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CONCEITO DE HIPNOSE

Quando pensamos em hipnose logo imaginamos uma pessoa controlando


a outra, onde o sujeito em questão não tem nenhum domínio de si
mesmo.
Mas, vamos ampliar um pouco mais essa visão: podemos considerar que
toda vez que fazemos coisas no piloto automático estamos em estado
hipnótico.
Por exemplo, ao assistir televisão, ao fazer o mesmo caminho todo dia de
casa até o trabalho e do trabalho para casa, quando sonhamos acordados,
quando sofremos a dor. do outro, entramos no estado de hipnose.

Para começar, hipnose é sempre hipnose, porém houve uma


diferenciação no mercado, formando duas categorias a hipnose clássica e
a hipnose ericksoniana. Essa diferença surgiu quando o Dr. Milton Hyland
Erickson, médico e psiquiatra e psicólogo criou uma maneira diferente da
hipnose na época, passando a ser considerada a hipnose moderna.

Graças a uma poderosa pesquisa de Dr. Milton Erickson, que se criou a


Hipnoterapia Ericksoniana Ética Científica e Moderno que foi incorporada
na área da saúde em 1956, sendo reconhecida como uma técnica
psicoterápica nos EUA, e depois de algum tempo foi reconhecida pela
sociedade profissional da psicologia e odontologia.

Ao apropriar-se desse saber da Hipnose Clínica e Clássica, em meados do


século XX, Milton Erickson, psiquiatra e psicólogo americano, observou em
seus atendimentos que o diálogo com a mente inconsciente de seus
pacientes é muito mais significativo, pois essa técnica aciona o poder
intrínseco de autocura que há dentro de todo indivíduo.
A partir de então estabeleceu-se uma nova técnica de tratamento
terapêutico por meio da Hipnose Ericksoniana que consiste em uma
abordagem feita sob medida – personalizada – para cada tipo de paciente
respeitando que cada ser é um ser único.
Milton Erickson concebeu que a comunicação indireta por meio de
sugestões e metáforas levou seus pacientes a um estado interno de
consciência ampliada favorecendo não só a superação das dificuldades e
cura das aflições, mas também, à consciência de suas próprias aptidões.
Pode se entender também que, quando abordamos o assunto por
definição, podemos perceber segundo Milton Erickson que, “A hipnose é
uma relação especial entre duas pessoas. E toda comunicação de sucesso
é hipnose”. No caso, ele reduzia a mente consciente e acessava a mente
inconsciente com uma linguagem gentil e aberta, onde é possível sugerir a
outra pessoa que vivencie mudanças e sensações, percepções,
pensamentos ou comportamentos, um convite a nova experiência. Ao
pararmos para refletir constatamos que somos conduzidos o tempo todo
por aquilo que permitimos.

 “São nos estados de transe que ocorrem as nossas mais profundas


aprendizagens, reaprendizagens, reprocessamentos e evolução pessoal. O
transe nos conecta com a nossa sabedoria interior”.
Stephen Paul Adler, hipnoterapeuta

A hipnose considerada um estado naturalístico produzido com a


cooperação da mente consciente. Em outras palavras pode se descrever
também como um estado normal de atenção focalizada, no qual elas
sentem muito calmas e relaxadas.
Ao contrário do que muitos pensam, as pessoas que são hipnotizadas não
perdem a consciência, elas não respondem ou participam de nada, que
seu estado normal não estivesse de acordo. A hipnose facilita as pessoas a
vivenciarem as sugestões, entretanto, não as força a ter essas vivencias.

Segundo, Milton Erickson, “todas as vezes que nós entramos em um


estado altamente focado de atenção, nós estamos em transe”. Neste
estado natural, somos capazes de absorver ou receber informações de
maneiras extremamente profundas, em vários níveis diferentes. Uma vez,
neste estado, somos capazes de acessar, nossas informações, histórias,
crenças, podendo assim realizar mudanças positivas.
Ainda, segundo Betty Erickson, podemos observar mitos e conceitos
errôneos sobre Hipnose Ericksoniana:

1° O sujeito não fica inconsciente. O mesmo fica concentrado e focado. O


sujeito ouve, vê e responde a tudo que se importa naquele momento.

2° O hipnotizador não fica “no controle”. O sujeito fica “a cargo de” seu
próprio transe, entra e sai conforme sua própria vontade e velocidade e
na profundidade que ele, sujeito, desejar.

3° O sujeito não pode ser hipnotizado contra sua própria vontade.

4° O sujeito é capaz de proteger o seu “eu” (self). Ele não revela


informações que queira manter em particular e participa apenas de
atividades que sejam congruentes com o ego.

5° É impossível não “despertar”.

6° Quase todo mundo é capaz de entrar em um transe formal com alguma


profundidade.

7° A hipnose é um estado alterado. Pode ser definida como um estado,


que ocorre naturalmente, de atenção focalizada que permite acessar
recursos inconscientes e evitar os mecanismos de defensa comum,

8° A hipnose não capacita a pessoa a fazer coisas que ela não consegue
fazer normalmente. Ela ajuda a pessoa a acessar os recursos interiores e
os aprendizados inconscientes “esquecidos”.
EFEITO PLACEBO

A imaginação esta intimamente ligada aos efeitos placebo. A palavra


placebo tem sua origem no termo latim placere e significa agradar. O
placebo se consegue pelo fato de imaginar que algo bom será provocado,
através de algum meio, seja por uma pílula, uma palavra, mergulhar na
fonte da juventude ou fazer uma oração. Enfim, envolve qualquer tipo de
crença que esteja relacionada ou dirigida à cura.

“A hipnose acaba por facilitar todo esse processo, pois cria estados ideais
para que a mente receba e aceite novas informações e aprendizagens”.

Acreditar em algo bom, é abrir as portas do corpo-mente e permitir que a


informação entre, transforme-se numa imagem, ideia ou crença a exerça o
poder sobre o indivíduo, tanto da cura quanto da doença. Todo o trabalho
das pessoas que pretende nos influenciar, está em fazer com que
acreditemos que o que está sendo dito é verdade. Quando passamos a
acreditar, eles conseguirão seu objetivo.
Quando mais for levado em consideração o mundo das ideias, crenças,
maior será o impacto no indivíduo. A hipnose cria estados ideais para a
mente receber e aceitar novas informações e aprendizados.
Para que o efeito placebo ocorra, é preciso criar uma rede de raciocínios
que possam eliciar imagens na mente. As palavras precisam fazer sentido
em relação ao seu mundo interno. É recomendado que se crie um estado
que torne a cura favorável e provável, fazendo com que tudo gire em
torno do placebo “curador”, o que facilmente pode ser feito no trabalho
da hipnose.
Por fim, podemos entender que, a hipnose cria o estado ideal para que a
mente fique mais acessível e disponível para receber novos conteúdos. E
assim, ser capaz de promover as mudanças necessárias.
COMIN, Odair. Hipnose e efeito placebo. https://odaircomin.com, 2022. Disponível
em: https://odaircomin.com/hipnoterapia/hipnose-e-efeito-placebo/. Acesso em: 01
de junho de 2022.

ADLER, Stephen Paul. Hipnose Ericksoniana: estratégias para comunicação efetiva. Rio
de Janeiro: Qualitymark Editora, 2015

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