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EXCELENTISSIMO SENHOR DOUTOR MINISTRO PRESIDENTE DO SUPERIOR

TRIBUNAL DE JUSTIÇA

(10 linhas)

TICIO, brasileiro, casado, engenheiro, portador da Cédula de Identidade nº..., devidamente


inscrito no CPF nº..., residente e domiciliado à Rua ..., Bairro..., Cidade..., Estado do... , através
de seu advogado, devidamente constituído (instrumento de mandato em anexo), com endereço
profissional situado na..., bairro..., cidade..., Estado do..., onde deseja receber suas intimações,
nos termos do art. 39, I, do CPC, vem, mui respeitosamente, com fulcro no art. 5º, LXXII, “a”,
da Constituição Federal e a Lei nº 9.507/97, perante Vossa Excelência, impetrar o presente

HABEAS DATA

contra ato do Ministro de Estado de Defesa, estabelecido na..., pelos motivos de fato e de
direito a seguir aduzidos:

DA COMPETENCIA:

É da competência do Superior Tribunal de Justiça – STJ, julgar e processar o presente remédio


constitucional, face o que dispõe o art. 20, I, “b”, da Lei 9.507/97, in verbis:

“Art. 20: O julgamento do habeas data compete:

I – originariamente:

(...)

b) ao Superior Tribunal de Justiça, contra atos de Ministro de Estado ou do próprio Tribunal;”

Portanto, não há que se falar em incompetência dessa Colenda Corte.

DOS FATOS

Tício, que na década de 70 (setenta), participou de movimentos políticos que faziam oposição
ao Governo então instituído. Por força de tais atividades, foi vigiado pelos agentes estatais e, em
diversas ocasiões, preso para averiguações. Seus movimentos foram monitorados pelos órgãos
de inteligência vinculados aos órgãos de Segurança do Estado, organizados por agentes federais.

Após longos anos passados, para ser mais exato em 2010, o requerente impetrou a referida ação
para ter acesso à sua ficha de informações pessoais durante o período de ditadura.

Ocorre que o seu pedido foi indeferido em todas as instâncias administrativas. Esse foi o último
ato praticado pelo Ministro de Estado da Defesa, que firmou seu ato decisório, no principio da
preservação do sigilo das atividades do Estado, uma vez que os arquivos públicos do período
desejado estão indisponíveis para todos os cidadãos.

DO DIREITO

No ordenamento jurídico brasileiro estabelece que, seja a todos os indivíduos, inclusive aos
estrangeiros, assegurados o direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse
particular, para defesa de direito, nos moldes do art. 5º, XXXIII da CF, “in verbis”:
Art. 5º (...):
XXXIII – todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse
coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo
seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado;

E complementando, o inciso, LXXII, do mesmo dispositivo supracitado, institui o habeas data,


como instrumento para o acesso a essas ditas informações, dentre outras finalidades, vejamos:
LXXII – conceder-se-á habeas data:

a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de registros ou


bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público;

No caso em tela pretende o impetrante ter acesso a informações relativas à sua pessoa, como lhe
é assegurado pela própria Constituição Federal, o que não foi possível administrativamente ante
as provas trazidas em anexo, as quais comprovam a recusa por parte do impetrado de fornecer
tais informações.

Desta maneira, para garantir tal direito, foi proposta esta medida judicial, posto que, a Lei
9.507/97, em seu art. 7, I, reiterando o art. 5º, LXXII, “a”, da CF, o Habeas Data, será
concedido para conhecer informações relativas à pessoa do impetrante, no tocante as entidades
governamentais ou de caráter publico.

DOS PEDIDOS

Em face do exposto requer a Vossa Excelência:

a) A notificação do coator, para querendo, no prazo de dez dias, preste as informações que
julgar necessárias;

b) A procedência dos pedidos para que marque data e horário para o coator apresente ao
impetrante as informações a seu respeito, constantes de registros ou bancos de dados;

c) A juntada da prova pré-constituída;

d) A intimação do Ministério Público, nos termos do art. 12 da Lei 9.507/97;

e) A prioridade de tramitação do feito, nos termos do art. 19 da Lei 9.507/97;

Dá-se a presente causa o valor de R$ 1.000,00 (um mil reais)

Nesses termos, pede deferimento.

Local..., Data...

Advogado...

Nº da OAB/UF...

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