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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 3

2 A ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL – CONTEXTO HISTÓRICO ................. 5

3 A ESCOLHA PROFISSIONAL .................................................................. 13

4 ANÁLISE DO COMPORTAMENTO E ALGUMAS PROPOSTAS PARA


ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL ............................................................................... 17

4.1 A importância do comportamento verbal na orientação profissional .. 22

5 ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL – UMA ABORDAGEM PSICODINÂMICA


...................................................................................................................25

6 OBJETIVOS DA ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL .................................... 27

7 O AUTO RECONHECIMENTO E A INFORMAÇÃO NA ORIENTAÇÃO


PROFISSIONAL ........................................................................................................ 31

8 CAMPOS DE INTERVENÇÃO EM ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL ....... 33

9 BIBLIOGRAFIA ......................................................................................... 39

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1 INTRODUÇÃO

Prezado aluno!

O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante


ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um
aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma
pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é
que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a
resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas
poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em
tempo hábil.
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa
disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das
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avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora
que lhe convier para isso.
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser
seguida e prazos definidos para as atividades.

Bons estudos!

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2 A ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL – CONTEXTO HISTÓRICO

Fonte:www.google.com.br

Segundo Pinho (2013) o conceito de orientação profissional define-se de


antemão, pela sua denominação. Em se tratando de um processo, pode-se dizer que
o indivíduo é orientado ou direcionado no caminho de uma ou mais profissões. De
acordo com Bueno (2009), é um procedimento que se utiliza de técnicas para auxiliar
o sujeito em sua vida pessoal, profissional e projetos futuros, oferece informações do
sistema político, econômico e social, onde se dá sua escolha, como também promove
o seu autoconhecimento.
Pode-se dizer que, na atualidade, as práticas da orientação profissional pelo
mundo e no Brasil passaram por transformações em seus modelos e alcançaram
proporções consideráveis. Neste contexto, a história da orientação profissional é aqui
apresentada como uma linha do tempo, identificando as principais fases de sua
evolução.
A Orientação Profissional (OP) nasceu como uma prática cujos objetivos
estavam diretamente ligados ao aumento da eficiência industrial. Ela tem suas origens
situadas na Europa do início do século XX, mais precisamente com a criação do
Centro de Orientação Profissional de Munique, no ano de 1902 (Carvalho, 1995).
Neste momento inicial, o objetivo da Orientação Profissional era o de detectar, na

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indústria florescente, trabalhadores inaptos para a realização de determinadas tarefas
e, assim, evitar acidentes de trabalho.
No entanto, o marco oficial de início da Orientação Profissional situa-se entre
os anos de 1907 e 1909, com a criação do primeiro Centro de Orientação Profissional

norte-americano, o Vocational Bureau of Boston, e a publicação do livro Choosing a


Vocation, ambos sob responsabilidade de Frank Parsons (Carvalho, 1995; Rosas,
2000; Santos, 1977; Super & Bohn Junior, 1970/1976). Parsons teve o grande mérito
de acrescentar à Orientação Profissional ideias da Psicologia e da Pedagogia e a
preocupação com a escolha profissional dos jovens de seu país.
Nas décadas de 1920 e 1930, a Psicologia Diferencial e a Psicometria
passaram a influenciar fortemente a prática da Orientação Profissional, o que se deu
devido ao grande desenvolvimento dos testes de inteligência, aptidões, habilidades,
interesses e personalidade durante a primeira e segunda guerra mundial (BROWN;
BROOKS, 1996; CARVALHO, 1995; SUPER; BOHN; JUNIOR, 1970).
Importantes mudanças começaram a ocorrer na prática em 1942 foi publicado

o livro Counseling and Psychotherapy: Newer Concepts in Practice, de Carl Rogers.

Neste livro, Rogers lançou as bases de sua Terapia Centrada no Cliente, que
aproxima os conceitos de Psicoterapia e Aconselhamento Psicológico e valoriza a
participação do cliente no processo de intervenção, que passa a ser não diretivo. As
ideias de Rogers influenciaram enormemente a Psicologia, a Psicoterapia, o
Aconselhamento Psicológico e a Orientação Profissional da época, tendo sido um
importante marco de transformação das práticas de Orientação Profissional (SPARTA,
2003).
A partir da década de 1950, começaram a surgir diversas teorias sobre a
escolha profissional, que vieram dar continuidade à mudança de paradigma iniciada
na década anterior.

Fonte: www.google.com.br

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Ainda nas décadas de 1950 e 1960, foram publicadas Teorias Psicodinâmicas
da escolha profissional, baseadas fundamentalmente na Teoria Psicanalítica e na
Teoria de Satisfação das Necessidades, e Teorias de Tomada de Decisão, mais
preocupadas com o momento da escolha do que com processo em si (BROWN;
BROOKS, 1996; CRITES, 1969/1974; PELLETIER et al, 1974/1985).
No Brasil, a Orientação Profissional tem como marco de origem a criação, em
1924, do Serviço de Seleção e Orientação Profissional para os alunos do Museu de
Artes e Ofícios de São Paulo, sob responsabilidade do engenheiro suíço Roberto
Mange (CARVALHO, 1995; SANTOS, 1977, ROSAS, 2000). Muito ligada à Psicologia
Aplicada, que vinha desenvolvendo-se no país, na década de 1920, junto à Medicina,
à Educação e à Organização do Trabalho (ANTUNES, 1998; CARVALHO, 1995;
MASSIMI, 1990; ROSAS, 2000).

Roberto Mange
Fonte: Google.com

A Orientação Profissional brasileira deu um grande salto de desenvolvimento a


partir da década de 1940, quando foi criada alguns anos depois a Fundação Getúlio
Vargas, no Rio de Janeiro, que estudava a Organização Racional do Trabalho e a
influência da Psicologia sobre a mesma (FREITAS, 1973).
Em 1945 e 1946, ofereceu, com o auxílio do governo brasileiro, o curso de
Seleção, Orientação e Readaptação Profissional, ministrado pelo psicólogo e
psiquiatra espanhol Emílio Mira y López (FREITAS, 1973; ROSAS, 2000). No ano
seguinte, em 1947, foi fundado o Instituto de Seleção e Orientação Profissional

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(ISOP), junto à Fundação Getúlio Vargas na cidade do Rio de Janeiro, instituto que
reuniu técnicos e estudiosos da Psicologia Aplicada, muitos deles formados pelo curso
ministrado por Mira y López, que foi seu primeiro diretor (CARVALHO, 1995;
SEMINÁRIO, 1973; FREITAS, 1973; ROSAS, 2000).
Desde o seu nascimento, na década de 1920, a Orientação Profissional
brasileira pautou-se pelo modelo da Teoria do Traço e Fator; isto é, pelas ideias de
que o processo de Orientação Profissional é diretivo e o papel do orientador
profissional é o de fazer diagnósticos, prognósticos e indicações das ocupações certas
para cada indivíduo, o que foi feito, desde o início, com base na Psicologia Aplicada,
especialmente na Psicometria (SPARTA, 2003).

Fonte:todaatual.com

A Orientação Profissional no Brasil foi influenciada diretamente pela Psicanálise


e, especialmente, pela Estratégia Clínica de Orientação Vocacional do psicólogo
argentino Rodolfo Bohoslavsky (1977/1996), introduzida no Brasil na década de 1970
por Maria Margarida de Carvalho (1995; 2001).
Carvalho foi a primeira professora da disciplina de Seleção e Orientação
Profissional do curso de Psicologia da Universidade de São Paulo (USP), disciplina
que fazia parte do currículo mínimo federal. Além de introduzir as ideias de
Bohoslavsky no Brasil, ela foi a grande idealizadora do processo grupal em Orientação
Profissional.

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Com a abertura do Serviço de Orientação Profissional (SOP) da USP, no ano
de 1970, houve a necessidade de adaptação do processo de Orientação Profissional
oferecido por este órgão devido as grandes demandas. Nestas condições, Carvalho
propôs os processos grupais como forma de supri-la, como alternativa ao modelo
psicométrico e como forma de promoção da aprendizagem da escolha (SPARTA,
2003).
De acordo com Carvalho (2001) apud Oliveira (2000), este modelo de
Orientação Profissional, baseado na Psicologia Clínica, na Psicanálise e em Teorias
de Dinâmica de Grupo, assemelha-se à Terapia Breve Focal, cujo foco de trabalho é
a escolha profissional. Vários autores brasileiros aceitam esta definição como uma
Terapia Breve Focal, o que acaba por subestimar o seu caráter pedagógico, restringir
sua prática aos psicólogos e limitar o seu alcance de intervenção.
Para Knobel (1997), apud Zavareze (2008) a Orientação Profissional muitas
vezes responde a necessidades sócio-econômicas do sistema (seja este quaisquer,
dentro de linhas políticas diversas e até antagônicas); a pessoa não interessa.
Logicamente esta modalidade estava destinada ao fracasso, apesar de que ainda se
tem os que “orientam” para determinada atividade em nossa sociedade.

Fonte: google.com.br

Desde 1942, com a promulgação da lei Capanema, a Orientação Educacional


foi incluída nas escolas e a ela foi incumbida a tarefa de auxiliar a escolha profissional
dos alunos no entanto, foi com a promulgação da Lei 5.692 de 11 de agosto de 1971,
que determinou as novas diretrizes e bases para os ensinos de primeiro e segundo
graus, que a Orientação Educacional e o Aconselhamento Vocacional, sob

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responsabilidade dos Serviços de Orientação Educacional (SOE), tornaram-se
obrigatórios nas escolas (BRASIL, 1971, apud SPARTA, 2003).
Esta lei tornou a profissionalização no segundo grau obrigatória e determinou
a sondagem de aptidões no primeiro grau. De acordo com Ferretti (1980), no final da
década de 1970, era prevista uma disciplina chamada Programa de Orientação
Ocupacional, cujo objetivo era auxiliar os alunos na escolha profissional. O próprio
Ministério da Educação e Cultura (MEC) elaborou um documento que indicava a
concepção operatória do desenvolvimento vocacional de como base para a disciplina.
No entanto, segundo esse autor, na prática tais programas baseavam-se apenas em
informação profissional.

Fonte:google.com.br

Mais recentemente, de acordo com a Lei 9.394 de 20 de dezembro de 1996,


atual lei das diretrizes e bases da Educação nacional, o ensino médio continua a ter
como um de seus objetivos a preparação básica para o trabalho. No entanto, o ensino
médio não possui mais o objetivo de profissionalização. O ensino profissionalizante
de nível médio aparece apenas na condição de curso continuado; isto é, não substitui
o ensino médio regular, apenas o complementa (BRASIL, 1996, apud SPARTA, 2003).
Segundo Uvaldo e Silva (2001), esta lei oferece mais abertura para a criação
de projetos de Orientação Profissional integrados no currículo escolar. Esta ideia está
em conformidade com a tendência internacional dos programas de Educação de
Carreira, programas de cunho pedagógico realizados pela escola que pretendem

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capacitar os estudantes para a transição entre a escola e o mundo do trabalho dentro
da nova ordem socioeconômica mundial.

Fonte:www.portaldasmissoes.com.br

No ano de 1993, foi fundada a Associação Brasileira de Orientadores


Profissionais (ABOP) durante o I Simpósio Brasileiro de Orientação Vocacional
Ocupacional (CARVALHO, 1995; LISBOA, 2001). A ABOP foi criada com os objetivos
de unificação e desenvolvimento da Orientação Profissional no Brasil. Desde então,
vem promovendo simpósios nacionais bienais.
No Brasil, a Orientação Profissional pode ser realizada por psicólogos e
pedagogos, mas infelizmente, como afirmou Soares (1999), a formação de
orientadores profissionais brasileiros ainda não possui regulamentação ou lei que
determine conteúdos mínimos a serem ministrados. Esta formação fica a cargo de
universidades e cursos livres, mas a falta de uma regulamentação mais estrita da
profissão acaba por diluir boas iniciativas e não oferece poder para que a ABOP possa
fiscalizar os cursos oferecidos em território nacional.
Segundo a Associação Brasileira de Orientação Profissional (2016)
recentemente, o projeto de Lei no 5053/2016, que acrescenta parágrafo único ao art.
22 da Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996 (Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional), para instituir a oferta de Serviço de Orientação Profissional
especializado na educação básica. Este projeto de Lei avança em relação a outros
apresentados anteriormente, já que reconhece a necessidade de se oferecer Serviço
de Orientação Profissional ao invés de apenas um "teste vocacional", como tantos
outros projetos de Leis anteriormente apresentados propunham.
O Serviço de Orientação Profissional tem um escopo amplo de ações que vão
desde a oferta de informações para cursos técnicos, tecnológicos e universitários, às
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ações que tratam de escolha do curso e à construção da carreira. Por meio de
diferentes ações que possam ser implantadas por tais serviços, os alunos passam a
atribuir sentidos aos estudos e ao trabalho.
Assim, a Orientação Profissional tem condições de contribuir para que ao longo
da formação os estudantes da educação básica sejam apoiados na construção de seu
projeto de vida pessoal e profissional, considerando sua história de vida, e a
diversidade de cenários e contextos. Para além do autoconhecimento, do
conhecimento acerca das profissões e do mercado de trabalho, é importante o
desenvolvimento de valores relativos ao trabalho e de competências-chave que serão
utilizadas, no futuro, para o planejamento, o desenvolvimento e a progressão na
carreira, sujeita a tantas transições no mundo contemporâneo.
Entre essas habilidades está a de “aprender a fazer escolhas”, que será
extremamente necessária a partir da segunda metade do segundo ano do Ensino
Médio, ocasião na qual deverão escolher disciplinas de seu interesse para
aprofundamento, com consequências para a futura carreira, caso seja aprovada a MP
746/2016 em discussão no Congresso Nacional.
Consideramos, a partir do conhecimento científico, teórico e prático acumulado
e disseminado pela ABOP nos últimos 23 anos, que a matéria em foco é apropriada e
aborda problemas atuais e é relevante no cenário nacional, com vistas à preparação
para as diversas transições dos estudantes, a saber:
 transição do ensino fundamental para o ensino médio regular ou técnico,
 transição do ensino médio regular ou técnico para o ensino superior,
 transição escola-trabalho.
Entendemos que essas transições, se feitas com reflexões sobre os sentidos
atribuídos aos estudos e ao trabalho, com algum planejamento, e certa flexibilidade,
necessária ao mundo em velozes transformações, podem ajudar a prevenir a evasão
escolar e do ensino superior e promover a saúde do trabalhador, o que
consequentemente traz benefícios para a pessoa, a sociedade e a nação.
Ainda segundo a Associação as diretrizes apontadas pelo Projeto de Lei no
5053/2016 abrem caminho para a democratização ao acesso à orientação
profissional, especialmente aos estudantes de escolas públicas, historicamente
alijados do que já prevê a Lei de Diretrizes e Bases (LDB), em seu art. 22, que
expressa ser finalidade da educação básica fornecer ao educando “meios para

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progredir no trabalho e em estudos posteriores”. Por outro lado, nas escolas
particulares também é relevante a oferta de serviços de Orientação Profissional. Daí
sugerirmos a ampliação da obrigatoriedade também para os sistemas de ensino
privados.
Portanto, é nítido que a evolução da OP tem íntima relação com o valor
significativo que lhe foi atribuído durante toda a sua evolução até os dias de hoje.
Percebe-se que seu desenvolvimento ocorreu em função das necessidades, das
demandas que foram surgindo, como também em decorrência das críticas à
psicometria que foram necessárias para o aprimoramento e/ou ajustamento das
técnicas, das intervenções, das abordagens e dos profissionais que estão
entrelaçados no crescimento da mesma. Seus avanços são contínuos, visto que sua
contribuição para orientar profissionalmente um indivíduo é perceptível e tem sido
significativa no momento de sua escolha profissional (PINHO,2013).

3 A ESCOLHA PROFISSIONAL

Fonte:ifpb.edu.br

Escolher uma profissão caracteriza um processo que vem de uma relação


dialética entre indivíduo, trabalho e sociedade. Como toda escolha é produzida por
meio de um significado ou de uma importância que se atribui ao que deve ser

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selecionado, a escolha profissional pode- se refletir em uma vida inteira ou pelo
menos em boa parte da vida de um indivíduo (PINHO, 2013).
A escolha profissional está ligada a “raiz” social, ao do papel do sujeito dentro
da sociedade, garantindo, inclusive, mudanças materiais. (OLIVEIRA et al., 2009).

Portanto, existe uma questão de valorização social quando um indivíduo


escolhe sua profissão, e fica evidente a importância dessa escolha para cada
pessoa, já que um dos fatores que contribui para o equilíbrio da vida do
indivíduo é a carreira, tão importante quanto à própria família, processo no
qual se depara com desafios e fracassos. Contudo, à escolha da profissão se
torna um processo que valoriza seu aprendizado (OLIVEIRA; GUIMARÃES;
COLETA, 2006, Apud PINHO, p.05, 2013).

De acordo com Bohoslavsky (2007), citado por Pinho (2013) a escolha


profissional ocorre na fase da adolescência, período que os jovens passam para
definir o futuro, que implica não somente no que fazer, como também, quem ser e
quem não ser. É normal o adolescente imaginar um futuro, salientam Levenfus e
Soares, (2010), criar ideias e questionar como seria caso estivesse numa determinada
profissão. Nesse contexto, os jovens tendem a idealizar a profissão perfeita e ideal,
que responderá a todas as suas expectativas projetadas em seus sonhos.

Fonte: domboscopira.com.br
A escolha profissional pode ocorrer por meio de um processo de orientação
profissional ou, mais frequentemente, sem esse apoio. À medida que o adolescente
se encontra dentro do processo de escolha profissional, ele se depara com as próprias

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expectativas, analisa suas preferências e verifica suas habilidades (BOCK, 2002 apud
HOHENDORFF; PRATI, 2010, apud PINHO, 2013).
De fato, o ser humano se depara no decorrer de sua vida com muitas
expectativas, e a escolha profissional traz uma multiplicidade delas que vêm junto com
as pressões sociais, da família, da escola e até mesmo do mercado de trabalho, as
quais movimentam o jovem a definir sua escolha, na busca do um sentido para sua
existência. (CARMO; COSTA, 2013).
Concomitantemente às escolhas, existem as implicações que podem ocorrer
em qualquer trajetória que o sujeito deseja seguir. No âmbito da escolha profissional,
ocorrem emoções que podem abalar o contexto que se está vivenciando, como por
exemplo, o medo de escolher errado, e isso pode estar relacionado a convivência com
pessoas próximas que entram e saem da faculdade e abandonam o curso.
(LEVENFUS; SOARES, 2010, apud PINHO, 2013).
É necessário entender que a escolha da profissão nunca será definitiva, deste
modo, cada indivíduo ao longo da vida se constrói e se transforma no caminho de uma
identidade profissional. Com isso, é inevitável o amadurecimento que
progressivamente o deixa mais consciente dos seus planos para o futuro. (AGUIAR;
CONCEIÇÃO, 2008).
Ainda de acordo com os autores a escolha profissional é especificamente
cobrada em alguns momentos da vida, em especial na adolescência. É compreendido
que escolher a profissão não é uma tarefa fácil, pois se constitui de emoções que
derivam medo, angústia de escolher errado, pois a pessoa se depara com muitas
pressões, entre as quais, da família, escola e sociedade.
Para Fierro (1995) apud Zavareze (2008) a adolescência costuma ser
caracterizada como um período preparatório para a idade adulta e um momento de
recapitulação da infância passada, de toda a experiência acumulada e agora posta
em ordem do futuro, a partir de um enorme potencial e acervo de possibilidades ativas
que o adolescente possui e tem consciência de possuir. Neste processo, de
recapitulação e de preparação, determinados temas vitais a própria identidade, a
sexualidade, o grupo de amigos, os valores, a experiência e a experimentação de
novos papéis passam a ser preponderantes nas relações do adolescente com seu
meio e em sua própria vivência fenomenológica, consciente, dos acontecimentos.

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Segundo esse mesmo autor o tema vital mais importante na personalidade
adolescente é o do desenvolvimento do eu e da identidade pessoal e esse tema é
vinculado à própria história do adolescente. É na adolescência que o ser humano
começa a ter propriamente história, memória biográfica, interpretação das
experiências passadas e seu aproveitamento para enfrentar os desafios do presente
e as perspectivas do futuro, começa-se a tecer o próprio relato pessoal e este relato
constitui o discurso fundamentador da sua identidade pessoal.
Lisboa (1997) citado por Zavareze (2008) diz que após o nascimento, é a
adolescência a segunda fase em grau de transformações maiores e significativas
tanto física quanto emocionalmente e onde há a continuação da evolução do ser
humano e a entrada em um processo que levará o ser à vida adulta.
Para a referida autora, nessa fase há a construção da identidade do
adolescente que é diferenciada da identidade infantil já que as figuras de identificação,
base para a formação da identidade, até então foram principalmente os pais. Na fase
da adolescência, no entanto, outras tomam um lugar de maior importância, havendo,
inclusive, a perda do lugar dos pais frente a elas. É principalmente o grupo de amigos,
os personagens que se evidenciam como expoentes nos setores como esportes,
música, cinema e televisão e os professores.
A autora acrescenta que a escolha da futura ocupação está inserida justamente
na fase da adolescência, que é o momento em que o jovem começa a se preocupar
com o futuro, e, dentro deste, o trabalho em lugar de destaque e essa preocupação
se inicia principalmente na escola, na família, entre amigos.

Fonte:google.com.br

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4 ANÁLISE DO COMPORTAMENTO E ALGUMAS PROPOSTAS PARA
ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL

Fonte: scielo.com.br

O termo Behaviorismo foi fundado por John Broadus Watson, em 1913, com
sua publicação Psicologia: como os Behavioristas a veem, mais é no behaviorismo
radical e análise experimental do comportamento que a terapia analítica
comportamental tem se sustentado, com enfoque nas relações funcionais entre o
organismo e ambiente, aceitando os estados subjetivos como as emoções,
sentimentos e pensamento, não como causas, do comportamento e sim como produto
da interação entre organismo e ambiente (ALDINUCCI; 2011). Onde, são eventos que
somente o organismo tem acesso, são comportamentos que mantêm uma relação
com o ambiente e este ambiente é qualquer evento que afete o organismo, podendo
ser tanto os estímulos eliciadores, discriminativos e também os eventos consequentes
dessa ação. (SAMPAIO; ROMCANTI, 2012).
Cabe salientar que a análise do comportamento foi introduzida, no Brasil no
ano de 1961, pelo professor norte-americano Fred Keller com o objetivo de ministrar
uma disciplina de psicologia experimental em uma universidade de São Paulo

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(LEONARD, 2015). Na época, a formação consistia na aprendizagem dos processos
comportamentais básicos por meio da leitura dos primeiros livros-texto em análise do
comportamento e das pesquisas publicadas no Journal of the Experimental Analysis
of Behavior, além da realização de experimentos com ratos (GUILHARDI; 2003,
MATOS, 1998, apud LEONARD, 2015).
De acordo com o mesmo autor, ao longo de seu desenvolvimento, diversas
terminologias foram utilizadas para se referir à prática clínica brasileira de base
behaviorista radical, tais como psicoterapia comportamental, terapia comportamental
e psicologia clínica comportamental. Entretanto, nos anos 1990 e 2000, analistas do
comportamento brasileiros questionavam se essas denominações eram suficientes
para representar sua atuação, uma vez que estavam muito associadas às técnicas
respondentes e eram frequentemente confundidas com a terapia cognitivo-
comportamental (ZAMIGNANI; et al., 2008; apud LEONARD, 2015).
Por essa razão, Tourinho e Cavalcante propuseram, em 2001, o uso do
termo terapia analítico-comportamental (TAC), que se tornou consenso entre
terapeutas de diferentes regiões do Brasil como a melhor denominação para qualificar
sua prática profissional, por especificar, já em seu nome, as bases filosóficas,
conceituais e metodológicas que a sustentam (NENO; 2003, LEONARD, 2015).
Deve-se ressaltar que a criação do termo não teve a intenção de propor uma
nova modalidade de terapia, mas apenas uniformizar o nome da prática clínica
fundamentada na ciência do comportamento Skinneriana que vinha sendo praticada
no Brasil desde o início da década de 1970 (ZAMIGNANI; et al., 2008; apud
LEONARD, 2015).
Andery (2010) corrobora propondo que a expressão análise do comportamento
designa, então, um conjunto de práticas de uma comunidade (os analistas do
comportamento) e seus produtos. Tais práticas envolvem as maneiras de fazer
pesquisa e os seus resultados, ou seja, envolvem a pesquisa científica que serve de
base e fundamento para a produção de corpo de conhecimento teórico e de
explicações (comportamento verbal) sobre o comportamento e, então, para o
desenvolvimento de técnicas, procedimentos e tecnologias de intervenção que são
aplicadas para a solução de problemas envolvendo comportamentos.
O conjunto de práticas que chamamos de análise do comportamento envolve,
portanto, a análise experimental do comportamento – pesquisa básica e pesquisa

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aplicada –, a análise do comportamento aplicada e a filosofia que a elas se vincula –
behaviorismo radical (MICHAEL; 1980, CATANIA; 1984; TOURINHO; 2003, apud
ANDERY; 2010).
É uma prática fundamentada nos princípios filosóficos e metodológicos da
ciência do comportamento humano proposta pelo behaviorismo radical de Skinner
tendo como base para a explicação do comportamento métodos e processos
experimentais pautados na aprendizagem e análise de contingências (LEONARD,
2015).
Desse modo, quando se trata de análise do comportamento no contexto da
orientação profissional a mesma tem muito a oferecer, considerando os avanços
teóricos e aplicados que a análise do comportamento tem alcançado nos últimos anos,
tanto no que se refere a construção do conhecimento, quanto a sua aplicabilidade a
diferentes contextos, parece óbvio que tal modelo teórico possa, perfeitamente, se
adequar às necessidades de intervenção que a problemática requer. Talvez o termo
“vocação”, por sua conotação, tradicionalmente, mentalista, tenha afastado os
analistas do comportamento do estudo e do envolvimento com a produção de
conhecimento útil nessa área (GUIDUGLI, 2015).
Moura e Silveira (2002) deixa evidente a rejeição do modelo de "vocação" como
algo inerente a pessoa, determinado internamente e que precisa apenas ser
desvelado ao seu portador. Partindo de uma visão de homem completamente
diferente. Skinner, (1974) propõe que a análise do comportamento entende "vocação"
como uma construção pessoal, ou, como um conjunto complexo de variáveis filo e
ontogenéticas que se arranjam de forma única para cada indivíduo. Dito de outra
forma, a "vocação" é um conceito socialmente construído, na medida em que existe
um conjunto de valores e normas sociais aos quais se espera que as pessoas
respondam, adequando suas características a padrões de um dado momento
histórico.

Portanto, a "vocação" de uma pessoa é socialmente determinada e implicará


numa combinação única de sua história genética, pessoal, familiar e cultural.
O arranjo destas variáveis ao longo da vida do indivíduo irá encaminhá-lo
para o desenvolvimento de interesses e habilidades que deverão se
enquadrar em um conjunto razoavelmente restrito de opções profissionais
(MACEDO, 1998, apud MOURA; SILVEIRA, 2002, p.01).

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Moura (2001, apud Moura et al 2005) colabora, afirmando que a situação de
escolha profissional envolve a consideração de três grandes grupos de variáveis de
acordo com a Análise do Comportamento:
1) as pessoais, às quais o adolescente normalmente já se encontra exposto
(controle e expectativas dos pais, influência de amigos, professores, meios de
comunicação, história de reforçamento para determinada atividade por modelagem ou
modelação etc);

2) as profissionais, às quais ele precisará se expor para ser capaz de analisar


as informações obtidas relacionando-as com suas capacidades, interesses e
habilidades pessoais e;

3) as ligadas à tomada de decisão (seleção de critérios de escolha e restrição


de opções profissionais), às quais o adolescente também precisará se expor. A
intervenção pode fornecer contingências específicas para análise desses três
conjuntos de variáveis e aquisição das respostas necessárias.

Fonte: tridorienta.com.br

Em relação ao procedimento de aconselhamento profissional nos moldes


comportamentais devemos:

l) levar o indivíduo a discriminar as variáveis destes diferentes contextos de


controle às quais seus comportamentos de escolher e de decidir estão expostos;

2) proporcionar informação relevante sobre as profissões de interesse,


discutindo compatibilidades e perspectivas;
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3) aumentar a probabilidade de ocorrência de comportamentos relacionados à
escolha e/ou à tomada de decisão.

Desse modo, a orientação profissional com base na análise do comportamento


pode ser compreendida nos moldes do autoconhecimento, conhecimento da realidade
profissional e apoio a tomada de decisões (MOURA, 2001, apud Moura et al, 2005).
Veja a baixo detalhadamente a classes de respostas a serem aprendidas para
facilitação da ocorrência do comportamento de tomada de decisão profissional.

AUTOCONHECIMENTO RECONHECIMENTO DA TOMADA DE DECISÃO


REALIDADE PROFISSIONAL

1. Definir o problema da decisão, 4. Adquirir informação profissional 6. Refinar os critérios de escolha


discriminar os fatores pessoais relevante e atualizada, aprender a a partir da combinação das
relacionados as dificuldades usar as fontes de informação na informações profissionais com
apresentadas; seleção de variáveis, que tornam valores pessoais e estilo de vida
mais provável, uma tomada de envolvendo a profissão.
decisão apropriada e consciente.

2. Discriminar características 5.Realizar o ensaio comportamental 7. Avaliar o impacto futuro das


pessoais, principalmente aquelas da escolha para a avaliação do aprendizagens adquiridas para a
ligadas aos reforçadores atuais que impacto das consequências consecução do curso de ação
podem estar implicados com as (custo/benefício) advindas da selecionado e a concretização
atividades profissionais futuras. escolha profissional a ser realizada. da escolha.

3. Ampliar o repertório de
consideração e análise de
alternativas pessoais e profissionais
e aumentar a variabilidade
comportamental, para que a
informação sobre profissões exerça
controle relevante.

Um programa de orientação profissional baseado nos conhecimentos da


análise do comportamento, dado seu caráter funcionalista, contextualista e diretivo,
pode fornecer contribuições importantes, no que diz respeito ao desenvolvimento de
uma intervenção focalizada, especificamente, na aprendizagem das respostas
necessárias à resolução do problema da escolha profissional (GUIDUGLI, 2015).
Segundo Moura e Silveira (2002) a análise do comportamento não possui um
modelo estruturado da prática em Orientação Profissional, embora ofereça
possibilidade de interpretação da problemática da escolha profissional.
21
Segundo Skinner (1989) apud Moura e Silveira (2002) o comportamento de
decidir é essencialmente um processo de geração de condições que tornarão um
dado curso de ação mais provável que outro. O processo pode ser ilustrado por meio
do exemplo de alguém que se diz decidido a passar as férias na praia, ao contar isso
aos colegas, a pessoa controla o curso de seu próprio comportamento, reduzindo a
probabilidade de mudar de ideia. "Decidir-se" é, para Skinner, antes de tudo, um
"processo", o qual está relacionado a uma classe de estímulos, muitas vezes
manipulada pela própria pessoa que está se decidindo.

4.1 A importância do comportamento verbal na orientação profissional

Fonte: Google.com

Segundo Couto (2009) a noção que vem a princípio ao pensar em


comportamento verbal é a de que seria talvez mais ou menos o mesmo
que linguagem, ou talvez, comunicação. No entanto, esses dois conceitos já existiam
e tinham significativo corpo teórico, mas para Skinner não haveria nada a se dizer de
novo voltando às explicações circulares. Ele teceu críticas à noção de linguagem, e
demonstra por que ela não é a mais adequada para explicar o comportamento verbal.
Skinner (1974, apud couto 2012) enfatiza que a linguagem tem um caráter de
coisa, algo que a pessoa adquire e possui. Os psicólogos falam em ‘aquisição de
linguagem’ por parte da criança. As palavras e as sentenças que compõem uma língua

22
são chamadas instrumentos usados para expressar significados, pensamentos,
ideias, proposições, emoções, necessidades, desejos e muitas outras coisas que
estão na mente do falante. Uma concepção muito mais produtiva é a de que o
comportamento verbal é comportamento.
O comportamento verbal, como operante que é definido então em função do
contexto em que ocorre e das suas consequências. Dizer que comportamento verbal
é “uso de linguagem” apenas não nos diz nada sobre relações funcionais. A mesma
coisa acontece com o conceito de “comunicação”: dizer que alguém “emite” uma
mensagem que depois é decodificada por alguém que “recebe” não ajuda. Isso que é
comunicado, onde está? E a linguagem que é usada, onde são guardadas as suas
ferramentas? Por isso o caráter mentalista da ideia, que padece então dos mesmos
problemas que Skinner apontou na rejeição ao mentalismo no Behaviorismo Radical
(COUTO, 2012).
O autor ainda enfatiza que comportamento verbal não é apenas fala, é mais um
comportamento operante e que, portanto, pode e deve ser estudado com base no que
já é conhecido sobre este. No entanto, o comportamento verbal tem características
que merecem ser cuidadosamente estudadas, pois afeta o ambiente de forma indireta,
não necessariamente mecânica (posso pedir a alguém um copo de água, sem ter de
ir pegar eu mesma, por exemplo), ao afetar outros indivíduos da nossa espécie e
mesmo a nós mesmos de forma especial (e aí temos o pensamento, a transmissão
de conhecimentos, regras e valores de uma cultura, enfim, um mundão de coisas).
Assim, fica difícil não entender a importância do estudo do comportamento
verbal, e, mais ainda, a legitimidade do esforço do Skinner e dos que vieram depois
dele ao colocar o comportamento verbal no campo da psicologia (SÉRIO; ANDERY,
2010, apud COUTO, 2012).
Diante dessa realidade, Moura e Silveira (2009) destaca que tanto quanto a
análise do contexto de vida do adolescente, é importante o conhecimento das regras
às quais ele responde. "Como o orientando comporta-se verbalmente durante o
atendimento?" Essa pergunta levará o analista do comportamento a 1) identificar
pensamentos e sentimentos relativos a escolha profissional; 2) interpretar como os
contextos passado e presente do adolescente interferem na tomada de decisão; 3)
identificar (para, posteriormente alterar) regras mantenham relações impróprias ou
distorcidas com contingências reais que se refiram à escolha profissional.

23
O orientador avalia com os adolescentes a adequação de algumas regras e
frequentemente discute com eles regras tais como: "Eu preciso acertar na minha
escolha porque ela é definitiva e será irreversível" ; "O dano para a minha vida será
irreparável, caso eu me engane na escolha", "Se eu optar pela carreira 'certa' eu não
encontrarei obstáculos profissionais", as quais impedem a consideração de mudanças
nos rumos profissionais caso haja alterações nas contingências presentes ou futuras
(MOURA; SILVEIRA, 2009).

Fonte: google.com.br

Desta forma, considera-se que análise do comportamento possa contribuir com


a prática de orientação profissional a medida em que estabelece um referencial teórico
que coloca a escolha profissional em uma perspectiva abrangente, tornando o
orientando sujeito ativo em sua escolha. Além disso, dispõe de um conjunto de
procedimentos de intervenção que dão conta de aspectos centrais da tomada de
decisão. Estas contribuições parecem suficientemente amplas para abarcar o
conjunto de variáveis envolvidas na escolha profissional e fornecer ao sujeito o apoio
necessário para a superação de seus conflitos rumo a uma escolha consciente,
baseada em suas possibilidades concretas (MOURA, SILVEIRA, 2002).

24
5 ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL – UMA ABORDAGEM PSICODINÂMICA

Fonte:policlinicabertolla.com.br

A Orientação Profissional é um processo pelo qual o indivíduo é auxiliado a


resolver dúvidas e desmistificar alguns conceitos sobre profissões. Que contribui para
uma mudança e transformação no decorrer do processo de escolha de um indivíduo,
possibilitando um momento de reflexão sobre a formação de uma identidade
profissional e o autoconhecimento (PINHO, 2013).
A Orientação Profissional tem desenvolvido diversas estratégias para contribuir
com o indivíduo em seu processo de escolha da profissão, o que resultou em
ampliação do seu campo de atuação. Entende-se desta forma, que a orientação
profissional exerce um papel fundamental na vida do indivíduo que busca encontrar
uma profissão para se colocar ou se recolocar no mercado de trabalho (PINHO, 2013).
Lisboa (2002) apud Zavareze (2008) colabora afirmando que um dos méritos
da Orientação Profissional é a possibilidade de reflexão aprofundada sobre os
elementos que constituem o projeto profissional, considerando o contexto do trabalho
como um dos mais importantes.
Posto que, o processo de Orientação Profissional, é um método de intervenção,
mais do que um conjunto de procedimentos, representa uma estratégia do
pensamento, uma articulação de conceitos e de proposições que configura um objeto
de estudo e permite uma dada análise resultando que para poder estabelecer o
método em Orientação Profissional, é preciso perguntar-se acerca de seu objeto, a
identidade profissional (VALE, 2002, apud ZAVAREZE, 2008).

25
Entende a referida autora que as indagações que se faz a respeito do objeto
de intervenção serão diferentes a partir de como se pensa o lugar ocupado pela
profissão na vida de alguém, a relação homem-trabalho-sociedade, os múltiplos
determinantes da escolha e o peso que lhes atribuímos. Esse objeto de estudo não
se remete apenas ao que fazer, mas integra a identidade pessoal mais ampla “quem
ser e quem deixar de ser”. Uma vez que a identidade profissional é construída através
das relações interpessoais e deriva de valores, princípios e posturas que serão
articulados de acordo com o ideal de cada um e que poderão constituir um projeto de
vida.
As teorias psicológicas que orientam a Orientação Profissional e/ou Vocacional,
tem como finalidade concentrar-se no indivído, afirmando que a escolha é
determinada, principalmente pela dinâmica de suas características e só indiretamente
pelo meio em que se vive. Podem ser classificadas, em: Teoria de Traços e Fatores,
teorias Psicodinâmicas, teoria Desinvolvimentistas e teorias de Decisão. Porém,
iremos enfatizar especificamente a teoria Psicodinâmica (PINHO,2013).
Segundo Gorgati e colaboradores (2002) a abordagem psicodinâmica refere-
se a uma compreensão do psiquismo em seus processos dinâmicos, orientando o
trabalho em direção ao insight. A abordagem está fundamentada nos princípios da
teoria psicanalítica, cuja técnica visa elaborar e resolver conflitos intrapsíquicos a
serviço da reestruturação, reorganização e desenvolvimento da personalidade.
Embora a teoria psicodinâmica não apresente uma definição conceitual única
e precisa, ela tem o objetivo de auxiliar o individuo a compreender os significados dos
sintomas manifestos, encontrando assim alternativas mais adaptadas para lidar com
o sofrimento psíquico.
Assim sendo, com o surgimento das teorias desenvolvimentistas, encontramos
a Orientação Profissional estendendo-se a diversos níveis de escolaridade. Nesta
modalidade, respeita-se o desenvolvimento maturacional do indivíduo, a dinâmica de
sua personalidade e a evolução permanente do mundo do trabalho. Logo, Se
considerarmos a estrutura da personalidade do indivíduo como uma estrutura
eminentemente dinâmica, emerge um novo conceito a ser trabalhado - a estrutura
dinâmica atual da personalidade (ZASLAVSKY et al.,1979)
Faz-se necessária então uma nova modalidade de atendimento em que se visa
a estrutura e a maturação do indivíduo: a modalidade psicodinâmica que enfoca a

26
escolha de uma profissão em função dos motivos e da organização dinâmica da
personalidade. Nesta modalidade não se justifica uma forma de atendimento
situacional estática, nem o acompanhamento do desenvolvimento vocacional ou
profissional a longo prazo. Objetiva-se, a curto prazo, rever e reelaborar as etapas do
processo de desenvolvimento do indivíduo, atendendo à urgência da tomada de
decisão (ZASLAVSKY et al.,1979).

6 OBJETIVOS DA ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL

Como já vimos no decorrer deste material, a Orientação Profissional é um


processo pelo qual o indivíduo é auxiliado a resolver dúvidas e desmistificar alguns
conceitos sobre muitas profissões, contribuindo para uma mudança e transformação
no decorrer do processo de escolha de um indivíduo, possibilitando um momento de
reflexão sobre a formação de uma identidade profissional e do autoconhecimento
(PINHO,2013).
Pretende-se, com isso, desencadear um processo que também favoreça a
reflexão sobre os fatos, objetos, fenômenos que podem ser significados como
possíveis de satisfazer suas necessidades, desenvolvendo assim uma visão crítica
ante a realidade social e as próprias necessidades constituídas.
Considerando a capacidade de reflexão dos orientados, tendo em vista as
necessidades mais imediatas de definição ocupacional.

Fonte:www.oficinadanet.com.br

27
Isso posto, vemos na orientação profissional a possibilidade de criarmos uma
intervenção que permita ao sujeito, a partir de informações, de reflexões e de vivências
sobre determinadas questões - tais como que trabalho escolher? Que futuro quero
para mim? O que é uma boa escolha? O que eu gosto? Por que gosto?, a constituição
de um processo de apropriação de suas determinações e necessidades, de produção
de novos sentidos e ressignificação de outros.
Alertamos aqui para a complexidade do que denominamos processo de
ressignificação ou constituição de novos sentidos. Pois, tal processo é extremamente
complexo e não pode ser entendido como simplesmente racional, dicotômico, linear.
A constituição de novos sentidos ocorre, senão por uma "descoberta do indivíduo" de
algo que já estava de alguma forma posto, presente em sua subjetividade, como uma
nova síntese afetiva e cognitiva, que surge a partir de uma nova configuração que se
articula ante novas experiências (AGUIAR, 2006).
Para apreender tais sentidos, é fundamental que consideremos a dialética
objetividade-subjetividade como facilitadora ou não desse processo. Como afirma
Aguiar, "num processo de ressignificação, a realidade social encontra múltiplas formas
de ser configurada, com a possibilidade de que tal configuração ocorra sem
desconstruir velhas concepções e emoções".
Temos situações em que o indivíduo, mesmo que num processo de
apropriação, tanto de novas informações sobre a realidade social como sobre si
mesmo (suas necessidades, contradições, afetos), não consegue imprimir novas
formas de agir e de escolher que sejam coerentes com o novo movimento que se
esboça. Como nos lembra Aguiar, "poderíamos dizer que esse indivíduo vive uma
cisão entre o pensar, agir e sentir, cisão essa constituída a partir de uma nova
configuração, marcada pela tensão entre a possibilidade do novo e da permanência"
(2000, p. 180).
Conforme Soares (1987) citado por Zavareze (2008) a Orientação Profissional
pode se dar em três campos de atuação: a clínica, a escola e a organização. Na clínica
poderão ser elaborados os conflitos referentes às implicações de escolha e sua
relação com a satisfação ou não no trabalho, o sentimento de prazer ou de alienação
em relação a ele. Na escola a autora diz que poderá ser utilizado como base para a
intervenção auxiliando o jovem a escolher sua futura profissão consciente das
possibilidades reais e na organização a orientação profissional contribui para a

28
avaliação homem-trabalho, sendo importante refletir sobre a escolha realizada, seus
determinantes e suas consequências na realização do trabalho.
Valore (2002) trazendo a questão de se fazer clínica na escola, diz que para
esse trabalho deve-se valer da escuta clínica psicanalítica para que se possa
compreender o universo singular de cada orientando em seu processo de escolha, de
crescimento e de construção de sua identidade e de seu projeto de vida, bem como
para poder discernir os meandros do acontecer grupal. Essa abordagem considera os
aspectos inconscientes determinantes da posição subjetiva frente à problemática da
escolha.
Para a referida autora através do trabalho em grupo, o orientando poderá vir a
aprender novas formas de se comunicar e de se relacionar com o outro, em um rico
exercício de inserção social. Ao se trabalhar com a ideia de um projeto de vida pode-
se oferecer ao orientando a oportunidade de exercer um papel comprometido e
responsável, tanto na construção de seu destino individual quanto no da comunidade
em que se insere.
Wainberg (1997) apud Zavareze (2008) acrescenta neste mesmo sentido que
a atividade em grupo é facilitadora do processo de identidade individual e grupal,
oferecendo melhores condições na elaboração dos sentimentos inerentes à atividade.
E, além disso, a troca de experiências, o relato de vivências, assim como a tendência
natural do adolescente para se agrupar torna o enfoque grupal indispensável para a
realização deste processo.
Quanto à tendência grupal do adolescente Knobel (1992) ressalta que esse
comportamento é resultado da busca da identidade adolescente e da uniformidade
ocorrendo assim um processo de superidentificação em massa, onde todos se
identificam com cada um o que pode proporcionar segurança e estima pessoal.
Segundo o mesmo autor, é transferida ao grupo grande parte da dependência
que anteriormente se mantinha com os pais e assim o grupo vai se constituir na
transição necessária no mundo externo para alcançar a individualização adulta.
Em relação à família Andrade (1997) apud Zavareze (2008) ressalta que o
indivíduo deve considerar as influências explícitas ou sutis recebidas da família, pois
conhecendo essas influências poderá utilizá-las de forma positiva e construtiva,
selecionando-as e adequando-as aos seus próprios desejos e valores. Já o papel da
família é de se ocupar de seus membros de forma construtiva, dando-lhes espaço

29
para progredirem como indivíduos, integrarem-se como grupo, fornecer-lhes energia
vital numa dinâmica saudável. Para o autor a atuação do profissional junto à família é
de se ocupar da interação família, trabalho, não negligenciando nem minimizando
estas influências.
Segundo Valore (2002), a avaliação do processo é feita continuamente. Em
muitos momentos, durante os encontros, é preciso resgatar o contrato de trabalho, os
objetivos e os papéis de cada um no grupo. Nestas ocasiões, costuma-se fazer uma
avaliação do processo, para poder retomá-lo, às vezes, em outra perspectiva. Mas,
há um momento próprio para a avaliação que coincide com o fechamento da
Orientação Profissional feita com os orientandos. Uma avaliação também deve ser
feita com a escola para expor os resultados obtidos e fazer um fechamento do
processo.
Wainberg (1997) apud Zavareze (2008) ressalta que é importante ter claro que
a Orientação Profissional não é um momento isolado, particular. Faz parte de um
processo maior de busca de identidade pessoal que inicia já antes do nascimento,
quando dos planos e expectativas dos pais em relação ao seu futuro bebê, e é o
resultado de uma série de decisões tomadas durante muitos anos, algumas vezes,
durante toda a vida. Conclui dizendo que escolher é tarefa de quem vai seguir o
caminho.
Dessa forma, fica evidente que o papel do orientador profissional consiste em
possibilitar ao adolescente o seu autoconhecimento, bem como na identificação de
seus interesses e definição de seu projeto de vida. É papel do orientador profissional
também esclarecer situações, conscientizar e vincular a problemática do adolescente,
frente à escolha de seu futuro, com o contexto histórico e as situações locais onde
esta escolha se dá. Para tanto o orientador profissional deve levar em consideração a
etapa de vida que o adolescente se encontra, as influências dos amigos e familiares,
além das vivências que cada jovem traz de todo o seu desenvolvimento, desde o
momento intra-uterino (ZAVAREZE, 2008).

30
7 O AUTO RECONHECIMENTO E A INFORMAÇÃO NA ORIENTAÇÃO
PROFISSIONAL

Fonte:www.cemaden.gov.br

Hoje, mais do que nunca, em nossa sociedade, os jovens vivem o grande


desafio da corrida acelerada na busca da autoafirmação profissional com seu
engajamento no mercado de trabalho. E, considerando que a escolha profissional
ocupará dois terços da vida do jovem, uma decisão maquinal e, muitas vezes, de
cunho emotivo, sem analisar a futura profissão de forma minuciosa, ponderando
também questões subjetivas, aumenta a probabilidade de frustração quanto à carreira
e a realização pessoal (AGUIAR, 2006).
A escolha de uma profissão é resultado de toda a bagagem histórica e cultural
do indivíduo. Desde a fase escolar a criança já faz menção do que almeja ser quando
crescer, essa escolha está pautada em suas relações familiares e sociais, exercendo
influência direta em seu futuro, e na forma como constitui sua individualidade.
O mercado de trabalho influencia a escolha de uma profissão ao impor vagas
que, nem sempre, vem de encontro com a aquilo que o indivíduo se identifica
realmente. As leis de oferta e demanda de profissões acabam influenciando decisões
de cunho emocional, visando apenas status social e retorno financeiro. A sociedade,
as mídias televisivas e a família contribuem nessa decisão precipitada, obrigando o
jovem a optar por profissões para as quais não tem nenhuma aptidão, gerando
desgaste, stress e perca de um tempo, que muitas vezes, poderia ser mais bem
empregado na busca pela profissão almejada (BOCK, 2012).
31
O jovem sempre cria uma imagem idealizada de cada profissão. Sílvio Bock
(2002) chama essa imagem idealizada de “Cara”.
“A cara é resultado do contato direto ou não, como já afirmado, que ela teve
com a área do profissional. Esta cara não é verdadeira nem falsa, não é nem mais
próxima nem mais distante da realidade, não é correta ou incorreta, é simplesmente
uma cara que deve ser trabalhada. As pessoas se identificam ou não com essas caras.
É interessante perceber que essas caras são constituídas na interiorização e
singularizarão do vivido, por isso são diferentes para cada pessoa. (BOCK, p. 81,
2012)

Fonte:www.outromundo.net

A escolha profissional sempre remete a condição social do indivíduo, e serve


como subsidio para reforçar no jovem sua identidade e posição social.
Para Bock (2002), A Orientação Profissional, nesse contexto de escolha
profissional, pretende proporcionar ao sujeito, meios de se autoconhecer, pois,
segundo ele, só desta forma o jovem terá ferramentas necessárias para buscar uma
profissão numa área com a qual se identifica, seja ela: humanas, exatas ou biológicas.
Vale ressaltar que, por mais lógica e racional que seja a escolha profissional, não se
pode afirmar que ela seja totalmente correta ou errada. No meio do percurso o
indivíduo pode mudar de ideia, e descobrir uma nova profissão com a qual se
identifica, surge nesse momento uma nova indagação: Mudar ou não de profissão?

32
A Orientação Profissional apenas diminui a probabilidade de uma frustração,
proporcionando ao indivíduo meios para escolher de forma coesa a profissão com a
qual mais se identifica, e sem ignorar informações relevantes a respeito dela, tais
como retorno: financeiro, ofertas de vaga no mercado de trabalho, realização pessoal,
etc. A esse respeito, Bock (2002, p.10), afirma que: “A melhor escolha profissional é
aquela que consegue dar conta do maior número de determinações para, a partir
delas, construir esboços de projeto de vida profissional e pessoal”.

8 CAMPOS DE INTERVENÇÃO EM ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL

Ao longo dos anos foram construídos muitos tipos de intervenção por diversos
modelos de orientação profissional. À medida que o tempo passa, surgem propostas
que vêm junto com a demanda crescente da população. Neste cenário, nascem
programas, projetos e instrumentos que ajudam o profissional que trabalha com
orientação profissional a se capacitar, para enfrentar os desafios do mercado de
trabalho, oferecendo intervenções que atendam aos diversos públicos, tais como,
crianças, adolescentes, adultos ou idosos em diferentes classes sociais, em diferentes
contextos, que procuram ou precisam de uma orientação profissional (PINHO, 2013).

Orientação Profissional no contexto educacional

Os modelos de OP envolvem uma série de motivos pelos quais são criados. As


influências, nesse caso, decorrem do surgimento da necessidade de intervenções
para que o aluno se movimente e participe do processo na condição de sujeito fazendo
suas próprias escolhas. As práticas da orientação profissional dentro da educação são
descritas através dos campos ligados a esse âmbito. As discussões encontradas
nesse campo mostram a orientação profissional com crianças, adolescentes, com
universitários e com alunos com elevado risco de abandono escolar, que serão
mostrados a seguir.

Orientação profissional com crianças

33
A orientação profissional com crianças contribui para favorecer a
desconstrução de preconceitos e estereótipos relacionados a determinadas
profissões, e possibilita a sua reflexão, quando vivencia o papel do adulto
(PASQUALINI; GARBULHO; SCHUT, 2004). Auxiliar a descoberta do significado do
trabalho na infância garante que a criança tenha contato com a orientação profissional,
já que proporciona conhecer os modos de viver e trabalhar, na sociedade em que vive
e na escola onde estuda. (PASQUALINI; GARBULHO; SCHUT, 2004).

Orientação profissional com adolescentes

O adolescente pode encontrar dificuldades no estabelecimento de objetivos em


longo prazo, devido a nuances e problemas que acontecem na educação, saúde e
trabalho, que podem deixá-los paralisados e sem acreditar que são capazes de fazer
a diferença. (CASTILHO, 2006).
No processo de orientação com adolescente do ensino médio, existem muitos
elementos que demonstram a grandeza deste evento. Um destes aspectos consiste
no lugar onde acontece o ritual, visto como “espaço sagrado” no qual o jovem baixa
suas defesas, quando sai da sala de aula, e tem a liberdade de retomar seus desejos
e fantasias, (SILVA; SOARES, 2001).

Orientação profissional para universitários

O processo de orientação profissional para universitários emprega técnicas que


focalizam uma ou mais profissões com as quais o perfil do estudante possa se
identificar, com o objetivo de clarear suas ideias, compreender suas limitações e
promover reajustes. O estudante, na maior parte das vezes, não considera um
requisito importante no momento da escolha, a análise de seu próprio perfil, o qual
indica se ele tem aptidões para a profissão que está escolhendo. (ROCHA, 2002).

Orientação profissional com alunos de elevado risco de abandono escolar

Esse modelo surge com estratégias para atrair esse aluno de volta às salas de
aula por meio de um trabalho de OP específico, com intervenções que visam

34
sensibilizar o aluno a uma reflexão sobre seu projeto profissional. Tem como objetivo
a análise do percurso escolar e a relação com a escola, bem como, a conscientização
da relevância da educação e da formação profissional. (FERREIRA, 2005). Nota-se
que o processo de orientação profissional para esses alunos, em especial, tem a
necessidade de mobilizar os responsáveis como a família e a escola pela educação
desses indivíduos, para que se potencialize a ajuda com incentivo à aprendizagem e
a busca de enxergarem oportunidades de uma formação profissional. (FERREIRA,
2005).

Orientação profissional em escolas particulares

O exercício da OP em algumas escolas particulares faz parte de um processo


educativo, que tem como objetivo o aprimoramento dos jovens, e a criação de
cidadãos capazes de criticar, garantindo, assim habilidades e competências de
interferir no contexto onde vivem. (LEVENFUS; SOARES, 2010).
O funcionamento do processo de OP em escolas privadas ocorre por meio de
entrevistas individuais e coletivas, e a sensibilização para o autoconhecimento é
realizada através de palestras e dinâmicas de grupo, de modo a promover a reflexão
ao aluno para uma escolha profissional. (LEVENFUS; SOARES, 2010).

Contexto da saúde mental

É relevante que se dê importância a todos os trabalhos desenvolvidos em OP,


principalmente estes de um grupo em específico que está relacionado com o
psicossocial, que sustenta, por sua vez, uma massa da população que sofre com
transtornos psicopatológicos. Nesse contexto, serão ilustrados a seguir os trabalhos
realizados com pacientes psiquiátricos, que estão de saída da instituição, e psicóticos
na sua restruturação social.

Orientação profissional em pacientes psiquiátricos

A orientação profissional, nesse contexto, surge da necessidade dos usuários


internados em instituições psiquiátricas se valerem, também, de uma orientação

35
profissional que lhe proporcione condições de se colocar ou se recolocar no mercado
de trabalho. O objetivo da intervenção é que o indivíduo resgate seu poder de escolha,
provocando reflexões sobre suas possibilidades, dentro de suas limitações,
aprendendo a elaborar um projeto de vida para o futuro. (VALORE, 2010).
Define-se a re-orientação profissional em hospitais psiquiátricos como um
conjunto de medidas que proporcionem uma maneira desse usuário se ver como
sujeito de suas próprias escolhas. (HOLANDA, 2000 apud VALORE, 2002). A
intervenção com indivíduos psiquiátricos é uma maneira de consolidar sua identidade
profissional, e trabalhar um vínculo social, ressaltando o compromisso da sociedade
na reabertura de um espaço de acolhimento para os mesmos. (VALORE, 2002).

Orientação profissional para pessoas em situação psicótica

A orientação profissional para psicóticos se destina a uma reestruturação do


campo profissional desse indivíduo, tendo como ponto de partida o próprio sujeito,
para que ele chegue a uma escolha que é sua. (RIBEIRO, 1998). Propõe-se a uma
reorganização estrutural que possibilite o processo de inserção social e contorne a
questão do espaço psicossocial desse indivíduo.
O trabalho com essas pessoas tem como objetivos básicos resgatar a
cidadania, tentar evitar novas crises, combater a cronificação, dar um referencial para
sua vida e evitar a aposentadoria prematura. (RIBEIRO, 1998). Em muitos casos,
ocorre a acomodação da situação por parte do indivíduo ou parentes, que a orientação
profissional visa combater, assim como a ressignificação do desânimo, após as crises,
que podem possibilitar o crescimento e transformação. (RIBEIRO, 1998).

Orientação profissional para pessoas com deficiência

O programa de orientação profissional dos indivíduos com deficiência para


enfrentar o mercado de trabalho tem uma diferença entre os demais, porque propõe
ao participante uma reflexão e análise do mercado de trabalho, de forma que
desenvolva planejamentos para o futuro, que não seja a aposentadoria. (LOPES,
2006). Neste tipo de OP cabe ao profissional orientador abordar as dificuldades e
auxiliar no processo de reformulação da imagem profissional, levando-se em conta

36
que as relações de trabalho se dão também pelas relações sociais desse indivíduo.
(UVALDO, 1995 apud LOPES, 2006).
Não se pode negar que a inserção das pessoas com deficiência no mercado
de trabalho seja difícil, e que venha ganhando um espaço ao longo do tempo através
dos debates e discussões, mas foi por meio da Lei nº 8.213 de 24 de julho de 19912,
que se assegurou aos deficientes uma chance de entrar no mercado de trabalho,
obrigando as empresas a destinar um percentual de vagas à profissionais com este
perfil. (IVATIUK; YOCHIDA, 2010).

Orientação profissional no contexto de trabalho

A orientação profissional nas empresas é conhecida como coaching3, processo


que ajuda os profissionais a alinhar seus objetivos e metas, capacitando-lhes para
gerar resultados diferenciados. (SOARES et al., 2007). O coaching tem algumas
semelhanças com a orientação profissional, da mesma maneira que o mentoring4 e
couseling, pois, todos têm o mesmo objetivo: contribuir para o desenvolvimento
profissional do indivíduo. (SILVA, 2010).
O termo mentoring é usado nas organizações para destacar alguém que lida
com a orientação de um indivíduo por meio de técnicas que o auxiliem a um excelente
desempenho. Os processos de mentoring, como enfatiza Silva, (2010), ocorrem com
profissionais que já estão em seu campo de atuação. Essa função pode ser exercida
por uma pessoa da própria empresa ou de fora dela. No que se refere ao termo
counseling, pode-se dizer que é ligado à área clínica, que se caracteriza como um
aconselhamento psicológico. Assim, é encontrada uma analogia com o processo de
OP, o que não se distancia da prática do orientador de um aconselhamento de
carreira. (SILVA, 2010).

Orientação profissional para aposentados

Ao se aproximar da aposentadoria, o indivíduo percebe a chegada de


mudanças em sua vida. Nesse período importante para o sujeito, a orientação
profissional pode ter um papel valioso como psicoprofilaxia, em que se pode

37
proporcionar aos futuros aposentados um modo de explorar suas novas
possibilidades. (SELIG; VALORE, 2010).
Ao considerar a diversidade dos campos de atuação da orientação profissional
percebe-se a grande completude, de maneira, que existe espaço para mais
exploração. Gradativamente, novos interesses vão surgindo, de acordo com a
demanda cada vez mais crescente de indivíduos com diversos padrões de idade e
contexto social. As intervenções em geral estão apoiadas em alguma teoria ou
abordagem que norteia e impulsiona o seu processo, as quais serão ilustradas a
seguir.

38
9 BIBLIOGRAFIA

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clarificação da inclinação profissional (J. Ferreira Filho, Trad.). São Paulo: Centro

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