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DELEGADO DA POLÍCIA CIVIL

Criminologia
Roberta Pedrinha

Delegado Polícia Civil Participações Especiais


Ex-Coordenadora da Comissão de
Criminologia Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do
Brasil – Seção Rio de Janeiro (OAB-RJ). Ex-
Roteiro Membro da Comissão Permanente de Direito
- Apresentação Docente Penal do Instituto dos Advogados Brasileiros
- Objetivo (IAB). Membro da Comissão Permanente de
- Bibliografia Básica Direitos Humanos do Instituto dos Advogados
- Conteúdo Brasileiros (IAB). Membro da Associação
- Dicas Brasileira de Professores de Ciências Penais
- Contato (ABPCP). Membro Fundadora e Ex-Diretora
Acadêmica do Instituto de Estudos Criminais do
Apresentação da Professora Pedrinha Estado do Rio de Janeiro (IECERJ). Membro
Fundadora e Secretária Geral do Instituto dos
Formação Acadêmica Defensores de Direitos Humanos (IDDH).
Advogada. Doutoranda em Sociologia Membro do Instituto Carioca de Criminologia
Criminal pela Universidade do Estado do Rio de (ICC).
Janeiro (IESP-UERJ). Doutoranda em Direito Membro Permanente do Associação
Penal pela Universidade de Buenos Aires (UBA Internacional de Direito Penal (AIDP). Membro
- Argentina). Mestra em Criminologia, Direito e do Instituto Brasileiro de Ciências Criminais
Processo Penal pela Universidade Candido (IBCCRIM). Professora de Criminologia da 2ª.
Mendes (UCAM). Pós-graduada em Fase de Concurso de Formação de Agentes,
Criminologia pela Universidade de Havana (UH Delegados e Peritos no Departamento da
- Cuba). Graduada em Ciências Jurídicas pela Polícia Federal da Academia Nacional de
Universidade Federal do Estado do Rio de Polícia (DPF-ANP - Brasília).Professora de
Janeiro (UNIRIO). Criminologia de Cursos de Treinamento e
Capacitação de Policiais da Academia de
Atividade Docente Polícia do Estado do Rio de Janeiro
Professora Concursada de Criminologia (ACADEPOL). Professora de Criminologia dos
do Departamento Penitenciário Nacional Cursos de Treinamento e Capacitação de
(DEPEN) do Ministério de Justiça (MJ). Agentes Penitenciários e Diretores de Presídios
Professora Convidada da Academia Nacional da Secretaria de Administração Penitenciária do
de Polícia do Departamento da Polícia Federal Estado do Rio de Janeiro (SEAP).
(ANP-DPF) do Ministério de Justiça (MJ).
Professora de Criminologia da Academia de Objetivo
Polícia do Estado do Rio de Janeiro O presente Curso tem a finalidade de
(ACADEPOL). Professora de Criminologia da preparar os bacharéis em Direito na Disciplina
Escola da Magistratura do Estado do Rio de de Criminologia, para o Concurso de Delegado
Janeiro (EMERJ). da Polícia Civil. Visa apresentar os principais
aspectos teóricos, através de uma visão
Atividade Docente panorâmica, além da realização de alguns
Professora e Coordenadora da Pós- exercícios, para treinamento. Pois Criminologia
graduação em Criminologia, Direito e Processo é uma disciplina antes pouco ofertada e por
Penal da Universidade Candido Mendes muitos bacharéis nunca estudada. Logo, precisa
(UCAM). Professora de Direito Penal e ser o diferencial para assegurar o seu êxito no
Coordenadora do Núcleo de Ciências Criminais Concurso de Delegado da Polícia Civil.
(licenciada) do Instituto Brasileiro de Mercados
e Capitais (IBMEC-RJ). Professora de Bibliografia Básica
Criminologia das Pós-graduações da Fundação ANITUA, Gabriel Ignacio. História dos
Oswaldo Cruz (FIOCRUZ). Ex-Avaliadora da pensamentos criminológicos. In.: Coleção
Banca Examinadora de Direito e Processo Pensamento Criminológico. Volume: 15.
Penal da Ordem dos Advogados do Brasil – Tradução: Sérgio Lamarão. Instituto Carioca de
Seção Rio de Janeiro (OAB-RJ). Criminologia. Rio de Janeiro: Revan, 2008.

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BARATTA, Alessandro. Criminologia crítica e Defendida pelos criminólogos etiológicos.


crítica do direito penal: introdução à sociologia Molina entende a etapa pré-científica advinda
do direito penal. In.: Coleção Pensamento com a Escola Clássica e a etapa científica
Criminológico. 3ª. Edição. Instituto Carioca de advinda com a Escola Positivista, a linha
Criminologia.. Volume: 1. Rio de Janeiro: divisória.
Revan, 2008.
BATISTA, Vera Malaguti. Introdução crítica à Nascimento da Criminologia
criminologia brasileira. Instituto Carioca de c) Em 1484 - quando da publicação da
Criminologia. Rio de Janeiro: Revan, 2011. obra: “Malleus Maleficarum”, de Heinrich
CALHAU, Lélio Braga. Resumo de Criminologia. Kramer e James Sprenger, que segundo
5ª. Edição. Rio de Janeiro: Ímpetus, 2009. Zaffaroni foi o primeiro discurso criminógeno.
MOLINA, Antonio García-Pablos de; e GOMES, De acordo com alguns criminólogos críticos,
Luiz Flávio. Criminologia. 5ª. Edição. São Paulo: como: Eugenio Raúl Zaffaroni e Nilo Batista.
Revista dos Tribunais, 2006. Principais Modelos ou Escolas
ZAFFARONI, Eugenio Raúl; BATISTA, Nilo; Criminológicas
ALAGIA, Alejandro e SLOKAR, Alejandro.
Direito penal brasileiro – I. Rio de Janeiro: - Clássica
Revan, 2003. - Positivista
- Crítica
Conteúdo Sintetizado de Criminologia - Científica ou Moderna
-Criminologia: Origem, Definições,
Funções, Métodos e Objetos (Crime, Criminoso,
Vítima e Controle Social). Criminologia Clássica
-Modelos ou Escolas Criminológicas. - A Criminologia Clássica adveio no
- Noções de Direito Penal, Política século XVIII, com Beccaria (obra: Dos delitos e
Criminal e Ciências Criminais. das penas, 1764).
- Teorias Sociológicas. - Postulados: construiu-se uma
- Prevenção no Estado Democrático de abordagem liberal ao direito criminal, a utilidade
Direito. do direito de punir pautada no direito social.
- Reação ao Crime no Sistema de - Buscava a Prevenção Geral.
Justiça Criminal. - Método: Dedutivo.

Origem da Criminologia Postulados:


- Topinard foi quem primeiro utilizou o - Objeto de Estudo: o Crime. O crime
termo Criminologia em 1879. era percebido como ente jurídico, opção de
- O reconhecimento adveio em 1885 escolha pessoal do indivíduo em face de seu
com a obra Criminologia de Garofalo. livre-arbítrio.
- A Pena tinha a função de Prevenção
- Há divergência quanto à origem da Geral Negativa, pela intimidação.
Criminologia, se o nascimento da Criminologia - Adeptos: Beccaria, Romagnosi,
veio no século XIX, com a Escola Positiva de Pessina, Carrara, Carmignani, Bentham e
Lombroso, ou no século XVIII, com a Escola Feurbach.
Clássica de Beccaria.
Criminologia Positivista
Nascimento da Criminologia - A Criminologia Positivista adveio em
a) Em 1764 – Quando da publicação da fins do século XIX, com Lombroso (obra: O
obra: Dos delitos das penas, de Beccaria. homem delinqüente, 1876), que trouxe a
Defendida pelos criminólogos da reação social, influência da Medicina Legal e o cientificismo
com perspectiva histórica, para os críticos, para a Criminologia.
como: Roberto Bergalli, Juan Bustos Ramirez e -Método: Indutivo-experimental.
Cirino dos Santos. -Matrizes: Comte, Darwin e Spencer.
b) Em 1876 – quando da publicação da -Adeptos na Itália: Lombroso, Ferri e
obra: O homem delinqüente, de Lombroso. Garofalo.

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-Adeptos no Brasil: Nina Rodrigues. Adeptos:


-Adeptos na Argentina: José Ingenieros. - Lombroso
- Ferri
Postulados: - Garofalo
- Na Pena buscava a Prevenção - Ingenieros
Especial, pela Neutralização individual - Nina Rodrigues
ou Correção.
- O crime se explicava pelo estudo Criminologia Crítica
ontológico, da essência do ser, pré-
constituído, natural (Garofalo). A Criminologia Crítica com o
- Preocupou-se com fatores endógenos e materialismo histórico entende o crime como
aspectos biológicos e patológicos. político, cultural, dinâmico e relativo. O crime
- Pautava-se no paradigma etiológico, não é qualidade do ato, é ato qualificado como
reduzido à noção de causa e efeito para criminoso. O crime nasce da elaboração
explicar o crime. legislativa, a partir de conflitos na estrutura
- Objeto de estudo era o Criminoso. social. Portanto, o controle social é quem cria o
crime. Trabalha a partir do modelo da reação
Criminologia Positivista social.
- Realizou Pesquisas Craniométricas dos
Criminosos, com análise dos fatores Matrizes:
anatômicos, fisiológicos e mentais. -Becker - desenvolveu o conceito de rotulação.
– Criou a Teoria do Atavismo ou -Goffman - desenvolveu o conceito de estigma.
Degenerescência em que o delinqüente -Chapman –desenvolveu o conceito de
poderia ter um retrocesso atávico que originava estereótipo.
a agressividade, fator de inferioridade.
– Alegou ter descoberto a “Fosseta Occipital Adeptos:
Média”, nervura contida no cérebro dos Walton, Taylor, Young, Baratta, Bricola,
delinqüentes, afirmou tê-la encontrado em Pavarini,
“Vilela”. Melossi, Zaffaroni, Castro, Del Olmo, Cirino,
- Classificações dos Delinquentes: nato, Batista,
ocasional, Louco e Passional. Karam, Malaguti.
Criminologia Positivista
Definição: (Juarez Cirino dos Santos):
– Ferri conteve idéias de Lombroso, corrigiu “A Criminologia Crítica vincula o fenômeno
suas teses do criminoso nato, apoiou-se nos criminoso à estrutura das relações sociais. São
fatores exógenos, sócio-econômicos e criminosos e criminógenos os sistemas que
culturais. produzem por suas estruturas econômicas e
- Buscava a prevenção especial. sociais e superestruturas jurídicas e políticas as
Disciplinas que interagiam: Antropologia e condições necessárias e suficientes para a
Medicina Social (Lombroso); Sociologia (Ferri) e existência do comportamento desviante”.
Direito (Garofalo). Criminologia Crítica
- Pena: tinha função de defesa social, Definição (Nilo Batista e Raúl Zaffaroni):
recuperação ou neutralização, de Prevenção “A Criminologia compreende uma série
Especial Positiva (PEP) moralizante que alçava de discursos, conjunto de conhecimentos de
a evolução moral, ou Prevenção Especial diversas áreas, que buscam explicar o
Negativa (PEN) que almejava a pena de morte fenômeno criminal através dos saberes das
dos incorrigíveis. coorporações hegemônicas em cada tempo
Matrizes e Adeptos da Criminologia histórico. São aplicados à análise e crítica do
Positivista poder punitivo para explicar sua operatividade
Matrizes: social e individual, além de viabilizar a redução
- Comte (Positivismo) em seus níveis de produção e reprodução da
- Darwin (Evolucionismo) violência social”.
- Spencer (Cientificismo Social)

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Postulados: delitivo, entendido sob o prisma individual e de


-A Criminologia Crítica tem como base problema social, como também formas de
teórica o materialismo histórico. As instituições preveni-lo. Concebe o crime como fenômeno
de poder criam a reação social que por humano, cultural e complexo”.
processos de definição atribuem a qualidade de
crime e o status de criminoso. Desse modo, a Criminologia Científica Moderna
reação social é quem cria a norma penal, e
esta é quem cria o crime. Postulados:
-Objeto: o controle social e o sistema -Tem como objeto o estudo do crime,
penal. do delinqüente, da vítima e do controle
-Método: crítico, indagativo, dialético, social.
materialista-histórico. -Tem como objetivos a prevenção do
- Atua sob enfoque interdisciplinar delito, daí, diagnosticar o fenômeno criminal,
associado à Sociologia Crítica, que entende a acompanhá-lo com estratégias de intervenção
solução para a criminalidade pela extinção da por programas de prevenção do crime pela
exploração econômica. eficácia do seu controle e custos sociais.
- Tem viés marxista. Há crítica à - Método: Empírico e Interdisciplinar.
Criminologia do Consenso, em que o delito
coloca-se como fenômeno do modo de - A Criminologia Científica Moderna possui
produção capitalista Pauta-se no modelo de orientação prevencionista, em detrimento da
conflito social. repressiva. Analisa e avalia os modelos de
-O enfoque macrossociológico reação ao delito.
desloca-se do comportamento desviante para - Tem como objetivos a prevenção do delito,
os mecanismos do controle social, para os daí, diagnosticar o fenômeno criminal,
processos de criminalização. acompanhá-lo com estratégias de intervenção
-O processo de criminalização incide por programas de prevenção do crime pela
em relações sociais de desigualdade do eficácia do seu controle e custos sociais.
capitalismo
Métodos: Empirismo e Interdisciplinaridade
- Apoia-se sob os pilares da teoria - O empirismo consiste em uma doutrina que
materialista (econômico-política) acerca do busca extrair o conhecimento a partir da
desvio, dos comportamentos tidos como experiência, mesmo negando princípios de
socialmente negativos, especialmente das racionalidade.
classes subalternas. - O empirismo consubstancia-se na ciência do
- Concebe o pluralismo axiológico, no ser, na Criminologia. Parte da observação e
mundo em conflito como expressão de análise do objeto.
determinado grupo ou classe, instrumento nas - O método Interdisciplinar, o qual se
mãos dos detentores do poder. Assim, os conecta com outros saberes parciais
crimes reprimidos partem dos vulneráveis. como: a Psicologia, a Sociologia e a
- Daí que, os crimes muitas vezes Biologia, por conexão.
traduzem uma revolta individual, falta de - O método Interdisciplinar difere do
consciência de classe não canalizada para multidisciplinar.
uma transformação ou mesmo revolução.
- No método multidisciplinar saberes
Quadro Comparativo da Criminologia parciais trabalham lado a lado, fornecendo
Quadro Comparativo da Criminologia diferentes informações sobre tema específico.
Criminologia Científica Moderna - No método interdisciplinar saberes
parciais se entrelaçam, há cooperação,
Definição (Molina e Calhau): articulação dos conteúdos que se integram, há
reciprocidade de intercâmbios, conexão
“A criminologia científica é ciência profunda e enriquecedora.
empírica e interdisciplinar, com informação
válida e segura, relacionada ao fenômeno

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Objetos da Criminologia Científica Moderna: Crime para a Criminologia Crítica


Crime, Delinquente, Vítima e Controle - Para a Criminologia Crítica a noção
Social de crime é relativa, advém da reação social, do
- O objeto para a Criminologia Clássica controle social. O Direito Penal é quem cria o
era o crime. crime. O crime não é uma qualidade do ato, é
-O objeto para a Criminologia Positivista um ato qualificado como criminoso. O crime
era o delinqüente. varia em cada tempo histórico, em função de
- O objeto para a Criminologia Crítica era certo contexto social. Em uma sociedade
o controle social. conflitiva a noção de crime tem múltiplas
- Os objetos para a Criminologia interpretações.
Moderna Científica, segundo Molina e Calhau
são quatro: delito, delinqüente, controle social e Crime para a Sociologia Criminal
vítima. - Para a Sociologia Criminal deve ser
- Crime entendido como conduta desviada. O termo
- Delinquente desvio deve substituir o termo crime, ao verificar
- Vítima que determinados comportamentos infringem o
- Controle Social padrão esperado pela sociedade. O conceito de
desvio é mais amplo. Abrange o de crime.
Crime para o Direito Penal
- Para o Direito Penal, no campo Delinquente para a Criminologia Positivista e
Jurídico, o delito é concebido na acepção Criminologia Crítica
material, formal e analítica. - Para a Criminologia Positivista o
a- Na acepção material em razão da delinqüente foi o seu objeto principal de estudo.
ofensa ao bem jurídico, da danosidade social, - A Criminologia Crítica rechaçou o
do desvalor da ação. enfoque no delinqüente, que se pautava da
b- Na acepção formal em função de estigmatização social, na rotulação de
norma penal incriminadora, que define uma indivíduos de substratos sociais mais baixos.
conduta como infração penal, aplicando uma
sanção como conseqüência. Delinquente para a Criminologia Moderna
c- Na acepção analítica fragmenta o - Para a Criminologia Moderna
crime em virtude de sua construção abstrata Científica, o estudo do delinqüente passou a
teórica. De acordo com a teoria majoritária, um segundo plano. Ocorreu um deslocamento
defendida por Zaffaroni, Batista, Tavares, com enfoque para a conduta delitiva, o controle
Cirino, Bitencourt, o crime é conduta típica, social e a vítima. Hoje o delinqüente é
antijurídica e culpável; consoante Mirabete e examinado para Molina e Gomes em suas
Damásio é fato típico e ilícito; e finalmente, para interdependências sociais como unidades
Basileu Garcia e Battaglini é fato típico, ilícito, biopsicossociais, e não sob uma perspectiva
culpável e punível. biopsicopatológica. Embora a Psicologia estude
a personalidade do desviante.
Crime para a Criminologia Clássica e
Positivista Vítima
- Para a Criminologia Clássica o crime Etapas de Enfoque da Vítima:
é ente jurídico. a)- No primeiro modelo a vítima era
- Para a Criminologia Positivista o muito valorizada. A Justiça era vindicativa,
crime é uma qualidade do ato do delinquente. quando vítima ou seus familiares aplicavam a
Segundo Garofalo em lesão de parte do sentido punição. Tratava-se da vingança privada.
moral, que consiste em sentimentos altruístas
fundamentais (piedade e probidade). Segundo o b) – No segundo modelo o Estado assume o
padrão médio em que se encontram as raças monopólio da pretensão punitiva. Neutraliza-se
superiores, cuja medida é necessária para a a importância do papel da vítima.
adaptação do indivíduo em sociedade. Vítima

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c)- No terceiro modelo notou-se no Legislador Penal, Polícia, Poder Judiciário,


século XX, especialmente após a II Guerra Sistema Penitenciário... O modelo
Mundial, com o redescobrimento da vítima, o institucionalizado subdivide-se em: Punitivo e
Estado continua com a pretensão punitiva, mas Não Punitivo.
preocupa-se com a vítima. Surge nova b.1) Não Punitivo: Direito Civil,
disciplina com foco no estudo da vítima, um Trabalhista...
ramo da Criminologia, a chamada Vitimologia. b.2) Punitivo: Sistema Penal, que
compreende: Poder Legislativo (leis penais),
Tendências Contemporâneas da Vitimologia Polícia, Ministério Público, Poder Judiciário
-Atualmente, no Direito Brasileiro, (sentenças condenatórias) e Sistema
assistimos às tendências da vitimologia: Lei Penitenciário.
9.099 de 1995 e Lei 11.340 de 2006.
- Nos Juizados Especiais Criminais, Para Molina e Calhau:
resgata-se o papel da vítima, cria-se um espaço O controle social pode ser informal ou formal:
dialógico, de consenso. - a) O controle social informal - pode ser um
- Hoje há a pena de prestação pecuniária, conjunto de sanções positivas ou negativas, no
dirigida particularmente à vítima. processo de socialização. Adapta a conduta aos
padrões normativos da infância, internaliza-se.
Vítima - b) O controle social formal – ocorre no
Sistema de Justiça Formal, integrado pela
Tipos de Vitimização: Polícia, pelo Poder Judiciário, pelo Ministério
a- Vitimização Primária - refere-se ao Público e pela Administração Penitenciária, no
prejuízo derivado do crime praticado, danos exercício do poder público.
físicos, sociais e econômicos.
b- Vitimização Secundária – Sobre- Para Calhau há três modelos de Controle
vitimização do processo penal, consiste no Social:
sofrimento adicional imputado pela prática da
justiça criminal: Poder Judiciário, Ministério -a) Controle por Sanções Formais são
Público, Polícia, Sistema Penitenciário e as as aplicadas pelo Estado (cíveis, administrativas
suas mazelas. e penais) e Informais (não possuem
c- Vitimização Terciária – é a conectada à cifra coercibilidade)
negra, também chamada de cifra oculta da -b) Controle por meios Negativos
criminalidade, pela considerável quantidade de (reprovações ou sanções) ou meios Positivos
crimes que não chegam ao Sistema Penal, (prêmios e incentivos).
quando a vítima experimenta abandono e não -c) Controle Externo pela ação da
dá publicidade ao ocorrido. sociedade e ou do Estado (por multas
administrativas, multas estatais) e Interno que
Controle Social se dá pela autodisciplina.
- O Controle Social é objeto específico
de análise da Criminologia Crítica. Para Sabadell, são classificações do
- O Controle Social consiste em um dos Controle Social:
objetos de estudo da Criminologia Científica - a) Quanto ao modo de exercício o
Moderna. controle social pode se dar por orientação e
Para Zaffaroni: fiscalização, como: a Polícia e o Ministério
- O controle social consiste em formas Público.
de exercício de poder. - b) Com relação aos destinatários o
O Controle Social divide-se em controle social pode ser difuso (toda a
dois tipos: Difuso e Institucionalizado comunidade) ou localizado (grupos
- a) Difuso - dá-se espraiado na estigmatizados).
sociedade, como: Família, Educação, Religião, Controle Social
Ideologia e Mídia. - c) Com relação aos agentes
- b) Institucionalizado – dá-se através fiscalizadores o controle social pode ser
do Estado, no campo punitivo engloba:

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formal (pelo Estado) ou Informal (pela própria Conceito:


sociedade civil). O Direito Penal é um ramo do direito
- d) Quanto ao âmbito de atuação pode público interno, um conjunto de normas e
ser exercido diretamente nas pessoas ou em princípios do Estado, que define as infrações
instituições sociais. Exemplo: Policial ou penais e a sua aplicação rumo à paz social.
Corregedoria de Polícia.
O Direito Penal é um instrumento de
Funções da Criminologia controle social formal. Consubstancia-se como
conjunto de preceitos normativos
Para Molina: incriminadores, os quais tutelam bens
- Prevenir o crime. essenciais, por preceitos, quando violados, têm
- Intervir na pessoa do infrator. como conseqüência a aplicação de sanções
- Avaliar diferentes modelos de (penas ou medidas de segurança).
respostas ao crime. O Direito Penal é uma disciplina
normativa, que define as infrações penais (os
Para Calhau: crimes ou delitos e as contravenções), através
- Apontar um núcleo de conhecimentos de um sistema de normas abstratas com
sobre o controle social, o crime, a vítima e o respectivas penas, que funcionam como forma
desviante. de controle social formal punitivo, em que o
- Fazer uso do método interdisciplinar Estado as aplica aos indivíduos, por ofenderam
para conectar conhecimentos de diferentes o bem jurídico tutelado (relevantes valores da
campos do saber. vida em sociedade).
- Fornecer diagnósticos de qualidade
acerca do fato criminal. Críticas ao Direito Penal:
Seletividade, repressão, punitivismo,
Para Baratta, a função da Criminologia estigmatizante, reforça as desigualdades
Crítica: sociais, manutenção do status quo, reativo, pois
- “A tarefa fundamental da atua nas conseqüências do crime.
Criminologia Crítica é realizar a teoria crítica
da realidade social do direito, na perspectiva Para Zaffaroni:
de um modelo integrado de ciência penal. O Direito Penal deve atuar de modo a
(...) Em que o jurista deveria levantar os olhos conter o poder punitivo, diante de uma
de sua mesa de trabalho e olhar pela janela” perspectiva humanista e um viés garantista.
(Alessandro Baratta).
Política Criminal
Direito Penal
Conceito:
Classificações:
Material (tutela do bem jurídico) e Não é uma ciência autônoma, para a
Formal (no caso de violação do preceito a maioria da doutrina. Trata-se de um conjunto de
possibilidade de aplicação de pena ou medida práticas, ações, atitudes dirigidas à redução da
de segurança). criminalidade. Seleciona os programas, projetos
e normas que cooperam na concretização de
Características: respostas que o Estado adotará em face do
Imperativo, sancionador, positivo e fenômeno delitivo. Atua em diversos âmbitos:
valorativo. Federal, Estadual e Municipal. Em diferentes
poderes: Executivo, Legislativo e Judiciário.
Funções:
Proteção, tutela, ético-social, garantia e Ciências Criminais
defesa.
Para Liszt:
Direito Penal

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Ciência Total do Direito Penal seria fruto - A Biologia em sua interação com a
da fusão da Dogmática Jurídico-Penal, da Criminologia deve ser vista com muito cuidado,
Criminologia e da Política Criminal. Do especialmente com o incremento da
contrário, o Direito Penal seria uma torre de neurociência e da genética, com pretensões de
marfim alijada da realidade social. “O Direito controle sobre a conduta humana em
Penal é uma barreira intransponível da Política intervenções pré ou pós delitivas, para que não
Criminal”. se tenha generalização indevida, relações
simplistas de causa e efeito, reducionismos
Ciência Total ou Ciências Criminais = preconceituosos, que conduzam à
Dogmática Jurídico-Penal + Criminologia + estigmatização de indivíduos.
Política Criminal. - Daí que, na Criminologia Moderna
nota-se o enfraquecimento das teorias
Para Molina e Calhau: biológicas, sofisticando concepções já
São três os Sistemas das Ciências superadas, de desvios patológicos.
Criminais (inseparáveis e interdependentes):
Psicologia Criminal
Ciências Criminais = C + DP + PC - Consiste no estudo micro-social, ou
seja, do indivíduo ou de um pequeno grupo de
Criminologia = fornece o substrato empírico e pessoas.
os fundamentos do sistema. - Verifica os perfis agressivos de
Política Criminal = transforma a indivíduos, as reações pessoais frente às
experiência criminológica em estratégicas angústias.
concretas de controle da criminalidade. - Analisa segundo Molina as tendências
Direito Penal = converte em criminógenas e possibilidades de reduzi-las.
proposições jurídicas o saber criminológico - Considera a interação do indivíduo com
esgrimido pela política criminal, com respeito às a família e outros grupos sociais.
garantias fundamentais. - São desenvolvidos estudos
psicossociais e tentativas de averiguar modelos
Criminologia Científica Moderna psicopatológicos e psicanalíticos, exames
- A Moderna Criminologia Científica tem criminológicos, para corroborar a compreensão
como característica a ampliação do seu objeto, do fenômeno criminal.
com a introdução do controle social e da vítima.
A orientação é prevencionista, em detrimento da Sociologia Criminal
repressiva. Analisa e avalia os modelos de - A sociologia criminal utiliza-se de
reação ao delito. teorias macro-sociológicas, que se compõe pela
- A Moderna Criminologia Científica vertente do consenso e do conflito.
estuda o fenômeno criminal de modo Classificação Geral das Teorias
interdisciplinar, por interconexão com a Biologia, Sociológicas:
Psicologia e Sociologia Criminal. - Conflito
- Consenso
Biologia Criminal
Conceito: - As Teorias do Conflito entendem que
Teve início no século XIX, com na ordem social há disputas, confrontos, força.
Lombroso, e mesmo no século XX e XXI, Como o controle social formal institucionalizado,
mantém traços característicos. Busca a que exerce poder. Exemplo: Labelling Approach
localização e identificação de elementos e Teoria Crítica.
criminógenos do desviante, ou seja, a presença - As Teorias do Consenso defendem
de algum fator diferencial que explique a que na ordem social há acordos, negociações
conduta delitiva, uma patologia, disfunção na busca do funcionamento pleno das
orgânica, endocrinológica, genética, instituições, com objetivos comuns. Exemplo:
neurofisiológica, bioquímica... Escola de Chicago, Teoria da Associação
Biologia Criminal Diferencial, Teoria da Anomia e Subculturas
Criminais.

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Teorias Sociológicas Teoria das Zonas Concêntricas (Escola de


Chicago)
Teorias Sociológicas: - Ernest Burguess criou a Teoria das
- Teoria Ecológica (Escola de Chicago) Zonas Concêntricas. Esta é formada por
- Teoria das Zonas Concênctricas (Escola círculos variados, um dentro do outro, em um
de Chicago) total de cinco, em que chama de zona cada
- Teoria da Associação Diferencial espaçamento. Na Zona I, no miolo, tem-se a
- Teria Estrutural Funcionalista da Anomia zona central, com comércios, bancos e Zona II,
- Teoria Estrutural Funcionalista da encostada à Zona I, tem-se a transição do
Inovação distrito comercial para residências, ocupadas
- Teoria das Subculturas Criminais por pessoas dos segmentos mais baixos da
- Teoria do Labelling Approach população. Diferindo das Zonas III, IV e V de
classe média e alta. Na Zona II, há maior
Escola de Chicago criminalidade, conectada às gangues juvenis.
- A Escola de Chicago nasceu na
Universidade de Chicago, na década de 20 e Teoria da Associação Diferencial
30, modelaria o início da Criminologia - Edwin Sutherland, nos anos 30, já
Americana, com Robert Park e Ernest tinha identificado os autores de crimes
Burguess, através do modelo ecológico, que diferenciados, em casos de dessemelhanças
buscava equilíbrio entre a comunidade humana com os criminosos comuns, quando destacou
e o ambiente natural. os white collor crimes.
- Enfocava a organização do espaço - A conduta criminal deve ser
urbano e o desenvolvimento da criminalidade, aprendida, com habilidades para tirar proveito
ou seja, a noção de crime conectada à de oportunidades, como gangues urbanas ou
desorganização social. mesmo grupos empresarias.
- Duas foram as fases da Escola de -Aprendizagem do comportamento
Chicago: de 1915 a 1940 e de 1945 a 1960. criminal inclui técnicas, ocorre na interação
com o outro pela comunicação com participação
ativa.
Teoria Ecológica (Escola de Chicago) -O crime se aprende através de um
- Esta Escola utilizava-se do conceito de processo de aprendizagem comportamental,
Ecologia Humana. Logo, mais importante do pelo contato diferencial do indivíduo com
que os fatos era como as pessoas reagiam a modelos delitivos.
eles, como a experiência prática era
fundamental. Assim, notou-se a observação
direta, o pragmatismo que empregava o Teoria Estrutural Funcionalista da Anomia
método participante. Considerava a experiência - Anomia consiste na falta de ordem e
do pesquisador. coesão, na falta de normas ou com muitas
ambíguas.
- A Teoria Ecológica relata como a - Emile Durkheim desenvolveu a teoria
cidade produz criminalidade e as áreas em que estrutural funcionalista da anomia. Que mais
esta se concentra. O efeito criminógeno da tarde seria desenvolvida por Merton. Para
grande cidade produz desorganização, Durkheim o desvio é um fenômeno normal da
deterioração de grupos familiares, perda de estrutura social, salvo quando ultrapassados
raízes, crise dos valores tradicionais, os limites, ou seja, o excesso de desvio e a
degradação dos valores familiares, perda de referências normativas leva ao
superpopulação, proximidade de áreas enfraquecimento da solidariedade social.
comerciais e industriais, meio criminógeno. Há
influências do ambiente e das cidades na
criminalidade. Teoria Estrutural Funcionalista da Inovação
- Robert Merton afirmou que a
explicação para o crime radica na distância
entre o padrão cultural almejado e a

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estrutura social. O insucesso de se atingir o Teoria do Labelling Approach,


padrão cultural (riqueza, sucesso e status Interacionaismo Simbólico, Rotulação,
profissional) devido à insuficiência de metas ou Etiquetamento ou Reação Social
meios institucionalizados na estrutura social Adeptos:
produz anomia. Daí, o modelo com modos de Erving Goffman e Howard Becker.
adaptação: CIRER:
- Conformismo - entende a adaptação Postulados:
em que o indivíduo aceita o padrão cultural e A Teoria do Etiquetamento surgiu nos
adere totalmente aos meios institucionalizados EUA, em 1970. Não enfoca o crime em si, mas
buscando alcançá-lo (+,+). a reação proveniente dele. Os grupos sociais
criam os desvios na qualificação de
Teoria Estrutural Funcionalista da Inovação determinadas pessoas percebidas como
- Inovação – o indivíduo aceita o padrão marginais. O desvio ocorre em decorrência da
cultural mas não os meios institucionalizados, profecia anunciada da repetição da imputação
não acessíveis a todos, rompe com o sistema e do crime à pessoa estigmatizada. O indivíduo
desvia. (+ , -). Há crime. rotulado como delinqüente assume o papel.
- Ritualismo – a pessoa percebe com Teoria do Labelling Approach ou Reação
descaso o padrão cultural e acredita que nunca Social
atingirá as metas culturais, contudo, resigna-se - Etapas explicativas do Labelling
aos meios institucionalizados. Respeita as Approach: processo de definição da conduta
regras (-, +). desviada pela criação de normas
- Evasão – o indivíduo não segue os (criminalização primária), a atribuição do
meios institucionalizados e nem as metas status social por um processo de seleção
culturais. Encontra-se distanciado da sociedade, (criminalização secundária), impacto da
vive deslocado. Tem comportamento anômico. atribuição do status de criminoso na identidade
Exemplo: mendigos, páreas, bêbados, gera e reforça carreira desviada, como na
drogados... (-, -). prisão (criminalização terciária).
- Rebelião – Trata-se de rejeição das - O estigma, de acordo com Goffman,
metas e dos meios dominantes. Configura-se a modela-se pelo reforço da característica
luta pela sua substituição na busca de uma depreciativa.
nova ordem, revolução social... (+-, +-).
Teoria do Labelling Approach ou Reação
Modo de Adaptação: o Padrão ou Meta Social
Cultural X o Meio Institucionalizado - Logo, é a Reação Social quem cria o
crime. O crime não é uma qualidade intrínseca
Teoria das Subculturas Criminais da conduta, é uma conduta qualificada como
- Albert Cohen, em 1955, elaborou a criminosa pelo controle social, por processos
teoria da Subcultura delinqüente, associada a seletivos, discriminatórios. A reação social é
sistemas sociais e categorias de pessoas que é deflagrada com a prática do ato pelo
integrantes de segmentos ou subgrupos étnicos delinqüente, há um deslocamento do plano da
e de minorias. Práticas e idéias culturais ação para o plano da reação social.
diferem das seguidas pela sociedade em geral. - Há deslegitimação do poder do sistema
Para as teorias subculturais deve-se considerar penal. Pois o crime coloca-se como uma
o caráter pluralista e atomizado da sociedade. etiqueta social, que deriva do processo de
A semelhança estrutural em sua gênese no rotulação, com efeito estigmatizante, pelo
comportamento regular e no irregular. controle social.
- Para as Teorias Subculturais o crime Prevenção da Infração Penal no Estado
não é produto da desorganização ou ausência Democrático de Direito
de valores, mas sim é reflexo de um outro - O Estado possui o monopólio da
sistema de normas e valores distintos, os aplicação da lei penal.
subculturais, do conflito. - Mas o exercício desse poder deve se
dar sob os auspícios da Constituição, dos
Princípios e Tratados Internacionais, do

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Código Penal, que limitam e determinam a em zona de segregação sócio-econômica. O


aplicação dos artigos. que ocasiona uma aproximação equivocada
- O próprio Estado deve submeter-se entre criminalidade e pobreza, o que reforça a
às limitações impostas. estigmatização dessas populações.
Prevenção da Infração Penal no Estado
Democrático de Direito Prevenção Terciária:

Para Zaffaroni: - Destina-se aos apenados, aos indivíduos que


– Atenta para a relevância da estão encarcerados. Almeja evitar a
racionalidade do poder punitivo do Estado. reincidência criminal. A Prevenção Terciária
- Adverte para o papel do Direito Penal atua tardiamente, sendo bem mais complicado,
na relação de tensão entre o Estado diante da prisão, que segrega e isola, além de
Democrático de Direito e o Estado de Polícia. impor regras da administração prisional e dos
- Reforça que o Direito Penal deve próprios presos.
funcionar como uma baliza jurídica, na - Dificuldade da Prevenção Terciária:
contenção do Estado Policial e do Poder Prisão é uma instituição total, possui violações
Punitivo, para assegurar os direitos físicas e morais, produz estigmatização, há
fundamentais. perda de sua identidade, prisionização e
Prevenção reificação.

Prevenção Reação ao Crime


- A prevenção do crime consiste na
evitação do delito, dissuasão do agente. Para Calhau e Molina, são Tipos de Reação
ao Crime:
Modalidades de Prevenção: - Há o Modelo Clássico defende o rigor
- Primária da sanção, como importante mecanismo
- Secundária intimidatório.
- Terciária - Há o Modelo Neoclássico que possui
como elemento contramotivador do crime a
Prevenção Primária: percepção pelo infrator da eficaz forma de
- Dirige-se a toda à sociedade, é mais funcionamento do sistema legal e não do
ampla, com elevados custos, tem longo prazo. rigor penal.
Atua na raiz dos conflitos sociais, que
deterioram as relações humanas. Desenvolve Para Prado a Reação ao Crime é pela Pena,
atividades, como: educação, assistência social função:
e psicológica, atendimento médico, infra- - Teoria Absoluta (Retribuição) é a
estrutura de lazer e recreação, elevação da compensação pelo mal causado pelo crime.
qualidade de vida. Ex: Baratta: Bologna, o - Teoria Relativa da Prevenção Geral
Projetto Città Sicura. Negativa (Intimidação) atua pelo temor
infundido aos possíveis delinqüentes para
Prevenção Secundária: afastá-los do crime, vislumbrada como
- Trata-se de uma atuação mais focada, exemplaridade pedagógica.
em zonas de concentração de violência. - Teoria Relativa da Prevenção
Consistem em práticas pontuais de intervenção Especial Positiva (Ressocialização) atua
no espaço público. Opera a curto e médio através da correção do apenado, pela sua
prazo, em programas de prevenções policiais, reinserção social.
de reordenamento urbano, de práticas de
monitoramento. Para Batista e Zaffaroni:
- Teoria Agnóstica da Pena - a pena de
Cuidado: prisão não intimida e nem ressocializa. Sua
única função é a de retribuição.
- Muitas vezes a Prevenção Secundária
ao incidir nos espaços de violência localiza-se

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- A pena não impede, dissuade ou inibe


o crime. Assim, os autores defendem outras
formas ou modos de Reação ao Crime.
- Outras Reações ao Crime no e ou
para além do Sistema de Justiça Criminal:
Reparação, Restauração, Terapêutico e
Conciliação.

Dicas para a Prova


- Chegue antes do horário da prova, com
antecedência de 1 hora.
- Use Roupa e sapato confortáveis.
-Use relógio para sempre estar atento ao
tempo e controlá-lo na prova.
- Tome um café da manhã leve mas que dê
substância.
-Tome café preto (aumenta o raciocínio e a
capacidade de concentração).
-Tome água para hidratação, mas não beba
em excesso, evite perder tempo com o uso
do banheiro.
-Leve 3 coisas: identidade, inscrição e
caneta preta esferográfica.
-Ao receber a Prova confira: o seu nome, no.
de inscrição e identidade.
-Respire fundo três vezes para se concentrar
melhor antes da prova.

Contato
Professora Pedrinha está torcendo por você!
Boa Sorte!!!

Caso deseje travar contato para algum


esclarecimento:
ropedrinha@ig.com.br

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