Você está na página 1de 59

Família na pós-modernidade: Enxergar é o primeiro passo para não cair no

buraco
Família na pós-modernidade: Enxergar é o primeiro passo para não cair no
buraco
ATUALIZADO: QUARTA-FEIRA, 25 MARÇO DE 2009 AS 12

facebook twitter google plus pinterest


A conservação da família está diretamente ligada à conscientização de sua
posição na história

Alvin Toffler, autor do famoso livro "Choque do Futuro", escreveu


posteriormente "A Terceira Onda", em que enfoca o século vinte e um e os
subseqüentes. Toffler defende a tese de que a primeira onda que invadiu a
terra foi a Agrícola; a segunda, a Industrial e a terceira, a que presenciamos
atualmente, a Tecnológica.

Sobre esta terceira onda, ele escreve: "Uma poderosa onda em formação está
se erguendo em nosso mundo hoje, criando às vezes, um clima de confusão,
perplexidade e temor. Desde a responsabilidade de criar os filhos, até a vida do
aposentado, o trabalho, o lazer, o ambiente doméstico, tudo é afetado por ela.
Nesse contexto incerto, homens de negócio nadam contra correntes
econômicas que oscilam entre altos e baixos; políticos se apavoram com a
variação de seu Ibope, afetado por questões insignificantes ou não;
universidades, hospitais e outras instituições lutam contra uma inflação que,
repentinamente, pode ressurgir com o mesmo apetite devastador de outrora;
sistemas de valores tradicionais que o Estado, a família e a igreja
estabeleceram, tornaram-se joguetes, manipulados tal qual um barquinho em
meio a uma terrível tormenta" (Alvin Toffler, "The Third Wave"- London -
England, Pan Books, 1980, pág. 15).

Alvin Toffler, mesmo não sendo cristão, tem considerações muito pertinentes
sobre a época que atravessamos. A insegurança econômica já atinge o mundo
todo. O crescente abismo entre as nações ricas e as pobres é uma preparação
para um futuro governo global, no qual o anti-Cristo surgirá.

Seja como for, infelizmente, podemos afirmar que a família não ficará incólume
ao forte impacto desta onda. É um "Tsunami" com ondas de vários tamanhos.
É necessário que nos abriguemos e nos seguremos fortemente. Através da
influência das filosofias vigentes já vemos nítidas inversões dos valores
familiares e isso deverá continuar a acontecer neste tempo chamado de pós-
moderno.

Estas filosofias têm impactado toda a sociedade e, conseqüentemente,


também a família cristã. Vamos ver quais são:

1. Humanismo: O homem destrona a Deus como autoridade absoluta e


entroniza a si mesmo;

2. Relativismo: Os absolutos deixam de existir. A esfera torna-se: "Sua


opinião contra a minha";

3. Hedonismo: O prazer torna-se o alvo principal da vida;

4. Materialismo: A abundância dos bens materiais se torna o alvo da vida;

5. Individualismo: O foco é colocado no indivíduo e em seus direitos;

6. Cientificismo: A centralidade é colocada na ciência como verdade absoluta


e esta oferece, de forma radical, todas as respostas certas.

Estas filosofias têm chegado como um forte vento e promovido mudanças em


nossa sociedade. É difícil fazer uma estimativa das transformações ocorridas
no contexto familiar, pois elas ocorrem de forma sutil e vão atingindo suas
estruturas. Vamos, juntos, procurar enxergar essas alterações.

Considerável aumento teve o número de bebês com pais adolescentes, que


seria maior, não fosse a também alta porcentagem de abortos. Abusos e
violência familiar têm sido registrados com muito mais freqüência nas
delegacias especializadas. Uniões homossexuais estão sendo, paulatinamente,
aceitas pela sociedade bem como filhos adotivos dessa relação.

Todos esses ingredientes apresentam um perfil bem diferente da família do


início do século XX. Nos últimos trinta, quarenta anos, nossos códigos de
conduta têm sido alterados. Conceitos absolutos deram lugar a relativos pontos
de vista. Longos relacionamentos, sejam em níveis conjugais ou profissionais
têm sido substituídos por uniões baseadas em conveniências. Valores dorsais,
nos quais instituições eram embasadas têm sido redefinidos.

O número de divórcios entre os cristãos tem aumentado significativamente (ou


seja, os corações estão mais endurecidos) bem como o número de pessoas
amasiadas que afirmam ter mentes abertas, e dispensam o registro civil por
julgá-lo desnecessário.

Humanismo e hedonismo

O Humanismo e o Hedonismo também têm desestabilizado a família. Muitos


casamentos só duram enquanto o sentimento de paixão existir. Tanto homens
quanto mulheres têm dito: "Enquanto a relação me agradar eu permaneço
nela!". Quando cessam "as borboletas na barriga", quando o rio não oferece
mais a sensação de rafting, a união é desmanchada. Quando um cônjuge não
supre mais a necessidade do outro, ele é substituído. O Individualismo acarreta
destruição pessoal e familiar. Este cenário pós-moderno produz um crescente
número de separações. Se esse índice continuar, por volta do ano 2010
teremos cerca de 50% de nossos filhos sendo criados em lares com pais
separados. Entre eles 89% experimentarão necessidades diversas por falta de
recursos financeiros, deficiências cognitivas (dificuldade de aprendizado
escolar) e problemas emocionais.

Essas separações, diferentemente de vinte anos atrás, são feitas com a maior
naturalidade. Antigamente, aqueles que se apartavam da relação, aceitavam o
motivo bíblico como a causa principal, assumindo sua postura com mais
dignidade: "dureza de coração" (Mateus 19.7-8). Hoje em dia tudo é feito com
base no individualismo, onde o egocentrismo supera o altruísmo. O
compromisso perdeu seu significado no mundo pós-moderno em que o homem
ocupou o trono de Deus.

Cientificismo

Proveniente do século XIX, o Cientificismo era a ilusão de que a ciência viria


resolver todos os problemas humanos e proporcionar felicidade geral. Hoje em
dia descobrimos quase o mesmo sentimento, em grande parte devido à
tecnologia, por isso, novamente, essa nomenclatura veio à tona.

Relativismo
Num mundo onde o Relativismo impera, o aborto tem sido praticado até como
método anticoncepcional. A vida perdeu o valor intrínseco, tudo é relativo!
Quando é conveniente, a concepção não é vista como um bebê, mas como um
corpo estranho que deve ser expulso.

Por outro lado, muitas mulheres cujo sonho sempre foi o de ser mãe, dão à luz,
mas não conseguem permanecer ao lado do filho contemplando seu
desenvolvimento, suas primeiras palavras, suas dúvidas e problemas na
escola, porque o mercado de trabalho as absorve.

Não são somente as mulheres cuja sobrevivência pessoal e familiar exige sua
permanência fora do lar, muitas também ocupam altas posições em empresas,
algumas são executivas, tendo vários departamentos sob sua direção. São
mulheres extremamente capazes que muitas vezes estão se realizando como
profissionais, mas não como mães. (Neste ponto, eu preciso fazer uma
interrupção desta matéria e abrir um parêntesis para dizer: "Querida mamãe,
se for possível, procure trabalhar somente meio período, pelo menos enquanto
seu filho estiver em idade escolar. Procure acompanhá-lo, 'curti-lo', orientá-lo
pessoalmente". São muitas as mulheres que, em meus aconselhamentos,
choram por não terem tomado essa atitude. Ouvir seus filhinhos chamarem a
babá de 'mamãe' e preferirem estender as mãozinhas para elas, pode abalar
qualquer estrutura familiar!). Creio ser necessário que façamos uma
reavaliação de prioridades.

Li, recentemente, um artigo muito interessante escrito por Ana Maria Giamarino
para o site da Associação dos Administradores de Pessoal
(http://www.aapsa.com.br/), em que ela diz: "... para a mulher, este tem sido um
desafio de equilíbrio. A transmissão dos valores essenciais dos seres
humanos, ainda é papel da família. A escola, ou outros cuidados, não substitui
a necessidade que as crianças têm de sentir a coerência entre o discurso e a
prática pela observação e convivência com a família. E isto, sem dúvida passa
mais perto do papel feminino. O núcleo familiar é a base de sustento e o
equilíbrio dos papéis entre homem, mulher, pai, mãe e profissional tem sido
muito desafiador".

Como conselheiro familiar tenho caminhado ao lado de muitas famílias em que


as mulheres, por estarem assumindo um papel de muita responsabilidade fora,
ao chegar em casa estão tão cansadas que não conseguem fazer mais nada.
Algumas chegam a ter saudades de lavar a louça!. E esse fator de
desequilíbrio tem levado muitas mulheres à depressão.
Materialismo

O Materialismo, por outro lado, também assume proporções inimagináveis,


com profissionais dedicados especialmente à arte de seduzir compradores.
Porém, nos deparamos cada vez mais com recursos menores x ganância
maior. Como resolver essa equação? Filhos contemplam seus pais se
endividando para adquirir bens materiais, muitas vezes pelo simples prazer de
comprar. E esta é a situação de muitas crianças que em seus anos primordiais,
quando deveriam ter os pais ao seu lado como exemplo, os vêem
desestabilizados e endividados.

Temos meios de comunicação eficientíssimos, facilidades técnicas das mais


variadas categorias, meios de transporte velocíssimos, porém, as mensagens
que chegam até nós vêm imersas, molhadas, ou respingadas de algumas ou
de várias dessas filosofias vigentes.

Faço, então, um apelo aqueles que estiverem enxergando esta situação. Que
se levantem, assumam posições firmadas na Palavra, posicionem-se, não
contra o progresso propriamente dito, mas contra as posturas que ignoram o
Deus criador da família e o colocam como simples aparato de uma época em
que as pessoas são descartadas ao apertar de um botão.

I- A IGREJA CRISTÃ NO CONTEXTO PÓS – MODERNO

A Igreja está inserida num contexto em que houve uma ruptura com a cultura
de valores éticos, moral e espirituais. Isso revela a face perversa do mal que
afeta a sociedade como um todo, e que acaba tentando afetar também a
cultura da igreja do Senhor (Romanos 12:2). Ainda é possível verificar que o
atual contexto histórico de sociedade é evidenciado por uma geração sem
referência, sem reverência e sem limites, relativista, narcisista, hedonista,
céticos e ao mesmo tempo moralistas. Outro sim, o Apostolo Paulo agora
admoesta escrevendo (2 Timóteo 3: 1-5) reforça a tese dos desvios de
comportamento típico dos tempos atrelados aos últimos dias.

“Sabe, porém, isto: que nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos.
Porque haverá homens amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos,
soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos, Sem
afeto natural, irreconciliáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, sem amor
para com os bons, traidores, obstinados, orgulhosos, mais amigos dos deleites
do que amigos de Deus, tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia
dela. Destes afasta-te.”

Importante ressaltar, pois o texto supracitado faz referência a um cabedal de


adjetivos típicos de homens caídos da graça. Não é de se admirar, pois os
primeiros homens já agiram perversamente a ponto do Senhor tomar uma
atitude de trazer juízo. Como descreve (Genesis 6:5) “E disse o Senhor:
Destruirei o homem que criei de sobre a face da terra, desde o homem até ao
animal, até ao réptil, e até à ave dos céus; porque me arrependo de os haver
feito.” Para Gilberto (2007,p 30) considera que: “nos dias de Noé a situação era
muito grave” É perceptível, que o resultado da ação do homem trará o mesmo
efeito de juízo, pois a consequência da ação humana dependerá inteiramente
de sua livre escolha (livre arbítrio).

Nesse viés, mostra-se com muita evidência, por analogia de interpretação


intertextual que o Senhor fará novamente um acerto de contas com o homem,
só que a arca de Noé aponta hoje para Cristo, o único caminho para está
geração!

Diz CASTRO (2008. pag.28) “A sociedade pós-moderna é corrupta, imoral,


voltada à relativização da ética cristã e a contemporização dos fatos, sempre
buscando minimizar o pecado e maximizar a misericórdia em detrimento da
justiça de Deus”. “A geração Pós-Moderna é uma geração sem conteúdo, sem
profundidade, que preza pelo hedonismo, niilismo e o narcisismo.” Esta nova
sociedade é marcado pela ruptura dos valores absolutos e tem como pano de
fundo a cultura hedonista, bem como, ao retorno da centralidade do homem.
Observa-se que há um novo comportamento que paira sobre esta sociedade,
até mesmo na igreja é possível identificar um distanciamento daquele
sentimento de entrega total a Cristo como fora presente nos crentes da igreja
primitiva.

“No transcurso do tempo, entretanto, conforme a igreja aumentou em número e


em popularidade, o batismo nas águas e a doutrinação tomaram o lugar da
conversão.” Considerando que os comportamentos da sociedade atual
divergem daquela já apresentada no plano textual apontado nos fatos bíblicos
consoante ao tema central em discurso. Pois, na medida em que se
compreende a dimensão do fator do pensamento liberalizante, ou seja, e
evidencia qual o grau de deturpação do comportamento humano corrompida
pela cultura da licenciosidade moral, e deplorada de maneira insana pela
devassidão do pecado.
Ademais que não são poucos os teóricos que discute a temática da pós-
modernidade até porque se forja um pensamento abissalmente distante da
moral da filosofia cristã que se fundamenta no plano histórico da teologia
bíblica, bem como do pensamento da Igreja Primitiva, ou seja, o pensamento
conservador da ética medieval judaico-cristão deveria ser apreciado, sobretudo
os valores por essa geração. Reforça: CASTRO (2008, p.33): “não pode, de
forma alguma, o cristão evangélico trair seu principio doutrinário, pois se fosse
assentida a traição ao principio doutrinário, estar-se-ia à beira da ruína de toda
filosofia cristã, o que resultaria a inutilidade de persistir em busca do ideal
cristão (transformação – santificação).”.

Lopes apud Antônio Tadeu Ayres (1998, p. 6), em seu livro “Como Entender a
Pós-Modernidade”, nos adverte de que o momento que a Igreja de Cristo está
inserida é marcado pelo rompimento das fronteiras sociais, desmantelamento
dos sistemas, quebra de tabus, nova moralidade, novos critérios éticos e a
destruição dos sistemas de valores presentes nas gerações passadas. Essa
ruptura dos modelos de referencias revela uma face perversa do mundanismo
em que se idealiza um comportamento social liberalizante, a relativização atua
como película de suavização do erro, ademais o que importa é ser feliz (Ética
hedonista).

Para BARTH (2007.pag.04) o perfil do homem moderno “É frio, não acredita


em quase nada, suas opiniões mudam rapidamente e deixou para trás os
valores transcendentais. Corrobora SANTOS (2017) , quando diz: “A Igreja que
ainda se preocupa com a ética, a moral e a formação de caráter, com a família
tradicional como modelo e alicerce social.” Sumariamente, é imprescindível
ressaltar que o papel do cristianizado enquanto igreja do Senhor. não se pode
esconder uma cidade edificada sobre um monte;” Portanto, é fato conclusivo
que todo cristão deve resplandecer a luz de Deus em meio a este mundo
corrompido, e destituído da glória de Deus.

Compreende-se, pois ser gratificante e compensador trilhar o caminho


“estreito” e “apertado”, pois afinal, nada adianta alimentar uma falsa sensação
de posse, e nada ter (igreja de Laodicéia) (Ap 3:17). É exatamente a não
conformidade com o mundo que combate a mornidão que era uma condição
associada à igreja de Laodicéia, deva ser apontada como exemplo para o
despertamento da igreja cristã atual (Ap 3:15)?

II – A IDENTIDADE DA IGREJA CRISTÃ.


Para compreender o conceito da identidade cristã é necessário conhecê-la num
sentido lato senso, sua cosmovisão, natureza espiritual, visão e missão para
qual foi constituída! Sabe-se que na Antioquia foram os discípulos, pela
primeira vez, chamados cristãos.” Sabe-se que o nome de cristão não foi um
nome auto declaratório, entretanto essa nomenclatura foi uma atribuição dada
como testemunho de quem observava de fora. Ora, muitos andavam com o
mestre até mesmo o seguia de perto e era discípulo, apesar disso não havia
passado pelo processo do novo nascimento vindo a traí-lo (Lucas. 22:47).

Entretanto, sabidamente evidencia-se a relação filial como marca daqueles que


foram regenerados e nascidos de Deus conforme (1º João 3-1) “Vede quão
grande amor nos tem concedido o Pai, que fôssemos chamados filhos de
Deus.” Com base na conceituação de igreja cristã, e tomando como referencia
o sentido ampliado, bem como a considerar a raiz etimológica da conceituação
do termo é: (do grego εκκλησία [ekklesía] através do latim ecclesia) é uma
instituição religiosa cristã separada do Estado, ou uma comunidade de fiéis
ligados pela mesma fé e submetidos aos mesmos “dirigentes espirituais”.

Neste ponto de vista a “Igreja” é uma palavra de origem grega escolhida pelos
autores da Septuaginta (a tradução grega da Bíblia Hebraica) para traduzir o
termo hebraico q(e)hal Yahveh, usado entre os judeus para designar a
assembleia geral do “povo do deserto”, reunida ao apelo de Moisés. No ponto
de vista de unidade corporal a Igreja é o corpo, enquanto que Cristo é a
cabeça, e nessa conjugação integrativa, sabidamente o corpo é guiada e
dirigida em graça para o crescimento e aperfeiçoamento dos santos como parte
individual (membro) deste corpo. Assim sendo, é natural que uma vez
integrada ao corpo de Cristo, produza-se um sentimento de pertencimento ao
corpo, que bem ajustado e alinhado a vontade perfeita de Cristo dá abundantes
frutos!

Ainda neste mesmo sentido, o corpo também pode ser compreendido em sua
justaposição na composição de vários membros, e neste panorama tipifica-se
como a Igreja do Senhor, ou seja, a assembleia universal dos santos.
Conforme o traslado do texto de (1ª Reis 8:11) “de forma que os sacerdotes
não podiam desempenhar o seu serviço, pois a glória do Senhor encheu o seu
templo.” a atenção a que nos remete o transcrevo textual do Antigo
Testamento, é que o Senhor havia abençoado a igreja, e que sua glória ali
permaneceria presente.

Outro termo para apresentar a igreja é koinonia, esta revela o caráter da


coletividade da mesma em comunhão. Em Oseias é notório perceber este amor
no plural revelado no singular “Oséias com sua teologia de amor prepara o
pano de fundo para a ideia do Novo Testamento de que a existência só é
percebida num relacionamento com Deus, e a vida mais completa é percebida
na koinonia (comunhão de amor)”.

Nesse aspecto denota o caráter coletivo singularizado pela cosmovisão da


igreja enquanto a Noiva de Cristo, a redimida, a eleita e escolhida do Pai para o
casamento com o Filho. (Efésios 5: 25- 27) estabelece: “Maridos, amem suas
mulheres, assim como Cristo amou a igreja e entregou-se a si mesmo por ela
para santificá-la, tendo-a purificado pelo lavar da água mediante a palavra, e
apresentá-la a si mesmo como igreja gloriosa, sem mancha nem ruga ou coisa
semelhante, mas santa e inculpável.” Nesse sentido, a igreja está inserida no
mundo, mais não vive segundo os preceitos do mundo, que ora se encontra
espiritualmente caído.

“A igreja, portanto, precisa de um elevado padrão moral para que tenha


relevância sobre a sociedade e exerça influencia sócio-cultural suficiente para o
correto balizamento da moral social”. Sem a Igreja ou sem que esta exerça sua
influência positiva, a sociedade perde o seu “norte” e acaba se mantendo na
imoralidade mórbida, o pecado toma conta e a sociedade perece.

Enquanto que o pensamento preponderante da igreja primitiva conduzia os


irmãos a um nível pleno de compartilhamento e que serve de baliza para a
igreja da atualidade, mesmo que num sentido de contexto sócio-cultural
completamente diferente, mas na essência o sentimento da igreja de unidade
deve ser análogo (comunhão de amor fraternal).

III- DESAFIOS DA IGREJA CRISTÃ PARA VENCER O SINCRETISMO


RELIGIOSO.

Entender a visão e a missão da igreja é, portanto fundamental para não perder


o foco e a estratégia da expansão do evangelismo integral! A partir desta
conjuntura, é relevante considerar que os desafios apontados em tela, como
desafios da igreja cristã são problemas atípicos da igreja bíblica primitiva?1 Em
alguns aspectos sim, pois, se dar num contexto sócio histórico totalmente
diferente em termos de sociedade. Apesar de que algumas problemáticas
permanecem disfarçadas por aspectos de piedade mais no fundo negam-se a
fé. “A igreja hoje ainda enfrenta o mesmo problema. Filosofias não-cristãs,
como o marxismo ou o existencialismo buscam o poder do cristianismo
enquanto renunciam àquilo que é unicamente cristão. O sincretismo continua
sendo poderosa ferramenta para separar Deus de seu povo2.
Sabe-se que a prática do sincretismo religioso é tão antiga quanto à origem do
homem (Genesis 6:1-4), entretanto, Moisés adverte sobre o sincretismo!

Entre ti não se achará quem faça passar pelo fogo a seu filho ou a sua filha,
nem adivinhador, nem prognosticador, nem agoureiro, nem feiticeiro; Nem
encantador, nem quem consulte a um espírito adivinhador, nem mágico, nem
quem consulte os mortos; Pois todo aquele que faz tal coisa é abominação ao
Senhor; e por estas abominações o Senhor teu Deus os lança fora de diante de
ti.( Deuteronômio 18: 10-12).
Ainda, conforme (Juízes 2:13) e conforme o traslado textual de (1º Reis 11:33):
“Porque me deixaram, e se encurvaram a Astarote, deusa dos sidônios, a
Quemós, deus dos moabitas, e a Milcom, deus dos filhos de Amom; e não
andaram pelos meus caminhos, para fazerem o que é reto aos meus olhos, a
saber, os meus estatutos e os meus juízos, como Davi, seu pai.”

Notadamente houve consequências amargas ao povo da promessa em razão


dessa escolha terrível de abandonar ao Senhor, mais tarde deixaram toda
mistura e se voltaram para Deus (Neemias 13:3). Também há uma inclinação
perversa para a aceitação de sincretismos filosóficos (sofismas) do qual o
Senhor já havia advertido por intermédio de seus apóstolos (Mateus 7:13-17) !
Observar os mandamentos do Senhor são necessários, não se pode fazer vista
grossa com relação essa temática, tampouco abrir as portas de nossas igrejas
a esse ecletismo religioso que ora se ver inserida no meio das igrejas.

O Cristianismo no Novo Testamento não é uma religião ritualística; a essência


do Cristianismo é o contato direto do homem com Deus por meio do Espirito.
Portanto, não há ordem de adoração dogmática e inflexível, antes permitindo à
igreja, em todos os tempos e países, a liberdade de adotar o método que seja
mais adequado, para a expressão de sua vida. não obstante, há duas
cerimônias que são essenciais, por serem divinamente ordenadas, a saber, o
batismo nas águas e a Ceia do Senhor.” (PEARLMAN. 1996. Pág., 221).

Sabe-se que a igreja cristã tem como ancora de sua base doutrinaria a fé
salvifica em Cristo mediante sua morte substitutiva na cruz do calvário,
porquanto isso exclui qualquer esforço humanístico, quaisquer apetrechos e
elementos fora dos termos da bíblia. Ele exclui toda possibilidade da utilização
de figuras intermediarias para se chegar a Ele (1 Timóteo 2:5). Ele também
condena a ausência de reverência e santidade no culto (Levítico 10:1-2). E deu
poder aos seus discípulos para repreender e vencer os opositores do Reino de
Deus (Atos 13:6).
Em síntese, é necessários reverberar as verdades espirituais para esta
geração, é tão urgente, pois, “o machado já está posta a raiz das árvores”.
(Mateus 3:10) e os campos já estão brancos e prontos para a colheita”(João
4:35)! “Sem santidade ninguém verá o Senhor.” (Hebreus 12:14)

IV- DESAFIOS DA UNIDADE CRISTÃ.

Diante da problemática da frequente desmembramento entre muitas igrejas


cristãs é pertinente refletir sobre a temática cada vez mais frequente. Uma vez
que o próprio Cristo no ápice de seu sofrimento no Getsémani faz uma oração
intercessora por seus discípulos. Porque tinha clara convicção que o inimigo
iria tentar despeça-los um dos outros, tentando dar cabo da unidade. “Eu neles,
e tu em mim, para que eles sejam perfeitos em unidade, e para que o mundo
conheça que tu me enviaste a mim, e que os tens amado a eles como me tens
amado a mim.” (João 17:23).

Assim, é pertinente à reflexão levantada por Paulo em (1 Coríntios 3:3,4)


“Porque ainda sois carnais; pois, havendo entre vós inveja, contendas e
dissensões, não sois porventura carnais, e não andais segundo os homens?
Porque, dizendo um: Eu sou de Paulo; e outro: Eu de Apolo; porventura não
sois carnais?”

Consta-se que as preferências pessoais restritas a um determinado ministro,


colocava em risco a unidade daquela igreja local. Assim também evidenciava o
desalinhamento do pensamento da mesma. Entretanto, houve uma orientação
acertada de canalizar o foco em Cristo, e colocou igualmente aquela igreja nos
trilhos da vontade do Senhor. É patente a preocupação de Paulo com relação
àquela problemática apontada, pois se nada fosse feito, poderia se estabelecer
um novo fundamento.

Entretanto, o fundamento já estava estabelecido a saber, Cristo, a pedra


angular e alicerce da Igreja. (Efésios, 2:20,21) “Edificados sobre o fundamento
dos apóstolos e dos profetas, de que Jesus Cristo é a principal pedra da
esquina; No qual todo o edifício, bem ajustado, cresce para templo santo no
Senhor.” Paulo centralidade tudo em Cristo, e tira o foco do homem. Conforme
o fechamento do texto contido nos 21 e 23 transcritos a baixo:

“Portanto, ninguém se glorie nos homens; porque tudo é vosso;


Seja Paulo, seja Apolo, seja Cefas, seja o mundo, seja a vida, seja a morte,
seja o presente, seja o futuro; tudo é vosso, E vós de Cristo, e Cristo de Deus.”
Entende-se pelo conteúdo exposto que manter unidade da igreja cristã é um
desafio constante. Entretanto, o próprio Cristo aponta que um reino dividido,
jamais poder subsistir.

V- ASPECTOS DE LIDERANÇA CRISTÃ

A temática do discurso do perfil de liderança cristã não é uma temática simples


de discutir, pois requer muita cautela para não cair no impulso de ficar no
senso comum. Ou apenas apontar a crítica pela crítica, o que
consequentemente não se acrescenta em nada, é, portanto, necessário
apontar os limites e as possibilidades e reverberar o verdadeiro objetivo social,
e espiritual da obra de liderança, que extremamente urgente, e também
necessária na seara do Senhor.

ESTILOS DE LIDERANÇA JETRONIANO

Diante da indagação poderíamos dizer que liderar do ponto de vista da fé cristã


é conduzir, motivar e influenciar pessoas a viver sob os princípios da Palavra
de Deus. Como descreve o apostolo Paulo “Porque não temos que lutar contra
a carne e o sangue, mas, sim, contra os principados, contra as potestades,
contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da
maldade, nos lugares celestiais.” (efésios 6:12).

Não se pode subestimar a influência de um líder, pois o mesmo procura


conduzir pessoas, motivando, influenciando as pessoas para voluntariamente
contribuam para atingir os objetivos propostos do grupo. O estilo de liderança
cristã reflete os princípios bíblicos de lidar e considerar as pessoas, bem como
os motivos, ou as razões que norteiam a liderança devem ser fundamentadas
nas qualidades bíblicas. Dessa forma ao refletir sobre o perfil e os princípios de
liderança apresentado por Jetro, conforme (Êxodo 18:13 -27) percebe-se sua
ampla utilização hodiernamente.

Ademais que ao tratar sobre liderança na era pós-moderna constitui-se um


desafio, mais se apresenta como chave-mestra ancorada numa base
conceitual da apologética bíblica para alcançar o êxito desejado do
cumprimento da grande comissão proposta pelo Senhor no nascedouro da
Igreja bíblica primitiva. Conforme (atos 2:27), portanto, apoiar-se-á o tema com
o devido rigor metodológico meta-cientificista, cunhada numa visão dogmática
da filosofia cristã.
Cabe ressaltar que é necessário ressignificar as práticas e o papel de liderança
na igreja cristã na pós-modernidade tomando como base o arquétipo
apresentado pela igreja bíblica primitiva. Uma vez que a universalização do
evangelho e a franca expansão do evangelismo na sociedade trazem uma
responsabilidade dupla do líder; Conforme (II Timóteo 2:2) “E as coisas que me
ouviu dizer na presença de muitas testemunhas, confia a homens fieis que
sejam também capazes de ensinar a outros.” Tomando por princípios e não
apenas modelos, pois estes mudam, entretanto, os princípios é um marco que
se tornam axiomas.

Constata-se a partir da verificação na literatura bíblica apresentada, que a


primeiro cuidado de Moisés seria conduzir o povo ao pleno conhecimento de
Deus, a saber: conhecer os Estatutos, e as Leis e toda boa obra que deveria
ser desenvolvida como estilo de vida baseada nas orientações contidas na
Palavra de Deus. Como consequências da exposição das verdades espirituais,
a verdadeira fé seria produzida nos corações e as obras revelariam homens
sinceros e de coração devotados a Deus.

Sendo assim, o tempo de resposta às solicitações do povo seria em tese,


resolvido mais rapidamente e a descentralização do poder de decisão e
orientação tornaria o ofício pastoral eficiente e satisfatório. Logo, “A natureza
espiritual da igreja necessita de uma liderança que esteja além dos limites do
que é puramente humano que esteja disposto a pagar o preço.” Dotados,
portanto de adjetivos Espirituais tais como:

1º- Homens Capacitados: (2 Timóteo 1:2) “Por cuja causa padeço também isto,
mas não me envergonho; porque eu sei em quem tenho crido, e estou certo de
que é poderoso para guardar o meu depósito até àquele dia.” Subordinado a
compreensão do traslado textual cabe entender o estado de subserviência ao
proposito da chamada integral do evangelho. Mas a nossa capacidade vem de
Deus, O qual nos fez também capazes de ser ministros de um novo
testamento, não da letra, mas do espírito;

São homens que refretem o exemplo da liderança, homens que motivam pelo
exemplo, e jamais se mostram com ditadores, pelo contrário mostram o
caminho pelo caminho que trilham (espelho)! Líderes estimulam o crescimento
das pessoas desafiando-as a assumir novas responsabilidades, encorajando-
as quando fracassam.”

2º- Homens Tementes a Deus! (Provérbios 9:10) e (Salmos 111:10)


respectivamente!
“O temor do Senhor é o princípio da sabedoria, e o conhecimento do Santo a
prudência. “O temor do Senhor é o princípio da sabedoria; bom entendimento
têm todos os que cumprem os seus mandamentos; o seu louvor permanece
para sempre.” Diante das citações supramencionadas respectivamente
percebe-se uma forte característica de um líder fiel, está atrelada ao nível de
respeito que este confere ao Senhor.

Diante desse entendimento, vale ressaltar que o atributo de temer ao Senhor


faz alusão ao respeito, e a consideração como parte indissociável do caráter
não apenas da pessoa do líder, mas a todos os homens.

O mesmo escritor ainda descreve em provérbios 16:6 que: Pela misericórdia e


verdade a iniquidade é perdoada, e pelo temor do Senhor os homens se
desviam do pecado.

A partir dessa afirmação se constrói uma visão da extrema relevância ao temor


do Senhor enquanto antidoto contra o pecado, já que este é o agente causador
da separação do homem de seu Deus.

3º- Homens de Verdade! (salmos 101:6)

Este é um adjetivo de muito valor do caráter do líder, pois nos faz refletir este
pensamento “o homem que não tem caráter, tem um preço” ademais, Moisés
necessitava confiar nos homens que estariam diligenciando com ele aquele
grandiosa obra.

“Até porque, requer-se dos despenseiros que cada um se ache fiel.” Reforça
essa tese o Salmista quando diz em salmos 101:6: Os meus olhos estarão
sobre os fiéis da terra, para que se assentem comigo;

Especialmente, demonstrar-se notoriedade àqueles que exercem algum tipo de


liderança na igreja, contudo é necessário graduar com cautela os que
verdadeiramente são chamados pelo Senhor, para não incorrer perigosamente
a dar o cajado às mãos de homens que parentam piedosos, contudo negam a
fé.
Corrobora o sábio conselho de Salomão em (provérbios 14:27) “ O temor do
Senhor é fonte de vida, para desviar dos laços da morte.” Em síntese, é
necessário que o líder seja probo e homem de verdade.

4º- Homens que odeiam a avareza! (João 10:12,)

Neste aspecto Jetro alerta Moisés a ponderar que seus Lideres auxiliares
sejam homens que não são movidos pelo amor ao dinheiro, comportamento
típico de líder carnal como é o caso do Profeta Balaão.

Ou seja, escolhe homens não ambiciosos, não corruptíveis, não dadas a


parcialidade, homens idôneos, que sejam capazes de julgar com justiça a
causa dos mais pobres.

6) o lado negativo da ambição é o desejo incontrolável de obter bens materiais,


ou posições, mesmo que a pessoa já possua essas e outras coisas.

Nesta linha de raciocínio aponta o texto de (João 10:12,) “Mas o mercenário, e


o que não é pastor, de quem não são as ovelhas, vê vir o lobo, e deixa as
ovelhas, e foge;

Partir dessa observação que o ponto culminante do exemplo apontado está


atrelado à cobiça e a ambição.

A Partir dessa observação que o ponto culminante do exemplo apontado está


atrelado a cobiça e a ambição. Corrobora nesse ponto de vista (Bonhoeffer
apud, Jordan, 2007. pág. 8,9).

Em nossos membros existe uma inclinação adormecida para o desejo que é


tanto repentino quanto cruel. Com um poder irresistível, o desejo agarra o
domínio sobre a carne. De repente, um fogo ardente secreto é acendido. A
carne queima em chamas. Não faz diferença se é um desejo sexual, uma
ambição, uma vaidade, um desejo de vingança, um amor por fama e poder, a
avareza por dinheiro ou, por fim, o estranho desejo pela beleza do mundo
natural. A alegria de Deus está prestes a se extinguir dentro de nós e
buscamos, a essa altura, toda nossa alegria na criatura. Deus é um tanto
quanto irreal para nós. Perdemos a noção da Sua realidade e a penas o desejo
pela criatura é real. A única realidade é o diabo. Satanás não nos preenche
com o ódio por Deus, mas com desconsideração para com Ele. Então, as
cobiças envolvem a mente e a vontade do homem em densas trevas. Os
poderes da clara discriminação e decisão são tirados de nós. É nesse
momento que tudo dentro de mim se levanta contra a Palavra de Deus.

Logo, é necessário dá atenção quanto à eleição de novos lideres na


congregação para não minorar a confiança que a sociedade ainda tem na
Igreja do Senhor!

Segundo o texto de (Lucas 17:1, 2): vejamos: “Jesus disse também a seus
discípulos: É impossível que não haja escândalos, mas ai daquele por quem
eles vêm! Melhor lhe seria que se lhe atasse em volta do pescoço uma pedra
de moinho e que fosse lançado ao mar, do que levar para o mal a um só destes
pequeninos.”

Sobre esse mote, é necessário está alerta com alguns tipos de Liderança que
pode surgir na Igreja, como liderança personalista do tipo “pop star”. Pois este
tipo de liderança “estrelismo” só trazem prejuízos e impedem o crescimento
sádio da obra do Senhor.

B- ESTILOS DE LIDERANÇA RATIFICADO POR CRISTO!

Notadamente Jesus refuta todos os modelos que possibilitam a centralidade no


homem invertendo na sua totalidade a lógica da hierarquização do poder de
liderança! Porquanto, Constam-se na Sagrada Literatura (Bíblia) ser estes os
verdadeiros atributos espirituais de liderança cristã e ao considerar que Jesus
inaugurou um novo arquétipo de Liderança. Ademais que “Cristo rejeitou todos
os conceitos mundanos de liderança” 3: (Mateus 20:25-28)

Então Jesus, chamando-os para junto de si, disse: Bem sabeis que pelos
príncipes dos gentios são estes dominados, e que os grandes exercem
autoridade sobre eles. Não será assim entre vós; mas todo aquele que quiser
entre vós fazer-se grande seja vosso serviçal; E, qualquer que entre vós quiser
ser o primeiro, seja vosso servo;
Bem como o Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir, e para
dar a sua vida em resgate de muitos.
Observando o entendimento do texto supramencionado percebe-se que Jesus
propõe uma espécie de hierarquia invertida, em que o topo seria a base, ou
seja, quanto mais alta for à posição, será na mesma proporção a servitude!

1º- O Líder amoroso; Conforme João 10:11: “Eu sou o bom Pastor; o bom
Pastor dá a sua vida pelas ovelhas.” Paulo acrescenta “sede, antes, servos uns
dos outros, pelo amor” (Gl 5.13).O amor é uma virtude indispensável no
exercício pastoral. (Êxodo 33:13) “Se me vês com agrado, revela-me os teus
propósitos, para que eu te conheça e continue sendo aceito por ti. (Êxodo
33:13)

É notório o comprometimento do líder amoroso com os seus liderados! Hunter


2004 afirma que: “Liderança não é estilo, liderança é essência, isto é, caráter.
Liderança e o amor são questões ligadas ao caráter. Paciência, bondade,
humildade, abnegação, respeito, generosidade, honestidade, compromisso.”.

Acrescenta o autor: liderança: É a habilidade de influenciar pessoas para


trabalharem entusiasticamente visando atingir aos objetivos identificados como
sendo para o bem comum.

Prontamente, o que o referido autor defende são atitudes de liderança


arraigadas na essência do ser do líder, tais qualidades o conduzirão a obter
sucesso no desenvolvimento da ação de liderar.

2º- O Líder feliz; (Êxodo 33:13-15)

“Tive que encontrar felicidade em mim mesmo, ânimo em mim mesmo,


automotivação.” Disse um presidente de uma grande empresa.

Para a atual sociedade essa afirmativa é acertada e pertinente, talvez até


mesmo para muitos crentes, porém o foco da nossa felicidade não está em nós
mesmos e o que aumenta nossa autoestima não é a autoajuda, mas a ajuda do
alto.

Apoiado nesse apontamento percebe-se que o foco da felicidade do líder


cristão está atrelado à vida de comunhão com Deus! É o que nos faz entender
o texto de (Êxodo 33:13-15) “Agora, pois, se tenho achado graça aos teus
olhos, rogo-te que me faças saber o teu caminho, e conhecer-te-ei, para que
ache graça aos teus olhos;

O rei Davi disse ao Senhor em (Salmos 51:11): “Não me lances fora da tua
presença, e não retires de mim o teu Espírito Santo.” Portanto, a alegria do
líder cristão está vinculada a uma profunda intimidade e convivência diária com
Deus.

3º-O Líder Pacificador; (Hebreus 12:14) “Segui a paz com todos, e a


santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor;”

Uma característica muito marcante no líder espiritual é a capacidade dotada


por Deus de estabelecer paz em suas fronteiras. A Bíblia aborda a paz como
algo palpável e tangível, porquanto, algo que é semeado, plantado como cita
(Tiago 3:18) Ora, o fruto da justiça semeia-se na paz, para os que exercitam a
paz.

Destarte, a paz não é apenas um conceito distante e impossível, pelo contrário


é um estado de plenitude de Deus morando e habitando em nós pela
manifestação do Espírito Santo!

4º O Líder Generoso; (Provérbios- 11:25): “A alma generosa prosperará e


aquele que atende também será atendido.”e o que semeia em abundância, em
abundância ceifará.” Verifica-se pela compreensão do texto supracitado que há
uma lei universal da semeadura! “Se você acredita realmente que Deus está
conduzindo-o a fim de você uma contribuição significativa, libere todas as
restrições, desamarre os nós e desenvolva o hábito de ser generoso.”

Ora, aquele alguém possuir recursos deste mundo, e vir a seu irmão padecer
necessidade, e fechar-lhe o seu coração, como pode permanecer nele o amor
de Deus? (1Jo 3:17). Apreende-se deste versículo chave o chamamento a
reflexão quanto ao aspecto da generosidade, pois entende ser nula a fé de
quem não consegue se desprender de seus bens em socorro ao necessitado.

Ademais que este ato altruísta eleva os irmãos a um estado de maior


espiritualidade e servir de antidoto contra a mesquinhez e arrogância!

5º- O Líder Benevolente;


Há afabilidade do líder cristão é tão importante quanto necessária, pois lidar
com pessoas é lidar com sentimento! O líder espiritual tem que saber manejar
bem as palavras, pois ser rude não combina com o chamado de liderança
cristã! A Bíblia chama a atenção dos lideres carrancudos quando diz: (Ezequiel
34.4). “A fraca não fortalecestes, adoente não curastes, a quebrada não
ligastes, a desgarrada não tornastes a trazer e a perdida não buscastes; mas
dominais sobre elas com rigor e dureza”.

Uma liderança negativa pode afetar o rebanho, quando o líder negligencia o


seu grupo, o mesmo frequentemente se dispersa, o que também traz
conseqüências amargas para o líder “Assim diz o SENHOR Deus: Eis que eu
estou contra os pastores e deles demandarei as minhas ovelhas;

É necessário, pois está atento a isso, pois o Senhor é um Deus zeloso e não
passará impune aquele que maltratar seus escolhidos!

6º- O Líder Humilde;4 Provérbios 22:4 O galardão da humildade e o temor do


Senhor são riquezas, honra e vida.Humildade é autonegação de sí mesmo,
humidade é projetar-se em Deus confirma: No mundo se busca autopromoção,
diante de Deus o líder espiritual busca a autonegação.

Cristo ensina que o serviço cristão baseia-se na humildade e na servitude (Mt


20.25-27).Contudo, a humildade é uma qualidade que vai desenvolvendo-se
gradualmente na vida do líder quando mais perto de Cristo o líder chega mais
humilde se torna.

Humildade é, portanto uma capacidade dotada por Deus que nos faz vencer a
soberba e o orgulho e a vontade latente que pulsa no homem de se tornar
independente. Ademais, quando o líder se humilha, reconhece suas
fragilidades e sua total e plena dependência do Criador!

Uma excelente definição do termo é apresentada pelo comentarista do


mestrado: Humildade vem do latim humus que significa “filhos da terra”.

A Humildade é a virtude que dá o sentimento exato da nossa fraqueza,


modéstia, respeito, pobreza, reverência e submissão.
7º – O Líder Prudente; (Mateus 10:16) “Eis que vos envio como ovelhas ao
meio de lobos; portanto, sede prudentes como as serpentes e inofensivos
como as pombas.”

É o que se verifica da leitura abaixo: Os pastores e os líderes devem


constantemente ensinar os valores cristãos que torna o crente diferente do
mundo. “O guia competente quando sabe o caminho, dá tanta segurança ao
grupo que faz com que a estrada certa pareça a mais natural e a melhor.”

Existe uma tendência humana que pende para o mal e a tentação é algo
comum a todos os seres humanos, entretanto se nos sujeitarmos à vontade de
Deus (Tiago 4:7) e mortificarmos as obras da carne teremos condições plenas
de vencê-las!

Por todo o exposto, se mostra a prudência ser uma virtude indispensável para
todo cristão e muito principalmente para o líder que certamente será espelho e
referência tanto para os do caminho para os que estão de fora!

8º – O líder Fervoroso; (Hebreus 11:1): A fé é um atributo de liderança


Espiritual, é um dos frutos do espirito. Fé não é automotivação, mas motivação
do auto! Fé não é confiança em si mesmo, mas certeza e convicção em Deus.
Fé não é ver do ponto de vista do positivismo natural, mas no sobrenatural de
Deus! Fé é acreditar na palavra, viver na palavra do Senhor!(Hebreus 11:32-
34):

E que mais direi? Faltar-me-ia o tempo contando de Gideão, e de Baraque, e


de Sansão, e de Jefté, e de Davi, e de Samuel e dos profetas, Os quais pela fé
venceram reinos, praticaram a justiça, alcançaram promessas, fecharam as
bocas dos leões, Apagaram a força do fogo, escaparam do fio da espada, da
fraqueza tiraram forças, na batalha se esforçaram, puseram em fuga os
exércitos dos estranhos.

Muitas igrejas fracassam porque os seus líderes deixaram de crer e tornaram-


se mestres em narrar desgraças ao invés de olharem com os olhos da fé as
crises como oportunidades de crescimento.

É, portanto, necessário que a Igreja do Senhor dê a devida atenção e valor na


eleição de lideres, pois é trágica a escolha de lideres sem levar em conta
critérios espirituais trazem um prejuízo colossal à eleita de Cristo!
9º – O líder Resiliente. (Filipenses 3:13-14

A resiliência é uma capacidade que todo líder cristão precisa desenvolver, pois
o enfretamento dos traumas, das decepções e outros percalços da trajetória
ministerial haverão de requerer do líder essa postura!

É preciso, pois olhar para Cristo o Autor e Consumador da fé, que no ápice de
sua dor pede ao Pai que perdoe seus algozes!

A capacidade de o indivíduo lidar com problemas, adaptar-se a mudanças,


superar obstáculos ou resistir à pressão de situações adversas – choque,
estresse etc.

Observa-se o que apresenta Paulo aos (Filipenses 3:13-14) “Irmãos, não penso
que eu mesmo já o tenha alcançado, mas uma coisa faço: esquecendo-me das
coisas que ficaram para trás e avançando para as que estão adiante, prossigo
para o alvo, a fim de ganhar o prêmio do chamado celestial de Deus em Cristo
Jesus.” Para GARCIA “O ânimo está entre o sucesso e o fracasso.

VI- O CRISTÃO E AS REDES SOCIAS: CONVERGÊNCIAS E


ANTAGONISMOS.

Sabe-se que a cultura da digitalidade é uma realidade da sociedade pós-


moderna, a dinamicidade das comunicações simultâneas estreitam as
distancias e dão a impressão de que as pessoas estão mais próximas uma das
outras. Contudo, há de se ressaltar que a descoberta da internet trouxe muitos
benéficos à evangelização integral em massa, mas com ela também se
vislumbrou uma serie de novos paradigmas comportamentais, sabidamente, é
necessário alertar o rebanho de Cristo sobre a superexposição e a participação
excessiva nas “redes sociais”.

Destaca-se, que o surgimento das redes sociais inaugurou uma nova forma de
comunicação decentralizada e compreendida como uma rede aberta,
democrática e que devido sua capilaridade, tende a convergir para ser
componente indispensável na evangelização integral nessa geração digital! de
fato inegável, que a internet alavancou o campo das comunicações e inaugurou
uma nova cultura, que é denominada de cultura de redes, entretanto, há de se
ressaltar que se exacerbar no uso, pode se tornar nociva e tirar do foco o
verdadeiro alvo do cristão.

Neste novo arranjo promovido pela cultura de redes sociais, é preciso


promover urgentemente a evangelização integral e universal, até porque, a
própria estrutura das redes sociais pode promover e permitir a evangelização
em massa.

Ao tratar sobre rede sociais é preciso observar a definição de ROSSETTI


(2005), define redes sociais como: “Redes são orgânicas, alcançam tanto
sucesso no mundo dos negócios porque se adaptam às mudanças do
ambiente, além de reunir num coletivo diversas competências, habilidades e
conhecimentos.”.

A grande questão reside exatamente nesse aspecto o cristão necessita


produzir e compartilhar conteúdos edificantes abalizadores de uma pedagogia
capaz de reproduzir nas pessoas reflexão a santidade. Logo, a navegação em
sites torna-se uma constante e discursivo em que significados são
compartilhados e conhecimentos são postos em clivo, rediscutidos e
renegociados numa lógica onde são postos limites e possibilidades.

Não há contra argumentação quanto ao poder de ajuntamento que as redes


possibilitam, entretanto é preciso ler nas entrelinhas quantos as intenções que
se promovem nas redes.

Andrade (2016. pág. 56) adverte que: “hoje, discretamente, a geração digital
acessa sites imorais, cujo conteúdo serve para alimentar as concupiscências
mais grosseiras, baixas e abomináveis.” apesar desse comportamento
apontado, não há evidencia de generalizações, existe também muitos irmãos
que utilizam as redes para pescar almas para o reino real de Cristo! Deste
modo, é relevante considerar que os cristãos devam utilizar-se das redes
sociais de maneira equilibrada, moderada, para que a rede não se torne a
pedra da frieza espiritual, e um verdadeiro obstáculo no relacionamento com
Deus.

Que o nosso fio conectado no mundo virtual não seja infectado pelo vírus da
falsa doutrina, mas integrado ao fio da comunhão e intimidade com Deus, para
que os navegantes da era digital “vejam nossas boas obras e glorifiquem a
Deus” (Mateus 5.16).
Entretanto, é preciso que os evangelistas da “última hora” semeiam a palavra
por meio das redes sociais tenham o conhecimento pleno da palavra de Deus
para não semear heresias e vírus doutrinários!

A literatura sagrada sustenta em (1 Coríntios 15:19) que: “Se esperamos em


Cristo só nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens.” Portanto,
ao transcendermos para a eternidade oberseva-se-a que valeu a pena amar a
Deus sobre todas as coisas!

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Seria muita pretensão pensar em exaurir este assunto, no entanto temos a


ousadia de fazer apontamentos na tentativa de responder a inquietações
surgidas a partir dos estudos das disciplinas do curso, bem como, pela
necessidade reflexão sobre a temática da dissertação.

Onde estiver um pecador, aí estaremos nós, real ou digitalmente, para a


anunciar que Jesus Cristo salva, batiza com o Espirito Santo, cura as
enfermidades e, em breve, virá buscar-nos” Igualmente, a postura frente aos
problemas apontados aqui, como a influência do pensamento capitalista e de
lideres sem “visão espiritual”, usam a igreja como fonte de lucro e objeto de
barganha.

Contudo, é factível o exímio esforço de muitos lideres que mantem uma


postura de zelo doutrinário e em defesa da fé tornam-se abnegados a cumprir
seu papel de grande relevo social na garantia de resgate de milhares de vida
que outrora estavam caminhando a passos largos ao encontro do fim.

Por fim, a partir dos estudos realizados, fica evidente a contribuição da teologia
bíblica dentro da sociedade, uma vez que, é imprescindível não só para o
trabalho do teólogo, mas, principalmente para reverberar o plano de salvação
de Cristo para a humanidade e contribuí para evangelização integral e resgatar
a dignidade humana, o lócus da pesquisa busca promover uma educação
Cristocêntrica alicerçada na formação integral de todos.

REFERÊNCIAS:
ALBIAZZETTI, Giane. Homem, cultura e sociedade/ Giane Albiazzetti, Márcia
Bastos de Almeida, Okçana Battini. São Paulo: Pearsom Education do Brasil,
2013.

BAUMAN, Zygmunt. Modernidade líquida. Rio de Janeiro: Zahar, 2001.

CASTRO, Antonio Sergio Ferreira Barroso. Aspectos Legais da Disciplina na


Igreja. 1ª edição. Rio de Janeiro. Editora Sabre. 2008.

CÉSAR, Marília de Camargo. Feridos em nome de Deus. 1ª edição. São Paulo.


Mundo Cristão. 2009.

CHIAVENATO, Idalberto Chiavenato, Administração de empresas: uma


abordagem contingencial. 3ª edição, São Paulo: Makron Books, 1994.

CHIAVENATO, Idalberto. Recursos humanos na empresa – pessoas,


organizações e sistemas. São Paulo: Atlas, 1998.

FERREIRA, A. B. H. Novo dicionário da língua portuguesa. 2ª edição. Rio de


Janeiro. Nova Fronteira. 1986. P. 915.

GITOMER, Jeffrey. Estratégico Livro da Liderança. As 12,5 Forças dos Líderes


Responsáveis, Confiáveis e Notáveis que Criam Resultados, Recompensas e
Resiliência/ Jeffrey Gitomer. São Paulo. M. Books do Brasil. 2012.

GONÇALVES, Josué Gonçalves, 37 Qualidades do líder que ninguém


esquece. 1ª edição, São Paulo: Mensagem Para Todos, 2008.

HUNTER, James C. O monge e o executivo: uma história sobre a essência da


liderança. 15. ed. Rio de Janeiro: Sextante, 2004.

JORDAN, Joe, Não morda a isca: triunfando sobre a tentação/ Joe Jordan;
tradução Enrico Pasquine – Porto Alegre: Actual Edições. 2007.

Lições Bíblicas, Rio de Janeiro: Cpad: 3º Trimestre de 2016.


Lições Bíblicas, Rio de Janeiro: Cpad: 3º Trimestre de 2011.

Lições Bíblicas, Rio de Janeiro: Cpad: 2º Trimestre de 1992.

PEARLMAN, Myer, Conhecendo as doutrinas da Bíblia. Traduzido por


Lawrence Olson – São Paulo: Vida. 1996.

O sagrado e as construções do mundo: roteiro para aulas de introdução à


teologia na Universidade/ Lorenzo Lago, Haroldo Reimer, Valmor da Silva.
(Orgs.)- Goiânia: Ed. Da UCG; Brasília: Editora Universa, 2004.

ROSSETTI, Fernando. Sete Princípios para Redes Sociais. Publicado em 19


de dezembro de 2005, no site da GIFE – Grupo de Institutos Fundações e
Empresas (www.gife.org.br).
Disponívelem:<http://www.gife.org.br/artigos_reportagens_conteudo11772.asp
>. Acesso em 25/07/2017 às 18h15min.

Teocomunicação, Porto Alegre, v. 37, n. 155, p. 89-108, mar. 2007.

Sites consultados:

https://ib7.org/artigos/lideranca/111-a-igreja-crista-e-os-desafios-da-
posmodernidade

Disponível em: http://www.jmnoticia.com.br/2017/07/24/igreja-e-negocio-pastor-


responde acessado em 16/08/08 às 14:30 horas.

https://www.bibliaonline.com.br visitados em 13/07/2017

http://mestresteologiaedebates.blogspot.com.br/2012/02/o-sincretismo-religioso
dosevangelicos.html consultado em 10/10/2017.

1 Igreja de Atos 2:27


2.http://mestresteologiaedebates.blogspot.com.br/2012/02/o-sincretismo-
religioso dosevangelicos.html

3 https://bibliotecaonlineead.com.br/apostilas_cursos/Mestrado_Teologia/18.pdf

4 https://bibliotecaonlineead.com.br/apostilas_cursos/Mestrado_Teologia/11.pdf

by Taboola Sponsored Links You May Like

Conceito de família moderna


Definição da família hoje
A história mostra que o conceito de família mudou ao longo do tempo. Mas de
qualquer jeito, podemos dizer que, embora tenha havido mudanças importantes
na definição de família moderna, a família nuclear ainda é a unidade social
mais comum de um sistema social.

Concepto de la familia moderna


Na história da família, seja no pré ou na pós-industrial, a família permanece
como a unidade social ou núcleo basico de uma sociedade. A mudança mais
importante que se constatou na família está baseada na migração das áreas
rurais para as grandes cidades ou centros urbanos da era industrial.

Além disso, há outras mudanças que também são importantes para a família
moderna:

As funções da família mudaram.


A composição familiar mudou.
Os ciclos da vida e o papel dos pais mudaram
Vamos nos aprofundar um pouco mais nesses aspectos e sobre o conceito de
família hoje:
Hoje em dia as funções de educação, por exemplo, que cumpriam as famílias
rurais agora são feitas pelas instituições especializadas.
O mesmo acontece com o emprego porque, agora, na família moderna, o
trabalho é feito fora da família.
Enquanto a família ainda cumpre o papel de socialização, compartilha este e
outros papéis, ditos acima, com outros grupos sociais, instituições e atores
sociais.
Na atualidade, também houve mudanças importantes com relação ao papel
das mulheres na sociedade e sua entrada no mundo do trabalho, fazendo
mudanças na organização familiar. Os papéis da família mudaram e são
diferentes na modernidade.
Inclusive a diversidade sexual foi incorporada no conceito de família moderna
ocorrendo de forma mais frequente e sendo aceitos nas sociedades modernas
os casamentos homossexuais, por exemplo, conformando famílias.
Outro fato importante da família moderna tem a ver com casamentos feitos pela
segunda vez. Isto é, os casamentos entre pessoas que estão separadas dos
seus antigos cônjuges e se casam novamente para formar uma nova família,
mantendo relações com sua antiga família ou integrando-a na nova família.
Também é importante dizer na família moderna que muitos casais não se
casam, mas vivem juntos há muito tempo e têm filhos.
Em resumo, a família moderna hoje tem várias leituras, maneiras, tipos e sem
dúvida já não é algo único, mas também a velocidade da época atual faz com
que essas transformações sejam mais diferentes e dinâmicas. Mas, ainda
continua cumprindo um papel importante quanto a ser um núcleo fundamental
da sociedade. Isto é, a família continuará sendo um reflexo da sociedade
existente.

Leia mais sobre: http://br.innatia.com/c-organizacao-familiar/a-conceito-de-


familia-moderna-7409.html

A Família e a Pós Modernidade

familia x pós modernidade


A familia e a pós modernidade

O que é Pós modernidade?


A pós-modernidade é um conceito atual e complexo que se aplica em diversas
áreas: na arte, na filosofia, na sociologia e na psicologia. Em cada uma delas a
ideia de pós-modernidade tem seu próprio sentido e significado. Entretanto, é
possível realizar uma síntese geral deste conceito tão amplo e ambíguo.

Em primeiro lugar, o pós-moderno se contrasta com o moderno. Entende-se


por moderno o período histórico que começou no Iluminismo e se desenvolveu
até a metade do século XX aproximadamente. A modernidade é caracterizada
pela crença na ciência, além da razão e do progresso como guias da
humanidade. Estes princípios deixaram de ser referências intelectuais, sociais
e artísticas, a partir do momento que a realidade mostrou um resultado
decepcionante: os valores da modernidade. O ideal da modernidade havia
fracassado e assim se inicia uma nova era: a pós-modernidade.

De maneira resumida, as características desta etapa da humanidade são as


seguintes: há um desencanto social em relação à religião, à política e à ciência.
A ideia da verdade e do progresso passou a ser questionada. A comunicação e
o consumo são fatores essenciais para entender nossa civilização. As ideias
tradicionais deixam de ser referências válidas e tendem a desmistificação de
um todo. O que importa é o imediato, o aqui e o agora presente. Há um grande
interesse pelo alternativo em qualquer uma das manifestações. O individual
substitui os projetos coletivos, onde se aprecia o culto ao corpo e aos livros de
autoajuda. Via conceitos.com: http://conceitos.com/pos-modernidade/

Quais as propostas da pós-modernidade?

A pós-modernidade é basicamente uma crítica da modernidade, de seus


valores e princípios. Como corrente ideológica e tendência da civilização,
destaca algumas conquistas, dentre essas o aumento da liberdade no ocidente
e a globalização. Apresenta traços negativos e criticáveis como a banalização,
o consumismo, a perda de identidade, a própria globalização, a ausência de
referências positivas válidas e a sensação de que o mundo está fragmentado e
os indivíduos andam em desorientação quanto a projetos para a humanidade.
Diante dessa situação caótica, é lógico que aparecem algumas propostas
religiosas, sociais e políticas variadas, em certas ocasiões, pouco confiáveis.
Grupos minoritários tem ganhado força com a proposta da pós-modernidade
em estabelecer um novo conceito de família, homem com homem e mulher
com mulher.

como a família reage a pós-modernidade?

- A influência sobre os casais

Nos relacionamentos: um sentimento separatista e insubmisso, onde cada um


tem suas próprias decisões pessoais dependendo do tipo de problema a ser
enfrentado. Principalmente na questão financeira, com a independência
feminina no campo profissional. O casal pós-moderno enfrenta problemas
seríssimos em seus relacionamentos em razão de sua vida profissional e
financeira. A vida pós-moderna suga o tempo e a força física do casal. Os
fortes apelos das redes sociais (facebook, instagram, grupos do whatsapp, etc)
também tem uma forte influência sobre o casal, deixando-os alienados dos
verdadeiros valores, vivendo de acordo com opiniões e críticas de outras
pessoas, deixando que princípios eternos sejam esquecidos e que são
essenciais para a manutenção de um relacionamento estável. Tais influências
têm causado num índice bastante elevado o fracasso de uma vida conjugal
heterossexual.

Nas responsabilidades: uma das “vantagens” da vida pos-moderna na vida do


casal diz respeito às suas responsabilidades. Todas as coisas passaram agora
a ser responsabilidade de ambos, principalmente nas finanças, na manutenção
da casa, porém na criação de filhos acabou-se em alguns lares a
responsabilidade em razão da necessidade do casal assumir despesas
conjuntas.

- A influência sobre os pais


No relacionamento com os filhos: a pós-modernidade trouxe um prejuízo
enorme com relação sua influência sobre os pais que tem filhos pequenos, uma
vez que agora aqueles não tem mais tempo suficiente para cria-los, deixando
nas mãos de estranhos, com cultura diferente, valores diferentes, etc. tal
comportamento tem levado famílias a se tornarem apenas um círculo de
companheiros.

Nas responsabilidades: como vimos antes, praticamente a responsabilidade


primordial da educação do filhos foi prejudicada sob a forte influência da vida
pós-moderna, solapando a responsabilidade do pai e da mãe em instruir a
criança ou mesmo influenciar seu comportamento perante a sociedade.

- A influência sobre os filhos

No relacionamento com os pais: os mais prejudicados em toda essa questão


da pós-modernidade, com consequências quase irreversíveis para sua
formação em sociedade, são os filhos de pais pós-modernos, ou seja, são
crianças criadas em um ambiente individualista, sem a visão paternalista ou de
família tradicional, por exemplo: o respeito à autoridade do pai como líder foi
dividida agora em razão do casal ter as mesmas responsabilidades na
manutenção financeira da casa. Os costumes saudáveis tais como tomar a
benção do pai e da mãe antes de sair, ao chegar, ao levantar e ao deitar já são
coisas raras de acontecer. As companhias na escola, na televisão, na internet
(redes sociais) tem sido um fator determinante na formação de uma geração
egoísta e individualista, afetando o núcleo familiar, a vida social e a própria
individualidade da criança, que tem sofrido terríveis pressão por parte da
sociedade pós-moderna com todas as suas práticas nocivas aos infantes.
UMA FAMILIA CRISTÃ E A PÓS-MODERNIDADE

No relacionamento com DEUS:

Que exemplos podemos passar para os filhos:

- Na oração - se há uma preocupação necessária nos últimos dias, esta se


chama oração; principalmente se quisermos ver familias estruturadas então
necessário é que nossos filhos nos vejam como exemplos de oração.

- Na leitura bíblica - como podemos combater os apelos mundanos e relativos


da pós modernidade se não tivermos intimidade com a Bíblia e seus preceitos,
pais tem que ser exemplo de bons leitores da Bíblia.

- Na unidade familiar - especialmente esse caso, quando vivemos uma


sociedade de casamentos frustrados e acabados, como pais cristãos devemos
ensinar nossos filhos a serem futuros pais cristãos que vivam uma unidade
familiar com Cristo.

Na responsabilidade: Pais cristão são diferentes de pais da sociedade pós-


moderna e suas responsabilidades, apesar de muitos efetivamente terem vidas
profissionais parecidas, onde ambos tem que trabalhar, porém jamais devem
se eximir de suas responsabilidades prescritas por Deus para a família.

- Em primeiro lugar, responsabilidade com a família, célula máter da sociedade,


primeira instituição formada por Deus e delegada ao homem sua liderança e à
mulher como adjutora e, os filhos, como herança dada pelo Senhor ao casal.
Somos mordomos não somente dos bens materiais mas também pelos bens
eternos, e a família é um desses bens que deve ser preservado à luz da
Palavra ordenada da parte de Deus.

- Em segundo lugar responsabilidade com a Igreja, outra instituição cuja


formação foi o próprio Deus quem iniciou, consoante as Palavras de Jesus a
Pedro: “Edificarei a minha Igreja”. A família cristã tem como responsabilidade a
preservação de uma unidade com a Igreja e não permitir que vida social, redes
sociais, entretenimentos, trabalho (a exceção a alguns casos) ou mesmo
parentes venham a minar sua responsabilidade de congregar, adorar, receber
o ensino sistemático da Palavra de Deus – a Sã Doutrina, além de contribuir
para que a obra de Deus seja realizada através de seus dízimos, ofertas e
trabalhos voluntários segundo a vocação de cada membro da família, se
louvor, instrumentos, pregação, trabalhos no templo etc.

- Em terceiro lugar, responsabilidade da família entre os membros dessa


família, procurando cada um assumir uma posição de fazer do lar um pedaço
do céu (quando for possível e depender de vós tendes paz com todos), mesmo
que isso demande uma renúncia pessoal e até atitudes de submissão conforme
orientação bíblica que diz que devemos “considerar os outros superiores a nós
mesmos”.

- Em quarto lugar a responsabilidade perante a sociedade, diferente da Igreja,


a qual quer de todas as formas extinguir os princípios estabelecidos pela Bíblia
Sagrada com relação à família de Deus. Muitos pais não tem tido o cuidado em
preparar seus filhos para uma vida Cristã em sociedade.

[[[Conheço testemunho de uma mãe, esposa de um obreiro de uma das


congregações em que pastoreamos, que pediu à minha esposa para que
orasse por seu filho desviado para que este passasse num concurso público
para juiz. No mínimo vemos ai uma inversão de valores, pois segundo a mente
de uma mãe que não foi influenciada pela sociedade a oração seria: ORE
PARA QUE MEU FILHO SE RECONCILIE. Jesus falou: mas buscai em
primeiro lugar o reino dos céus e a sua justiça e as demais coisas serão
acrescentadas.]]]

[[[Outro dia ouvimos um pastor do nosso campo ministrando uma palavra e


parte de seu testemunho ele fala que pediu três coisas a Deus: que lhe desse
uma filha que fosse médica, um filho juiz e, que Deus lhe desse uma mansão
às margens do mar e um helicóptero.]]]

Já não se ouve mais de pais que desejem que seus filhos sejam bênçãos nas
mãos de Deus. Quando imaginamos um filho missionário ficamos cheios de dó,
porque pensamos somente nas coisas materiais, não temos tido a visão de
reino, somente a visão terrena e isso é uma característica de uma forte
influência da pós-modernidade sobre muitas pessoas que se dizem cristã e que
desejam fazer a vontade de Deus. O Espírito Santo está lembrando à Igreja
que nós devermos orar conforme a orientação de Jesus: ROGAI AO SENHOR
DA SEARA QUE MANDE OBREIROS PARA A SUA SEARA.

A EDUCAÇÃO DOS FILHOS NA PÓS-MODERNIDADE


PUBLICADO EM 21/12/2008
2 Voto(s)

pais-e-filhos

Princípios bíblicos para ensinar a criança no caminho em que deve andar


Valmir Nascimento Milomem Santos

A Bíblia é muito clara sobre a origem e o propósito da família. Embora os


evolucionista digam que ela seja “o resultado da aglomeração de indivíduos
somente para se protegerem contra predadores”(1), as Sagradas Escrituras
evidenciam que ela é um belo projeto divino.
Conforme escreve Esdras Costa Bentho, “Deus é quem decidiu criar a família.
Esta foi formulada para ser um centro de comunhão e cooperação entre os
cônjuges. Um núcleo por meio do qual as bênçãos fluiriam e se espalhariam
sobre a terra (Gn. 1.28). Não era parte do projeto célico que o homem vivesse
só, sem ninguém ao seu lado para compartilhar tudo o que era e tudo que
recebeu da parte de Deus”.(2)

Por esse motivo, oportuna é a definição dada pelo Pr. Silvio Limeira de que a
“família é a célula mater da sociedade”; a célula básica de toda civilização; o
núcleo afetivo central de onde provém toda estrutura dos demais
relacionamentos sociais. Ela é, sobretudo, uma entidade sagrada. Aliás, a
única instituição que é ao mesmo tempo secular e sagrada (3). Uma família
não cristã ou ateísta não é “menos família” do que um lar cristão. Contudo, é
claro, o lar cristão é distinto do lar dos não-crentes: “A maldição do Senhor
habita na casa do perverso, porém, a morada do justo ele abençoa” (Pv. 3.33).

“O lar cristão é a expressão mais básica do corpo de Cristo e, portanto, é uma


instituição civil, arraigada na criação, e uma instituição sagrada, arraigada na
redenção” Michael Horton.

Em sendo, portanto, a família a célula mater da sociedade, é imperioso admitir


que quando ela vai mal, toda sociedade também irá. E, infelizmente, essa é a
realidade nua e crua que a humanidade tem experimentado nessas últimas
décadas: o declínio da família. Numerosos fatos comprovam essa prognóstico
sombrio. Quase não há necessidade de citar estatísticas. Nesses últimos
quarenta anos, desfilam continuamente diante de nós os sinais do colapso da
família: divórcio, revolução sexual, aborto, esterilização, delinqüência,
infidelidade, homossexualidade, feminismo radical, movimento dos “direitos das
crianças”, ao lado da banalização dos lares de pais solteiros, do declínio da
família nuclear e de outros sinais semelhantes. Assistimos ao entrelaçamento
de uma intrincada corda que acabará por estrangular a família até a morte. (4)

Jornais e revistas diariamente nos deixam a par de crimes bárbaros


envolvendo pais e filhos. Situações em que mães abandonam recém nascidos
em caixas de sapato ou leitos dos rios. Pais que enforcam filhos, e filhos que
maquinam contra seu genitores (lembremos do caso Richtofen).
Acontecimentos aviltantes que deixam o público desconcertado. Descalabros
que demonstram que verdadeiramente as famílias estão em conflitos internos.
Mas não se tratam de briguinhas envolvendo discussões, debates e choros.
Mais do que isso, são verdadeiras guerras travadas entre quatro paredes
capazes de acabar com a vida e sonho de muitas pessoas. Batalhas
evidenciadas dentro de lares que deixam marcas de terror na vida dos
envolvidos.

Nas palavras de Cristo os conflitos familiares seriam um dos sinais da sua


vinda: “Um irmão entregará à morte outro irmão, e o pai, ao filho; filhos haverá
que se levantarão contra os progenitores e os matarão”( Mc 13:12).

À toda evidência, os valores propagados nesse inicio de século XXI romperam


com tudo o que dantes havia sido registrado pelas linhas históricas da
humanidade. A propagação distorcida da liberdade e a implantação cada vez
mais acelerada da individualidade e autonomia dos indivíduos provocou no
ambiente familiar um egocentrismo sem precedentes, resultando, portanto, no
distanciamento afetivo entre os familiares.

Teoricamente, o período em que vivemos é chamado de pós-moderno, cujas


características são:

Hedonismo – o prazer acima de tudo;


Relativismo – a verdade e a moral são relativas;
Pluralismo – tolerância a qualquer custo;
Pragmatismo – os fins justificam os meios;
Secularismo – Rejeição da religiosidade e da atuação da igreja na sociedade;
Liberalismo – liberdade sem limites;
Antropocentrismo – o homem, e não Deus, é o centro de todas as coisas.
Voddie Baucham Jr. escreve que “não há nenhuma dúvida de que a cultura
contemporânea está em crise precipitando-se rumo à destruição. Questões que
antes eram consideradas assuntos definidos agora vêm à tona. Há cem anos,
seria dificil prever um debate genuíno sobre a natureza e a definição do
casamento, a moralidade de matar-se uma criança em meio a um processo de
parto, ou se um homem é “religioso de mais” para desempenhar uma cargo no
serviço público. No entanto, estas questões não somente estão sendo
debatidas, mas também praticadas. O casamento entre homossexuais está
tendo lugar, o aborto é um procedimento comum, e o candidatos na política
regularmente sujeitam as suas convicções religiosas ao comando daqueles que
os manipulam” (5).
Assim, dentro desse cenário, a educação dos filhos segundo preceitos bíblicos
apresenta-se não somente como uma necessidade, mas também com um
enorme desafio aos pais; principalmente se consideramos que várias teorias
apresentam-se hoje sobre como melhor educar nossos filhos. Vejamos.

A EDUCAÇÃO DOS FILHOS


NO TEMPO PRESENTE
Nos últimos tempos várias vozes tem se apresentado a fim de ensinar os pais
sobre como educar seu filhos. Após o mercado editorial perceber que o tema
deveria ser explorado em razão da demanda composta por pais apavorados
em busca de receitas infalíveis para educação infantil familiar, uma boa
quantidade de livros escritos por supostos especialistas no assunto foram
lançados.

Para se ter uma idéia, já em 1997 matéria da Revista Veja revelava que os
escritores da auto-ajuda haviam direcionado seus escritos para a área da
educação infantil. “Depois de querer ensinar a vocês como ganhar dinheiro,
fazer amigos, ficar magro, segurar o casamento, os escritores do gênero
resolveram dar lições sobre como educar a criançada” (6), é o que dizia o início
da matéria. A reportagem enfatizava ainda que tais obras vendem feito “pão
quente porque, em geral, são escritas de olho num alvo fácil: a insegurança
dos pais, que já não sabem mais o que fazer pelos filhos”. Afinal, eles
trabalham fora, ficam pouco tempo em casa, carregam consigo um tremendo
sentimento de culpa. Alguns tentam compensar a ausência entupindo os filhos
de atividades, como natação, judô e aula de inglês. Outros buscam apoio na
terapia, que custa dois ou três livros de auto-ajuda por semana e tem
resultados demorados. Uma terceira leva cai na auto-ajuda.

De fato, depois de meados da década passada obras literárias direcionadas


para a educação dos filhos tem crescido assustadoramente. Algumas, voltadas
para a auto-ajuda, outras para técnicas psicológicas ou psico-pediátricas;
sempre em tom pragmático, com dicas, receitas e planos sobre como a criança
deve crescer e ter independência financeira, autonomia, segurança e sucesso
na vida futura.

Nesse contexto, pais inseguros recorrem a esse tipo de expediente a fim de


tentarem auxiliá-los na criação da prole. Muitos, inclusive, cristãos, que, em
momento de desespero partem em busca de dicas ideais para a condução
familiar. Obviamente que alguns desses livros tem muito a contribuir com os
pais, porém, na grande maioria não passam de trabalhos improdutivos que
nada têm a oferecer, cujos ensinamentos se resumem a receitas mal
formuladas.

Não há duvidas de que a busca sobre como instruir as crianças seja legítima,
afinal a primeira lição que os pais aprendem assim que as crianças nascem, é
que filhos não vêm como manual. Mas, de qualquer forma, todos nós temos à
disposição o Manual da Vida; aquele que é capaz de instruir o homem em
todos os aspectos da sua vivência, da vida à morte: a Bíblia. isso porque “Toda
escritura divinamente inspirada é proveitosa para ensinar, corrigir, para instruir
em justiça; para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente instruído
em toda boa obra”. (II Tm. 3.16).

A única forma de salvar e resgatar as famílias que hoje estão em franca


degeneralização é voltando às raízes da Palavra de Deus. A transformação do
lar, e o relacionamento sadio entre pais e filhos somente é possível a partir da
renovação proporcionada pela verdade da Escrituras.

PRINCÍPIOS BÍBLICOS DA
EDUCAÇÃO INFANTIL FAMILIAR
Obviamente que não consta na Bíblia, apesar da sua completude, todas as
indicações pormenorizadas dos cuidados que os pais precisam ter com os
filhos, com apontamentos específicos e detalhados que vão da infância até o
período adulto; entretanto, ela apresenta princípios gerais que devem nortear a
vida em família e a conduta dos pais perante seus filhos. Princípios são
fundamentos que dão direcionamento às nossas vidas. São diretrizes
nucleares capazes de indicar o caminho pelo qual devemos percorrer. Dicas
são passageiras, mas princípios são imutáveis.

“O que precisamos é retornar aos princípios bíblicos para a educação de


nossos filhos. Os pais não precisam de novos programas embalados em papel
de presente de psicologia; eles precisam aplicar e obedecer a alguns poucos
princípios que estão claramente expostos na Palavra de Deus para os pais”
John MacArthur

Vejamos então alguns desses princípios, os quais julgamos fundamentais, sem


prejuízo de outros que constam na Bíblia, que em virtude da falta de tempo não
serão analisados aqui.

PRINCÍPIO DA RESPONSABILIDADE
Um dos terríveis males que assola a família hodierna é a tentativa dos pais em
“terceirizar” a educação dos filhos, passando para outros a responsabilidade
que compete somente a eles. Percebemos claramente a transferência da
educação para o governo, escolas, creches, babás, avós, filhos maiores e até
mesmo para a igreja. Alguns, pior ainda, jogam a responsabilidade para a
“babá eletrônica”.

“Ensina a criança no caminho em que deve andar; e até quando envelhecer


não se desviará dele”. (Pv.22.6)

A busca moderna de repassar a responsabilidade para terceiros assemelha-se


muito ao fato ocorrido no Éden após o episódio do pecado. Quando
confrontado por Deus sobre sua desobediência Adão colocou a culpa na
mulher. Eva rapidamente apontou o dedo para a serpente. Da mesma forma,
no que se refere à educação dos filhos, temos hoje o pai que acusa a mãe. A
mãe que acusa a escola. E a escola que culpa a igreja. É um notório jogo de
empurra.

Sobre os estabelecimentos de ensino, o que percebemos é que hoje as


crianças vão para a escola cada vez mais cedo, com 2 anos de idade em
média. Algumas, pasmem, em menor idade ainda. Essa atitude é no mínimo
irresponsável, já que queima etapas no que diz respeito à socialização da
criança, colocando-a muito cedo em contato irrestrito com o ambiente externo,
afinal, como explica Içami Tiba (7), os estudiosos do desenvolvimento infantil
dividiram a socialização em três etapas:

Socialização elementar: até os 2 anos, quando a criança aprendia a reconhecer


e a educar as necessidades fisiológicas (vontade de fazer xixi, sede, fome).
Socialização familiar: até 5 ou 6 anos, quando aprendia a conviver com o pai, a
mãe, irmãos e demais membros da família.
Socialização comunitária: a partir dos 6 anos, quando começava a vida escolar.
Com isso, o contato social acontece precocemente. Ainda sem completar a
educação familiar, a criança já está na escola. O ambiente social invade o
familiar não só pela escola mas também pela televisão, internet etc.

Como adverte Içami Tiba: “Esses pais cobram da escola o mau comportamento
em casa: “O que vocês estão fazendo com o meu filho que ele me r espondeu
mal?” Ou: “A escola não o ensinou a respeitar seus pais” Até parece que quem
educa é a escola e cabe ao pai e à mãe uma posição recreativa”(8).
O escritor diz ainda que “para a escola, os alunos são apenas transeuntes
psicopedagógicos. Passam por um período pedagógico e, com certeza, um dia
vão embora. Mas a família não se escolhe e não há como mudar de sangue.
As escolas mudam, mas os pais são eternos” (9).

É claro que cada um desses entes mencionados (escolas, creches, babás,


avós e igreja) possui sua parcela de responsabilidade. Não há dúvidas disso.
Porém, não passam de terceiros auxiliares, já que a responsabilidade
primordial de instruir a criança no caminho em que deve andar é dos pais.
Compete a eles, somente a eles, a formação moral dos seus filhos. São os
genitores, e não outros, aqueles que possuem a competência do ensino das
sagradas escrituras a fim de amoldarem suas personalidades em conformidade
com a disciplina e admoestação do Senhor. Esse é o princípio da
responsabilidade.

Como adverte John MacArthur, “… o próprio Deus deu aos pais a


responsabilidade de educar os filhos – não aos professores, nem aos colegas,
nem às babás, nem a ninguém que não pertença à família; portanto, é errado
que os pais tentem livrar-se da sua responsabilidade ou transferir a culpa
quando as coisas vão mal” (10).

MacArthur diz ainda que “os pais cristãos de nosso tempo precisam
desesperadamente aceitar esse princípio simples. Ante o trono de Deus, nós
seremos responsabilizados se tivermos deixado os nossos filhos sob outras
influências que moldaram o seu caráter em caminhos ateus. Deus colocou em
nossas mãos a responsabilidade de educar os nossos filhos na disciplina e na
admoestação do Senhor, e nós prestaremos contas a ele pelo nosso cuidado
para com esse maravilhoso presente. Se outros têm mais influência sobre
nossos filhos do que nós, somos culpáveis e inescusáveis por isso” (11).

Pais, vocês têm tentando transferir a responsabilidade de vocês?

PRINCÍPIO DA AUTORIDADE
O esvaziamento do poder das autoridades devidamente constituídas é uma das
claras características desses tempos pós-moderno. O que se vê são
professores reféns de alunos; pastores com medo das ovelhas e pais
subordinados aos seus próprios filhos. Crise de autoridade, esse é o nome. Até
mesmo a Bíblia, que em dias passados exercia supremacia e influencia perante
a sociedade, hoje já não é aceita como autoridade – senão religiosa, e olha lá.
Ainda, o próprio Estado tem tido a sua interferência na vida dos cidadãos
restringida, imperando-se o pensamento de que cada pessoa é responsável
pelo sua própria vida, sem que ninguém precise dizer o que ela pode ou não
fazer, sempre a pretexto da liberdade.

“VÓS, filhos, sede obedientes a vossos pais no Senhor, porque isto é justo.
Honra a teu pai e a tua mãe, que é o primeiro mandamento com promessa;
Para que te vá bem, e vivas muito tempo sobre a terra”. (Ef. 6.1-3)

De toda sorte, o apóstolo Paulo já havia “pintado” o cenário atual, denominado-


o de tempos trabalhosos, afirmando que nos últimos dias haveriam homens
desobedientes a pais e mães (2Tm. 3.2). É claro que a desobediência existe
desde a primeira família; mas o que o apóstolo dos gentios pretendia dizer com
isso, inspirado pelo Espírito Santo, é que a desobediência contra pais e mães
seria uma característica predominante desse período, onde a rebeldia, o
desrespeito e a insubordinação generalizada contra os pais seriam condutas
normais dentro do cotidiano social. É o que constatamos.responsabilidade

Segundo a Bíblia, o pai é a legitima autoridade do lar. Ele é o cabeça da


família. Aquele que detém a autoridade. Esse princípio deve ser entendido,
praticado e defendido. Não se concebe que filhos se rebelem contra seu
genitores, e isso seja considerado como uma prática normal.

Por outro lado, não se confunde autoridade com autoritarismo. Autoridade é


legitima, o autoritarismo não. Este é o exercício ditatorial do poder dentro de
casa, fazendo com que os filhos cresçam não com respeito, mas com medo de
seus pais, pois tudo quanto fazem ou dizem são rapidamente censurados,
corrigidos e castigados. A truculência, a tirania, e a imposição não fazem parte
da verdadeira autoridade, afinal ao invés de contribuir para o crescimento e o
fortalecimento da família, promove o distanciamento dos seus entes, os quais
partem em busca do seu próprio espaço.

PRINCÍPIO DO ESTABELECIMENTO DOS LIMITES


Atender as necessidades dos filhos é obrigação dos pais. Porém, faz-se
preciso distinguir entre o que é necessidade do que é apenas consumismo
caprichoso. Assim, estabelecer limites para os filhos é necessário e saudável.
Como escreveu alguém: “Nunca se ouviu falar que crianças tenham adoecido
porque lhes foi negado um brinquedo novo ou outra coisa qualquer. Mas já se
teve notícias de pequenos delinqüentes que se tornaram agressivos quando
ouviram o primeiro não, fora de casa. Por essa razão, se você ama seu filho,
vale a pena pensar na importância de aprender a difícil arte de dizer não. Vale
a pena pensar na importância de educar e preparar os filhos para enfrentar
tempos difíceis, mesmo que eles nunca cheguem.(12)

“Não remova os antigos limites que teus pais fizeram” (PV. 22.28).

PRINCÍPIO DA INFLUÊNCIA
Pela maneira como a família moderna caminha a impressão que temos é que
os pais estão em desvantagem no que se refere à influência sobre seus filhos.
Aparentemente, eles são mais influenciados pelos amigos e pela mídia
(internet, cinema, televisão, astros etc), do que por seus próprios pais. E o
problema é que grande parte dessa influência é negativa. A batalha parecer ter
sido perdida. Mas, a Bíblia estabelece que a maior influência deveria partir dos
pais. Eles são (ou deveriam ser) os mentores afetivos e morais dos filhos, de
forma a incutir neles, por meio de testemunho pessoal e ensino constante, a
vivência segundo os padrões bíblicos (Pv. 1.8).

“Estas palavras que, hoje, te ordeno estarão no teu coração; tu as inculcarás a


teus filhos, e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e
ao deitar-te, e ao levantar-te” (Dt. 6.6,7)

PRINCÍPIO DA FORMAÇÃO ESPIRITUAL


Os pais cristãos são responsáveis por fazer de seus filhos verdadeiros
discípulos de Cristo. Instruí-los desde cedo sobre a leitura da Bíblia, oração,
adoração e a participarem dos trabalhos da igreja, a fim de desenvolverem uma
espiritualidade sadia e fortalecida, onde possam dizer: “Eu e minha servimos
ao Senhor” ((Js. 24.15b).

Ore com (e por) eles;


Leiam a Bíblia juntos;
Louve juntamente com eles;
Vá para Igreja com eles;
Enfatize o valor e importância da Escola Dominical;
Ensine-lhes a santidade de Deus;
Explique sobre o pecado e as suas conseqüências;
Ensine sobre o arrependimento e o perdão;
Fale sobre a obra de Cristo;
Explique sobre seguir e confiar em Cristo.
Deus abençoe a tua família!

O presente ensaio foi usado como texto base em palestra ministrada em


Cuiabá/MT

Notas

1) Revista Veja, número 2091, 17 de dezembro de 2008

2) BENTHO, Esdras Costa: A família no Antigo Testamento – História e


sociologia. Rio de Janeiro: CPAD, 2006, p. 24.

3) HORTON, Michael Scott: O cristão e a cultura. [tradução Elizabeth Stowell


Charles Gomes]. 2 ed. São Paulo: Editora Cultura Cristã, 2006, p. 36.

4) MACARTHUR JR., John: Como educar seus filhos segundo a Bíblia. 2 ed.
São Paulo: Editora Cultura Cristã, 2007, p. 15

5) BAUCHAM JR, Voddie. In A Supremacia de Cristo em um mundo pós-


moderno. Rio de Janeiro: CPAD, p. 53

6) Disponível em http://veja.abril.com.br/081097/p_084.html

7) TIBA, Içami. Quem ama, educa!. São Paulo: Editora Gente, 2002, p. 180.

8) Ibid

9) Ibid, p. 181

10) MACARTHUR JR., John, obra citada, p. 27.


O Ministério Pastoral Está Mais Estranho do que Costumava Ser: O Desafio do
Pós-modernismo
Albert Mohler Jr.
29 de Maio de 2009 - Igreja e Ministério
Hoje em dia, uma preocupação comum parece surgir onde quer que os
ministros se reúnam: o ministério pastoral está mais estranho do que
costumava ser. Não que o ministério esteja mais difícil, mais cansativo ou mais
exigente... está apenas diferente – e cada vez mais estranho.

Esse sentimento de estranheza deve-se à propagação da cultura e da filosofia


pós-modernista; provavelmente, o movimento cultural e intelectual mais
importante do atual século XXI. Que diferença o pós-modernismo tem
causado? Para saber, basta olhar para a mídia moderna, para a cultura popular
e para a forma como algumas pessoas arregalam os olhos, desconcertadas,
quando falamos sobre a verdade, o sentido da vida e moralidade.

O pós-modernismo desenvolveu-se entre os acadêmicos e artistas, mas


rapidamente se espalhou para toda a cultura. O pós-modernismo refere-se
basicamente ao desaparecimento da modernidade e ao surgimento de um
novo movimento cultural. A modernidade, cosmovisão dominante desde o
Iluminismo, foi suplantada pelo pós-modernismo, que tanto amplia, como nega
certos princípios e símbolos centrais da era moderna.

É claro que muito da literatura a respeito do pós-modernismo é absurda e difícil


de ser levada a sério. Quando a maioria dos personagens eminentes do pós-
modernismo fala ou escreve, geralmente o resultado é uma linguagem
inarticulada que se parece mais com um teste de vocabulário do que com um
argumento bem fundamentado. No entanto, o pós-modernismo não deve ser
deixado de lado como algo sem importância ou irrelevante. Essa não é uma
questão de preocupação somente entre os acadêmicos e a vanguarda – esse
novo movimento representa um desafio crucial à igreja cristã e ao pastor.

Na verdade, o pós-modernismo pode não ser considerado como um movimento


ou uma metodologia. Ele pode ser melhor descrito como uma disposição
mental que se afasta das certezas da era moderna. Essa disposição mental é o
cerne do desafio pós-moderno.

O que delineia essa disposição mental pós-moderna? Esse novo movimento é


útil para a nossa proclamação do evangelho? Ou a era pós-moderna traz um
grande afastamento da verdade cristã? Uma olhada nos aspectos
fundamentais do pós-modernismo pode ser útil.

A Desconstrução da Verdade

Ainda que a natureza da verdade venha sendo debatida ao longo dos séculos,
o pós-modernismo tem transformado esse debate em seu carro-chefe. Embora
a maioria dos argumentos ao longo da história tenha se focalizado nas
afirmações antagônicas acerca da verdade, o pós-modernismo rejeita até
mesmo a mera noção da verdade como algo imutável, universal, objetivo ou
absoluto.

A tradição cristã compreende a verdade como algo estabelecido por Deus e


revelado através da auto-revelação de Deus nas Escrituras. A verdade é
eterna, imutável e universal. Nossa responsabilidade é regrar a nossa mente
em conformidade com a verdade revelada de Deus e testemunhar essa
verdade. Servimos a um salvador que identificou-se como sendo "o Caminho, a
Verdade e a Vida" e exigiu fé nEle.

A ciência moderna, em si mesma um produto do Iluminismo, rejeitou a


revelação de Deus como fonte da verdade e colocou o método científico em
seu lugar. A modernidade tentou estabelecer a verdade baseada na precisão
científica, através do processo do pensamento indutivo e da investigação. As
outras disciplinas tentaram seguir o exemplo dos cientistas, estabelecendo uma
verdade objetiva por meio do pensamento racional. Os modernistas estavam
confiantes de que a sua abordagem produziria verdades universais e objetivas
por intermédio da razão humana.

Os pós-modernistas rejeitam tanto a abordagem dos cristãos quanto a dos


modernistas no assunto da verdade. Conforme a teoria pós-modernista, a
verdade não é universal, não é objetiva ou absoluta e não pode ser
determinada pelos métodos normalmente aceitos. Ao invés disso, os pós-
modernistas argumentam que a verdade é construída socialmente, que ela é
plural e inacessível à razão universal.

Conforme afirma o filósofo pós-moderno Richard Rorty, a verdade é fabricada e


não descoberta. De acordo com os desconstrucionistas, uma ramificação
influente dos pós-modernistas, toda verdade é construída socialmente. Ou seja,
os grupos sociais constroem a sua própria "verdade" para servir aos seus
interesses. De acordo com o argumento de Michel Foucault, um dos teóricos
pós-modernistas mais importantes, toda reivindicação da verdade é construída
para servir àqueles que estão no poder. Dessa forma, o papel do intelectual é
desconstruir a reivindicação da verdade para libertar a sociedade.

Aquilo que tem sido entendido e afirmado como sendo a verdade, declaram os
pós-modernistas, nada mais é do que uma estrutura de pensamento
conveniente, planejado para oprimir aqueles que não estão no poder. A
verdade não é universal, porque cada cultura estabelece a sua própria
verdade. A verdade não é objetivamente real, pois toda verdade é meramente
construída – como afirmou Rorty, a verdade é fabricada e não descoberta.

Não é preciso ter muita imaginação para perceber que esse relativismo radical
é um desafio direto ao evangelho cristão. A nossa reivindicação não é pregar
uma verdade entre muitas. Não cremos que o evangelho cristão é uma verdade
construída pela sociedade, mas sim a Verdade que liberta pecadores do
pecado – e ela é objetiva, universal e historicamente verdadeira. E como o
falecido Francis Schaeffer nos instruiu, a igreja cristã deve lutar pela verdade
verdadeira.

A Morte da Metanarrativa

Visto que os pós-modernistas acreditam que toda verdade é construída


socialmente, devemos resistir a qualquer apresentação de uma verdade
absoluta, universal e estabelecida. Todas as vastas e maravilhosas
asseverações acerca da verdade, do sentido da vida e da existência humana
são rejeitadas como "metanarrativas" que reivindicam muito mais do que aquilo
que podem oferecer.

Jean-François Lyotard, provavelmente o mais famoso pós-modernista europeu,


definiu o pós-modernismo nestes termos: "Simplificando ao extremo, pós-
modernismo é a incredulidade contra as metanarrativas".[i] Assim sendo, todos
os grandiosos sistemas filosóficos estão mortos, e todas as asseverações
culturais são limitadas; tudo o que resta são histórias aceitas como verdade por
diferentes grupos e culturas. As afirmações sobre uma verdade universal – as
metanarrativas – são opressivas, "totalitárias" e devem ser rejeitadas.

O problema nessa questão, é lógico, é que o cristianismo não faz sentido sem
o evangelho – que é uma metanarrativa. Na verdade, o evangelho cristão é
nada menos do que a Metanarrativa de todas as metanarrativas. Para o
Cristianismo, abandonar a reivindicação de que o evangelho é uma verdade
universal e objetivamente estabelecida é o mesmo que abandonar o ponto
essencial da nossa fé. O cristianismo é a grandiosa metanarrativa da redenção.
Nossa história começa com a criação do Deus soberano e onipotente; continua
por meio da queda da humanidade no pecado e da redenção dos pecadores
por intermédio da obra substitutiva de Cristo na cruz; e promete um duplo
destino eterno para toda a humanidade – os redimidos, para sempre com
Deus, na glória; e os não-redimidos, no castigo eterno. Essa é a mensagem
que pregamos – e ela é uma metanarrativa gloriosa e transformadora de vidas.

Não pregamos o evangelho como se fosse uma narrativa dentre muitas


narrativas verdadeiras ou como a "nossa" narrativa, paralelamente às
narrativas autênticas dos outros. Não podemos recuar, afirmando que a
verdade bíblica é simplesmente para nós. A nossa reivindicação é que a Bíblia
é a Palavra de Deus para todos. Isso é profundamente ofensivo para a
cosmovisão pós-modernista, que ataca, com imperialismo e opressão, a todos
quantos asseveram verdades universais.

O Falecimento do Texto

Se a metanarrativa está morta, logo, os maravilhosos textos por detrás das


metanarrativas também estão mortos. O pós-modernismo afirma que é uma
falácia atribuir significado a um texto, ou mesmo ao que o autor disse. O leitor é
quem estabelece o significado, e nenhum controle limita o significado da leitura.

Jacques Derrida, líder da literatura desconstrucionista, descreve essa mudança


nos termos "morte do autor" e "morte do texto". O significado fabricado, mas
não descoberto, é criado pelo leitor no ato da leitura. O texto deve ser
desconstruído para que possa libertar-se do autor e permanecer um texto vivo,
como uma palavra livre.

Esse novo método de hermenêutica explica muitos dos correntes debates na


literatura, na política, no direito e na teologia. Todos os textos – quer sejam as
Sagradas Escrituras, a Constituição dos Estados Unidos ou as obras de Mark
Twain – são submetidos ao criticismo e à dissecação esotérica, tudo em nome
da libertação.

Segundo os pós-modernistas, os textos revelam uma mensagem oculta, com


intenções opressoras da parte do autor e, por essa razão, devem ser
desconstruídos. Essa não é uma mera questão de importância acadêmica. É o
argumento por detrás das muitas interpretações contemporâneas da
Constituição, feitas pelos juízes; das apresentações dos assuntos na mídia e
da fragmentação da erudição bíblica moderna. O surgimento de escolas de
interpretações voltadas para grupos de interesse como o das feministas, dos
liberalistas, dos homossexuais e vários outros é a questão central desse
princípio pós-moderno.

Conseqüentemente, a Bíblia é submetida à uma reinterpretação radical,


geralmente com pouca ou nenhuma consideração pelo significado óbvio do
texto ou pela intenção evidente do autor humano. Os textos que não agradam a
mente pós-modernista são rejeitados como opressivos, patriarcais,
heterossexuais, homofóbicos ou deturpados por outros preconceitos
ideológicos ou políticos. A autoridade do texto é negada em nome da
libertação, e as interpretações mais fantasiosas e ridículas são celebradas
como "convincentes" e até mesmo "autênticas".

É claro que a noção de "morte do autor" assume um significado completamente


novo quando aplicado às Escrituras, pois reivindicamos que a Bíblia não é
meramente palavras de homens, mas sim a Palavra de Deus. A insistência
pós-modernista na morte do autor é inerentemente ateísta e anti-sobrenatural.
A reivindicação de uma revelação divina é descartada como apenas mais uma
das exteriorizações do poder opressivo. Quando a verdade é negada, o que
prevalece é a terapia. A questão crucial muda de "O que é a verdade?" para "O
que faz com que eu me sinta bem?". Essa tendência cultural tem se
desenvolvido ao longo do século, mas agora tem alcançado proporções épicas.

A cultura que confrontamos está quase que completamente submissa ao que


Philip Reiff chamou de "triunfo da terapêutica". Num mundo pós-moderno,
todas as questões acabam girando em torno do eu. Portanto, tudo o que resta
como alvo de muitas abordagens educacionais e teológicas é elevar a auto-
estima. Categorias de palavras como "pecado" são rejeitadas como opressivas
e prejudiciais à auto-estima.

As abordagens terapêuticas são dominantes numa cultura formada de


indivíduos que não têm sequer a certeza de que a verdade existe – mas que
estão convictos de que nossa auto-estima deve permanecer intacta. O certo e
o errado são descartados como lembranças obsoletas de um passado
opressivo. Em nome de nossa própria "autenticidade", rejeitaremos todos os
padrões morais inconvenientes e substituiremos a preocupação com o certo e
o errado pela afirmação dos nossos direitos.
A Teologia é igualmente reduzida à terapia. Sistemas teológicos inteiros, bem
como suas abordagens, são construídas de modo a reduzir o seu alvo a nada
mais do que à elevação da auto-estima de indivíduos e grupos especiais.
Essas teologias do "sentir-se bem" dispensam a "negatividade" dos textos
bíblicos ofensivos ou até mesmo a Bíblia inteira. Categorias de palavras como
"perdição" e julgamento ficam de fora. No lugar delas estão as vagas noções
sobre aceitação sem arrependimento e completude sem redenção. Podemos
não saber (ou nos importar) se somos salvos ou perdidos, mas certamente nos
sentimos bem melhor acerca de nós mesmos.

O Declínio da Autoridade

Visto que a cultura pós-moderna está comprometida com uma visão radical de
libertação, todas as autoridades devem ser subvertidas. Dentre todas as
autoridades destronadas estão: textos, autores, tradições, metanarrativas, a
Bíblia, Deus e todos os governos no céu e na terra. Exceto, é claro, a
autoridade dos teóricos pós-modernistas e dos personagens eminentes da
cultura, que exercem o seu poder em nome dos povos oprimidos em toda
parte.

Segundo os pós-modernistas, aqueles que estão em posição de autoridade


utilizam seu poder para continuarem no poder e servirem aos seus próprios
interesses. Suas leis, tradições, textos e "verdade" nada mais são do que
aquilo que é projetado para mantê-los no poder.

Assim, a autoridade dos líderes governamentais passa a ser corroída, da


mesma forma como a autoridade dos professores, dos líderes comunitários,
dos pais e dos pastores. Enfim, a autoridade de Deus é rejeitada como sendo
totalitária e autocrática. E como os pastores são representantes dessa deidade
autocrática, devemos resistir à autoridade deles de igual modo.

Doutrinas, tradições, credos e confissões de fé – tudo deve ser rejeitado e


taxado como algo que limita a auto-expressão e representa &a autoridade
opressiva. Os pregadores são tolerados, contanto que apóiem as mensagens
terapêuticas que elevam a auto-estima; e resistidos, sempre que introduzem
reivindicações sobre a autoridade divina ou à verdade universal em seus
sermões.

A Destituição da Moralidade
Ivan, na novela de Fyodor Dostoyevsky, Os Irmãos Karamasov, estava certo;
se Deus está morto, tudo é permissível. O Deus permitido no pós-modernismo
não é o Deus da Bíblia, mas sim uma vaga idéia de espiritualidade. Não há
tábuas da lei, nem os Dez Mandamentos... não há regras.

A moralidade, juntamente com outros alicerces culturais, é descartada como


opressiva e totalitária. Um relativismo moral abrangente é a marca da cultura
pós-moderna. Não estou dizendo que os pós-modernistas relutam em utilizar
uma linguagem moral. Ao contrário, a cultura pós-modernista está recheada de
discurso moral.

A homossexualidade, por exemplo, é abertamente defendida e aceita.& O


avanço dos estudos sobre gays e lésbicas nas universidades, o aparecimento
do poder político homossexual e as imagens eróticas homossexuais, agora
comuns na cultura popular, marcam essa dramática reviravolta moral. A
homossexualidade não é mais considerada um pecado. A homofobia é
criticada como se fosse pecado, e as reivindicações por tolerância aos "estilos
de vida alternativos" agora se transformaram em reivindicações públicas para a
celebração de& todos os estilos de vida como moralmente iguais.

Michael Jones descreveu a modernidade como "promiscuidade sexual


racionalizada", e a pós-modernidade é a sua extensão lógica. Michael Foucault,
que argumentou que toda moralidade sexual é um abuso de poder, clamou
para que o pós-modernismo celebrasse a "perversidade polimorfa". Ele viveu e
morreu dedicando-se a esse estilo de vida, e sua profecia tem se cumprido
nesta década.

O Ministério Cristão numa Era Pós-moderna

O pós-modernismo representa o único desafio a ser encarado pelo


Cristianismo nesta geração. Walter Truett Anderson descreveu a realidade pós-
moderna em seu engenhoso livro Reality Isn't What it Used to Be (A Realidade
não é Como Costumava Ser).[ii] Walter Truett Anderson, Reality Isn't What it
Used to Be. San Fran">[ii] Esta é a reivindicação central do pós-modernismo: a
realidade não é o que costumava ser, e jamais o será novamente. Agora, a
humanidade é maior de idade; faremos nossa própria verdade; definiremos
nossa própria realidade e nos empenharemos pela nossa auto-estima.

Nessa cultura, o ministério pastoral é mais estranho do que costumava ser.


Atualmente, os conceitos pós-modernos de verdade reinam na era pós-
moderna, e até mesmo nos bancos das igrejas pós-modernas. Pesquisas
indicam que a maioria crescente daqueles que professam ser cristãos rejeitam
até mesmo a noção de uma verdade absoluta.

A "morte do texto" fica evidente pela resistência à pregação bíblica em muitas


igrejas. Os ouvidos pós-modernos não querem mais ouvir o "assim diz o
Senhor" do texto bíblico. Uma vez que a verdade é fabricada e não descoberta,
podemos projetar a nossa própria religião ou espiritualidade pessoal e omitir
doutrinas e mandamentos morais inconvenientes. O pós-modernismo promete
que o indivíduo pode construir uma estrutura pessoal de espiritualidade, livre
de interferências ou autorização externas. Sob o lema: "Não existe outra
verdade como a minha verdade", as crianças do pós-modernismo
estabelecerão seu próprio sistema doutrinal e desafiarão a correção.

Gene Veith, deão da Faculdade Ciências Humanas, na universidade de


Concórdia, contou-nos sobre um jovem que afirmava ser cristão, professava
crer em Cristo e amava a Bíblia, mas também cria na reencarnação. Seu pastor
confrontou sua crença na reencarnação dirigindo o jovem para Hebreus& 9.27.
O texto foi lido: "E, assim como aos homens está ordenado morrerem uma só
vez, vindo, depois disto, o juízo". O jovem voltou o olhar para o seu pastor e
respondeu: "Bem, essa é a sua interpretação".[iii]

Em nome do pós-modernismo, qualquer coisa pode ser explicada como uma


questão de interpretação. O conceito dos jogos de linguagem
wittgensteindeclara que cada sentença deve ser avaliada com cuidado. Um
conceito tão claro e óbvio como a primeira linha do Credo Apostólico: "Creio em
Deus Pai, Todo-poderoso, Criador do céu e da terra" deve ser analisado nos
termos das intenções do falante. Essa confissão assevera a crença de que
Deus é, de fato, o criador do céu e da terra ou essa afirmação é um mero
sentimento pessoal?

A estranheza do ministério pastoral na era pós-moderna pode ser vista em


estudos bíblicos que não estudam a Bíblia, mas são exercícios psicológicos de
auto-conhecimento, com o tipo de moralidade self-service, praticada por muitos
membros de igreja; e a crescente aceitação de outras religiões como caminhos
válidos para a salvação.

A cultura moderna é revoltada contra a verdade, e o pós-modernismo não é


nada senão a forma mais recente dessa revolta. Nesses tempos estranhos, o
ministério pastoral clama por convicções não diluídas e por uma apologética
fiel. As tentações para comprometer a mensagem são grandes, e a oposição
que se levanta contra todo aquele que tem a pretensão de pregar a verdade
absoluta e eterna é severa. Entretanto, essa é a tarefa da igreja cristã.

Precisamos compreender o pós-modernismo, ler os escritos de seus teóricos e


aprender sua linguagem. Isso é muito mais um desafio missionário do que um
exercício intelectual. Não podemos nos dirigir a uma cultura pós-moderna a
menos que entendamos sua mente.

Devido a sua própria natureza, o pós-modernismo está condenado à auto-


destruição. Seus princípios centrais não podem ser aplicados de maneira
consistente. (Apenas peça para que um acadêmico pós-moderno aceite "a
morte do texto" nas cláusulas de seu contrato). A igreja deve continuar a ser o
povo da verdade, apegando-se às reivindicações de Cristo, e batalhando pela
fé que uma vez por todas foi entregue aos santos. O pós-modernismo rejeita
qualquer menção a uma verdade que foi entregue "uma vez por todas", mas a
igreja não pode comprometer o seu testemunho.

O ministério pastoral está mais estranho do que costumava ser. No entanto,


esta é uma era de grandes oportunidades para evangelização, pois à medida
que os deuses do pós-modernismo morrem, a igreja testemunha a Palavra da
Vida. Em meio à uma era pós-moderna, nossa tarefa é testemunhar a Verdade
e recolher os cacos à medida que a cultura se despedaça.

[i] Jean-Francois Lyotard, The Postmodern Condition: A report on Knowledge,


trans. Geoff Bennington and Brian Massumi, "Theory and History of Literature,"
vol. 10. Minneapolis: University of Minnesota Press, 1984. p. 24.

[ii] Walter Truett Anderson, Reality Isn't What it Used to Be. San Francisco:
Harper and Row, 1990.

[iii] Gene Veith, "Catechesis, Preaching, and Vocation," in Here We Stand, ed.
James Boice and Ben Sasse. Grand Rapids: Baker Book House, 1996. pp. 82-
83.

Traduzido por: Waléria Coicev

O Triplo Desafio do Evangelismo na Pós-modernidade


Por Alan Capriles

"Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida.


Ninguém vem ao Pai senão por mim."
(Jesus Cristo - em João 14:6)

O ambiente social no qual vivemos é influenciado por três conceitos errôneos,


que caracterizam a chamada pós-modernidade. Na realidade, tais conceitos
perfazem o tripé sobre o qual nossa sociedade pós-moderna se baseia. São
eles chamados de relativismo, pluralismo e humanismo.

Cada um destes “ismos” está presente no seu cotidiano, mesmo que você não
se dê conta disso. Está presente nos relacionamentos, nas artes, no sistema
de ensino, nas propagandas, nos jogos, nas músicas, nos filmes, na moda e
em cada programa de televisão que assistimos. Estamos de tal forma cercados
por tais conceitos, que já nos acostumamos com eles.

A maior prova de nossa letargia é a influência que o relativismo, pluralismo e


humanismo têm exercido na religião cristã. Estes conceitos errôneos da pós-
modernidade não apenas afetaram o modo de se fazer culto, mas também
distorceram as nossas bases teológicas, principalmente no ramo da cristologia
e da soteriologia.

Estou certo de que enfrentar estes conceitos, que são contrários à fé cristã,
representa nosso maior e mais urgente desafio. Precisamos analisar o quanto
os conceitos da pós-modernidade têm afetado nosso ensino bíblico, nossa
pregação do evangelho e, principalmente, nossa forma de se fazer
evangelismo.

Não podemos negar que vivemos nesta época, chamada de pós-modernidade,


mas é nosso dever, como discípulos de Cristo, rejeitar com veemência os
conceitos equivocados que caracterizam o presente século e que estão
contaminando a igreja do Senhor. Mais do que nunca se faz necessário
enfatizar este alerta: "não vos conformeis com este século, mas transformai-
vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa,
agradável e perfeita vontade de Deus." (Rm 12:2 - ARA)
Sendo este um assunto de conseqüências eternas, analisaremos
individualmente cada um dos conceitos errôneos que moldam as mentes do
presente século, e com as quais não podemos nos conformar:

Relativismo

O relativismo consiste na certeza absoluta de que não existem certezas


absolutas. Desta forma, todo ponto de vista seria válido, pois se altera de
acordo com a época, o lugar, o grupo social e os indivíduos.

Apesar de ter se consolidado nas últimas décadas, o relativismo já era


prenunciado desde o século 19, como nos versos do poeta espanhol Ramón de
Campoamor:

E neste mundo traidor


nada é verdade nem mentira;
tudo depende da cor
do cristal com que se mira.

Este conceito de incertezas, no qual tudo depende do ponto de vista de cada


um, ganhou ainda mais força no século 20, apoiado na teoria da relatividade,
de Albert Einstein. A partir de 1919, com a confirmação de sua teoria, começou
a circular a crença de que não havia mais absolutos: tempo e espaço, bem e
mal, conhecimentos e valores – agora tudo era relativo.

Ora, se tudo é relativo, nossas crenças religiosas também devem ser relativas.
Segundo este conceito, aquilo que não pode ser comprovado não pode ser
ensinado. No relativismo, histórias bíblicas, tais como a criação, o dilúvio e a
Torre de Babel, não podem ser mais interpretadas como história verídica, mas
somente como ilustrações de cunho moral. Verdades eternas, tais como o céu
e o inferno, não devem sequer ser mencionadas, pois não há espaço para tais
crenças numa cultura relativista.

O resultado inevitável do relativismo é a idéia de que Jesus não seria “o”


caminho, mas apenas “um” caminho, entre tantos outros. E muitos que se
dizem cristãos já pensam exatamente assim. Note como atualmente os crentes
ensinam, pregam e evangelizam evitando enfatizar a Jesus como único
caminho de salvação. O relativismo desta sociedade pós-moderna os intimida.
Eles têm medo de parecerem ridículos ao falar do céu ou do inferno, e de
serem tidos como intolerantes ao rejeitar outras crenças religiosas.

Nosso primeiro desafio é um retorno à ousada pregação de que Jesus Cristo é


o único mediador entre Deus e os homens. (1Tm 2:5) Precisamos proclamar
claramente que “em nenhum outro há salvação, porque também debaixo do
céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser
salvos.” (Atos 4:12) O mundo necessita desta mensagem! Faz-se urgente que
voltemos a proclamar que só Jesus é a porta da salvação, que só ele é o
caminho da vida eterna! (João 10:9; 14:6)

Pluralismo

O pluralismo é o conceito que tenta eliminar a verdade, ao aceitar tudo como


verdade. É o reconhecimento passivo da diversidade, como tentativa de boa
convivência social. Segundo o pluralismo, Jesus não seria “a” verdade, mas
apenas “uma” verdade.

A influência do pluralismo na religião é uma conseqüência do chamado


“pluralismo político”, que caracteriza a democracia moderna. Com a
democratização das sociedades, que considera todos os sujeitos religiosos
como legítimos, não é mais politicamente correto duvidar das crenças e valores
de ninguém. Aliás, tornou-se até perigoso.

Por exemplo, pregações contra homossexualismo, prostituição e aborto são


proibidas por lei em alguns países, nos quais estas práticas já foram
legalizadas. Qualquer pessoa que se sinta ofendida com a verdade da palavra
de Deus pode processar o pregador, pois ele questionou a “sua” verdade
particular.

Em suma, pluralismo significa isto: jamais opor-se perante o pensamento


contrário. Assim sendo, você pode até declarar a sua verdade, desde que não
se oponha à minha verdade.

Perceba como o pluralismo está presente no ensino, na música, nas


entrevistas, nos filmes, nas novelas, nos programas de auditório, nas
propagandas, nos shows, e até nos diálogos mais informais.
Antigamente, se um cristão perguntasse a crença de outra pessoa e esta lhe
dissesse “sou budista”, o crente tentaria lhe converter a Jesus Cristo. Mas hoje,
intimidado pelo pluralismo da sociedade pós-moderna, o crente apenas
comentaria: “Que bom! O importante é crer em Deus.” E pode ser que talvez,
após ganhar a simpatia do budista, o crente se encoraje a lhe convidar para
conhecer a sua igreja.

Se você não vê mal algum nesse tipo de evangelismo, certamente o conceito


pluralista já lhe cegou para a urgente verdade da palavra de Deus. A terrível
condenação que aguarda o homem que morre sem Cristo talvez não lhe diga
mais nada. Provavelmente o seu raciocínio seja este: “Um Deus de amor não
poderia excluir da salvação os não-cristãos pelo simples fato de não serem
cristãos.” Pois esta frase é uma das máximas do pensamento pluralista. E
muitos crentes perderam o ardor evangelístico e missionário porque foram
envenenados por esta mentira.

Nosso segundo grande desafio é voltar a proclamar que Jesus Cristo é a


revelação plena da verdade absoluta. Ele é a própria verdade. Passará o céu e
a terra, mas as suas palavras são eternas, jamais passarão. (Mc 13:31)

Humanismo

A terceira característica desta sociedade pós-moderna é o humanismo: a


crença que coloca o ser humano no topo de qualquer escala de valores, no
centro de todas as coisas, e como finalidade para todas as causas. Segundo o
humanismo, Cristo não seria mais o centro da vida, mas o próprio homem.

O humanismo não é uma novidade na história. Suas raízes remontam ao


século 15, por ocasião do início do movimento renascentista na Europa. Mas a
ideologia humanista, que exalta o homem e sua individualidade, está mais forte
do que nunca.

Pode até parecer incrível, mas este humanismo anticristão é o conceito que
mais tem influenciado a igreja, deturpado o evangelho e enganado os crentes.

A começar pelo evangelismo. Ao invés de uma exposição da verdade bíblica


acerca da terrível condição e destino do homem sem Cristo, os
evangelizadores pós-modernos preferem declarar: “Você é tão importante para
Deus, que Cristo deu a sua vida por você!” Quando a verdade é o oposto disso:
“Somos tão miseráveis pecadores, que Deus precisou enviar seu próprio filho
para nos salvar, tão somente por sua graça, sem nada merecermos.”

Já não se fala mais em pecado, renúncia, regeneração, volta de Cristo, juízo


final, céu, inferno – tudo isso foi riscado dos atuais métodos de evangelismo.
Os pregadores evitam esses assuntos. O apelo pós-moderno não é mais por
arrependimento de pecados, mas por aceitar a Jesus, como se ele precisasse
de nós, e não o contrário.

Nossos cultos mais parecem um balcão de ofertas do que um serviço de


adoração a Deus. O que você precisa? Se for de cura, venha na segunda-feira;
causas impossíveis, na terça; vitória, na quarta; prosperidade, na quinta;
libertação, na sexta; um novo amor, no sábado; restauração da família, no
domingo. Você percebe? O culto não é mais para Deus, mas para o homem!

Nossas pregações já não enfatizam o senhorio soberano de Cristo, mas o


apresentam como uma espécie de papai-noel, que tem por obrigação realizar
nossos desejos. As mensagens atuais enfatizam mais o que Deus pode fazer
por você, do que como Ele deseja que andemos. Há pregadores que ameaçam
até rasgar suas bíblias se Deus não atender suas petições.

Os crentes pós-modernos não criam raízes em igreja alguma. Quando seus


desejos demoram a se realizar, ou se o culto não está mais lhe satisfazendo,
simplesmente trocam de igreja, em busca do próprio prazer. Atentos a este
“mercado”, as igrejas pós-modernas disputam a “clientela”, prometendo
bênçãos, facilidades e, muitas vezes, títulos e cargos, a fim de seduzir os
egocêntricos.

As igrejas deste século mais se parecem com casas de show do que com
aquilo que deveriam ser: casas de oração. O altar, por exemplo, se transformou
em palco, no qual os crentes disputam aparecer, seja cantando ou dançando.
O pastor pós-moderno mais parece um animador de auditório do que um líder
espiritual. O tempo que deveria ser gasto fora das quatro paredes, com
evangelismo e obras de caridade, agora é usado entre as quatro paredes, em
prolongados ensaios para o próximo evento. E mal termina um evento, já
precisamos nos preparar para o próximo! Afinal de contas, neste tempo de pós-
modernidade, igreja boa é igreja que oferece bastante entretenimento, a fim de
atrair uma sociedade fútil e descompromissada. Na pós-modernidade, o
importante é encher a igreja, ainda que seja com bodes e não ovelhas.
Você já deve estar se perguntando como é que deixamos isto acontecer. A
resposta é: “Não deixamos acontecer, já nascemos assim.” O ser humano já
nasce egoísta e querendo ser o centro das atenções. O problema é que há
milhares e milhares de crentes que não sepultaram o velho homem, com seus
desejos egocêntricos. Continuam sendo egoístas e querendo aparecer. São
crentes que precisam de conversão, a começar por muitos pastores. São
pessoas que nunca nasceram de novo, apesar de terem largado vícios e
viverem uma vida moral – padrão alcançado na prática de qualquer religião.
Estão enganando e sendo enganados.

Se alguém acredita ser cristão sem ter morrido para si mesmo, a fim de viver
para glória de Deus, simplesmente tal pessoa nunca se converteu realmente.

E este é o terceiro e maior desafio da evangelização na pós-modernidade:


converter os próprios crentes ao senhorio de Cristo. Precisamos voltar a
vivenciar e a pregar a razão da nossa própria existência, que é vivermos para a
glória de Deus (Ef 1:12). Jesus Cristo não é algo que acrescentamos à nossa
vida, ele é nada menos que toda a nossa vida (Cl 3:4).

A nossa vida é Cristo! (Gl 2:20) Somente o resgate desta verdade trará de volta
uma igreja que exalte ao Senhor, uma pregação centrada em Cristo, um
evangelho da salvação e um povo santo, adquirido para Deus, resgatado das
trevas para sua maravilhosa luz.

Concluo minha análise com uma palavra de esperança. Nem tudo está perdido.
Deus tem despertado seus servos em todas as partes da terra, nos convidando
a um simples retorno a Jesus Cristo e ao seu evangelho. Portanto, não se
intimide, nem se isole. Deus não lhe despertou por acaso. Não saia de sua
igreja, mas proponha um santo jejum. Divulgue artigos como este, leve-os
humildemente ao conhecimento dos pastores e proponha uma assembléia na
igreja para se refletir sobre este assunto. Chega de somente criticar,
precisamos agir, declarando corajosamente a todos quem é Jesus Cristo: o
único Caminho, a plena Verdade e a perfeita Vida.

“Porque dele, e por meio dele, e para ele são todas as coisas. A ele, pois, a
glória eternamente. Amém!” (Romanos 11:36)
Do original em inglês: Ministry is stranger than it used to be: The Chalange of
Postmodernism

BIBLIOGRAFIA
BÁSICA:

1. Lima, Leandro Antonio. Brilhe a sua Luz: O cristão e os dilemas da


sociedade atual. Cultura Cristã: São Paulo, SP, 2009.

2. Lima, Leandro Antonio. O Futuro do Calvinismo: Os desafios e


oportunidades da pós-modernidade para a igreja reformada. Cultura Cristã:
São Paulo, SP, 2010.

3. Pearcey, Nancy. Verdade Absoluta: libertando o cristianismo de seu cativeiro


cultural. CPAD, 2006.

4. Schaeffer, Francis A.. A igreja no século 21. Editora Cultura Cristã. 2010.

5. Guinness, Os. O Chamado. São Paulo: Editora Cultura Cristã, 2001.

6. Grudem, Wayne. Politics - According to the Bible: a Comprehensive resource


for undertanding modern political issues in light of scripture. Zondervan, 2010.

COMPLEMENTAR:

1. Veith, Gene Edward, Jr..Tempos Pós-Modernos. Uma avaliação cristã do


pensamento e da cultura da nossa época. Cultura Cristã.

2. Veith, Edward J. De todo o teu entendimento. São Paulo: Cultura Cristã,


2006.

3. Kuyper, Abraham. Calvinismo.

4. Macgrath, Alister. Paixão Pela Verdade: A coerência intelectual do


Evangelicalismo. Trad. Hope Gordon Silva. Shedd: São Paulo, SP, 2007.
5. Nash, Ronald. Questões Últimas da Vida: Uma Introdução à Filosofia. Trad.
Wadislau Martins Gomes. Cultura Cristã: São Paulo, SP, 2008.

6. Dyke, Fred Van, et al. A Criação Redimida. Editora Cultura Cristã, 1999.

7. Schaeffer, Francis A. Poluição e a Morte do Homem. Editora Cultura Cristã.


2003.

8. Machen, J. Cristianismo e Liberalismo. São Paulo: Editora Os Puritanos,


2001.

9. Boice, James Montgomery. SASSE, Benjamin. Reforma Hoje: Uma


convocação feita pelos evangélicos confessionais. Trad. Hope Gordon Silva.
Cultura Cristã: São Paulo, SP, 1999

10. Macarthur, John. Pense Biblicamente: recuperando a visão cristã do


mundo. São Paulo: Editora Hagnos, 2005

Você também pode gostar