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FACAMP

Resenha Filme: “ADEUS, LÊNIN!”

Marília Maurano – RA: 200911072

Catarina Duleba – RA: 200910938


O filme “Adeus, Lênin!” discute a situação da Alemanha e da sua
reunificação no contexto da Guerra Fria. No final dos anos 80, na Alemanha
Oriental (socialista), Christiane Kerner, mãe de dois filhos e defensora do
regime da República Democrática Alemã, sofre um ataque cardíaco e entra em
coma por ver seu filho Alexander preso numa manifestação política contra o
regime socialista.

Seu estado de coma dura aproximadamente 8 meses e, desse modo,


Christiane não presencia a queda do Muro de Berlim (1989) e todas as
mudanças ocorridas no país com a reunificação e expansão capitalista.
Contudo, com o coração ainda frágil quando sai do estado de coma, ela ainda
não está preparada para assimilar tantas mudanças juntas. Sabendo disso
após também ser alertado pelo médico, o filho Alexander vive tentando
esconder da mãe a nova Berlim Oriental que está fora do quarto o qual a Sra.
Kerner se encontra.

A reunificação das partes da Alemanha (Oriental e Ocidental)


representou, com a queda do muro, a dissolução do comunismo e suas
filosofias e a ascensão do modo de produção capitalista, o qual tem como
objetivo maior o lucro e deixa a população obcecada pelo consumo. Diante
dessa situação, todos os habitantes da extinta República Democrática Alemã
tem que se adequar aos princípios e ao modo de vida capitalista, no qual vive
cada um por si e os proprietários são os capitalistas, e não o Estado.

O filme mostra uma série de dificuldades que a população sofreu diante


da queda do muro, que determinou um conflito social a partir de sistemas
opostos. Para os cidadãos da Alemanha Oriental, tudo o que se esperava do
sistema capitalista de início não se passou de uma ilusão, e todo o ânimo que
tinham com relação ao novo sistema ascendente foi transformando-se em
amargura.

Antes da reunificação, a Alemanha Ocidental vivia uma época de


apogeu industrial, voltada para o desenvolvimento econômico e buscando
novas tecnologias. Encontrava-se amplamente inserida no mercado mundial
após a sua recuperação da derrota da segunda Guerra Mundial. No filme, um
enorme painel da coca-cola aparece como símbolo do mundo capitalista e de
toda a sua propaganda que visa o consumo e aos lucros.

Por outro lado, na parte Oriental, onde a indústria era escassa e cheia
de vestígios da guerra, não havia o apoio de uma grande potência que
ajudasse na reconstrução do país, como os Estados Unidos faziam ao dar
enorme apoio financeiro ao lado capitalista. As populações do lado oriental e
ocidental eram ao mesmo tempo tão próximas, por viverem no mesmo
território, como um todo, mas muito afastadas por imensas divergências sociais
e culturais. Enquanto a sociedade capitalista vivia em transformações que
impunham novas modas e formas de viver com mais conforto, no lado
socialista as condições de vida da população só pioravam devido à falta de
recursos do Estado socialista que pregava o bem-estar de todos sob o seu
controle. Isso fazia a população oriental enxergar a impossibilidade de atingir o
poder econômico ocidental dentro do regime socialista e, dessa forma,
simpatizar cada vez mais com o modo de vida capitalista.

Assim, conforme relatado no filme, as mudanças que vieram com a


reunificação e a queda do Muro de Berlim foram imensas e a população,
principalmente do lado oriental, foi quem sofreu as conseqüências tendo que
assimilar em tão pouco tempo todas as imposições de uma ideologia que lhes
foi imposta, sendo esta oposta em seus aspectos culturais e sociais anteriores.

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