LEONTIEV, A. N. Linguagem,
Desenvolvimento e Aprendizagem. São Paulo, Editora da USP, 1988.
77
VYGOTSKY, L. - Pensamento e linguagem. SP, Martins Fontes, 1988.
142 Antonio Almeida Carreiro, Dr. Sc.
79
Rogers, aos doze anos, foi morar em uma fazenda e, desde então, passou a
interessar-se pelas ciências naturais e pela agricultura. Graduou-se em Ciências
Físicas e Biológicas; formou-se em História e Psicologia. Em 1928, concluiu seu
mestrado e, em 1931, obteve o título de doutor na área de Psicologia. Foi
professor em diversas universidades: Ohio, Chicago e Wisconsin. Suas obras
principais foram: (1951) Terapia centrada no paciente. (1961) Tornar-se pessoa.
(1970) Grupos de encontro. (1972) Novas formas de amor. 1977) Sobre o poder
pessoal. (1980) Um jeito de ser. (1983) Liberdade para aprender nos 80 (N. do A.).
Hipnose e psicoterapia: Etiologia e práxis 145
80
Principais publicações de P. Freire: (1959) Educação e atualidade brasileira,
(1966). Educação como prática da liberdade, (1970). Pedagogia do oprimido,
(1971). Extensão ou comunicação, (1976). Ação cultural para a liberdade e outros
escritos, (1977). Cartas a Guné-Bissau, (1981). Educação e mudança, (1982). A
importância do ato de ler, (1988). Sobre educação (diálogos), (1992). Pedagogia
da esperança, (1993). Política e educação, (1994). Cartas à Cristina, (1995). À
sombra desta mangueira, (1996). Pedagogia da Autonomia - Saberes necessários
à prática educativa, (2000). Pedagogia da indignação: cartas pedagógicas e outros
escritos (N. do A.).
81
FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. Ed. Paz e Terra, 23ª Edição, 1996.
148 Antonio Almeida Carreiro, Dr. Sc.
outras partes, também suas, que são vistas como inadequadas, gera
em si mesmo um conflito de identificação X alienação.
Um exemplo para o conflito de identificação X alienação seria
alguém não querer ver o seu próprio egoísmo, então se aliena dele,
que para ele passa a não existir, mas continua nele a agir. A partir
desta alienação ou não percepção, o organismo fica dificultado na
sua busca de equilíbrio (homeostase) e na obtenção da auto-
realização. Dessa forma, a integração e organização humanas, ficam
comprometidas. Para a reversão desta situação faz-se necessário
um trabalho de tomada de consciência continuada (awareness
continuum) que colocará o sujeito em contato com as partes que ele
alienou, tornando-se inteiro, e aí se ele quiser poderá, de fato,
mudar. Esse processo se assemelha, na forma e no efeito, a terapia
praticada pela regressão hipnótica.
Também deriva da Gestalt a Teoria de Campo ou Topológica,
seu principal formulador foi Kurt Lewin. De acordo com essa teoria,
são as forças do ambiente social que levam o indivíduo a reagir a
alguns estímulos e não a outros; ou que levam indivíduos diferentes
a reagirem de maneira diferente ao mesmo estímulo. A influência
dessas forças sobre o indivíduo dependeria, em alto grau, das
próprias necessidades, atitudes, sentimentos e expectativas do
próprio indivíduo, pois são estas condições internas que constituem o
campo psicológico de cada um. O campo psicológico seria um
ambiente, incluindo suas forças sociais, da maneira como é visto ou
percebido pelo indivíduo.
Entre as teorias convencionais do ambiente acadêmico, torna-
se fundamental conhecer mais o pensamento de Carl Ranson
Rogers, responsável pela paternidade da Terapia Centrada na
Pessoa. Esta terapia, também é chamada de Terceira Força, é
contra o behaviorismo e tem forte base humanista. Afirma que o
homem apela para a vida por meio de auto-realização, ou seja, o
organismo tem como motivo básico a sua automotivação. 82 Um dos
seus livros mais importante “Tornar-se pessoa” afirma que um dos
principais objetivos do ser humano é buscar uma vida mais rica e
plena, pois tem o potencial de desenvolvimento, de crescimento e de
realização. Para que este processo de auto-realização ocorra o ser
humano precisa: ser libertado de suas peias internas e ser capaz de
um contato íntimo com outras pessoas, sem máscaras, sem jogos.
Para tanto, precisa crias novos projetos, ser cooperativo, receptivo e
amoroso.
82
ROGERS, C. R. (1951) Terapia Centrada no Paciente. Lisboa, Moraes Editores,
1974.
Hipnose e psicoterapia: Etiologia e práxis 151
85
LAO-TSÉ. O livro do caminho perfeito, São Paulo, Pensamento, 1990.
Hipnose e psicoterapia: Etiologia e práxis 155
sigam. Há uma tradição antiga que diz: O Tao iluminado para muitos é
obscuro (LAO-TSÉ).
A concepção do ser humano subjacente ao taoísmo é a de um
ser que para se realizar deve torna-se integrado, isto é, suas forças
conflitantes devem ser trazidas a balanço e harmonia. Assim ele
passa a ser centrado, o que resulta em um estado espiritual de
esclarecimento. Os taoístas preconizam a integração humana, isto é,
a assimilação por parte do homem de todas as coisas disponíveis e
que conformam o Tao. Mostram que, fundamentalmente, a
integração se dá através de uma mudança interna que denominam
de consciência, e frisam o desapego egoísta para que, em paz e
harmonia, o homem possa ser levado pela “onda cósmica”.
Contribui com o pensamento do Tao, o Zen, ou doutrina do
coração de Buda, introduzida na China pelo monge Bodhidharma,
um dos grandes reformadores do budismo tradicional. Possui três
escolas principais: As duas primeiras são Soto, Obaku, que
enfatizam a meditação ou o Zen sentado; considera que para o ser
humano evoluir, a coisa mais importante é sentar e meditar. A
terceira escola é Rinzai, enfatiza o Koan que é uma frase oferecida a
cada discípulo, de acordo com a sua natureza. Essa frase é muitas
vezes alógica ou até risível. Exemplo: quando se bate com uma mão
de encontro com a outra se ouve um som, mas não se sabe qual é o
som produzido por uma mão só. Os Koans não são apenas enigmas
ou observações misteriosas, através disso objetivam impulsionar o
discípulo até o limite último da reflexão a fim de obter os segredos da
mente.
O Budismo de feição Zen 86 estima e valoriza o despojamento,
a simplicidade, a naturalidade, o gosto por paradoxos e pelos
“koans”, concebe a iluminação como uma necessidade que o ser
humano tem de dar sentido à sua própria existência. O Zen é uma
técnica que adota os seguintes recursos: paradoxo, ultrapassagem
dos opostos, contradição, afirmação e repetição. O objetivo último da
disciplina Zen é a aquisição do satori, isto é, a adoção de um novo
ponto de vista para olhar a essência das coisas. Não consiste em
produzir uma condição pré-determinada, por pensar-se intensamente
nela, mas sim adquirir um novo ponto de vista ao olhar para as
coisas.
A sentença que talvez se aproxime do pensamento Zen é:
“pouco adianta falar, muito menos escrever. Os pássaros cantam e o
sol surge diariamente, sem explicações. Assim deve ser em todas as
86
SUZUKI, D. C. Introdução do Zen-budismo. São Paulo, Pensamento, 1969.
156 Antonio Almeida Carreiro, Dr. Sc.
87
KRASNER, e ULMANN. Modificações de comportamento, São Paulo, ed. EPU,
1983.
160 Antonio Almeida Carreiro, Dr. Sc.
completamente cego, sendo que sua cegueira foi atribuída pelo clero
como castigo divino.
O desenvolvimento das navegações, do comércio, da
manufatura, as novas terras que são incorporadas ao circuito
comercial europeu, a afirmação da burguesia mercantil por trás de
quase todos os grandes empreendimentos, especialmente nas
cidades portuárias, origem do sistema capitalista, modifica a maneira
de viver da sociedade européia ocidental e afeta o plano das idéias,
contribuindo para queda da produção cultural. Os intelectuais ligados
diretamente à igreja começam a ser substituído por outros não
comprometidos com dogmas religiosos.
No plano do conhecimento, quando a racionalidade do sentido
da vida, também ocorrem mudanças e, entre os séculos XIV e XV,
reaparece o humanismo, doutrina que tem como princípio a idéia de
que o homem é a medida de todas as coisas, elaborada pelo filósofo
grego Pitágoras (485 a.C. e 410 a.C.). O século XVI é marcado pelo
humanismo, ou seja, o conhecimento do homem pelo homem. É a
idéia de que o homem se faz por si mesmo. Trata-se agora não do
ser humano contemplar a natureza, mas intervir nela, atuar sobre ela.
O humanismo ressurge como movimento nas artes, na
literatura e na filosofia durante o pré-renascimento italiano que
considera a volta à cultura e aos ideais da antiguidade greco-romana
e, em particular, à sua literatura, como única maneira de restaurar e
valorizar a dignidade do espírito humano. É uma reação contra a
escolástica, o conjunto das doutrinas oficiais da igreja católica que
tenta conciliar razão e fé e, nesse sentido, opõe-se potencialmente
às religiões reveladas, como o cristianismo.
Na primeira metade do século XVII, René Descartes (1596-
1650), filósofo e matemático francês, foi considerado o fundador do
racionalismo moderno, repensou a filosofia da sua época,
desenvolvendo um corpo doutrinário segundo a imagem da “árvore
do conhecimento”, cujas raízes são a metafísica, o tronco, a física, e
os ramos, as ciências derivadas, de modo especial a medicina, a
mecânica e a moral. Descartes se afasta dos processos indutivos de
Galileu e propõe o método racionalista-dedutivo, afirmando ser o
único meio científico para se chega à certeza. Seu método
(cartesiano) é executado quando se pesa, mede, quantifica, etc. É
totalmente fundamentado nas leis da física e instrumentalizado,
sobretudo com o uso da Matemática.
Descartes postula quatro regras básicas para se chegar á
verdade cientifica:
Hipnose e psicoterapia: Etiologia e práxis 173
88
CAPRA, Fritjof. A Teia da vida: uma nova compreensão científica dos seres
vivos, São Paulo, Ed. CULTRIX, 1986.
Hipnose e psicoterapia: Etiologia e práxis 179
89
‘MEDEIROS, Damião Nobre de. A vitória da máquina. In: Medicina, Conselho
Federal. Brasília DF, rev. nº 98, outubro, 1998, p. 28.
Hipnose e psicoterapia: Etiologia e práxis 181
90
SUPER Interessante. Visão hipnótica, São Paulo, revista mensal, Editora Abril,
maio de 1998, p. 40 - 45.
Hipnose e psicoterapia: Etiologia e práxis 183
91
WOLBERG, L. R. Hypnoanalysis, New. York, Grune & Stratton, 1945.
184 Antonio Almeida Carreiro, Dr. Sc.
92
SARBIN, T. R. Contribution to roll-taking theory in hypnotic behaviour, Psychol.
rev. 57 - 255, 1950.
186 Antonio Almeida Carreiro, Dr. Sc.
93
COUÉ, E. Auto-sugestão consciente - que digo e que faço - O domínio de si
mesmo. Rio de Janeiro, Minerva, 1956.
Hipnose e psicoterapia: Etiologia e práxis 187
94
ESTBROOKS, G. H. Hipynotism. New York, Dutton, 1943.
95
WARREN, H. C. Dictionary of psychology, New York, Hougton Miffin, 1934.
96
HULL, C. L. Hypnosis and suggestibility. An: Experimental approach. D. Aplleton
- Century, 1933.
Hipnose e psicoterapia: Etiologia e práxis 189
99
SUPER Interessante. Visão hipnótica, São Paulo, revista mensal, Editora Abril,
maio de 1998, p. 40 - 45.
192 Antonio Almeida Carreiro, Dr. Sc.
100
Nos primeiros tempos de vida o corpo é erotizado e as excitações sexuais,
localizadas em partes do corpo, desenvolvem-se progressivamente. Freud
postulou o desenvolvimento psicosexual em: fase oral (a zona de erotização é a
boca), fase anal (a zona é o ânus), fase fálica (a zona é o órgão sexual); em
seguida, vem um período de latência, que se prolonga até a puberdade e se
caracteriza por uma diminuição das atividades sexuais. E, finalmente, na
adolescência é atingida a última fase, a fase genital, quando o objeto de
erotização ou desejo não está mais no próprio corpo, mas em um objeto externo
ao indivíduo - o outro (N. do A.).
101
WEISSMANN, Karl. O hipnotismo. Rio de Janeiro, Ed. Prado, 1958.
Hipnose e psicoterapia: Etiologia e práxis 195
102
MYERS, J. K., Weissman MM. Tischler GL, et al. Six-month prevalence of
psychiatry disorders in three communities, (1980-1982). In: Arch Gen Psychiatry,
41; 959-967, 1984.
198 Antonio Almeida Carreiro, Dr. Sc.
103
BERNHEIM, H. Hypnosis and suggestion in psychotherapy: A tratise on the
nature of hypnotism [Reprin]. Translad by CA Herte, New Hyde Park, New York,
Universrsity Books (1889) 1964.
Hipnose e psicoterapia: Etiologia e práxis 199
Consciente (coordenador)
Janela (passagem)
Inconsciente (arquivo)
107
ROGER, Bernhardt. Autodomínio através a auto-hipnose. Rio de Janeiro, ed.
Record, 1978.
108
SPIEGEL, David. Hipnose. In: Tratado de psiquiatria. Porto Alegre, Org. Talbott
et al, Ed. Artes médicas, 1993.
210 Antonio Almeida Carreiro, Dr. Sc.
109
BRAMWELL, J. Hypnotism, its history, practice and theory. Philaephia,
Lippincott, 1930.
110
TUCKEY, C. L. Treatment by hipnotism and suggestion, London, Baillère
Trindall Cox, 1921.
Hipnose e psicoterapia: Etiologia e práxis 211
111
ERICKSON, M. H. Experimental demostration of the psychopathology of
everyday life. New York, 1939.
212 Antonio Almeida Carreiro, Dr. Sc.
112
PATTIE, F. The genuiness of some hypnotic phenomena: hypnosis and its
therapeutic application, New. York, Mac Grew-Hill Book Comp., 1956.
216 Antonio Almeida Carreiro, Dr. Sc.
116
MOSS, A. A. The comfident dentist can eliminaté gagging. The Bristtish Journal
of medical hypnotism, v. 6, n°03, 1955.
232 Antonio Almeida Carreiro, Dr. Sc.
117
KUEHNER, G. F. Hypnosis in dentistry. New York, MacGraw-Hill Book
Company, 1956.
234 Antonio Almeida Carreiro, Dr. Sc.
118
ERICKSON, M. H. Experimental demostration of the psychopathology of
everyday life. New York, 1939.
119
WOLBERG, L. R. Hypnoanalysis. New York, Grune & Stratton, 1945.
236 Antonio Almeida Carreiro, Dr. Sc.
120
JAGOT Paul C. Magnetismo, Hipnotismo, Sugestão. (Trad. Raimundo Nonato
Corrêa), São Paulo, Editora Mestre Jou, 1959.
238 Antonio Almeida Carreiro, Dr. Sc.
121
CHEVREUL, M. De la varilla advinatoria, del pendulo explorador y de las mesas
giratórias, Barcelona, editora Humanitas, 1938.
Hipnose e psicoterapia: Etiologia e práxis 241
fechar... Você verá que vão fechar... etc.”. De resto, as técnicas para
os testes e para a própria indução hipnótica pouco se diferenciam
umas das outras.
Em síntese, é aplicada a sugestão e são observados seus
efeitos nas reações do indivíduo. No teste das mãos e no teste do
balanço, para citar apenas estes, as respostas são quase
instantâneas e, quanto mais rápidas as respostas, maior será o grau
da suscetibilidade testada. Essas respostas positivas devem durar,
no máximo, o tempo em que o hipnotista profere as instruções e
conta até cinco.
Balanço do corpo - É um teste de suscetibilidade, geralmente
aplicado em grupo com mais de vinte pessoas (teste coletivo), e dará
resultado em média de oitenta e cinco por cento de presentes na
sessão. Todos ficam de pé, de preferência com o calcanhar junto,
pontas dos pés afastadas como formando um triângulo. O método de
indução é aplicado através da voz. Os participantes são solicitados
levantar-se e largar os objetos que porventura tenha nas mãos.
Recomenda-se, em seguida, não se apoiar na cadeira ou em outra
pessoa vizinha. Feita essa recomendação, passa-se à aplicação do
teste, dizendo-se as palavras aduzidas na seqüência certa, no tom
certo, lentas, porém firmes:
• Vou contar até cinco... Antes de chegar aos cinco, vocês
sentirão um balanço... Agora vocês se concentram... Liguem-
se em mim mentalmente... Vou contar de um a cinco e vocês
vão sentir o corpo balançar... Mas ficarão com os pés firmes
no chão, sem cair... Fechem os olhos e se concentrem
totalmente em mim... Vamos iniciar o exercício, fechem os
olhos... Fiquem calmos e concentrados em mim... Respirem
lenta e profundamente, só ouvindo minha voz.
Após uma pausa de meio minuto, inicia-se então a contagem, de
um a cinco, fazendo pausa de cinco segundos, aproximadamente,
entre um número e outro, na seqüência das palavras ditas com voz
calma e confiante:
• Um... Dois... Três... Quatro... Todos balançando para frente e
para trás... Cinco... Vocês estão sentindo o balanço... Os pés
estão firmes no chão... Estão calmos e tranqüilos...
Balançam cada vez mais... Para frente... Para trás... Cada
vez mais balançam... Balançam... Mais fortemente agora.
As pessoas mais suscetíveis balançam por meio minuto e
nesse tempo, o hipnotista deve observar todos com cuidado, porque
os mais suscetíveis podem cair no chão. Caso aconteça alguém cair,
será individualmente atendido por auxiliares, o teste não será
244 Antonio Almeida Carreiro, Dr. Sc.
122
O Código Penal Brasileiro proíbe que, sem habilitação formal, mesmo que de
forma gratuita, alguém faça diagnósticos de saúde (artigo 284, inciso III).
252 Antonio Almeida Carreiro, Dr. Sc.
pessoa não só pode enxergar tudo o que se passa a sua volta, mas
também o que se passa em outros lugares.
A sugestão para obtenção deste fenômeno se processa quando
é dito para o hipnotizado que ele está indo, mentalmente, para um
lugar; por exemplo, ele está indo para uma sala ao lado da que se
encontra no momento da indução e, após alguns segundos, é
descrita sua ida até lá, dizendo que foi até a porta, saiu pelo
corredor, que já chegou ao seu destino e está vendo tudo que está
se passando. Perguntam-se, quem está lá naquele momento, o que
está fazendo, etc.
Alguns hipnotizados são capazes de dar descrições nítidas do
local sugerido, mesmo que lá nunca tivessem ido, como também são
capazes de dar informações exatas sobre as pessoas que lá se
encontram. Poderá dizer corretamente o que acontece, confirmado
posteriormente ou até simultaneamente ao relato. O hipnotizado
clarividente pode não só descrever o que está se passando em um
aposento pegado, como também em um local a quilômetros de
distância. 123
Outro fenômeno é a hiperestesia, ocorre quando o hipnotizado
é colocado em contato com outra pessoa pela junção das mãos,
fazendo-se a sugestão (diversas vezes) de que tem condições de
ligar-se inteiramente na pessoa que está em contato, que ela tem
condições de sentir tudo que a outra pessoa está sentindo.
Finalmente afirma-se que o hipnotizado é a outra pessoa e pensará
como ela, saberá tudo que a outra estará pensando.
Para induzir um suscetível ao estado hiperestésico é dito:
Agora você é... (o nome da pessoa que está ligada a ela), Sente tudo
como... (diz novamente o nome). Depois de fazer várias vezes esta
sugestão, pergunta-se o nome dela e ela dirá que é a pessoa que
está em contato pela mão, se isto não ocorrer, deve ser novamente
repetida as sugestões anteriores.
No estado de hiperestesia são surpreendentes os resultados; o
hipnotizado poderá dar informações que só a outra pessoa sabe de
forma consciente ou até inconscientemente, se portará exatamente
como a outra com quem se ligou ou de quem assumiu a
personalidade. Terminada a experiência, deve-se ter o cuidado de
“desligar” a pessoa hipnotizada da outra, sugerindo que ela é...
(dizendo-se seu nome) e que se desfez completamente a ligação,
123
Sessão realizada pelo autor, publicado no Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, de
10.09.95.
256 Antonio Almeida Carreiro, Dr. Sc.
126
Sessão realizada pelo autor e publicada no Correio da Bahia, Salvador,
31.08.95.
268 Antonio Almeida Carreiro, Dr. Sc.
127
Baixo astral - Termo de linguagem popular que classifica pessoas que podem
influenciar outras a serem pessimistas. Indivíduo que está ou vive mal-humorado,
infeliz, queixoso, como que sob má influência astral (AURÉLIO, Buarque de
Holanda Ferreira, Novo dicionário da língua portuguesa).
128
ADMES, Paul T. Ajuda-te pela nova auto-hipnose, São Paulo, Ed. Besteseller,
1972.
Hipnose e psicoterapia: Etiologia e práxis 269
130
Segundo sua autobiografia Weissmann foi hipnotista de palco e de gabinete,
trabalhava, na década de 40, como psicólogo na Penitenciária de Neves, no
Estado de Minas Gerais (N. do A.).
Hipnose e psicoterapia: Etiologia e práxis 273
131
WILLIAMS, Griffith. Experimental Hypnosis, Nova York, ed. Macmillan, 1956.
274 Antonio Almeida Carreiro, Dr. Sc.
134
O ato de desipnotizar é chamado de anipnotizar, do grego an hypnotizó.
Significa acordar, sair do sono ou anular o seu efeito (N. do A.).
135
Na psicanálise, compulsão inconsciente se refere ao conjunto dos processos e
fatos psíquicos que atuam sobre a conduta do indivíduo, mas que escapam ao
âmbito da consciência e não podem ser lembrados por esforço da vontade
consciente (N. do A.).
136
ROGER, Bernhardt. Autodomínio através a auto-hipnose. Rio de Janeiro, ed.
Record, 1978.
276 Antonio Almeida Carreiro, Dr. Sc.
137
Na década de 1950, surge o conceito de marketing, um sistema destinado a
promover e distribuir produtos e serviços para compradores atuais e futuros. Com
a disputa entre as marcas de Coca-Cola e Pepsi, a primeira até então líder de
mercado, as empresas passaram a procurar novas linguagens de comunicação
com seus clientes. As pessoas se decidiam pela compra de uma marca estimulada
por truques de marketing (N. do A.).
Hipnose e psicoterapia: Etiologia e práxis 277
138
Subliminar - define um estímulo aos órgãos dos sentidos que não é
suficientemente claro para que o indivíduo fique consciente de sua existência,
mas, inconscientemente, atua para alcançar um efeito desejado (N. do A.).
Hipnose e psicoterapia: Etiologia e práxis 279
139
COSTA, Mauro S. R. Alice no país subliminar, Folha de São Paulo, 9/10/84.
Hipnose e psicoterapia: Etiologia e práxis 281
140
Ernest ROTH. Métodos para hipnotizar In: As cores do hipnotismo, Rio de
Janeiro, Tecnoprit, 1968)
141
O conceito de merchandising é diferenciado entre autores: A) Convencionou-se
chamar de merchandising em propaganda a aparição dos produtos no vídeo, no
áudio ou nos artigos impressos, em situação normal de consumo, sem declaração
ostensiva da marca (TAHARA, Mizuho. Contato imediato com a mídia). B) Nova
modalidade de comercialização de espaços sem o rótulo da propaganda. Batizou-
se a idéia como Merchandising (SIMÕES, Roberto. O que é merchandising?
Revista Marketing). C) Compreende um conjunto de operações táticas efetuadas
no ponto de venda, para se colocar no mercado o produto ou serviço certo, na
quantidade certa, no preço certo, no tempo certo, com impacto visual adequado e
na exposição correta. É basicamente o cenário do produto no ponto de venda
(COBRA, Marcos. Administração de marketing).
284 Antonio Almeida Carreiro, Dr. Sc.
142
Forel nasceu na cidade de Morges na costa do Lago Genebra na Suíça. Em
1879 foi nomeado professor de psiquiatria na Universidade Médica de Zurique
bem como diretor do importante Asilo Cantonal Burghölzli em Zurique. Foi o
primeiro a conseguir amostras cerebrais da espécie humana. Seus estudos sobre
regiões particulares do cérebro tornaram-no um mestre do desenvolvimento da
anatomia microscópica do sistema nervoso. Em 1875 fez a primeira secção
completa de todo o cérebro e formulou o conceito das unidades celulares e
funcionais (denominada mais tarde de Teoria do Neurônio); realizou estudos
notáveis sobre a topografia dos nervos trigeminal, pneumogástrico e hipoglossal e
deu uma descrição precisa do hipotálamo – nos dias atuais, o núcleo do
hipotálamo é chamado de Campo de Forel ou Corpo de Forel em sua
homenagem. Em 1877 descreveu diversas estruturas ainda desconhecidas do
cérebro, chegando a descobrir, em 1885, a origem do nervo acústico no cérebro.
Sua vida foi impressionante; fundou pelo menos vinte instituições, fez inúmeras
pesquisas, bem como invenções em diferentes campos, autor de mais de 1.200
publicações científicas, livros e artigos em jornais em quase todos os assuntos
imagináveis. Em 1912, Forel sofreu um acidente vascular cerebral tendo por
resultado a hemiplegia do lado direito e corajosamente superou; aos 64 anos de
idade aprendeu a escrever com sua mão esquerda e permaneceu ativo até sua
morte em 27 de julho de 1931, aos 83 anos.
286 Antonio Almeida Carreiro, Dr. Sc.
143
FOREL, August. Hypnotism and Psychotherapy [Reprin]. Allied Books, (1907)
1988.
144
Extraído do Volume I da edição standard brasileira das obras psicológicas
completas de Sigmund freud. Resenha de hipnotismo, de August Forel. In: Textos
escolhidos de psicanálise de Sigmund Freud, Rio de Janeiro, Ed. Imago Ltda. 27 -
44, 1969.
Hipnose e psicoterapia: Etiologia e práxis 287
145
Lombroso (1835-1909) Nascido em Verona, Itália, foi diretor do hospício
provincial de Pesaro (1871), cinco anos depois ensinava medicina legal e higiene
pública na Universidade de Turim, onde foi também professor de psiquiatria e
clínica psiquiátrica. Apesar de forte oposição, suas idéias relacionam certas
características físicas à psicopatologia criminal ou a tendência inata de indivíduos
para o crime. Em 1864, publicou o livro Gênio e Loucura. Em 1867, escreve Ações
dos Astros e dos Cometas sobre a Mente Humana e, no ano seguinte Relações
entre a Idade, as Posições da Lua e os Acessos das Alienações Mentais,
trabalhos recebidos com muitas reservas pelos cientistas. Acreditava que o meio
social, aliado às influências astrais, preparasse para a ação criminosa indivíduos
cuja natureza fosse anti-social. Em 1882, no ensaio; Estudo sobre o Hipnotismo,
relata a possibilidade de um sonâmbulo realizar um crime. Entre seus livros mais
famosos estão: (1876) O Homem Criminoso; (1899) O crime, Suas Causas e
Soluções (N. do A.).
146
SPIEGEL, David. Hipnose. In: Tratado de Psiquiatria, Org. Talbott et al, Ed.
Porto Alegre, Artes médicas, 687-690, 1986.
288 Antonio Almeida Carreiro, Dr. Sc.
CAPÍTULO IV - AUTO-HIPNOSE
é certo que esta dimensão existe; descobrindo como usá-la pode ser
eliminada a dependência de soluções externas.
A dependência externa é que explica, em parte, a necessidade
que tem a maioria das pessoas de viverem buscando através de
religiões ou filosofias soluções ou explicações para seus conflitos.
Enquanto buscam, as respostas estão bem perto, estão em seu
próprio íntimo, na força interna que determina o seu modo de vida. A
auto-hipnose estimula essa capacidade inata de autocura, presente
em qualquer pessoa para melhorar seus estados orgânicos e
emocionais. Um dia, no futuro, para aliviar seus sofrimentos as
pessoas vão saber buscar as soluções de seus conflitos na sua força
inata.
Os seres humanos passam a vida toda analisando situações,
fazendo julgamentos sobre as coisas que os cercam, mas nenhuma
dessas conjecturas é mais importante que aquela que fazem sobre si
mesmo, quando pensam como funcionam interna e externamente, na
forma como vivem e se relacionam com o mundo, sobre como
manter a saúde física e mental equilibrada. Neste sentido é a
afirmação de Lao-Tsé. 148
Aquele que sabe muito sobre os outros pode ser instruído, mas
aquele que se compreende é mais inteligente. Aquele que
controla o outro pode ser mais forte, mas aquele que se
domina é ainda mais poderoso (LAO-TSÉ).
Usada eficazmente, a auto-hipnose pode ser uma ferramenta
poderosa, efetuando as modificações necessárias para reeducar a
mente, que passará a pensar de uma maneira nova e saudável. Com
ela pode ser desenvolvida e utilizada ao máximo a potencialidade e
modelar o próprio destino. As pessoas podem escolher como querem
ser e, para isso, não dependem de soluções externas, não
necessitam de ser conduzidas, pelo contrário, podem e devem
conduzir o seu próprio destino. São poucos os que sabem fazer uso
adequado deste poder incrível que possuem, sobretudo quando não
sabem por onde começar, nem como fazer.
A ajuda de outras pessoas parece uma solução muito cômoda,
mas, às vezes, limita a capacidade de reagir em situações simples.
Procurar dentro de si aquela força, aquela determinação que resulta
na segurança para o enfrentamento das dificuldades e superar as
próprias deficiências, as próprias frustrações. Nada impede que, sem
148
Afirmação filosófica atribuída ao chinês Lao-Tsé, escrita por Tao-Te King. O
nome de Lao-Tsé é também escrito como Lao-Tzu, e o de Tao-Te King como Tao
Te’Ching, (WELHELM, Richard. O Livro do caminho perfeito, São Paulo, Editora
Pensamento, 1982).
Hipnose e psicoterapia: Etiologia e práxis 293
149
Hay relata como despertar idéias positivas, superar doenças e viver
plenamente (HAY, Louise L. Você pode curar sua vida, São Paulo, Ed. Best Seller,
1996).
Hipnose e psicoterapia: Etiologia e práxis 295
150
BRUN, Jean. O epicurismo. Trad. João Amado. Lisboa, Setenta, 1987.
151
FARRINGTON, Benjamim. A fé de Epicuro. Rio de Janeiro, Zahar, 1968.
298 Antonio Almeida Carreiro, Dr. Sc.
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MAAS, James B. Power Sleep, Harper Perennial, N. York, 1998.
304 Antonio Almeida Carreiro, Dr. Sc.
medida que for exercendo maior pressão, diga a você mesmo que
as pontas dos dedos estão ficando cada vez mais afixadas entre
si e que não se separam. Quando você contar até três, o dedo
indicador e o polegar não se separam até que você diga JÁ.
Quanto mais você tentar separá-los, mais grudados eles ficarão.
Se você reagir de maneira satisfatória a esse teste, não terá
dificuldades em aprender a hipnotizar-se. Se sua reação não for tão
favorável, não se aborreça, porque eventualmente você encontrará
sua área de sugestibilidade.
• Teste II - Junte bem as mãos e estenda os braços a sua frente.
Feche os olhos e imagine que as mãos estão sendo fundidas.
Imagine-as como um sólido bloco de madeira. À medida que você
for imaginando, vá apertando as mãos gradativamente. Diga a
você mesmo: Minha mão está sendo colada completamente, uma
na outra... Quando eu contar até três, serei incapaz de separá-las
até que diga JÁ.
A maioria das pessoas reagirá favoravelmente a este teste,
desde que dêem tempo ao tempo e façam bom uso da imaginação.
Os que reagem bem a este teste deverão ter imaginação forte.
Quando você testar-se desta forma, não se preocupe com o tempo e
vá tentando, tanto quando lhe seja possível ver suas mãos como um
sólido bloco.
• Teste III - Sente-se confortavelmente numa cadeira reta, deixe que
as mãos fiquem caídas, sem esforço, ao longo de cada um de
seus lados. Feche os olhos e relaxe, imagine que suas mãos são
dois pesos de chumbo. Diga a você mesmo o seguinte: Minhas
mãos estão ficando cada vez mais pesadas... Sinto que são muito
grandes e pesa como nunca... Minhas mãos sentem-se
preguiçosas e cansadas... Neste momento, para mim, a coisa
mais difícil é levantá-las, porque estão cansadas e preguiçosas...
Quando eu contar até três, será impossível levantá-las, até que eu
diga JÁ.
• Teste IV - Uma vez mais se sente confortavelmente numa cadeira
reta. Coloque as plantas dos pés contra o chão. Deixe uma das
mãos descansar relaxadamente sobre a coxa, logo acima do
joelho. Deixe que o corpo relaxe e olhe mentalmente para a mão.
Pense o seguinte: Minha mão está ficando muito leve... Dentro em
pouco ficará mais leve que o ar... Começará a flutuar... Minha mão
está ficando cada vez mais leve... Tão leve como uma pluma...
Sinto a mão como uma pluma soprada pelo vento... Quando a
mão começar a erguer-se, diga a você mesmo: Minha mão
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CONCLUSÃO
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