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1 .

EST U DO DOS SI ST EM A S DI SPERSOS

1 .1 . Di s p e r s õ e s

Uma dispersão consiste num sistema no qual uma substância (disperso)


encontra-se disseminada, na forma de pequenas partículas no interior de outra
(dispersante)
Dependendo do tamanho da partícula que constitui o disperso, a dispersão
assume características diversas, sendo classificada em três tipos : soluções,
colóides e suspensões.
A classificação acima é feita de acordo com o diâmetro médio das
partículas dos disperso:

Tipo de dispersão Tamanho da partícula dispersa


Solução verdadeira entre 0 e 10-9 m (1 nanometro)
Colóide entre 10-9 e 10-6 m (1 à 103 nanometro)
Suspensão acima de 10-6 m (acima de 103 nanometro)

Como características gerais dos três tipos de dispersões podemos


mencionar que:

a) soluções verdadeiras ou soluções:


- o disperso (soluto) é constituído de átomos, íons ou pequenas
moléculas;
- pelas reduzidas dimensões do disperso (soluto), as soluções
verdadeiras sempre serão sistemas homogêneos, sendo que as
partículas não são visíveis mesmo com equipamentos óticos de alta
resolução e ampliação;
- não há sedimentação das partículas e não é possível a sua
separação por nenhum tipo de filtro;
Exemplos:
- sacarose em água, NaCl em água, etanol em água, atmosfera
(isenta de poeira), etc.

b) colóides:
- o disperso é constituído por aglomerados de átomos, moléculas ou
íons ou, até mesmo, por macromoléculas;
- as partículas do disperso são visualizáveis em equipamentos óticos
(microscópios) de alta resolução (ampliação);
- as partículas podem ser separadas por ultracentrifugação (elevado
número de RPM) ou por ultrafiltração (filtros cujo diâmetro do poro é
bastante reduzido);
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Exemplos: leite, gelatina em água, fumaças em geral, neblina, etc.

c) suspensões:
- o disperso é constituído de grandes aglomerados de átomos ou
moléculas;
- as partículas do disperso são visíveis em microscópio comum,
constituindo-se em sistemas heterogêneos;
- as partículas do disperso sedimenta-se por ação da gravidade ou em
centrífugas comuns podendo, também, ser separadas por filtros
comuns de laboratório;
Exemplos: poeira no ar.

1 .2 . Es t u d o d a s So l u ç õ e s v e r d a d e i r a s o u So l u ç õ e s

Dentre os sistemas dispersos, as soluções verdadeiras ou simplesmente


soluções são extremamente importantes no cotidiano do química, pois nas
atividades mais comuns de laboratório (análises, sínteses, separações,
formulação de produtos, etc) o químico trabalha com soluções que, em geral, são
aquosas.

1.2.1. Formação de Soluções

Quando uma solução é formada ocorre uma disseminação espontânea de


uma substância no interior de outra, originando um sistema mais entrópico
(desorganizado) que as substâncias originais.

substância A substância B mistura A + B (solução)

lllll OOOO l Ol Ol O lO l O

lllll OOOO Ol Ol O l Ol Ol

lllll OOOO lO lO lOl lO

parede de separação removendo a parede

A força “motriz” para esse processo de mistura é a tendência espontânea


para um estado de maior desordem molecular (maior entropia).

Para que ocorra o processo da dissolução é necessário que as partículas


do soluto e do solvente apresentem atrações entre si decorrentes de forças de
natureza eletrostática.
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Em geral as forças atrativas dependem do tipo de soluto e solvente.

Assim quando dissolvemos


etanol (C2H5 – OH) em água, em
virtude da presença do grupo O–H
na água e no etanol a força
atrativa entre essas moléculas é a
Ponte de Hidrogênio ou Ligação
de Hidrogênio.

Se a cadeia carbônica aumenta, diminui a polaridade da molécula do álcool


e, com isso, a sua solubilidade em água, por concorrência de forças Van Der
Waals dipolo induzido – dipolo induzido.
- metanol, etanol e propanol à altamente solúveis em água;
- butanol à solubilidade 0,12 mols/100 g de água;
- pentanol à solubilidade 0,031 mols/100 g de água.
Esse mesmo tipo de interação irá ocorrer naquelas moléculas que
apresentam grupos hidroxila ou amina (O – H ou N – H), como é o caso dos
álcoois de pequena cadeia carbônica, ácidos carboxílicos, aminas e amidas. Nos
glicídios (glicose, frutose, sacarose,...) a presença dos diversos grupos hidroxila
ao longo da cadeia carbônica desses compostos também justifica a sua grande
solubilidade em água. Com exceção dos ácidos carboxílicos, nas demais
substâncias ocorre apenas o processo de dissolução, sem ionização.

O fenômeno é, portanto,
explicado pela hidratação sofrida
pelas extremidades polarizadas
da molécula.

A extremidade negativa da
molécula da água (localizada no
átomo de oxigênio) direciona-se
para a região de densidade
positiva da molécula polar e as
extremidades de carga positiva
(localizadas nos átomos de
hidrogênio) direcionam-se para a
região de densidade negativa.
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Quando dissolvemos um cristal de NaCl em água, além do processo da


dissolução ocorre a dissociação iônica do soluto, sendo que os íons originados
apresentam-se, na solução, “engaiolados” por moléculas do solvente (hidratação
ou solvatação), unidos por forças atrativas do tipo íon – dipolo.
Os compostos iônicos se dissolvem na água quando as forças de atração
entre os dipolos da H2O e os íons são maiores que as forças de atração entre os
íons no cristal.

Nas bordas e
quinas do cristal as forças
atrativas entre os íons são
menos intensas,
favorecendo a interação
com as moléculas do
solvente.
Conforme as
moléculas de água vão
retirando os íons do
cristal, novos íons são
expostos e o processo
continua, dissolvendo o
cristal iônico. A camada de
moléculas orientadas que
cercam um íon ajuda a
neutralizar a carga do
mesmo e serve para
impedir os íons de carga
oposta a se atraírem,
formando uma espécie de
blindagem.

A orientação espacial das moléculas de solvatação é definida para um


determinado tipo de íon.
Por exemplo:
- o íon Na+ hidrata-se com seis moléculas de água, o mesmo
ocorrendo para o íon Cl-;
- o íon Al+3 hidrata-se com oito moléculas de água.

Nas soluções de solutos apolares em solventes polares, como é o caso de


gases (O2, CO2, etc...) justifica-se a solubilidade a partir de interações de Van Der
Waals do tipo dipolo permanente – dipolo induzido. Nesse caso temperatura e
pressão são fatores que concorrem significativamente para explicar a sulubilidade
de um gás apolar na água, o que, até certo ponto, contradiz a regra de
solubilidade de que “semelhante dissolve semelhante”.
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1.2.2. Classificação das Soluções

As soluções podem ser classificadas segundo os critérios:

a) quanto ao estado físico:


- sólidas: ligas metálicas (aço = Fe, C, Mn; latão = Cu e Zn; bronze = Cu e
Sn,..), medicamentos (comprimidos),...
- líquidas: bebidas não gaseificados, bebidas alcoólicas, água mineral sem
gás, soro fisiológico,...
- gasosas: ar (isento de poeira), GLP (vazado),..

*** misturas gasosas sempre são homogênas !!!

b) quanto à natureza do soluto:


- moleculares: as partículas do soluto são moléculas.
H2O
ex.: C12H22O11(sólida) £“ C12H22O11(aquosa)

- iônicas: as partículas do soluto são íons.


H2O
ex.: NaCl (sólido) £“ Na+(aquoso) + Cl-(aquoso)

c) quanto ao Coeficiente de Solubilidade (C.S.):

*** O Coeficiente de Solubilidade representa a maior massa que pode ser


dissolvida em certa quantidade padrão de um solvente, em determinada temperatura.

ex.: NaCl = 35,7 gramas/100 gramas de H2O à 00C.

CaSO4 = 0,2 gramas/100 gramas de H2O à 00 C.

AgNO3 = 122 gramas/100 gramas de H2O à 00 C.

O Coeficiente de Solubilidade varia com a temperatura e, no caso de


substâncias gasosas, varia com a pressão. A influência da temperatura sobre a
solubilidade varia de uma substância para outra. As curvas de solubilidade são
obtidas experimentalmente.
No caso de um gás a solubilidade é inversamente proporcional ao aumento da
temperatura, isto é, diminui a solubilidade com o aumento da temperatura e
diretamente proporcional à pressão.
Por esse motivo os peixes, nos dias quentes de verão preferem permanecer
na sombra, sob as pedras e em locais mais profundos.

A influência na pressão é evidenciada pela Lei de Henry:

C = k.P
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onde:
- C é a concentração de gás dissolvido;
- k é uma constante de proporcionalidade;
- P é a pressão exercida sobre o sistema.

O gráfico a seguir mostra, para solutos sólidos, a influência da temperatura na


solubilidade.

Para a maior
parte dos sais a
solubilidade aumenta
com o aumento da
temperatura, com
exceção do Ce2(SO4)3.
De todos os
sais representados no
diagrama ao lado o
NaCl é aquele que a
variação de
temperatura exerce a
menor influência na
solubilidade e o KNO2
e CaCl2 aqueles sais
cuja solubilidade é
mais fortemente
influenciada pela
variação de

Quanto ao C. S. as soluções podem ser:


- insaturadas: a quantidade de soluto dissolvido é inferior ao C.S.
ex.: 3,0 gramas de NaCl/100 gramas de H2O à 00C.
- saturadas: a quantidade de soluto dissolvido é igual ao C. S.
ex.: 35,7 gramas de NaCl/100 gramas de H2O à 00 C.
- super-saturadas: são soluções obtidas por técnicas especiais, nas quais a
quantidade de soluto dissolvido é superior ao C. S.
No preparo de tais soluções aquece-se a solução na qual haja corpo de fundo
do soluto até uma temperatura na qual ocorra total dissolução, resfriando-se, após,
de forma gradativa, até alcançar a temperatura de referência com o excesso de
soluto dissolvido.
Estas soluções são muito instáveis, podendo o excesso de soluto precipitar
(sedimentar) por agitação mecânica, choque brusco de temperatura ou adição de um
“germen de cristalização”.
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1.2.3. Preparação de soluções

Na atividade de laboratório, seja em nível acadêmico ou na própria


indústria, as substâncias são utilizadas, de modo geral, na forma de soluções.
Numa solução, além da proporção entre a quantidade de soluto e de
solução (ou solvente), expressa na forma de uma “concentração” , é indispensável
que se conheçam características específicas de cada soluto, na preparação
adequada dessa solução.
Dependendo da utilização da solução as mesmas devem ser consideradas
segundo duas características básicas:
a) soluções padrão: usadas para fins analíticos contendo uma quantidade
exatamente conhecida de um reagente qualquer, na unidade de volume.
Essa concentração é expressa com exatidão (quatro decimais)

ex.: 0,1538 g/L (massa/volume)


0,8543 mol/L (número de mols/volume)

b) soluções não padronizadas: usadas para fins não analíticos sendo


sua concentração aproximada. Não é requerida a mesma exatidão, com
relação às soluções padronizadas (um ou dois decimais)
ex.: 0,5 g/L (massa/volume)
1,0 mol/L (número de mols/volume)

O título das soluções padrão deve ser conhecido com grande exatidão. O
grau de exatidão requerido é maior do que o correspondente aos trabalhos
analíticos mais comuns. Assim sendo é desejável que o título das soluções padrão
possa ser determinado com um erro inferior a 0,1 %. Maiores detalhes serão
tratados nas disciplinas de Química Analítica Quantitativa.
A preparação de uma solução padrão requer, direta ou indiretamente, o uso
de um reagente quimicamente puro e com composição perfeitamente definida. Os
reagentes com semelhantes características são denominados, comumente,
padrões primários. São os seguintes os requisitos principais exigidos de um
padrão primário:
a) a substância deve ser de fácil obtenção, purificação, dessecação e
conservação;
b) não pode ser volátil;
c) as impurezas devem ser facilmente identificáveis com ensaios
qualitativos de sensibilidade conhecida;
d) a substância não deve ser higroscópica (absorver umidade do ambiente)
ou eflorescente;
e) deve ser bastante solúvel.

O número de padrões primários é relativamente limitado. São exemplos:


carbonato de cálcio, tetraborato de sódio, ácido benzóico, cloreto de sódio (após
dessecação a peso constante), nitrato de prata, tiocianato de potássio, ácido
oxálico, oxalato de sódio e dicromato de potássio.
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Quando o reagente com que se tem de preparar a solução é um padrão


primário, recorre-se a técnica direta que consiste na pesagem, em balança
analítica, da massa que se requer da substância, dissolução e diluição a um
volume conhecido em balão volumétrico aferido. No rótulo deverá constar a
espécie química, seu título, a data de praparação e seu preparador, conforme
modelo.
Embora o Sistema Internacional de unidades recomende para o volume a
unidade metro cúbico utilizamos o volume expresso em litro (L).
As ilustrações a seguir indicam alguns dos equipamentos utilizados na
titulações (bureta, pipeta volumétrica, erlenmeyer,...) a técnica correta de leitura,
de transferência de alíquotas com a pipeta volumétrica e transferência de solução
para o balão volumétrico.

Leitura correta da bureta Transferência de solução

Transferência de líquido para o balão Como rotular a solução !

FACULDADE DE QUÍMICA – PUCRS

HCl
M = 0, 2574 mol/ L
Linus Pauling 06/06/1966

Química Geral e Inorgânica II


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Quando o reagente não é padrão primário (por exemplo, o ácido clorídrico,


os hidróxidos alcalinos e de amônio, o permanganato de potássio,...) a preparação
direta da solução não é possível.
Recorre-se, então, à técnica indireta, que consiste em preparar,
inicialmente, uma solução com concentração aproximada à desejada e, depois,
padronizá-la, isto é, determinar com exatidão o sei título em relação a um padrão
primário adequado ou com referência a uma outra solução padrão.
Por exemplo, o ácido clorídrico não é padrão primário e a sua solução pode
padronizada através de um padrão primário, como é o caso do carbonato de
sódio. A seguir esta solução (já padronizada) pode ser usada para titular
hidróxidos alcalinos (como por exemplo o hidróxido de sódio).
Na padronização devem ser obedecidas as seguintes condições:
a) é preciso dispor de um padrão primário adequado ou solução
padronizada;
b) o peso do padrão primário não pode ser demasiadamente pequeno, em
virtude do erro inerente ao aparelho de pesagem;
c) o volume de solução gasto na padronização não deve ser pequeno
demais, pois cada leitura na bureta está sujeita a um erro de 0,01 mL e
um erro de escoamento de 0,02 mL, podendo o erro total chegar a 0,04
mL e, portanto, para garantir uma exatidão de 0,1% é preciso que o
volume de solução gasto na titulação não seja inferior a 40 mL.

*** Obs.: como o objetivo em nossa disciplina não é esgotar o


assunto e sim mostrar características principais no prepa –
ro de soluções, eventualmente o critério acima poderá não
ser verificado !!!

1.2.4. Conservação das Soluções Padrão

Como já afirmamos anteriormente as soluções não são conservadas em


balões volumétricos (são usados somente na preparação). As soluções padrão
devem ser conservadas de maneira a manter inalterado seu título tanto quanto
possível.
Algumas soluções são altamente estáveis e outras não.
Por exemplo, uma solução 0,1 eqg/L de dicromato de potássio é
indefinidamente estável. As soluções de ácido clorídrico, nítrico e hidróxido de
amônio, por serem estes solutos voláteis, tem duração limitada. As soluções de
hidróxidos alcalinos reagem com o CO2 presente no ar formando carbonatos.
Estes carbonatos solidificam no gargalo dos frascos de depósito e se os mesmos
tiverem tampas de vidro esmerilhado, a presença de carbonatos irá emperrar as
referidas tampas, sendo aconselhável o uso de tampas com rolha de borracha ou
polietileno ou rosqueadas. Aconselha-se o frasco escuro para evitar a
decomposição fotoquímica, o que ocorre com facilidade em soluções de peróxido
de hidrogênio e permanganato de potássio.
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1 .3 . Pr i n c i p a i s Ex p r e s s õ e s d e Co n c e n t r a ç ã o

A “concentração” de uma solução representa uma relação entre a


quantidade do soluto e, em geral, a quantidade de solução sendo que essas
quantidades podem ser expressas em massa, número de mols, volume, número
de moléculas, etc.
As principais formas de representar as concentrações são do tipo
massa/volume, massa/massa, volume/volume, número de mols/volume, número
de mols/massa e, assim, por diante.
Assim, quando analisamos a composição de uma água mineral, a qual
expressa a quantidade de um constituinte, por exemplo
Carbonato de sódio = 127 mg / L
nos indica uma relação massa / volume.
Já na composição do soro fisiológico, usado para limpeza e conservação de
lentes de contato, a composição indica 0,9 % de NaCl. Isso significa uma relação
massa / massa onde há, para cada 100 gramas de solução, 0,9 gramas do soluto
(NaCl) sendo o restante 99,1 gramas de solvente (água). Nesse caso,
especificamente, como se trata de uma solução muito diluída e aquosa o mesmo
valor percentual massa / massa também corresponde, aproximadamente, ao valor
da relação massa / volume, em virtude da massa específica do solvente (água) ser
unitário (1,0 grama / mL).

1.3.1. Concentração Comum ou Concentração ( C )

Representa a razão entre a massa do soluto (em gramas) e o volume de


solução final (em litros).

C=
m
1 ( Unidades: gramas/litro )
V
Aplicação
œ Que massa de bicarbonato de sódio há em 750 mL de uma solução que
apresenta uma concentração de 107 mg / L ?

1.3.2. Concentração em Massa ou Título em Massa ou Título ( t )

Representa a razão entre a massa do soluto (gramas) e a massa da


solução (gramas).

t m= m
m m +m
1 1
= ( não tem unidades = adimensional )
1 2

É comum expressar o Título em Massa sob a forma percentual. Assim


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t% = t . 100
Aplicação
œ Uma solução aquosa de ácido sulfúrico apresenta Título percentual 15
%. Que massa dessa substância há em ½ quilograma dessa solução ?
Qual a massa de solvente presente ?

1.3.3. Relação entre C e t


Lembrando que:

C=
m t m= m
m m +m
1 1 1
e =
V 1 2

C / t = m1/ V
dividindo uma expressão pela outra resulta:
/ m1/m
C/t = m/ V = m (massa específica)
que simplificando torna-se

.t
ou, então
C =m
Usualmente expressa- se a massa específica (ou densidade absoluta) em
grama / cm3 ou grama / mL e a Concentração em grama / litro. Portanto para que
a expressão acima represente “Concentração” a mesma deverá ser multiplicada
pelo fator de conversão 1000 mL / L, na forma

C =m . t . 1000 (mL/L)
e dessa forma a Concentração terá como unidade resultante grama / litro.

1.3.4. Concentração em Volume ou Título em Volume (t v )

Representa a razão entre o volume de solvente e o volume de solução.


Historicamente essa forma de concentração tem sido expressa como o G L (graus
Gay-Lussac) utilizada para representar a percentagem volumétrica de etanol em

tv
bebidas alcoólicas.
= V1 / V = V1 / V1 + V2 (adimensional)

Aplicação
œ Que volume de etanol há numa garrafa de 750 cm3 de Jack Daniel´s ?
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1.3.5. Concentração em “partes por milhão” (ppm)

Corresponde a uma forma de Concentração Comum (gramas/litro) aplicada


para soluções muito diluídas, em geral aquosas, cujo significado equivale a 1
grama de soluto para cada 106 gramas de solução.
Assim uma solução, na qual a quantidade de soluto seja de 15 ppm
significa que há 15 gramas da substância para cada 106 gramas de solução.

Demonstre que: 1 ppm = 1 mg / litro !!!

1.3.6. Concentração em fração molar ( x1 )

Corresponde a razão entre o número de mols de um componente qualquer


e o número de mols total da mistura.
Essa expressão de concentração é muito utilizada para misturas de gases
como, por exemplo, para definir a composição da atmosfera. Assim

X1 = n = n onde n1 = m
n +n +n
1 1 1
( X1 = adimensional )
1 2 3 n M 1

Aplicação
œ Uma solução aquosa de NaOH tem fração molar 0,15 . Qual seu Título
em massa ?

1.3.7. Concentração em Quantidade de Matéria ou em Molaridade ( M )

Corresponde à razão entre o número de mols do soluto e o volume total da


solução.

n m C m.t .1000
M = 1
= 1
= = ( Unidade: mol / L = molar = M)
V M .V1 M M 1

A expressão de concentração expressa em molaridade é a mais empregada


dentre todas as formas usadas na Química.

Aplicação
œ A solução dos líquidos de baterias de automóveis consiste de água e
ácido sulfúrico em concentração 3,95 mol / litro, aproximadamente.
Sabendo que numa bateria comum a quantidade de solução é de 800
mL, que massa desse ácido estará ali contida ?
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1.3.8. Concentração em Molalidade ( W ) W = weight = peso

Corresponde à razão entre o número de mols do soluto e a massa, em


quiligramas, de solvente. Observe que a molalidade é a única expressão de
concentração que relaciona a quantidade de soluto com a quantidade de solvente
e não de solução.

W= n 1
= m 1
=
m .1000
1
( Unidades: mol/quilo ou molal)
m 2 M .m Mm
Ä Ä Ä
1 2 1 2

em quilo em quilo em grama

Na última expressão o valor numérico 1000 na realidade corresponde ao


fator de correção 1000 g / quilograma, quando a massa do solvente for dada em
grama.
A concentração expressa em Molalidade é comumente empregada no
estudo dos efeitos coligativos das soluções.

Aplicação
œ Uma solução de ácido sulfúrico apresenta título em massa igual a 15 %.
Qual a sua Molalidade ?

Para soluções aquosas diluídas M = W .


J ust if ique !!!

1.3.9. Concentração para espécies iônicas

Como podemos determinar as concentrações molares dos íons Na+ e SO4-2


para uma solução de concentração 27,2 gramas / Litro desse sal ?

Idem para as concentrações dos íons H+ e SO4-2, numa solução 0,75 mol / L
desse ácido, supondo um grau de dissociação (a) igual a 85 % do ácido ?
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1 .4 . Di l u i ç ã o e M i s t u r a s d e So l u ç õ e s

1) Diluição: diluir uma solução consiste em adicionar solvente, sem modificar


a quantidade de soluto.

+ Vágua

Solução inicial Solução final


m1, V, C + Vágua m1, V , C
Ä Ä
m1= C.V m1= C . V

Como a massa do soluto é a mesma, conclui-se que:

C . V = C ‡. V ‡
De modo semelhante, pode ser demonstrado que:

M . V = M ‡. V ‡
t.m = t ‡. m ‡
Na Concentração de uma solução o solvente é “removido “ por evaporação,
mantendo constante a quantidade de soluto. As expressões são as mesmas da
Diluição. A diferença ocorre no volume final:

Diluição: V > V ; V = V + Vágua


 

Concentração: V < V ; V = V - Vágua


 

2) Mistura (mesmo soluto): na mistura de soluções do mesmo soluto não há


reação entre as soluções misturas.
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(1) (2) (3)

Solução 1 + Solução 2 = Solução final

m1, V , C m1 , V , C m1 , V , C
Ä Ä Ä
m1= C.V m1 = C .V m1 = C .V

A massa de soluto na solução final é a soma das massas nas soluções 1 e 2,


portanto:

m1 + m1 = m1
  

logo:

C.V + C ‡.V ‡ = C ‡‡.V‡‡

De modo semelhante pode ser demonstrado que:

M . V + M ‡ . V ‡ = M ‡‡. V ‡‡
t . m + t ‡. m ‡ = t ‡‡ . m ‡‡

A relação anterior pode ser aplicada para uma mistura de qualquer número de
soluções. Generalizando:

Cx . Vx = S C . V

M x . Vx = S M . V

tx . mx = S t . m
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3) Mistura (solutos diferentes): neste caso ocorre reação entre os


constituíntes.

ex.: solução de HCl misturada com solução de NaOH.


Neste caso, para que a reação seja completa entre os solutos os volumes
misturados devem obedecer à relação estequiométrica corresponde à reação.

HCl + NaOH £“ NaCl + H2O


1 mol 1 mol 1 mol 1 mol

Portanto, no ponto final dessa reação:

nácido = nbase à M a . Va = M b . Vb

ex.: solução de H3PO4 misturada com solução de NaOH.

H3PO4 + 3 NaOH £“ Na3PO4 + 3 H2O


1 mol 3 mols 1 mol 3 mols

No ponto final dessa reação:

nbase = 3 nácido à M b . Vb = 3 M a . Va

ex.: solução de H2SO4 misturada com solução de KOH.

H2SO4 + 2 KOH £“ K2SO4 + 2 H2O


1 mol 2 mols 1 mol 2 mols

No ponto final dessa reação:

nbase = 2 nácido à M b . Vb = 2 M a . Va

O principio acima descrito consiste de um método volumétrico de


determinação da concentração de bases através do volume gasto de ácido, de
molaridade conhecida e vice-versa.

Este processo é denominado Titulação ou Padronização.

O ponto final das reações de neutralização pode ser visualizado através da


adição de indicadores ácido-base (fenolftaleína, tornassol, azul de bromo timol, ...)

Este principio não é válido somente para reações ácido-base, mas para
qualquer tipo de reação, desde que se conheça a equação química correspondente e
seu respectivo ajuste (coeficientes).
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A figura ao lado mostra como pode ser


determinada a concentração de uma solução
usando-se a sua reação com outra, de molaridade
conhecida.
Na bureta coloca-se a solução de
concentração conhecida, a qual é adicionada a
uma alíquota (porção) de solução de concentração
a determinar (em geral 25 mL).
No ponto final da reação o indicar muda de
coloração e pelo volume gasto na bureta podemos
estabelecer as quantidades , em mols, que
reagiram entre sí, através das expressões acima
mencionadas.

1 .5 . Ex e r c íc i o s

1.5.1. Propriedades dos líquidos.

1) Em função das forças interativas moleculares como se pode explicar:


1.1. a elevada tensão superficial da água.
1.2. a dilatação anormal (anômala) do gelo.

2) Como toda a criança, você, provavelmente, já deve ter enchido um copo acima
da sua borda. Como se explica o fato do mesmo não transbordar?

3) A acetona (CH3COCH3) é um líquido muito mais volátil do que a água, fato


esse comprovado pelo seu ponto de ebulição ser bastante inferior (53,6o C).
Como esse fenômeno pode ser explicado ?

4) Porque a água quente evapora mais rapidamente do que a água fria ?

5) A miscibilidade (solubilidade) do etanol (CH3CH2OH) é infinita, em água. A


solubilidade é decorrente de forças atrativas entre as moléculas das
substâncias envolvidas. Nesse caso qual é o tipo de força atrativa ?

6) Valendo-se de qualquer bibliografia de Química Geral, investigue a respeito do


diagrama de fases da água pura bem como do significado do ¨ponto triplo da
água¨.
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7) A solubilidade de gases em líquidos não mostra o mesmo comportamento do


que a dos sólidos. Varia diretamente com a pressão (Lei de Henry) e
inversamente com a temperatura. Em função disso explique porque os peixes
procuram os lugares mais profundos e sombrios durante as tardes de verâo ?

8) O que ocasiona a ¨descompressão¨em mergulhadores ?

1.5.2. Preparação de soluções

1) Na preparação de uma solução, quando é que um soluto pode ser considerado


um padrão primário ?

2) Enumere algumas características de um padrão secundário, citando, pelo


menos, 5 exemplos de solutos que mostrem essas características ?

3) Porque as soluções, mesmo as de padrões secundários, devem ser


preparadas em balões volumétricos e não em bequer graduado ?

4) Investigue a respeito de duas soluções que devem ser obrigatoriamente


conservadas em frasco escuro, ao abrigo da luz, justificando tal procedimento
em cada caso.

5) Qual a diferença entre uma pipeta graduada e uma pipeta volumétrica,


ambas de mesma capacidade ?

1.5.3. Concentração das soluções

1) Procure estabelecer o significado para as expressões de concentração


encontradas em algumas soluções de nosso cotidiano:
œ Soro fisiológico : NaCl a 0,9 %
œ Água oxigenada a 10 volumes
œ Graduação alcoólica do conhaque 380 GL.

2) Sabendo-se que a solubilidade do NaCl, a 100o C é de 39,0 g/100 g de água e,


a 20o C é de 36,0 g/100 g de água, calcule qual a massa de água necessária
para dissolver 780 g de NaCl à 100o C e qual é a massa de NaCl que
permanecerá dissolvida quando essa solução for resfriada até 20o C ?
Resposta: mágua = 2000 g ; mNaCl = 720,0 g

3) A fração molar do ácido sulfúrico é 0,10, numa solução aquosa. Qual a


Concentração em massa (Título) da mesma ?
Resposta: 37,6 %
19

4) O álcool hidratado usado como combustível apresenta em média cerca de 3,7


% em massa de água dissolvida no álcool. Qual o valor da fração molar do
soluto nessa solução ?
Resposta: 0,089

5) O ácido sulfúrico para acumuladores (baterias) de automóveis tem 32 % em


massa de ácido; o resto é água. A massa específica dessa solução é 1,2 g/mL.
Qual a Molaridade de ácido sulfúrico na solução ?
Resposta: 4,0 mol/L

6) Formalina é uma solução para preservação usada em biologia. Ela contém 40


cm3 de formaldeído (H-CHO), massa específica 0,82 g/cm3, por 100 gramas de
água. Qual a Molalidade dessa solução ?
Resposta: 10,93 mol/kg de água

7) A graduação alcoólica do “ whiskey “ bourbon (destilado de malte e milho),


produzido, principalmente, nos estados do Tenessee e Kentucky (USA),
corresponde ao dobro da porcentagem em volume de álcool (C2H5OH). Para
uma graduação 120 do whiskey bourbon, qual a molalidade do álcool etílico ?
(massa específica do etanol = 0,80 g/mL)
Resposta: 26,08 mol/kg

8) Qual a massa de cloreto de cálcio (CaCl2) que deve ser dissolvida em 400
gramas de água para produzir uma solução de título 20% ?
Resposta: 100 g

9) O bactericida permanganato de potássio, KmnO4, pode ser usado em água


dissolvido na proporção em massa de 1 : 40.000. Que volume de água será
necessário dissolver 1 comprimido de 0,1 gramas de permanganato para
produzir a solução acima ?
Resposta: 4 l de água

10) Em média, as cervejas apresentam teor alcoólico (etanol) de 4% (40 GL). Qual
o volume, em litros, de etanol, existente num tonel de 10.000 L de cerveja ?
Resposta: 400 mL

11) Uma solução cuja densidade é 1,15 g/mL foi preparada dissolvendo-se 160 g
de NaOH em 760 mL de água. Determine a massa e o volume da solução
obtida.
Respostas: m = 920 gramas ; V = 0,8 L

12) Segundo os padrões modernos de controle ambiental, uma água natural de


superfície não pode conter mais de 0,78 mg de cromo por litro. Qual a
concentração limite para o cromo em mol/L ?
Resposta: 1,5 . 10-5 mol/L
20

13) O rótulo de uma solução de ácido clorídrico comercial indica HCl 37,4 % em
peso e massa específica 1,18 g/mL. Qual a molaridade do HCl nessa solução?
Resposta: 12 mol/L

14) Um mL de solução 1,0 M de ácido clorídrico equivale a 20 gotas. Qual o


número de mols de HCl presentes em 1,0 gota ?
Resposta: 5,0 . 10-5 mol

15) Certa massa de sulfato férrico foi dissolvida para perfazer 1,0 litro de solução.
O número total de partículas dispersas na solução, considerando o soluto
totalmente dissociado, foi igual a 6,02 . 1022 (0,1 N0). Qual a Molaridade da
solução em função do Fe2(SO4)3 ?
Resposta: 2,0 . 10-2 mol/L
16) A solução aquosa de cloreto de sódio, vendida no comércio e usada como
colírio ou para limpar lentes de contato, apresenta Título igual a 0,9 %. Qual a
massa de NaCl contida em 1,0 litro dessa solução ?
Resposta: 9,0 gramas

17) Um analgésico em gotas deve ser ministrado em quantidade de 3 mg por


quilograma de massa corporal, não podendo, entretanto, exceder a 200 mg por
dose. Sabendo-se que cada gota contém cerca de 5 mg do analgésico,
quantas gotas deverão ser ministradas a um paciente de 70 quilogramas ?
Resposta: 40 gotas

18) O rótulo de uma água mineral distribuída para o consumo informa que ela
contém principalmente 696,35 mg de bicarbonato de sódio (NaHCO3), além de
outros componentes. Qual a concentração do bicarbonato de sódio, expressa
em mol/litro dessa água mineral ?
Resposta: 0,008 mol/L

19) Uma solução de Cr2(SO4)3, apresenta uma concentração de 0,2 mol/L.


Supondo o sal totalmente dissociado, qual a molaridade em relação aos íons
presentes ?
Respostas: Cromo = 0,4 mol/L ; Sulfato = 0,6 mol/L

20) A água potável pode ter no máximo 1,0 ppm de chumbo. Qual a maior massa
de chumbo que pode existir em 0,50 L de água potável ?
Resposta: 5,0 . 10-4 gramas
21

1.5.4. Diluição e Misturas de Soluções

* Diluição

1) A 50 gramas de uma solução de ácido sulfúrico de 63% em massa são


adicionados 400 g de água. Qual a porcentagem de ácido na solução diluída
obtida ?
Resposta: 7 %

2) Que volume de água, em mL, deve ser adicionado a 80 mL de solução aquosa


0,1 M de uréia, para que a solução resultante seja 0,08 M ?
Resposta: 20 mL

3) Que volume de ácido sulfúrico 20% em massa e densidade 1,139 g/mL é


necessário para preparar 50 mL de solução a 5% em massa e densidade 1,032
g/mL ?
Resposta: 3,40 mL

4) Que volume de ácido clorídrico 0,25 mol/L poderemos obter pela diluição de 50
mL de HCl de massa específica 1,185g/mL e que apresenta 36,5 de ácido
clorídrico, em massa ?
Resposta: 2,37 L

5) Foi adicionado certo volume de água a 100 mL de solução 1,0 M de NaOH, de


modo que a sua concentração ficou reduzida a 1/5 do valor inicial. Qual o
volume de água adicionado ?
Resposta: 400 mL

* Mistura de Soluções

1) Misturando-se 280 mL de uma solução 1/2 M de HCl com 200 mL de uma


segunda solução do mesmo ácido contendo 14,6 g de HCl puro num volume
de 500 mL, qual a Molaridade resultante ?
Resposta: 0,625 mol/L

2) Misturando-se 250 mL de ácido fosfórico, com massa específica 1,12 g/mL,


que contém 24,5% em massa de H3PO4, com 1/2 L de solução 0,2 mol/L do
mesmo ácido, qual a Molaridade resultante ?
Resposta: 1,06 mol/L

3) Uma solução aquosa 2 M de NaCl, de volume 50 mL, foi misturada a 100 mL


de outra solução do mesmo sal, de molaridade 0,5 M. Qual a molaridade da
mistura resultante ?
Resposta: 1,0 mol/L
22

4) Volumes iguais de duas soluções aquosas de NaOH de molaridades iguais a


0,4 e 0,8 mol/L, respectivamente, foram misturados e deram origem a uma
nova solução. Qual a molaridade e a concentração em g/L dessa nova solução
?
Respostas: 0,6 mol/L ; 24,0 g/L

5) Em um balão volumétrico de 1000 mL juntaram-se 250 mL de uma solução 2,0


M de ácido sulfúrico com 300 mL de solução 1,0 M do mesmo ácido e
completou-se o volume até 1000 mL, com água destilada. Qual a Molaridade
da solução resultante ?
Resposta: 0,80 mol/L

1.5.5. Soluções que Reagem entre si

1) Uma remessa de soda cáustica está sob suspeita de estar adulterada.


Dispondo de uma amostra de 0,5 gramas, foi preparada uma solução aquosa
de 50 mL. Essa solução foi titulada sendo consumidos 20 mL de uma solução
0,25 M de ácido sulfúrico. Qual a percentagem de impurezas da amostra de
soda, considerando-se que o ácido não reage com as impurezas.
Resposta: 20 %

2) Juntou-se 300 mL de solução HCl 0,4 mol/L à 200 mL de NaOH 0,8 mol/L. A
solução resultante será ácida, básica ou neutra ? (a) Qual a Molaridade em
relação ao reagente em excesso ? (b) Qual a Molaridade em relação ao sal
formado ?
Respostas: a solução resultante será básica; (a) 0,08 mol/L ; (b) 0,24 mol/L

3) 100 mL de solução de ácido sulfúrico 0,1 mol/L são adicionados a 500 mL de


NaOH 0,5 mol/L. Para que valor ficará reduzida a molaridade da solução
básica?

4) 30 mL de uma solução de H2SO4 quando misturados com uma solução de


BaCl2 produzem uma precipitado branco (sulfato de bário) que, lavado e seco
pesou 0,466 gramas. Qual a Molaridade da solução ácida ?
Resposta: 0,065 mol/L

5) Uma indústria adquiriu hidróxido de sódio como matéria-prima para a


fabricação de sabão, a qual apresentava impurezas inertes ao HCl. Certa
amostra de 3,0 gramas da base foi completamente neutralizada por 20 mL de
HCl 3,0 mol/L. Determine (a) a percentagem de pureza da base e (b) a massa
de material necessário para a preparação de 1,0 L de solução 1,0 mol/L ?
Respostas: (a) 80 % ; (b) 50 g
23

*** Testes de nivelamento (não serão corrigidos ou comentados)

1 - O limite máximo de “ingestão diária aceitável” (IDA) de ácido fosfórico, usado


como aditivo em alimento, é de 5 mg/kg de peso corporal. O volume de
refrigerante, em litros, contendo ácido fosfórico na concentração de 588 mg/L que
uma criança de 20 kg pode ingerir para atingir o limite máximo de IDA é
A) 0,10
B) 0,17
C) 0,25
D) 0,50
E) 1,00

2 - Um laboratorista possui um frasco contendo 200 mL de uma solução 0,4 M de


ácido nítrico. Para prosseguir em sua análise, ele necessita de uma solução 0,1 M
do mesmo ácido.
O volume de água, em mililitros, que deve adicionar a sua solução ácida para
obter a solução de concentração desejada é
A) 100 B) 400 C) 500
D) 600 E) 800

3 - Para neutralizar, exatamente, uma certa quantidade de um monoácido, foram


gastos 4,0 g de NaOH quimicamente puro. O mesmo efeito seria obtido pelo
emprego de
A) 2,9 g de hidróxido de magnésio.
B) 4,0 g de hidróxido de potássio.
C) 5,8 g de cloreto de sódio.
D) 7,4 g de hidróxido de cálcio.
E) 34,2 g de hidróxido de bário.

4 - Foi mergulhado 1,116 g de esponja de ferro (bombril) em 500 mL de uma


solução 0,1 M de CuSO4. Pode-se afirmar que ao final do processo
A) praticamente todos os íons Cu++ foram consumidos, sobrando ainda ferro.
B) todo o ferro foi consumido, sobrando íons Cu++ em solução.
C) todo o ferro foi oxidado a íons férrico e todos os íons Cu++ foram reduzidos a
Cu0.
D) a concentração de íons cúprico era igual à de íons férrico. não sobrando mais
esponja de ferro.
E) nada pôde ser observado, pois o íon Cu++ não oxida o ferro.

5 - Para neutralizar uma solução de ácido nítrico, contendo 12,6 g do ácido em


500 mL de solução, o volume necessário de solução de hidróxido de sódio 1,0 M é
A) 2 mL
B) 125 mL
C) 200 mL
D) 1250 mL
E) 2000 mL
24

6 - Misturam-se volumes iguais de duas soluções A e B de NaOH, de


concentração 1,0 mol/L e 2 mols/L, respectivamente, resultando uma solução C.
Adicionando-se 200 mL de água à solução C, obtém-se a solução D.
Sobre essas soluções pode-se afirmar que
A) C e D apresentam diferentes quantidades de soluto.
B) B e D tem concentrações iguais.
C) a concentração de C é 1,5 mols/L e a de D é maior do que 1,5 mols/L.
D) a concentração de C é 1,5 mols/L e a de D é menor que 1,5 mols/L.
E) A e B apresentam a mesma quantidade de soluto.

7 - Para preparar uma solução de hidróxido de sódio 2 M, deve-se


A) diluir, aproximadamente, 33 mL de solução de hidróxido de sódio 6 M com água
e completar a 100 mL.
B) diluir, aproximadamente, 50 mL de solução de hidróxido de sódio 3 M com água
e completar a 100 mL.
C) dissolver 100 g de hidróxido de sódio puro em água e completar a 1,0 litro.
D) dissolver 60 g de hidróxido de sódio puro em água e completar a 250 mL.
E) dissolver 4 g de hidróxido de sódio puro em água e completar a 100 mL.

8 - O vinagre é uma solução aquosa de ácido acético. Qual a concentração de


ácido no vinagre se foram gastos 30 mL de uma solução de NaOH 0,2 M para
titular 20 mL de vinagre?
A) 0,2 mols/L.
B) 0,3 mols/L.
C) 0,3 mols/mL.
D) 0,4 mols/mL.
E) 0,4 mols/L.

9 - Necessita-se preparar uma solução 0,02 M de NaCl, partindo-se de 20 mL de


uma solução 0,1 M do mesmo sal. O volume de água, em mL, que deve ser
adicionado para obter-se a solução com a concentração desejada é
A) 25 B) 40 C) 65 D) 80 E) 100

10 - Uma solução aquosa de ácido sulfúrico, para ser utilizada em baterias de


chumbo de veículos automotivos, deve apresentar concentração igual a 4,0 mol/L.
O volume total, em litros, de uma solução adequada para se utilizar nestas
baterias, que pode ser obtido a partir de 500 mL de solução de ácido sulfúrico de
concentração 18 mol/L, é igual a
A) 0,50 B) 2,00 C) 2,25 D) 4,50 E) 9,00

11 - 50 mL de uma solução 0,2 M de NaOH seriam completamente neutralizados


com
A) 20 mL de H2SO4 0,1 M
B) 25 mL de H2SO4 0,2 M
C) 25 mL de HNO3 0,2 M
D) 25 mL de HCl 0,1 M
E) 50 mL de HCl 0,1 M
25

12 - O volume, em mililitros, de solução de ácido clorídrico a 37% em massa de


densidade igual a 1,9 g/mL necessário para preparar 10,0 litros de solução 0,4
mol/L é, aproximadamente
A) 50
B) 78
C) 146
D) 208
E) 2.000

13 - O suco gástrico produzido pelo estômago durante o processo da digestão


apresenta ácido clorídrico numa concentração molar de 1,0 . l0-2 mol/L. Sabendo-
se que durante a digestão são produzidos cerca de 100 mL de suco gástrico, qual
a massa, expressa em gramas, de ácido contido nesse volume ?
A) 73,0.
B) 36,5.
C) 3,65.
D) 0,0365.
E) 0,073.

14 - O “soro caseiro” recomendado para evitar a desidratação infantil consiste de


uma solução aquosa de cloreto de sódio, 3,5 g/L, e de sacarose 11,0 g/L. A
concentração, em mol/L, do cloreto de sódio nessa solução e, aproximadamente
A) 0,03.
B) 0,04.
C) 0,06.
D) 0,10.
E) 0,15.

15 - Um aluno do curso de Química necessita preparar uma solução 0,20 M em


NaOH para ser utilizada em uma reação de neutralização. A forma correta de
preparação dessa solução seria dissolver _______g de NaOH em ______ L de
solução.
A) 2,0 0,50
B) 4,0 0,25
C) 4,0 0,50
D) 8,0 0,75
E) 8,0 1,50

16 - Foram adicionados 35,00 mL de água destilada a 15,00 mL de uma solução


0,50 M em KMnO4 . A molaridade desta nova solução é
A) 0,050.
B) 0,075.
C) 0,100.
D) 0,150.
E) 0,175.
26

17 - Um técnico necessita preparar uma solução aquosa de hipoclorito de sódio,


NaClO, 0,5 M, para o branqueamento de um tecido de algodão. No laboratório
foram encontrados somente 10,0 gramas do soluto e, portanto, o volume, em
litros, de solução obtida com a molaridade desejada é de, aproximadamente,
A) 0,27.
B) 0,50.
C) 2,70.
D) 3,70.
E) 5,00.

18 - Necessita-se preparar uma solução de fluoreto de sódio de concentração


igual a 12,6 g/L, aproveitando 200 mL de uma solução 0,9 M do mesmo sal. Para
isso deve se adicionar
A) 400 mL de água.
B) 600 mL de água.
C) 200 mL de água.
D) 0,3 mols do sal.
E) 6,3 g do sal.

19 - Solução salina normal é uma solução aquosa de cloreto de sódio, usada em


medicina porque a sua composição coincide com aquela dos fluídos do
organismo. Sabendo-se que foi preparada pela dissolução de 0,9 g do sal em 100
mL de solução, podemos afirmar que a molaridade da solução e,
aproximadamente,
A) 1,25.
B) 0,50.
C) 0,45.
D) 0,30.
E) 0,15.

20 - O Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), através da resolução no


20 de 18 de Junho de 1986, apresenta como limite para o cromo trivalente em
efluentes líquidos, 2 ppm, ou seja, 2 mg de Cr+3 por litro de efluente. A
concentração aproximada, em mols/L, desse metal é
A) 1,8 . 10-3.
B) 3,8 . 10-5.
C) 5,9 . 10-7.
D) 7,6 . 10-3.
E) 9,1 . 10-5.

21 - O soro fisiológico é uma solução de cloreto de sódio a 0,9 %. A quantidade


aproximada, em mol(s) de cloreto de sódio consumidos por um paciente que
recebeu 1.500 mL de soro fisiológico é
A) 0,12.
B) 0,23.
C) 0,46.
D) 1,35.
27

E) 13,5.

22 - 50,00 mL de uma solução 2,0 mols/L de MgCl2 são diluídos a 1,0 litro. A
concentração, em mol/L, de íons cloreto na nova solução é
A) 0,1.
B) 0,2.
C) 1,0.
D) 2,0.
E) 4,0.

23 - O ácido sulfúrico concentrado é um líquido incolor, oleoso, muito corrosivo,


oxidante e desidratante. No almoxarifado de um laboatório há disponível o ácido
sulfúrico de densidade 1,8 g/mL, contendo 90% de H2SO4, em massa. A massa de
ácido sulfúrico presente em 100 mL desse ácido concentrado é
A) 1,62 g.
B) 32,4 g.
C) 162 g.
D) 324 g.
E) 1620 g.

24 - Uma solução de ácido ascórbico (vitamina C), de fórmula C6H8O6, foi


preparada pela dissolução de 17,6 g em água suficiente para obter-se 2,0 litros de
solução. É correto afirmar que, nesta solução,
A) a concentração é de 0,10 mol/L.
B) em 10 mL estão contidos 5 . 10-4 mols do ácido.
C) para neutralizar 0,5 litros dessa solução, seria necessário 1,0 g de cloreto de
amônio.
D) adicionando mais 0,5 L de água, a concentração passaria para 0,4 molar.
E) evaporando-se parte do solvente, de forma que o volume fosse reduzido para
0,5 L, a concentração ficaria igual a 0,02 molar.

25 - Um químico preparou uma solução contendo os seguintes sais, com suas


respectivas concentrações em mols/L: cloreto de potássio 0,10, cloreto de
magnésio 0,20 e cloreto de cromo III 0,05. A concentração de íons cloreto, em
mol/L, nessa solução é
A) 0,35.
B) 045.
C) 0,55.
D) 0,65.
E) 0,75.

26 - A adição de 90 mL de água destilada a 10 mL de uma solução contendo KCl


e MgCl2 em concentrações iguais a 1,0 mol/L e 0,50 mol/L, respectivamente,
resulta numa mistura na qual
A) a concentração de íon cloreto é 1,5 mol/L.
B) a concentração do cátion magnésio e a de ânio cloreto são, respectivamente,
de 0,05 mol/l e 0,20 mol/L.
28

C) a concentração de cátion potássio e a de ânio cloreto são iguais a 0,10 mol/L.


D) a concentração de cátion potássio e a de cátion magnésio são,
respectivamente, de 0,90 mol/L e de 0,45 mol/L.
E) a concentração de cátion magnésio, a de ânion cloreto e a de cátion potássio
são iguais.

27 - Dissolveram-se 8 gramas de NaOH em uma quantidade de água suficiente


para preparar 200 mL de solução. Indique o volume de solução assim preparada
que será necessário para neutralizar 50 mL de uma solução de HNO3 0,1 mol/L.
A) 1 mL.
B) 5 mL.
C) 10 mL.
D) 25 mL.
E) 50 mL.

28 - Um aditivo para radiadores de automóveis é composto de uma solução


aquosa de etilenoglicol. Sabendo que em um frasco de 500 mL dessa solução
existem 5 mols de etilenoglicol (C2H6O2), a concentração comum dessa solução,
em g/L , é
A) 0,010.
B) 0,62.
C) 3,1.
D) 310.
E) 620.

29 - Em uma determinada amostra contendo ácido palmítico gastou-se 4m,0 mL


de NaOH 0,250 mol/L para neutralizá-lo.
Dados: Ácido palmítico = CH3(CH2)14COOH
Massa molecular = 256,00 u
A quantidade, em gramas, de ácido encontrada é de
A) 0,13
B) 0,26
C) 1,28
D) 2,56
E) 6,40

30 - Soluções de uréia, (NH2)2CO, podem ser utilizadas como fertilizantes. Uma


solução foi obtida pela mistura de 210 g de uréia e 1000 g de água. A densidade
da solução final é 1,05 g/mL. A concentração da solução em percentual de massa
de uréia e em mol/L, respectivamente, é

Percentagem em massa Concentração em mol/L


A) 17,4% 3,04
B) 17,4% 3,50
C) 20,0% 3,33
D) 21,0% 3,04
E) 21,0% 3,50
29

2 . EFEI T OS COL I GA T I V OS
Os Efeitos ou Propriedades Coligativas são modificações produzidas em
determinadas propriedades físicas dos solventes quando neles dissolvemos solutos
não voláteis.
Estas propriedades modificadas são: tensão ou pressão de vapor, ponto de
ebulição, ponto de congelamento e pressão osmótica.
Estas modificações só dependem do número de partículas dissolvidas e não
de sua natureza, isto é:
- um mol de moléculas de glicose (C6H12O6) exerce o mesmo efeito que um
mol de íons cloreto (Cl-) ou um mol de íons sódio (Na+).

Estes efeitos são explicados pela intensificação das forças interativas


moleculares, que modificam as energias envolvidas nos processos de evaporação,
ebulição e congelamento das soluções e, também, pela modificação da relação entre
o número de partículas do soluto e solvente, na interface de separação líquido-vapor.

1) Efeito Tonométrico ou Tonometria: mede o abaixamento relativo da


pressão de vapor do solvente, quando nele dissolvemos um soluto não-volátil.
A pressão de vapor pode ser entendida como aquela exercida pelas moléculas
do líquido em seu movimento espontânea e caótico, contra a interface de separação
líquido-vapor.
30

A pressão de vapor depende da temperatura e do tipo de solvente.

O quadro da página anterior mostra os valores das pressões de vapor para


diferentes tipos de líquidos, na temperatura de 25oC, tomando-se como referência a
pressão atmosférica normal.

No gráfico seguinte observa-se a variação da pressão de vapor de diferentes


líquidos, usados como solventes, em função da temperatura.

Num gráfico detalhado percebe-se como T influi na Pv da água.


31

Como já foi dito, a adição do soluto:

a) acentua ou intensifica as forças atrativas moleculares

b) diminui a superfície de evaporação do solvente, na interface

Num frasco fechado o líquido evapora até o momento em que ocorre um


estado de equilíbrio entre as moléculas que deixam a fase líquida para a de vapor e
as moléculas da fase de vapor que se condensam no líquido.
Num frasco aberto tal equilíbrio não ocorre mas a presença de moléculas do
líquido na atmosfera determina a velocidade dessa evaporação.

Considerando que:
P0 = pressão de vapor do solvente
P = pressão de vapor da solução ( < P0)

D P = abaixamento absoluto da pressão de vapor

D P / P0 = abaixamento relativo da pressão de vapor

o efeito tonométrico será:


32

D P / P0 = Kt . W
onde: Kt = constante tonométrica (depende do solvente)
W = molalidade da solução (mol/kg)

* Kt = M2 / 1000 (massa molar expressa em kg/mol)

2) Efeito Ebuliométrico ou Ebuliometria: estuda o aumento na temperatura


de ebulição do solvente quando nele dissolve-se um soluto não volátil.
Considera-se:
t0 = temperatura de ebulição do solvente puro
t = temperatura de ebulição da solução ( > t0)
D te = aumento da temperatura de ebulição

O efeito ebuliométrico será:

D te = Ke . W

onde: Ke = constante ebuliométrica (depende do solvente)


Ä
numericamente corresponde à diferença no ponto de ebulição
quando a Molalidade é 1,0 mol/kg de solvente

* Ke = R Te2 / 1000 Le
onde
R = constante dos gases, Te = temperatura de ebulição do solvente
puro e Le = calor latente de evaporação do solvente.

3) Efeito Criométrico ou Criometria: estuda a diminuição no ponto de


congelamento de um solvente quando nele dissolvemos um soluto não volátil.
Considerando que:
t0 = temperatura de congelamento do solvente puro
t = temperatura de congelamento da solução ( < t0)
D tc = abaixamento no ponto de congelamento da solução

O efeito criométrico será

D tc = Kc . W

onde: Kc = constante criométrica (depende do solvente)


Ä
numericamente corresponde à diferença no ponto de congelamento
da solução quando a Molalidade é 1,0 mol/kg de solvente
33

* Kc = R Tc2 / 1000 Lv

onde:
R = Te = temperatura de ebulição do solvente e Le = calor latente da
evaporação.

O diagrama de fases
ao lado mostra como a
adição de um soluto
afeta simultaneamente
a temperatura de
ebulição e a de
congelamento do
solvente, pela adição de
um soluto não volátil.

4) Efeito Osmométrico ou Osmometria : estuda a pressão osmótica de uma


solução separada de outra (ou de um solvente) por uma membrana semi-
permeável (m.s.p.).
A Osmose consiste na migração espontânea de solvente através da m.s.p.,
sempre que houver diferença de concentração entre as soluções, ocorrendo do meio
mais diluído (hipotônico) para o meio mais concentrado (hipertônico) até o momento
em que as duas concentrações se igualam.
A passagem de moléculas do solvente “pressionam” a m.s.p. e para evitar
esta passagem deve-se aplicar uma pressão igual e contrária, para evitar a osmose.

A figura ao lado mostra


que, para se estabelecer um
estado de equilíbrio entre as
duas soluções separadas pela
membrana semi-permeável
deverá ocorrer migração de
moléculas do solvente, de mais
acentuado, da solução diluída
para a concentrada.
Perceba-se que há
movimento de moléculas do
solvente para ambos os lados,
num processo dinâmico, até o
estabelecimento de um estado
de equilíbrio (isotonia).
34

A passagem de solvente através da m.s.p. pode ser evidenciada na


representação abaixo.

Esta pressão exercida é numericamente igual à Pressão Osmótica (p), a qual


depende da concentração e, também, da temperatura absoluta. A migração de
solvente só se interrompe quando as duas soluções se tornarem isotônicas.

A figura acima mostra como pode ser feita a medida experimental da pressão
osmótica, numa câmara osmométria.

A pressão osmótica, em analogia à pressão dos gases, pode ser calculada


pela expressão:

equação dos gases ideais pressão osmótica

P=
n RT p = M RT
V
onde: R = constante universal dos gases
T = temperatura absoluta
35

M = molaridade da solução
Ä
pode ser usada a Molalidade (W) se a solução for diluída

Para solutos iônicos (ácidos, bases e sais) os efeitos coligativos deverão ser
corrigidos de um “fator iônico”, chamado fator de Vant Hoff (i), o qual depende do


número de íons produzidos por molécula (q) e do grau de dissociação (a) da


substância e que pode ser calculado pela expressão:

i = 1 + a(q - 1)

*** se o soluto é molécular: a = 0 Ã i = 1


se o soluto é um sal : a = 1 Ã i = q

Portanto, se o soluto for iônico cada efeito coligativo deve ser multiplicado pelo
fator i resultando as seguintes expressões.

Tonometria DP / P0 = Kt . W . i Ebuliometria D te = Ke . W . i
Criometria D tc = Kc . W . i Osmometria p=M.R.T.i

Ex e r c íc i o s
1) Relacionando com o fenômeno da osmose explique quais os efeitos sobre um
peixe de água do mar se o colocarmos num aquário de água “doce” ?

2) Quando se adiciona açúcar a uma salada de frutas, aumenta o volume do


“caldo” . Explique o fenômeno ocorrido.

3) Porque em países muito frios é costume adicionar sal grosso sobre a neve
acumulada nas estradas ?

4) Pesquise sobre as aplicações da “osmose reversa” .

5) Porque uma salada de alface murcha, após algum tempo, se for temperada
com sal ?

6) Colocando-se duas amostras líquidas de igual volume para evaporação


espontânea, sendo a primeira de água pura e a segunda de salmoura (água e
cloreto de sódio), em qual das duas se observará maior redução de volume,
por evaporação da água ? Porque ?
36

7) Na preparação do charque, o gaúcho adiciona considerável quantidade de sal


grosso sobre a carne, com o intuito de conservá-la. Justifique porque esse
procedimento auxilia na conservação da carne.

8) A utilização de calda para a conservação de frutas (compotas) vale-se do efeito


osmótico. Investigue como funciona esse princípio de conservação.
*** Sugestão: consulte um professor que atue na área de Química Biológica.

9) Considerando-se mesma temperatura, qual o sistema que apresenta maior


velocidade de evaporação: a água do mar ou de um lago ? Porque ?

10) A superfície do Oceano Antártico freqüentemente se apresenta líquida, apesar


de sua temperatura estar bem abaixo de 0o C. Como se explica esse fenômeno
?

11) Qual o abaixamento relativo da pressão máxima de vapor de uma solução que
apresenta 10-3 mol de um soluto não iônico , por quilograma de água ?
Resposta: 1,8 . 10-5

12) Qual a massa molar de um certo glicídio, sabendo que em certa temperatura a
dissolução de 20,0 gramas do mesmo em 500 gramas de água causa um
abaixamento relativo na pressão máxima de vapor igual a 0,004 ?
Resposta: 180 g/mol

13) O sangue humano tem pressão osmótica 7,8 atm à 37o C. Qual a massa
aproximada de cloreto de sódio que deve ser dissolvida em água, suficiente
para preparar 4 litros de solução, para que seja isotônica com o sangue ?
Resposta: 36 gramas

14) Eventualmente s solução 0,30 M de glicose é utilizada como injeção


intravenosa, pois tem pressão osmótica próxima do sangue. Mostre que a
mesma apresenta valor próximo ao referido no exercício anterior, à 37o C.

15) Dentre as soluções abaixo, qual a que congela à temperatura mais baixa ?
œ 1,0 mol de glicose em 1000 g de água;
œ 1,0 mol de HCl em 1000 g de água;
œ 1,0 mol de ácido acético em 1000 g de água;
œ 1,0 mol de cloreto de cálcio em 1000 g de água;
œ 0,5 mol de cloreto ferroso em 1000 g de água.
Resposta: 1,0 mol de cloreto de cálcio em 1000 g de água.

16) Considere cinco soluções aquosas de concentração 0,1 mol/L, das seguintes
substâncias: glicose, NaCl, KCl, K2SO4 e ZnSO4. Qual a que apresenta o
menor ponto de congelamento ?
Resposta: K2SO4
37

17) Considere uma solução contendo 17,1 g de sacarose (C12H22O11) em 180 g de


água. Sabendo que a pressão de vapor da água pura, à 20oC, é 17,5 mm Hg,
qual a pressão de vapor da solução ?
Resposta: 17,4 mm Hg

18) Calcule o abaixamento relativo da pressão máxima de vapor de uma solução


0,01 mol/kg de CaCl2, cujo grau de dissociação aparente é 0,80.
Resposta: 4,68 . 10-4

19) Um polímero de fórmula geral (C2H4)n abaixou o ponto de congelamento do


benzeno em 0,36o C, quando 1,0 grama do mesmo foi dissolvido em 5,0
gramas de benzeno. A constante criométrica do benzeno vale 5,04o C.mol-1.kg.
Determine o valor de “ n “ na fórmula geral do polímero.
Resposta: 100

20) Uma solução aquosa de cloreto de sódio, na qual se admite o sal totalmente
dissociado, ferve a uma temperatura de 101,3o C, ao nível do mar. Qual o seu
ponto de congelamento ?
Resposta: - 4,65o C

21) Se uma solução de um soluto não dissociado congela a – 1,30o C, qual a sua
temperatura de ebulição ?
Resposta: 100,36o C

22) Isolou-se uma proteína de uma amostra de soro sangüíneo. Uma dispersão
coloidal de 685 mg da referida proteína dissolvida em água suficiente para
formar 10 mL tem uma pressão osmótica de 0,28 atm a 7o C. Sendo a proteína
um composto covalente típico, não dissociado, qual a massa molecular,
aproximada, da proteína ?
Resposta: 5,6 . 103 u

23) Verifique se existe isotonia entre uma solução aquosa de NaCl 0,01 M e uma
solução aquosa de sacarose (soluto não dissociado) 0,02 M, ambas na
temperatura de 20o C ?

24) Para que uma solução aquosa de glicose tenha a mesma pressão osmótica
que a solução salina fisiológica (NaCl 0,15 M), qual deverá ser a concentração,
em mol/L da solução de glicose ?
Resposta: 0,30 M

25) Uma solução de concentração 30 g/L de um soluto não iônico, de massa


molar 90 g/mol, é isotônica com uma solução de sulfato férrico que contém 20
g desse soluto em 600 ml de solução. Qual o grau de dissociação aparente do
sulfato férrico ?
Resposta: 0,75 ou 75 %
38

*** Testes de nivelamento (não serão corrigidos ou comentados)

1 - Qual das soluções aquosas abaixo apresenta a menor pressão de vapor a 250
C?
A) CaCl2 0,02 mol/L
B) NaCl 0,02 mol/L
C) K2SO4 0,01 mol/L
D) KCl 0,01 mol/L
E) C12H22O11 0,03 mol/L

2 - O sangue humano tem uma pressão osmótica de 7,8 atm a 370 C. A


concentração, aproximada, expressa em molaridade de uma solução de glicose
que seja isotônica com o sangue, sabendo que R = 0,082 atm.L/mol.K, é
A) 0,1
B) 0,3
C) 1,0
D) 3,0
E) 5,0

3 - Um dos segredos descobertos pelos químicos, no processo de mumificação, é


a desidratação dos cadáveres através da utilização de soluções salinas de alta
concentração e viscosidade. A desidratação é possível e explicada pelo fenômeno
da
A) salinização.
B) neutralização.
C) osmose.
D) hidrólise.
E) umidificação.
4 - Considere o quadro abaixo.

soluto solvente Concentração em mols/L


I MgBr2 H2O 1,5
II Al(NO3)3 H2O 1,0
III Ca(NO3)2 H2O 2,0
IV NaCl H2O 3,0
V CuCl2 H2O 2,5

As soluções que apresentam, respectivamente, a maior temperatura de ebulição e


a maior temperatura de congelamento são
A) II e IV.
B) III e I.
C) III e IV.
D) V e I.
39

E) V e II.

5 - A seguir são arroladas algumas soluções aquosas de solutos iônicos ou


moleculares com suas respectivas concentrações em mol/L.
I - NaCl 0,20 mol/L
II - glicose 0,30 mol/L
III - Al(NO3)2 0,25 mol/L
IV - sacarose 0,50 mol/L
V - Ca(NO3)2 0,40 mol/L
A ordem crescente de ponto de congelamento das soluções, admitindo-se
ionização total dos compostos iônicos, corresponde à sequência
A) I - III - II - V - IV.
B) II - IV - I - III - V.
C) IV - V - II - III - I.
D) V - IV - II - I - III.
E) V - III - IV - I - II.

6 - Analise as soluções aquosas abaixo discriminada:


I - C12H22O11 0,040 mol/L
II - AgNO3 0,025 mol/L
III - Na2CO3 0,020 mol/L
IV - MgCl2 0,010 mol/L
Qual das afirmações abaixo é correta, considerando que as espécies iônicas estão
100% ionizadas?

A) A pressão de vapor da solução III é mais alta que a pressão de vapor da


solução IV.
B) O ponto de congelamento da solução IV é o mais alto de todas as soluções
acima.
C) A pressão osmótica da solução II é maior do que a pressão osmótica da
solução III.
D) A solução I tem ponto de ebulição mais elevado do que o ponto de ebulição da
solução II.
E) O ponto de ebulição da solução I é o mais baixo de todas as soluções acima.

7 - Qual das seguintes soluções aquosas apresenta maior ponto de ebulição ?


A) uréia 2,0 molar.
B) glicose 1,5 molar.
C) NaCl 1,5 molar.
D) CH3COOH 1,0 molar.
E) sacarose 2,5 molar.

8 - Qual das substâncias abaixo, quando em solução aquosa de idênticos graus


de dissociação e concentração, apresenta maior pressão osmótica ?
A) K3PO4.
B) NaCl.
C) NH4Cl.
40

D) C6H12O6.
E) CaCl2.

9 - No quadro abaixo estão fornecidas as temperaturas de ebulição de soluções


aquosas de mesma concentração molar de nitrato de amônio, sulfeto de sódio e
glicose,

Solução NH4NO3 Na2S C6H12O6


Temperatura. T1 T2 T3

A relação entre estas temperaturas é


A) T1 > T2 > T3
B) T2 > T3 > T1
C) T3 > T1 > T2
D) T1 > T3 > T2
E) T2 > T1 > T3

010 - Duas soluções, uma de glicose e outra de cloreto de sódio, serão isotônicas
quando tiverem a mesma
A) temperatura.
B) concentração em mols por litro.
C) concentração e a mesma temperatura.
D) concentração e mesmo fator de Vant’Hoff.
E) temperatura e mesmo número de partículas dissolvido.
41

3 . I N T RODU ÇÃ O À T ERM ODI N Â M I CA

3 .1 . I n t r o d u ç ã o

A Termodinâmica ocupa-se, basicamente, com as trocas de energia que


acompanham os processos químicos e físicos.
Historicamente ela se desenvolveu sem um conhecimento detalhado das
estrutura da matéria, sendo esse um dos seus pontos fortes.
Nosso tratamento do assunto será de maneira mais informal e
fenomenológica, evitando o formalismo matemático complexo.
A linguagem termodinâmica não dispensa o uso e a interpretação correta
de certos termos como:
- sistema: qualquer porção isolada do universo, selecionada para
investigação de propriedades;
- meio externo ou ambiente: corresponde ao restante de universo,
excluído o sistema;
- variáveis ou funções de estado: grandezas que caracterizam um
determinado estado (pressão, temperatura, volume, número de mols, etc...);
- estado: conjunto de condições que caracterizam um sistema;
- processo: meio através do qual as variáveis de um estado podem ser
alteradas (isotérmico, isobárico, isométrico, adiabático, etc...);
- mudança de estado: situação na qual alguma variável de estado sofre
uma alteração (compressão, resfriamento,..);

As inter-relações que se pode estabelecer entre as variáveis de estado


chamamos de equação de estado. Por exemplo, para um gás ideal, as inter-
relações entre as grandezas pressão, volume, temperatura e massa gasosa estão
expressas na equação geral dos gases
PV=nRT
onde R é uma constante.

A termodinâmica é fundamentada em poucos conceitos e princípios


simples:
a) conservação da energia;
b) aumento da entropia;
c) espontaneidade dos processos e equilíbrio.

Na evolução dos processos termodinâmicos nada se cogita em relação à


velocidade com a qual os mesmos ocorrem.
42

3 .2 . T e m p e r a t u r a , Ca l o r e T r a b a l h o

A temperatura é uma propriedade ou grandeza que independe da massa


ou extensão do sistema e está relacionada com o grau de agitação (energia
cinética) molecular.
mv = 3RT
2

E =
C
2 2
Como escala adota-se a termodinâmica ou absoluta (Kelvin) na qual

T (K) = T (oC) + 273,15

O Calor e o Trabalho (termelástico), por sua vez relacionam-se num


princípio fundamental conhecido como 1o Princípio ou 1a Lei da
Termodinâmica.

œ Calor = quantidade de energia que se transmite de um corpo para outro,


devido unicamente à diferença de temperatura entre ambos.
Portanto:
Qtrocado a DT
ou
Q = C . DT

onde C· é a capacidade calorífica do sistema.

œ Capacidade calorífica e a quantidade de calor que deve ser trocada por certa
massa do sistema, para proporcionar a variação de temperatura de 1 grau.

A capacidade calorífica pode ser determinada pelo produto da massa do


sistema e seu calor específico. Por exemplo, considerando que o calor específico
da água seja 1,0 cal /g . o C ou 4,18 J / g . o C, a capacidade calorífica de 1
quilograma de água será

C = c . m = 1000 (g) . 4,18 J /g . o C = 4180 J / o C

o que significa que devem ser fornecido 4180 Joule de energia para que 1000
gramas de água variem a sua temperatura em 1 grau. Se a massa considerada
for aquela correspondente a 1,0 mol então a capacidade calorífica será molar.
Assim, a capacidade calorífica molar da água será 18,0 cal / mol.grau ou 75,24
J/mol.grau.
Algebricamente considera-se o calor trocado como sendo positivo quando
o sistema recebe energia do meio externo e negativo quando o sistema perde
energia para o meio externo.
Q > 0 à sistema recebe calor (T ’)
43

Q < 0 à sistema perde calor (T ”)

Um processo no qual o sistema recebe calor do meio externo chama-se


Endotérmico e aquele em que o sistema perde calor para o meio externo chama-
se Exotérmico.

œ Trabalho = energia trocada como conseqüência de uma força que atua


entre o sistema e o meio externo ou energia que se transmite por qualquer
outro modo que não seja a diferença de temperatura entre eles.

A maior parte das transformações termodinâmicas são aquelas nas quais o


trabalho provém de uma variação de volume do sistema ao qual denominamos de
termelásticas, sendo que as demais formas de trabalho (elétrico, magnético,
etc...) não são consideradas em tais transformações.
Quando um gás expande num cilindro, à temperatura constante, contra
uma pressão (P) que se opõe, a energia trocada com o meio externo produz o
trabalho de expansão, que pode ser calculado através de:

Wexpansão = F . d
mas
P = F / A
donde
F = P . A
e, portanto,
Wexpansão = P . A . d
Ä
DV
Logo
Wexpansão = P . D V

Para que seja realizado


trabalho é necessário ocorrer
variação de volume, como no
exemplo da figura ao lado, na
qual o gás contido no interior do
pistão sofre um deslocamento (d)
em relação à posição inicial,
contra uma pressão oposta
externa (atmosférica), ocorrendo
uma variação de volume
ocupado pelo referido gás.
44

Quando um gás, contido no interior de um cilindro dotado com um êmbolo


móvel (como na figura anterior), troca calor com o meio externo, a energia se
distribuirá da seguinte forma:
- uma parcela irá provocar aumento na temperatura do gás (DT),
fazendo variar o grau de agitação das moléculas ou Energia Interna
(D U), a qual corresponde ao somatório de todas as formas de
energia associadas ao movimento das moléculas;
- outra parcela irá provocar a expansão do gás, ou seja, irá realizar
um Trabalho ( W ).

A relação entre essas duas grandezas conduz à 1a Lei ou 1o Princípio da


Termodinâmica, isto é,

Qtrocado = D U + W

Como a variação da Energia Interna corresponde a calor trocado, a mesma


pode ser calculada pela expressão

DU = CDT
onde C é a capacidade calorífica da substância.

Aplicação
œ Um mol de CO2 é expandido de um volume inicial de 5 para 15 litros,
contra uma pressão externa de 2 atm, ocorrendo uma variação na
temperatura de 27 para 87o C. Sabendo que a capacidade calorífica do
CO2 é 96,5 J / mol . K, calcule a quantidade de calor trocada por esse gás
nessa transformação.

3 .3 . T e r m o q u ím i c a

3.3.1. Introdução

A Termoquímica tem por objetivo o estudo das variações de energia que


acompanham as reações químicas.
Esta energia, em geral, manifesta-se sob a forma de calor, embora a luz
(energia eletromagnética) também esteja presente em alguns processos
(combustão e fotossíntese).
A energia envolvida nas reações químicas é decorrente de um rearranjo das
ligações químicas quando reagentes transformam-se em produtos.
Esta energia “armazenada”, principalmente sob forma de ligações,
denominamos de ENTALPIA (do grego, enthalpein = calor) e simbolizamos por H
(Heat = calor).
45

Numa reação química, portanto, ocorre uma variação de entalpia (DH), sendo
as reações classificadas em dois tipos, segundo o calor liberado ou absorvido:

(H1) ...C2H6O + 3 O2 (H2) ...................................... C6H12O6 + 6 O2

Ó Ñ

(H2) .................................. 2 CO2 + 3 H2O (H1) ..6 CO2 + 6 H2O

( DH = H2 - H1 < 0 ) ( DH = H2 - H1 > 0 )
reação EXOTÉRMICA reação ENDOTÉRMICA

3.3.2. Medida de D H e unidades de energia

A variação da entalpia de uma reação química pode ser medida, para um


certo número de reações, pelo calor liberado ou absorvido durante o processo. Esta
medida experimental (calorimétrica) é feita utilizando-se Calorímetros ou Bombas
Calorimétricas (para reações de combustão), empregando-se a equação:

Q = m.c.Dt

O número de reações cuja entalpia (calor de reação) pode ser determinada


diretamente em bombas calorimétricas e calorímetros é muito reduzido. A maior
parte das reações tem a sua entalpia calculada, valendo-se das leis da
Termoquímica, principalmente a LEI DE HESS, como será visto mais adiante.

A bomba calori –
métrica é um equi –
pamento próprio
para determinar a
energia (calor) das
reações de
combustão e
algumas reações de
formação.

A unidade mais comum é a caloria (cal), que equivale a quantidade de


energia absorvida por uma grama de H2O, para que a temperatura varie de 1,00 C,
ou seu múltiplo quilocaloria (kcal)
46

1,0 kcal = 1.000 cal


1,0 cal = 4,18 Joules
1,0 kcal = 4,18.103 Joules

3.3.3. Equações Termoquímicas

Uma equação termoquímica deve conter:


a) a equação química devidamente ajustada;

b) os estados físicos de cada componente, sendo esta referência importante


porque as mudanças de estado físico envolvem variações de energia (entalpia):
ex.: H2(g) + 1/2 O2(g) “ H2O(g) (libera 57,8 kcal/mol)
H2(g) + 1/2 O2(g) “ H2O(l) (libera 68,3 kcal/mol)
H2(g) + 1/2 O2(g) “ H2O(s) (libera 70,0 kcal/mol)

c) os estados alotrópicos, quando for o caso:


ex.: C(grafite) + O2(g) “ CO2(g) (libera 94,05 kcal/mol)
C(diamante) + O2(g) “ CO2(g) (libera 94,51 kcal/mol)

d) as condições de medida da variação de entalpia:


- a variação de entalpia (DH) depende da temperatura e da pressão
em que foi feita a medida. A maior parte das variações de entalpia que constam em
tabelas foram medidas nas chamadas Condições Padrão ou Standard (1 atm e
250C). A indicação de que uma entalpia foi medida em Condições Padrão é feita
através do expoente “0” junto ao valor da mesma:
ex.: H2(g) + 1/2 O2(g) “ H2O(l) DH0 = - 68,31 kcal/mol
C(graf.) + O2(g) “ CO2(g) DH0 = - 94,05 kcal/mol
C(graf.) + 2 H2(g) “ CH4(g) DH0 = - 17,81 kcal/mol
1/2 N2(g) + 1/2 O2(g) “ NO(g) DH0 = + 11,0 kcal/mol

3.3.4. Entalpias de Reação

1) Entalpia de Formação (DH0f):


- corresponde ao calor envolvido na formação de 1,0 mol de
substância a partir de seus elementos formadores (substâncias simples).

ex.: C(graf.) + 2 H2(g) “ CH4(g) D H0 = - 17,81 kcal/mol


2 C(graf.) + 3 H2(g) + 1/2 O2(g) “ C2H6O(l) D H0 = - 66,70 kcal/mol
H2(g) + ½ O2(g) “ H2O(l) D H0 = - 68,31 kcal/mol
½ N2(g) + ½ O2(g) “ NO(g) D H0 = + 11,0 kcal/mol
C(graf.) + O2(g) “ CO2(g) D H0 = - 94,01 kcal/mol

Obs.: considera-se nula a Entalpia de Formação de substâncias simples .


47

Algumas entalpias de formação podem ser medidas diretamente em bombas


calorimétricas enquanto outros somente são possíveis através de determinações
algébricas (cálculo).
Outros exemplos no quadro a seguir.

SUBSTÂNCIA H0f (kcal/mol) SUBSTÂNCIA H0f (kcal/mol) SUBSTÂNCIA H0f (kcal/mol)


  

C(diamante) 0,453 CaCO3(arag.) - 288,45 NH3(g) - 11,02


CO(g) - 26,41 CaCO3(calc.) - 288,49 NO(g) + 21,57
CO2(g) - 94,05 CaO(s) - 151,90 NO2(g) + 7,93
C2H6(g) - 20,24 Ca(OH)2(s) - 235,80 N2O4(g) + 2,19
CCl4(g) - 24,61 H2O(g) - 57,79 NaCl(s) - 98,23
CHCl3(l) - 32,14 H2O(l) - 68,31 Na2O(s) - 99,40
C2H6O(l) - 66,37 H2O2(l) - 44,88 NaOH(g) - 101,99
CH3COOH(l) - 115,80 HCl(g) - 22,06 O3(g) + 34,10

2) Entalpia de Decomposição:

- corresponde ao inverso da Entalpia de Formação.

3) Entalpia de Combustão:

- corresponde ao calor envolvido na reação de um mol de substância


combustível com O2 puro. Se o combustível for orgânico (C,H,O) a combustão
completa origina como produtos CO2(g) e H2O(l) (chama azul). Na combustão
incompleta ainda ocorre a formação de fuligem, carbono (chama amarela).

ex.: CH4(g) + 2 O2(g) “ CO2(g) + 2 H2O(l) D H0 = - 212,78 kcal/mol


C2H6O(l) + 3 O2(g) “ 2 CO2(g) + 3 H2O(l) D H0 = - 326,70 kcal/mol
C6H12O6(s) + 6 O2(g) “ 6 CO2(g) + 6 H2O(l) D H0 = - 670,00 kcal/mol

4) Entalpia de Neutralização:

- corresponde ao calor envolvido na reação de formação de um mol de


água a partir de um mol íons H+ com um mol de íons OH-, provenientes de um ácido
e uma base, respectivamente, ambos em solução aquosa e diluída.
Para ácidos e bases fortes a reação que ocorre é sempre a mesma e a sua
variação de entalpia é constante:

H+(aq) + OH-(aq) £“ H2O(l) D H0 = - 13,20 kcal/mol

Se o ácido ou a base for fraco a variação de entalpia será diferente do valor


acima, devido à dissociação do ácido ou da base devido ao deslocamento do
equilíbrio ocorrido na neutralização.
48

5) Entalpia de Dissolução

- corresponde ao calor envolvido na dissolução (por vezes


acompanhada de dissociação) de um mol de determinado soluto em quantidade tal
de solvente de modo que a adição do mesmo, após determinada quantidade limite,
não envolva variação de energia.
H2O
HCl(g) HCl(aquoso)

O quadro abaixo mostra a variação de calor envolvida em relação à


quantidade de solvente (água) adicionado.

n1(H2O) / n2(HCl) 10 25 40 80 150


- DH (kcal/mol)
0
16,608 17,272 17,453 17,735 17,960

6) Entalpia de mudança de fase

Corresponde ao calor envolvido na mudança de estado físico ou fase


cristalina.
Assim,

H2O(s) “ H2O(l) DH0273 = + 1,438 kcal/mol


H2O(l) “ H2O(g) DH0 = + 10,514 kcal/mol
C(grafite) “ C(damante) DH0 = + 0,451 kcal/mol
S(rômbico) “ S(monoclínico) DH0 = + 0,071 kcal/mol

7) Entalpia ou Energia de Ligação:

- corresponde a quantidade de calor absorvida na quebra de 1,0 mol


(6,02.1023) de determinada ligação, supondo todas as substâncias no
estado gasoso, a 250C e 1,0 atm.
-
A quebra de ligações sempre é endotérmica, enquanto a formação de
ligações é sempre exotérmica.

ex.: H2(g) “ 2 H(g) D H = + 104,2 kcal/mol de moléculas

O2(g) “ 2 O(g) D H = + 119,1 kcal/mol de moléculas

Por vezes utiliza-se a metade desse valor como sendo a Entalpia de


Atomização por mol de átomos formados.
Hidrogênio: + 52,1 kcal/mol de átomos
Oxigênio: + 59,5 kcal/mol de átomos
49

A tabela abaixo mostra algumas ligações mais importantes e suas entalpias

LIGAÇÃO ENERGIA (kcal/mol) LIGAÇÃO ENERGIA(kcal/mol)


C-C 83,2 C-H 98,8
C=C 146,8 C-O 85,5
CŸC 200,6 C=O 178,0
H-H 104,2 O-H 110,6
O=O 119,1 H-F 135,0
Cl - Cl 57,9 H - Cl 103,1

Numa reação química, enquanto a energia é absorvida na quebra de


ligações, nos reagentes, a energia é liberada nos produtos (formação de ligações).
Assim:

Reagentes £“ Produtos
DH1 > 0 DH2 < 0

D HRQ = DH1 + DH2

Exercicio: determinar a Entalpia de formação da água (gasosa) através das


entalpias de ligação, da tabela acima e comparar com o valor informado
anteriormente.

3.3.5. Determinação da Entalpia e Lei de Hess.

A Entalpia de uma reação pode ser obtida de dois modos diferentes:


a) por medida calorimétrica experimental (aplicável a um pequeno número de
reações);
b) por cálculos algébricos, aplicando-se a Lei de Hess.

A Lei de Hess, também chamada Lei da Soma dos Calores de Reação,


permite prever a Entalpia mesmo daquelas reações de difícil execução
experimental. Segundo Hess a Entalpia de uma reação não depende do modo
(caminho) como a mesma é executada, mas somente do estado inicial (reagentes)
e do estado final (produtos).
Genericamente:

DH1
A + B L + M

DH4 DH2

C + D E + F
DH3
50

Segundo a Lei de Hess:

DH1 = DH2 + DH3 + DH4

ou, ainda:

DHREAÇÃO = DH(f)PRODUTOS - DH(f)REAGENTES

A Lei de Hess pode ser considerada como a Lei da Conservação da Energia


aplicada às reações químicas.

3.3.6. Entropia (DS)

A Entalpia é a grandeza termodinâmica relacionada com o calor envolvido


nas reações químicas.
A Entropia é a grandeza termodinâmica relacionada com o Grau de
Desordem Molecular dos sistemas.
Não há processo termodinâmico (físico ou químico) que ocorra sem variação
de Entalpia e de Entropia.

ex.: H2O(s) £“ H2O(l) DS > 0


CaCO3(s) £“ CaO(s) + CO2(g) DS > 0

3.3.7. Entropia Padrão (DS0)

A Entropia Padrão corresponde a variação de Entropia de uma substância


pura desde o zero absoluto (Entropia nula) até a temperatura de 250C (298 K).
O quadro abaixo apresenta algumas Entropias Padrão, em cal/mol.K:

Substâncias Entropia Padrão Substâncias Entropia Padrão


C(grafite) + 1,4 CO2(g) + 51,1
C (diamante) + 0,6 Al2O3(s) + 12,2
Al(s) + 6,8 CaO(s) + 9,9
Ca(s) + 9,9 CaCO3(s) + 22,2
Cl2(g) + 53,3 H2O(l) + 16,7
O2(g) + 49,0 H2O(g) + 45,1

3.3.8. Energia de Gibbs (DG0)

J. Willard Gibbs, propôs uma grandeza termodinâmica, também denominada


Energia Livre, que, combinando a variação de Entalpia, de Entropia e a temperatura
absoluta na qual ocorre o processo, permite prever a espontaneidade ou não do
referido processo. Sua expressão analítica é:
51

DG0 = DH0 - T DS0 (em condições padrão)

Obs.:
- a maioria das reações espontâneas ocorre com liberação de Calor (DH<0);
- a maioria das reações espontâneas ocorre com aumento de desordem
molecular (DS>0).

A partir disto pode-se concluir que:

* se DG < 0 Ã processo espontâneo


* se DG > 0 Ã processo não espontâneo ou induzido (forçado)
* se DG = 0 Ã o sistema encontra-se em estado de equilíbrio

œ Os assuntos Entropia, Entropia Padrão e Energia de


Gibbs serão tratados com o devido
aprofundamento na disciplina de Físico-Quìmica
(Termodinâmica).

3 .4 . Ex e r c íc i o s

1) Uma amostra de 0,100 mol de propano, um dos constituintes do GLP, foi


colocada em uma bomba calorimétrica com excesso de O2 e inflamada,
segundo a equação: C3H8(g) + 5 O2(g) “ 3 CO2(g) + 4 H2O(l) . A temperatura
inicial do calorímetro era de 25o C e sua capacidade calorífica era 97 kJ/o C. A
reação aumentou a temperatura para 27,282o C.
a) Quantos joules foram liberados pela queima do propano ?
b) Qual a variação de energia interna, em kJ/mol, para o C3H8 ?
Respostas: 2,22 . 105 Joules ; DU = - 2.220 kJ/mol

2) Quando 3,2 gramas de etanol (C2H5OH) são queimados em uma bomba


calorimétrica, contendo 3,5 kg de água, a temperatura sobe 5,52o C. A
capacidade calorífica (ou constante calorimétrica) do calorímetro vale 2550
J/oC e o calor específico da água é 4,18 J/mol. K. Calcule o calor de
combustão do etanol, em kJ/mol.
Resposta: 1.897 kJ/mol

3) Costuma-se considerar que a necessidade energética diária para uma pessoa


de 50 kg seja de, aproximadamente, 2.000 kcal. Supondo que essa energia
seja obtida unicamente pela queima de glicose, no metabolismo, calcule a
massa de glicose a ser ingerida, por dia, sabendo que o valor energético desse
alimento é de 17 kJ/grama.
*** Obs.: 1 kcal = 4,18 kJ
52

4) Sabe-se que o Poder Calorífico de um combustível é a quantidade de energia


(em calorias ou Joules) liberada por unidade de massa queimada (grama,
quilograma ou tonelada). Consultando tabelas de entalpias de combustão,
calcule o Poder Calorífico, em calorias/grama, para os seguintes combustíveis:
a) Hidrogênio
b) Etanol
c) Metanol
d) Glicose
e) C (grafite)

5) De forma simplificada a reação de fotossíntese pode ser assim representada:


6 CO2(g) + 6 H2O(v)_ “ C6H12O6(s) + 6 O2(g)
Sabendo que as entalpias de formação do CO2, H2O e glicose valem,
respectivamente, - 94,0 , - 58,0 e – 242,0 kcal/mol, qual a entalpia da reação
de fotossíntese ?
Resposta: - 540,0 kcal/mol

6) A decomposição do explosivo nitroglicerina libera grande volume de gases e


considerável quantidade de calor, segundo a equação:
4 C3H5(ONO2)3(l) “ 12 CO2(g) + 10 H2O(g) + 6 N2(g) + O2(g)
As entalpias de formação da nitroglicerina, gás carbônico e vapor dágua
valem, respectivamente: - 58,0 , - 94,1 e – 57,8 kcal/mol. A partir desses
dados calcule a entalpia da reação na decomposição de 0,1 mol de
nitroglicerina.
Resposta: - 36,85 kcal.

7) As entalpias de combustão do etanol e do ácido acético valem,


respectivamente – 326,7 e – 209,4 kcal/mol. No azedamento do vinho, o etanol
presente oxida-se, em presença de enzimas produzidas pelo micro-organismo
Mycoderma Acceti, formando ácido acético. A partir das entalpias acima,
calcule a variação de entalpia envolvida na oxidação (fermentação) do etanol
formando ácido acético.
Resposta: - 117,3 kcal/mol

8) A evaporação pela transpiração é um mecanismo pelo qual o corpo se desfaz


do excesso de energia térmica e regula-se para manter uma temperatura
constante. Quantos quilojoules são removidos do corpo pela evaporação de
10,0 gramas de água ?
Resposta: 24 kJ.

9) A entalpia de combustão do metano vale – 212,88 kcal/mol e o calor latente de


vaporização da água é 540 cal/grama. A partir desses dados, qual o volume de
metano, nas CNTP, que deve ser queimado para converter 250 gramas de
água a 20o C em vapor de água a 100o C ?
53

10) O valor energético dos alimentos é, em geral expresso, na forma de calor de


combustão de carboidratos (como C6H12O6), gorduras (lipídios) e proteínas,
correspondendo aos valores seguintes:
a) carboidratos = 17,0 kJ/grama
b) gorduras = 38,0 kJ/grama
c) proteínas = 17,0 kJ/grama
Consultando os dados indicados em alimentos industrializados que você
consome, verifique, pelas quantidades mencionadas, se os valores estão
corretos ou, pelo menos, aproximados.

11) Uma vela é feita de um material ao qual se pode atribuir a fórmula genérica
C20H42. Qual o calor liberado na combustão de 10,0 gramas dessa vela, em
condições padrão, sabendo que na sua combustão a entalpia envolvida é
correspondente a – 13,3 kJoule/mol ?
Resposta: 0,47 kJoule

12) A reação de combustão completa do metano libera 2,1 . 102 kcal por mol de
CH4 queima, segundo a equação: CH4(g) + 2 O2(g) “ CO2(g) + 2 H2O(l). A
fusão nuclear a partir do lítio, correspondente a : 73Li + 11H “ 2 42He libera
uma quantidade de energia equivalente a 4,0 . 108 kcal por mol de Lítio. Para
se ter a mesma quantidade de energia que é liberada na produção de 1,0 mol
de Hélio, qual a massa de metano que deve ser queimada ?
Resposta: 16 toneladas

13) Considere a reação termoquímica de combustão do etanol líquido:


C2H5OH(l) + 3 O2(g) “ 2 CO2(g) + 3 H2O(l) DH = - 330,0 kcal/mol
Sabendo que a massa específica do etanol é 0,782 g/ml, qual o volume de
etanol líquido que deve ser queimado para obter 561 kcal ?
Resposta: 100 mL

14) Tanto gás natural como óleo diesel são utilizados como combustíveis em
transportes urbanos. A combustão completa do gás natural e do óleo diesel
liberam, respectivamente, 9,0 . 102 kJ e 9,0 . 103 kJ por mol de hidrocarboneto.
A queima desses combustíveis contribui para o efeito estufa, pela produção de
CO2 . Sabendo que esses dois combustíveis correspondem a CH4 e C14H30,
para igual energia liberada, quantas vezes a contribuição do óleo diesel é
maior do que o metano ?
Resposta: 1,4

15) A combustão do metanol e do etanol podem ser representadas pelas


seguintes equações:
I – CH4O(l) + 2 O2(g) “ CO2(g) + 2 H2O(l) DH = - 671,0 kcal/mol
II – C2H6O(l) + 3 O2(g) “ 2 CO2(g) + 3 H2O(l) DH = - l.327,0 kcal/mol
Sabe-se que as densidades desses dois líquidos são praticamente iguais. Na
combustão de um mesmo volume, qual libertará mais calor ?
Resposta: etanol
54

*** Calores liberados: metanol = 20,96 kJ/g; etanol = 28,84 kJ/g

*** Testes de nivelamento (não serão corrigidos ou comentados)

1 - O calor liberado na combustão de um mol de carbono grafite é 94 kcal. O calor


liberado na combustão total de 6 g de carbono grafite, em kcal, é
A) 25.
B) 30.
C) 47.
D) 188.
E) 282.

2 - Na reação de combustão do carvão vegetal utilizado no preparo de um


churrasco, verifica-se
A) absorção de calor, pois é um processo exotérmico.
B) liberação de calor, pois é um processo endotérmico.
C) variação de entalpia positiva, pois um processo exotérmico.
D) transformação de energia térmica em energia química, pois é um processo
endotérmico.
E) diminuição de energia dos produtos em relação aos reagentes, pois é um
processo exotérmico.

3 - A reação cujo efeito térmico representa o calor de formação do ácido sulfúrico


é:
A) H2O(l) + SO3(g) “ H2SO4(l)
B) H2(g) + SO2(g) + O2(g) “ H2SO4(l)
C) H2O(l) + S(rômbico) + 3/2 O2(g) “ H2SO4(l)
D) H2S(g) + 2 O2(g) “ H2SO4(l)
E) H2(g) + S(rômbico) + 2 O2(g) “H2SO4(l)

4 - Dadas as equações termoquímicas, a 1 atm e 250 C.


I. CH4 + 2 O2 “ CO2 + 2 H2O DHI = - 888 kJ/mol
II. C2H6O + 3 O2 “ 2 CO2 + 3 H2O DHII = - 1373 kJ/mol
III. C8H18 + 25/2 O2 “ 8 CO2 + 9 H2O DHIII = - 5110 kJ/mol
IV. H2 + 1/2 O2 “ H2O DHIV = - 286 kJ/mol
V. C + O2 “ CO2 DHV = - 393,5 kJ/mol

o combustível que libera a maior quantidade de calor, por grama consumido, é


A) CH4
B) C2H6O
C) C8H18
D) H2
E) C
55

5 - A alternativa que representa uma reação que libera a maior quantidade de


calor por mol de produto formado é

A) 4 Fe + 3 O2 “ 2 Fe2O3 D H = - 390 kcal


B) 3 O2 “ 2 O3 D H = + 68 kcal
C) H2 + Cl2 “ 2 HCl D H = - 44,2 kcal
D) H2 + I2 “ 2 HI D H = + 12,4 kcal
E) C + O2 “ CO2 D H = - 94,0 kcal

6 - Os processos de formação da água no estado líquido e no estado de vapor, a


250 C e 1,0 atm, podem ser representados, respectivamente, por

I. H2(g) + ½ O2(g) “ H2O(l) DH = - 68,3 kcal/mol


II. H2(g) + ½ O2(g) “ H2O(g) DH = - 57,8 kcal/mol

Considerando-se que a densidade da água é 1,0 g/mL, pode-se afirmar que a


quantidade de calor, em kcal, necessária para ferver 1,0 litro de água líquida é
A) 105,0
B) 583,3
C) 1.714,3
D) 3.211,0
E) 3.709,0

7 - A reação de fotossíntese e a de combustão da glicose estão representadas


nas seguintes equações:
6 CO2(g) + 6 H2O(l) “ C6H12O6(s) + 6 O2(g)
C6H12O6(s) + 6 O2(g) “ 6 CO2(g) + 6 H2O(l)
A energia envolvida na combustão de um mol de glicose é de 2,8 . 106 J. Ao
produzir 0,1 mol de glicose, a planta
A) libera 2,8 . 106 J.
B) libera 1,4 . l06 J.
C) absorve 2,8 . 106 J.
D) absorve 2,8 . 105 J.
E) absorve 1,4 . 105 J.

8 - Considere as seguintes transformações:

I. 2 CO2(g) “ 2 CO(g) + O2(g)


II. HgO(s) “ Hg(l) + ½ O2(g)
III. C2H5OH(l) + 3 O2(g) “ 2 CO2(g) + 3 H2O(l)
IV. H2O(l) “ H2O(s)
V. Pb(s) “ Pb(l)

Representa uma reação química exotérmica a alternativa


A) I B) II C) III D) IV E) V
56

9 - Dissolvendo-se NH4Cl em água, observa-se um abaixamento de temperatura


do sistema. Por outro lado dissolvendo-se NaOH em água, ocorre um aumento de
temperatura do sistema.
As diferenças nesses processos podem ser explicadas considerando que
A) NH4Cl sofre dissolução exotérmica e o NaOH endotérmica.
B) A entalpia de dissolução do NH4Cl é menor que zero e a do NaOH é maior do
que zero.
C) A dissolução do NH4Cl ocorre com absorção de calor e a do NaOH com
liberação.
D) As duas soluções apresentam entalpia dos reagentes maior do que a dos
produtos.
E) NaOH é uma base e o NH4Cl é um sal.

10 - A transformação de 1 mol de hematita em ferro metálico é representada pela


seguinte equação não balanceada:
1 Fe2O3(s) + ___C(s) “ ___Fe(s) + ___CO(g) DH = + 491 kJ
A quantidade de calor envolvida na obtenção de 55,8 g de ferro é,
aproximadamente, igual a
A) 491,5 kJ de calor liberado.
B) 491,5 kJ de calor absorvido.
C) 245,7 kJ de calor liberado.
D) 245,7 kJ de calor absorvido.
E) 983,0 kJ de calor liberado.

11 - O gás natural começa a chegar no Rio Grande do Sul. O gaseoduto de


Transporte Bolívia-Brasil está em fase de implantação e transportará o gás natural
diretamente de Santa Cruz de La Sierra até o solo gaúcho. A combustão do
metano, principal componente do gás natural, é representada pela seguinte
equação não balanceada
CH4(g) + O2(g “ CO2(g) + H2O(l) DH = - 882 kJ
A energia, em kJ, fornecida, após 5 minutos, por uma chama que queima metano
completamente, na razão de 2,24 L/min nas C.N.T.P. é, aproximadamente,
A) 88
B) 441
C) 1600
D) 1764
E) 3510

12 - Durante o processo da fotossíntese realizada por plantas verdes, a energia


luminosa do sol força a formação de glicose a partir do dióxido de carbono e água.
Com relação a essa transformação, afirma-se que
I. Há formação de um glicídio e um gás combustível.
II. Ocorre com absorção de energia, portanto trata-se de um processo
endotérmico.
III. Ocorre transformação de energia luminosa e calorífica em energia
química.
57

IV. A equação que representa essa transformação é


C6H12O6 + 6 O2 “ 6 CO2 + 6 H2O + Q

A alternativa que contém as afirmativas corretas é


A) III e IV
B) II e IV
C) II e III
D) I e III
E) I e II

13 - Isômeros são moléculas que tem a mesma fórmula molecular, mas diferentes
arranjos dos átomos. Um composto com fórmula C4H8 apresenta três isômeros
cujas entalpias de combustão estão indicadas na tabela abaixo:
Nome do composto isômero Entalpia de combustão (kJ/mol)
1 – buteno - 2696,7
Cis-2-buteno - 2687,5
Trans-2-buteno - 2684,2
A transformação do isômero cis-2-buteno para a trans-2-buteno apresenta uma
variação de entalpia em kJ/mol de aproximadamente
A) + 20,5
B) + 12,5
C) – 9,2
D) – 5,4
E) – 3,3

14 - Quando os óxidos Fe3O4 e Fe2O3 são reduzidos pelo alumínio conforme as


equações abaixo
I. 3 Fe3O4 + 8 Al “ 4 Al2O3 + 9 Fe DH = - 800,1 kcal
II. Fe2O3 + 2 Al “ Al2O3 + 2 Fe DH = - 203,5 kcal
A quantidade de calor liberada por mol de ferro formado é
A) maior na reação I.
B) maior na reação II.
C) Igual nas duas reações.
D) Igual a 9 x 800,1 na reação I.
E) Igual a 203,5 na reação II.

15 - Os valores de energia de ligação entre alguns átomos são fornecidos no


quadro abaixo.

LIGAÇÃO ENERGIA DE LIGAÇÃO (kJ/mol)


C–H 413
O=O 494
C=O 804
O–H 463

Considerando a reação representada por


58

CH4(g) + 2 O2(g) “ CO2(g) + 2 H2O(v)


o valor aproximado de DH, em kJ, é
A) – 820
B) – 360
C) + 106
D) + 360
E) + 820

16 - Abaixo é apresentado um quadro com algumas Energias de Ligação no


estado gasoso:

Ligação Energia (kJ/mol)


H–H 470,7
Cl – Cl 242,5
O=O 489,2
NŸN 940,8
H – Cl 431,5
H – Br 365,9
H–I 298,6

São feitas as seguintes afirmações


I. É necessário mais energia para decompor a molécula de oxigênio do que
para decompor a molécula de nitrogênio.
II. A molécula de HCl deve ser mais estável do que as moléculas dos
demais ácidos halogenídricos, ou seja, HBr e HI.
III. Entre as moléculas gasosas H2, O2 e Cl2, a molécula de Cl2 pode ser
considerada a menos estável.
IV. A reação representada por H2(g) + Cl2(g) “ 2 HCl(g) deve ser
endotérmica.

Quais são corretas ?


A) Apenas I e II.
B) Apenas I e III.
C) Apenas II e III.
D) Apenas I, III e IV.
E) Apenas II, III e IV.

17 - O carbeto de tungstênio WC, é uma substância muito dura e, por essa razão,
é utilizada na fabricação de várias ferramentas. A variação de entalpia da reação
de formação do carbeto de tungstênio a partir dos elementos Cgrafite e W (s) é difícil
de ser medida diretamente, pois a reação ocorre a 1.4000 C. No entanto pode-se
medir com facilidade os calores de combustão dos elementos Cgrafite , W (s) e do
carbeto de tungstênio, WC(s):
2 W(s) + 3 O2(g) “ 2 WO3(s) DH = - 1.680,6 kJ
Cgrafite + O2(g) “ CO2(g) DH = - 393,5 kJ
59

2 WC(s) + 5 O2(g) “ 2 CO2(g) + 2 WO3(s) DH = - 2.391,6 kJ


Pode-se, então calcular o valor da entalpia da reação abaixo e concluir se a mesma é
endotérmica ou exotérmica:
W(s) + Cgrafite “ WC(s) DH = ?
A qual alternativa corresponde o valor de DH e o tipo de reação ?

DHreação Classificação da reação


(A) - 878,3 kJ Exotérmica
(B) - 317,5 kJ Exotérmica
(C) - 38,0 kJ Exotérmica
(D) + 38,0 kJ Endotérmica
(E) + 317,5 Endotérmica

18 - O gás natural veicular (GNV) é um combustível alternativo, menos poluente,


de menor custo por quilômetro, onde o metano (CH4) é o componente
predominante. Sabe-se que 1 mol de metano libera cerca de 890 kJ, em uma
combustão completa. A energia liberada, em kJ, na combustão total de 800 g de
metano, no motor de um automóvel movido por GNV é, de aproximadamente,

A) 2.700.
B) 12.800.
C) 14.240.
D) 44.500.
E) 712.000.

19 - O metano, principal componente do gás natural, pode sofrer combustão


incompleta segundo a equação abaixo.

2 CH4(g) + 3 O2(g) “ 2 CO(g) + 4 H2O(l)

Considerando as seguintes equações termoquímicas

CH4(g) + 2 O2(g) “ CO2(g) + 2 H2O(l) DH = - 890,0 kJ


2 CO(g) + O2(g) “ 2 CO2(g) DH = - 566,0 kJ

Dadas essas equações termoquímicas, é possível obter o valor de DH da equação


acima. Esse valor é, em kJ,

A) – 324,0
B) – 607,0
C) – 1.214,0
D) – 1.456,0
E) – 2.346,0
60

20 - Em nosso cotidiano ocorrem processos que podem ser endotérmicos


(absorvem energia) ou exotérmicos (liberam energia). Assinale a alternativa que
contém apenas fenômenos exotérmicos ou apenas fenônemos endotérmicos.

A) explosão de fogos de artifício – combustão em motores de automóveis –


formação de geada.
B) sacagem de roupas – formação de nuvens – queima do carvão.
C) combustão em motores de automóveis – formação de geada – evaporação de
lagos.
D) evaporação de água nos lagos – secagem de roupas – explosão de fogos de
artifício.
E) queima de carvão – formação de geada – derretimento de gelo.
61

4 . CI N ÉT I CA E EQU I L Í B RI OS (Qu ím i c o e I ô n i c o )

4 .1 . Ci n é t i c a Qu ím i c a

A Cinética Química tem por objetivo a determinação da velocidade (média e


instantânea) com que as reações químicas ocorrem, bem como os fatores que nela
influem.
As reações químicas, sob o ponto de vista cinético, podem ser classificadas
segundo dois critérios distintos.

I) Quanto à velocidade

a) rápidas: combustão, neutralizações,... (quase instantâneas)


b) lentas: fermentações, formação de ferrugem,...

II) Quanto ao mecanismo

a) reações elementares: são aquelas que ocorrem numa só etapa,


decorrentes de colisões entre moléculas dos reagentes com os produtos
dando origem diretamente aos produtos.
Ex.: formação de HI
H2(g) + I2(g) “ 2 HI(g)

b) reações complexas: são aquelas que ocorrem em várias etapas,


segundo um mecanismo. O mecanismo segundo o qual uma reação em
etapas ocorre é estabelecido a partir de complexa pesquisa não sendo
um de nossos propósitos para estudo.
Ex.: formação do NO2

2 NO(g) + O2(g) “ 2 NO2(g)

1a etapa (rápida) : 2 NO(g) “ N2O2(g)


2a etapa (lenta) : N2O2(g) + O2(g) “ 2 NO2(g)
reação global : 2 NO(g) + O2(g) “ 2 NO2(g)
*** A condição de ser reação elementar ou complexa deverá ser informada
no enunciado da questão ou pergunta.
62

œ Velocidade média de reação (vm)

A velocidade média (vm) pode ser calculada pela variação de quantidade de


reagente consumido ou produto formado, em determinado intervalo de tempo. Esta
quantidade pode ser expressa em massa, número de mols, concentração,
volume,....

vm = D m/Dt ou Dn/Dt ou D[X]/Dt


Ä
concentração molar

Sendo conhecida a equação estequiométrica ajustada, a velocidade média


pode ser calculada em relação à qualquer componente (R ou P) da reação.
O diagrama abaixo mostra como variam as concentrações dos reagentes e
dos produtos a medida que a reação progride.

mols

[produtos]

[reagentes]

tempo

Observe que:

Dn(reagentes) < 0 “ diminui com o passar do tempo


Dn(produtos) > 0 “ aumenta com o passar do tempo

No entanto, a velocidade de uma reação sempre deverá ter um valor positivo.


Portanto, quando calculamos a velocidade média da reação, em relação aos
reagentes a razão Dn/ Dt deverá ser multiplicada por – 1, para que não resulte um
valor negativo para a velocidade média.
Assim, para uma reação genérica:

A + B “ L + M

As velocidades médias em relação aos reagentes e produtos serão calculadas


pelas expressões:
63

Dn Dn Dn Dn
=- A =- B = L = M
Dt Dt Dt Dt
vm

Exemplo:
O quadro a seguir mostra a variação de massa sofrida pelo carbonato de
cálcio ao se decompor em óxido de cálcio e gás carbônico, segundo a equação:

CaCO3(s) “ CaO(s) + CO2(g)

m (gramas) 4,00 3,60 3,30 3,10 3,00 2,95


tempo (s) 0 20 40 60 80 100

a) Calcule a velocidade média (em gramas/segundo), no intervalo entre 20


e 80 segundos;
b) Calcule a velocidade média (em mols/minuto) no intervalo entre 0 e 60
segundos;
c) A velocidade média dessa reação é constante ? Porque ?

Respostas:

œ Velocidade instantânea de reação (vi ou v)

A velocidade instantânea (vi ou v) é obtida num determinado instante da


reação e calculada através de uma “lei cinética ou equação de velocidade”,
expressa pela LEI DA AÇÃO DAS MASSAS ATIVAS , proposta por Gulberg e
Waage (1876), que além de conclusões sobre seus próprios experimentos,
compilaram dados e resultados experimentais de outros físico-químicos da época,
entre os quais Berthelot e St. Gilles, H. Wilhelmy, S. Arrhenius,...
Para uma reação genérica do tipo:

aA + bB “ lL + mM

a Lei da Ação das Massas é expressa pela relação:


64

v = k [A]a[B]b

na qual:
* [A] e [B] representam as concentrações molares;

* k = constante cinética, a qual é característica de cada reação,


varia com a temperatura e é calculada pelos dados cinéticos;

* a e b são as “ordens de reação” as quais, também são obtidas a


partir dos dados cinéticos da RQ.

Quando a reação ocorre numa só etapa (elementares) as ordens coincidem


com os coeficientes estequiométricos:
a = a ; b = b , ....

Quando a reação ocorre em várias etapas, segundo um mecanismo


(complexas) as ordens serão iguais aos coeficientes da etapa mais lenta (etapa
limitante da velocidade).

O mecanismo segundo o qual uma reação ocorre é algo resultante de


constante pesquisa experimental, constituindo-se num dos aspectos mais
complexos no estudo cinético de uma reação.

A medida que os recursos técnicos da Química Analítica avançam é


possível analisar mais detalhadamente as reações químicas determinando os reais
mecanismos segundo os quais as mesmas ocorrem.

Algumas reações já foram suficientemente estudadas e analisadas e,


atualmente, já se sabe qual é o seu mecanismo.

Quando uma reação for complexa, isto é, ocorrer em várias etapas é


necessário que se conheça o seu mecanismo etapa por etapa, bem como as
velocidades de cada etapa. Estes aspectos, como já foi dito, demandam
incansáveis pesquisas experimentais sobre a cinética das reações.

Assim como para as reações elementares, atualmente já foram elucidados os


mecanismos de várias reações complexas, tal como a formação do HBrO2 a partir
do HBr e O2.

4 HBr + O2 “ 2 H2O + 2 Br2

Após inúmeras pesquisas experimentais, os químicos sugeriram o seguinte


mecanismo para a reação:
65

1a etapa: HBr + O2 “ HBrO2 lenta


2a etapa: HBrO2 + HBr “ 2 HBrO rápida
3a etapa: 2 HBrO + 2 HBr “ 2 H2O + 2 Br2 rápida

4 HBr + O2 “ 2 H2O + 2 Br2

Portanto a equação de velocidade será dada pela etapa mais lenta (1a) e,
portanto as ordens cinéticas (a e b) serão 1 e 1, e a lei de velocidade ou
equação cinética ficará:

V = k [ HBr ]1 [ O2 ]1

Um possível mecanismo para essa etapa mais lenta pode ser o seguinte:

Por outro lado o modo como as moléculas colidem entre sí para favorecer a
formação dos produtos também é um fator importante.

Este modo mais favorável como as moléculas devem colidir entre sí para
formar os produtos denominamos de fator espacial ou fator estérico e a
configuração de colisão mais adequada denominamos geometria de colisão.

A figura a seguir mostra as diferentes formas de colisão que podem ocorrer


entre as moléculas, para a reação entre HBr e O2.
66

Estas características (reação complexa, mecanismo, etapa mais lenta,...)


são indicados, habitualmente, nos enunciados das questões.
As reações complexas, em geral, são aquelas onde os coeficientes assumem
valores mais elevados (3,4,...).

œ Por que ocorrem as reações químicas ?

1) Colisões entre as moléculas dos reagentes;

Para que ocorra uma reação entre duas ou mais substâncias é


necessário que as moléculas colidam entre sí de modo que haja
rompimento das ligações nos reagentes e formação de novas ligações
constituindo os produtos
As colisões entre as moléculas dos reagentes podem ser de dois tipos:
67

a) Colisões não-efetivas ou não eficazes: são aquelas em que não há


quebra de ligações e, portanto, não há formação de produtos. As colisões
não- efetivas ocorrem entre moléculas da mesma espécie ou de
espécies diferentes sem energia suficiente para a quebra das ligações.

b) Colisões efetivas ou eficazes: são aquelas em que há quebra de


ligações e formação de novas ligações originando os produtos.

Considere-se, por exemplo, a formação de HI a partir de H2 e I2 (reação


elementar – uma só etapa):

2) Energia mínima para reagir (Energia de Ativação)

Além de colisões intermoleculares em orientação favorável (geometria de


colisão) as moléculas participantes devem apresentar uma quantidade de energia
cinética mínima que proporcione efetivamente as rupturas das ligações entre as
moléculas reagentes e formação de novas ligações.

Portanto, seja para reações exotérmicas ou endotérmicas é necessário


um incremento de energia para iniciá-las.

A energia de ativação representa, pois, um obstáculo à formação dos


produtos.

Quanto maior a Eativação, mais lenta será a reação !

O gráfico a seguir mostra o caminho da reação de formação do HI


relacionando-o com as variações de energia
68

1. As moléculas colidem sem energia suficiente para a reação;


2. A energia do sistema aumentou mas não em proporção suficiente para
uma colisão efetiva;
3. No ponto de mais elevada energia do sistema forma-se o complexo
ativado;
4. As ligações entre os produtos consolidam-se;
5. Definitivamente os produtos estão formados.

As representações gráficas da Energia de Ativação tanto para reações


exotérmicas como endotérmicas são as seguintes:
69

4 .2 . Fa t o r e s q u e i n f l u e m n a V e l o c i d a d e d a s Re a ç õ e s

a) Área de contato entre os reagentes

Esse fator tem sentido quando um dos reagentes for sólido.


Por exemplo, quando desejamos queimar lenha, numa fogueira, iniciamos o
fogo com lenha fina ou gravetos.
Uma peça de palha de aço (Bombril) oxida mais facilmente do que uma
chapa do mesmo metal e igual massa.
Fe(prego) + H2SO4(aquoso) “ FeSO4(aquopso) + H2(g) (v1)

Fe(limalha) + H2SO4(aquoso) “ FeSO4(aquopso) + H2(g) (v2)

V1 < V2

b) Concentração dos reagentes

A velocidade das reações é diretamente proporcional à concentração dos


reagentes.
A expressão para o cálculo da velocidade é conhecida com lei de
velocidade, lei cinética ou lei da ação das massas, já estudada anteriormente.
Relembrando, para uma reação genérica:

aA + bB “ lL + mM

v = k [A]a.[B]b...

œ se a reação for elementar: a = a , b = b , ...


œ se a reação for complexa a , b , ... são obtidos pela mecanismo da
reação, o qual deverá ser indicado necessariamente.

c) temperatura: as variações de temperatura indicam variação no grau de


agitação molecular.
Assim:
- um aumento de temperatura, aumenta a freqüência de colisões
entre as moléculas e aumenta e energia envolvida no impacto
entre as mesmas, favorecendo a quebra de ligações entre os
reagentes e a formação de novas ligações (produtos).
Um maior número de moléculas alcança a energia mínima para
a ocorrência da reação (Energia de Ativação).
70

Por exemplo, para a melhor conservação dos alimentos os mesmos devem


ser guardados em refrigeradores e freezers, diminuindo a velocidade das reações
que causam as decomposições dos mesmos (em geral processos fermentativos).

d) Radiações e descargas elétricas: atuam como fatores energéticos


(Energia de Ativação);

e) catalisadores: são substâncias que encontram “caminhos alternativos”


para a reação, envolvendo menor energia (diminuem a Energia de
Ativação) e sem serem consumidos no processo.

Por exemplo, a reação do SO2 com O2, na atmosfera, formando SO3,


tem velocidade quase nula e uma Eativação de 240 KJ/mol. Em presença de
NO2 e velocidade aumenta consideravelmente, diminuindo a Eativação para
cerca de 110 KJ/mol. Um provável mecanismo para essa reação seria:

SO2 + NO2 “ SO3 + NO E1 (consumo do catalisador)


NO + ½ O2 “ NO2 E2 (regeneração do catalisador)

Reação global: SO2 + ½ O2 “ SO3 E = 110 KJ/mol

O catalisador participa em determinadas etapas da reação sendo


regenerado nas posteriores. Por este motivo diz-se que o catalisador não
se altera qualitativa e quantitavamente e por esta razão pode ser
usado em pequenas quantidades, pois uma mesma partícula catalítica
atua em diversos processos unitários.

O diagrama a seguir mostra que a presença do catalisador diminui a barreira


energética (Energia de Ativação), justificando o aumento na velocidade da reação.

Os catalisadores, portanto, aumentam a velocidade das reações porque


diminuem a Energia de Ativação, sem participar da sua estequiometria. Por
outro lado os catalisadores não iniciam reações mas interferem na velocidade de
reações que já ocorrem sem a sua presença.
71

Em função do estado físico de reagentes, produtos e catalisador, a catálise é


subdividida em dois tipos:

a) catálise homogênea: reagentes e catalisador formam um sistema


monofásico.

NO2)g)
2 SO2(g) + 1/2 O2(g) 2 SO3(g)

b) catálise heterogênea: reagentes e catalisador formam um sistema


heterogêneo.

Fe(s)
N2(g) + 3 H2(g) 2 NH3(g)

Obs.: na formação da amônia a presença de Arsênio (As) inibe a ação do


catalisador (Fe) tornando a sua eficiência muito reduzida. Nesse caso o
Arsênio é chamada de inibidor ou veneno de catálise.

Um importante exemplo de catálise heterogênea ocorre nos dispositivos


antipoluição instalados nos sistema de descarga dos automóveis, conhecidos como
conversores catalíticos. Os gases oriundos da câmara de combustão dos
automóveis contém substâncias poluentes (CO, NO, SO2,..) as quais passam
através de uma “colméia” cerâmica que contém as substâncias catalíticas (Ródio,
Platina, Paládio ou Irídio) que convertem esses gases em substâncias não
poluentes ou menos poluentes (CO2, N2, H2S,..), diminuindo a poluição atmosférica.
72

4 .3 . Ex e r c íc i o s

1) Na reação: 2 X(g) “ Z(g) , a concentração de X cai de 0,50 para 0,10 mol/L em


45 minutos. Calcule a velocidade média em termos de
a) diminuição na concentração de X em mol/L.s.
b) aumento na concentração de Z em mol/l.min.
Respostas: a) 1,5 . 10-4 mol/L.s b) 4,4 . 10-3 mol/l.min

2) Para a reação

4 HBr(g) + O2(g) “ 2 Br2(g) + 2 H2O(g)

a equação de velocidade é mais freqüentemente escrita em função do


componente de coeficiente unitário, isto é, velocidade = - D[O2] / D t. Escreva
equações equivalentes a esta em função de todos os componentes.

3) Complete a seguinte tabela para a reação 2 A(g) + Z(g) “ produtos, que é de


primeira ordem em relação aos dois reagentes:

[A] (mol/L) [Z] (mol/L) k (L/mol.s) V (mol/L.s)


0,450 0,300 4,0 -----
----- 0,053 0,32 0,018
0,750 0,800 ----- 0,010

Respostas: 0,54 mol/L.s ; 1,1 mol/L ; 0,017 L/mol.s

4) Em determinado experimento, a reação de formação de água ocorre com o


consumo de 4,0 molsde oxigênio por minuto. Qual a velocidade média de
consumo do H2 ?
Resposta: 8,0 mols/minuto

5) Experimentalmente observou-se que a velocidade de formação da substância


C, através da reação 2 A + B “ C é independente da concentração de B e
quadruplica quando a concentração de A é duplicada. Representando por k a
constante de velocidade, qual a expressão da lei de velocidade ?
Resposta: v = k [A]2

6) A velocidade da reação de 2a ordem : 2 A “ produtos vale 10,0 mols/L.min,


quando a concentração de A é de 2,0 mols/L. Se a concentração baixar para a
metade do valor inicial, qual a velocidade ?
Resposta: 2,5 mols/L.min.

7) Para uma reação envolvendo um só reagente, os seguintes dados cinéticos da


mesma foram obtidos:
73

V (mol/L.min) 0,020 0,020 0,019 0,021


[reagente] 0,100 0,090 0,080 0,070

Qual a ordem para essa reação ?


Resposta: zero

8) Os dados abaixo referem-se à reação de NO com Cl2 para formar NOCl.

[Cl2] (mol/L) [NO] (mol/L) Velocidade (mol/L.s)


0,050 0,050 1,0 . 10-3
0,150 0,050 3,0 . 10-3
0,050 0,150 9,0 . l0-3

a)Qual a ordem em relação ao NO ? E ao Cl2 ?


b)Escreva a equação de velocidade.
c)Calcule a constante cinética.
d)Qual a velocidade quando as concentrações de Cl2e NO valem,
respectivamente 0,20 e 0,40 mol/L ?
Respostas: 2 e 1 ; v = k [NO]2[Cl2]1 ; 8,0 L2/mol2.s ; 0,26 mol/L.s

9) Os seguintes dados referem-se à decomposição do cloreto de etila, em fase


gasosa, na temperatura de 450 K:

t (min) [EtCl] (mol/L) t (min) [EtCl] (mol/L)


0 0,200 4 0,187
1 0,197 8 0,175
2 0,193 16 0,153
3 0,190 - -

a) Através de um gráfico (10 x 10), em papel milimetrado, demonstre que essa


reação é de primeira ordem;
b) Pelo gráfico determine k;

10) A constante de velocidade de primeira ordem para a decomposição do C2H5Cl,


na temperatura de 720 K, é de 2,5 . 10-3 min-1. Partindo de uma concentração
de 0,200 mol/L calcule:
a) a concentração do C2H5Cl após 1,0 hora;
b) o tempo decorrido para que a concentração se reduza pela metade.

11) Quando se adiciona peróxido de hidrogênio (água oxigenada) sobre a pele,


aparentemente nada se observa. No entanto se houver um ferimento, em
presença de sangue a água oxigenada se decompõe com relativa velocidade.
Pesquise a respeito da substância presente no sangue que produz esse efeito.
Obs.: consulte um professor que atue na área de Bioquímica.
74

12) Como cada um dos seguintes itens afetam a velocidade de uma reação ?
a) A passagem do tempo.
b) Diminuição do tamanho de um recipiente para uma reação em fase gasosa.
c) Adição de um catalisador.

13) Usualmente diz-se que a adição de uma pequena quantidade de um


catalisador produz significativos efeitos na velocidade de uma reação. Explique
porque essa afirmativa é verdadeira.

14) Com suas próprias palavras, explique por quê


a) uma diminuição na temperatura diminui a velocidade de uma reação.
b) A duplicação da concentração de um reagente nem sempre duplica a
velocidade da reação.
c) Um catalisador altera a constante de velocidade.

15) Pesquise a respeito do que são enzimas e qual o seu papel em relação à
velocidade das reações, de um modo geral.
Obs.: consulte um professor que atue na área de Biotecnologia.

16) Pesquise a respeito da constituição (composição) e das principais reações que


ocorrem nos catalisadores dos automóveis.

17) Uma reação apresenta uma variação de entalpia de – 85 kJ/mol e uma


energia de ativação de 70 kJ/mol, sem a utilização de catalisador. Pela adição
de um catalisador essa energia de ativação reduziu-se para 45 kJ/mol.
Represente um diagrama dessas energias, indicando na ordenada energia e
na abcissa tempo de reação.

18) Localize no diagrama do exercício anterior o “complexo ativado” da reação.

19) A adição de um catalisador influi na variação de entalpia de uma reação ?


Porque ?

20) Pesquise a respeito da importância da catálise Ziegler-Natta na produção de


polímeros como o polietileno.
Obs: nossa Faculdade tem em seu corpo docente especialistas na área. Consulte-os !!

21) Para remover uma mancha de um prato de porcelana faz-se o seguinte:


cobriu-se a mancha com meio copo de água fria, adicionaram-se algumas
gotas de vinagre e deixou-se por uma noite. No dia seguinte a mancha havia
clareado suavemente. Usando apenas água e vinagre, sugira duas alterações
no procedimento, de tal modo que a remoção da mancha possa ocorrer em
menor tempo. Justifique cada uma das alterações propostas.

22) Afim de adoçar mais rapidamente uma xícara de chá devemos utilizar açúcar
comum ou açúcar cristal ? Explique.
75

23) Na digestão de alimentos ocorre uma série de reações químicas. Explique,


levando em conta a velocidade das reações químicas, porque é benéfico
mastigar bem os alimentos ?

24) A pólvora negra é uma mistura de três sólidos: carvão, salitre (KNO3) e
enxofre. Porque, na pólvora, esses sólidos se apresentam sob forma
pulverizada (pó) e não apenas colocados em pedaços ?

25) Frascos contendo água oxigenada devem ser guardados em frascos escuros
e em locais de baixa temperatura. Explique tais recomendações.

*** Testes de nivelamento (não serão corrigidos ou comentados)

1 -Se a velocidade de uma reação química é dada pela expressão


v = k [A]n
diz-se que a reação é de ordem
A) A B) 1 C) k D) v E) n

2 - A combustão da gasolina é uma reação exotérmica que ocorre com uma


velocidade elevada em motores a explosão. A reação é iniciada por uma faísca
proveniente da vela de ignição, porque
A) a gasolina só queima a temperaturas elevadas.
B) a reação de combustão da gasolina é lenta a temperatura ambiente.
C) a faísca age como oxidante enérgico.
D) a combustão só ocorre em presença de oxigênio atômico.
E) é necessário vencer a barreira representada pela energia de ativação.

3 - O processo de oxidação numa esponja de aço é muito mais rápido do que


numa lâmina do mesmo material. O fator que determina essa diferença é
A) a concentração.
B) o volume do sistema.
C) a ordem da reação.
D) a superficie de contato.
E) a presença de um catalisador.

4 - A reação:
2 A + B “ produtos
apresenta uma lei de velocidade expressa por
v = k [A]2
Se a concentração do reagente A for mantida constante e a de B for duplicada, a
velocidade de reação fica multiplicada por um fator igual a
A) 0 B) 1 C) 2 D) 4 E) 8

5 - Como maneiras eficientes de aumentar a velocidade de uma reação química,


através da alteração de fatores energéticos, são apresentados os seguintes:
I - aumento da temperatura do sistema.
76

II - aumento da concentração dos reagentes.


III - diminuição do volume do sistema.
IV - adição de um catalisador.
Quais são corretas ?
A) apenas I e II.
B) apenas II e IV.
C) apenas I e III.
D) apenas I e IV.
E) I, II, III e IV.

6 - Para alguns cientistas, o cloro atômico proveniente de certas substâncias,


entre as quais as empregadas como propelentes em aerossóis, acelera a
destruição da camada de ozônio da atmosfera de acordo com o seguinte
mecanismo:
Cl(g) + O3(g) “ ClO(g) + O2(g)
ClO(g) + O(g) “ Cl(g) + O2(g)
Por isso, o cloro atômico age como
A) ativador.
B) inibidor.
C) catalisador.
D) veneno de catálise.
E) promotor.

7 - Para a reação
2 A(g) + B(g) “ C(g)
verifica-se experimentalmente que a velocidade de formação de C independe da
concentração de B e é quadruplicada quando dobra a concentração de A. A
expressão matemática da lei de velocidade para esta reação é
A) k.[A]2.[B]
B) k.[A].[B]
C) k.[A]2
D) k.[A]4
E) k.[A]4.[B]

8 - O estudo cinético para a reação A “ B está representado no gráfico da


velocidade de reação (v), em função da concentração do reagente A.
77

A
A partir desse gráfico pode-se dizer que a lei de velocidade para esta reação é
A) v = k.[A]2
B) v = k.[A]
C) v = k
D) v = k / [A]
E) v = k / [A]2

9 - A reação
H2 + 1/2 O2 “ H2O
é espontânea e pode ocorrer de maneira explosiva, nas condições ambientes. Em
locais onde se trabalha com o gás hidrogênio é rigorosamente proibido fumar ou
produzir fagulhas ou fogo, pois a chama
A) consome o hidrogênio, diminuindo a velocidade da reação.
B) consome rapidamente a energia liberada na reação.
C) fornece a energia de ativação necessária para que a reação ocorra.
D) muda o mecanismo da reação, que ocorre mais rapidamente.
E) torna a reação mais endotérmica, aumentando a sua velocidade.

10 - A isomerização de 1,0 mol de 1,2-dicloroeteno foi realizada em um frasco


fechado, obtendo-se os seguintes valores de conversão em função do tempo:

Tempo (min) 0 10 20 30
mols de A 1,00 0,90 0,81 0,73

A B
trans-1,2-dicloroeteno cis-1,2-dicloroeteno

Nos primeiros 10 minutos de reação a velocidade média de isomerização em


mol/min é
A) 8,00 . 10-3
B) 1,00 . 10-2
C) 9,00 . 10-2
D) 1,00 . 102
E) 1,25 . 102
78

11 - Considere a seguinte reação genérica, na qual todos os componentes


encontram-se em mesma fase:

A + B “ C + D

tem-se o seguinte diagrama

A+B

C+D

caminho da reação

O uso do catalisador adequado


A) diminui a energia de ativação e aumenta o DH da reação.
B) diminui a energia de ativação e diminui o DH da reação.
C) aumenta a energia de ativação e aumenta o DH da reação.
D) aumenta a energia de ativação e mantém o DH constante.
E) diminui a energia de ativação e mantém o DH constante.

12 - Uma reação é de primeira ordem em relação ao reagente A e de primeira


ordem em relação ao reagente B, sendo representada pela equação:
2 A(g) + B(g) “ 2 C(g) + D(g)
Mantendo-se a temperatura e a massa constantes e reduzindo-se à metade os
volumes de A(g) e B(g), a velocidade da reação
A) duplica.
B) fica reduzida à metade.
C) quadruplica.
D) fica oito vezes maior
E) fica quatro vezes menor.

13 - O gráfico a seguir representa a variação de concentração de um radioisótopo


com o tempo

concentração 8.
7.
6.
5.
4.
3.
2.
1.
0. . . . . . . . . . .
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
tempo(min)
79

A observação do gráfico permite afirmar que a meia-vida do radioisótopo é igual a


A) 1 min
B) 2 min
C) 4 min
D) 5 min
E) 10 min

14 - O gráfico a seguir refere-se a uma reação genérica

A + B “R + S

energia 40.
(kcal/mol) 35.
30.
25.
20.
15.
10.
05.
. . . . . . . . . . . .
caminho da reação

A partir das informações contidas na gráfico, é possível afirmar que a reação em


questão possui uma energia de ativação de Arrhenius de aproximadamente
A) 5 kcal/mol.
B) 15 kcal/mol.
C) 20 kcal/mol.
D) 25 kcal/mol.
E) 40 kcal/mol.

15 - A poluição é uma das causas da destruição da camada de ozônio. Uma das


reações que pode ocorrer no ar poluído é a reação do dióxido de nitrogênio com o
ozônio, representada abaixo.
2NO2(g) + O3(g) “ N2O5(g) + O2(g)

Essa reação apresenta uma lei de velocidade expressa por:


v = k [NO2].[O3]

Se a concentração de NO2 (g) for duplicada, mantendo-se constantes todos os


outros fatores, a velocidade da reação
A) quadruplica.
B) reduz-se à metade.
C) duplica.
D) permanece constante
E) triplica
80

16 - Amônia é produzida industrialmente através do processo Haber, equacionado


por
N2(g) + 3 H2(g) “ 2 NH3(g)
Colocando-se em um reator, nitrogênio e hidrogênio, obtiveram-se os seguintes
dados cinéticos, em minutos e mol/L

t (min) [N2] (mol/L) [H2] (mol/L) [NH3] (mol/L)


0 0,50 1,50 ......
10 0,45 1.35 0,10

Calculando-se a velocidade média da reação, em relação do nitrogênio


consumido, em mol/L.min, obtém-se
A) 3,4 . 10-6
B) 1,0 . 10-4
C) 2,3 . 10-2
D) 5,0 . 10-3
E) 1,5 . 10-2

17 - Amostras de magnésio foram colocadas em soluções aquosas de ácido


clorídrico de diversas concentrações e temperaturas, havendo total consumo do
metal e desprendimento de hidrogênio gasoso. Observaram-se os seguintes
resultados

Amostra Massa de magnésio consumida (g) Tempo de reação (min)


I 0,20 1
II 2,00 5
III 4,00 10
IV 4,00 20

Pela análise dos dados contidos na tabela acima é correto afirmar que
A) a velocidade média da reação na amostra I é maior que amostra II.
B) a quantidade de hidrogênio desprendida na amostra II é maior do que na
amostra IV.
C) a velocidade média de reação na amostra III é igual à da amostra IV.
D) a velocidade média de reação na amostra IV é a metade da velocidade média
de reação na amostra II.
E) a quantidade de hidrogênio desprendido na amostra III é menor do que na
amostra IV.

18 - A reação entre os gases representados na equação a seguir tem grande


importância na química ambiental.
2 CO(g) + O2(g) 2 CO2(g)
Essa reação apresenta uma lei de velocidade expressa por
v = k .[CO]2.[O2]
Se a concentração de CO(g) for duplicada e a concentração de oxigênio for reduzida
à metade, mantendo-se constantes todos os outros fatores, a velocidade da reação
81

A) duplica.
B) quadriplica.
C) reduz-se à metade.
D) permanece constante.
E) triplica.

19 - A reação NO + ½ Br2 “ NOBr apresenta uma lei experimental de


velocidade expressa por v = k.[NO]2.[Br2] . A partir dessa informação, é possível
afirmar que
A) a reação apresenta ordem 3/2.
B) a equação dada corresponde a um processo elementar trimolecular.
C) a velocidade da reação quadruplica quando a concentração de NO é dobrada.
D) a concentração de Br2 não tem influência na velocidade da reação.
E) a velocidade da reação é sextuplicada ao se dobraram as concentrações de
ambos os reagentes.

20 - A reação entre persulfato e iodeto, a 250 C, é representada pela equação


química

S2O8-2(aq) + 3 I-(aq) “ 2 SO4-2(aq) + I3-(aq)

e apresenta uma lei de velocidade, determinada experimentalmente, dadas pela


expressão
v = k . [S2O8-2(aq)] . [I-(aq)]
A partir dessas informações, considere as afirmações a seguir,
I- A reação é de oxirredução.
II - A reação apresenta uma cinética de segunda ordem.
III - A velocidade da reação é diretamente proporcional à concentração dos
reagentes.
IV - A velocidade de consumo do S2O8-2(aq) é três vezes maior que a de I-(aq).

Quais estão corretas ?


A) Apenas I.
B) Apenas II e IV.
C) Apenas III e IV.
D) Apenas I, II e III.
E) Apenas II, III e IV.
82

4 .4 . EQU I L Í B RI OS (QU Í M I CO E I ÔN I CO)


4.4.1. QUÍMICO

***RQ Irreversíveis (ou completas)


São reações que ocorrem num só sentido. Não havendo excesso
estequiométrico os reagentes são integralmente transformados em produtos.
Considera-se que as mesmas tenham rendimento 100%.
ex.: reações de combustão e de neutralização.

R £“ P

*** RQ Reversíveis (ou incompletas)


São reações que podem ocorrer no sentido direto e inverso da reação.
Ao “término” da reação resta certa quantidade de reagente não transformado
(rendimento inferior a 100 %).
São comuns em transformações orgânicas.
ex.: esterificações,...

R P
Nestas reações há uma velocidade direta, de formação de produtos, a qual
vai decrescendo e uma velocidade inversa, de regeneração de reagentes, que vai
aumentando, até o instante em que estas duas velocidades se tornam iguais. Este
momento é chamado EQUILÍBRIO, o qual pode ser homogêneo ou heterogêneo,
em função da composição do sistema:

Exemplos:

N2(g) + 3 H2(g) 2 NH3(g) (fase gasosa)


(homogêneo)

CH3COOH(aq) + C2H5OH(aq) CH3COOC2H5(aq) + H2O(l) (fase aquosa)


(homogêneo)

CaCO3(s) CaO(s) + CO2(g) (gases e sólidos)


(heterogêneo)

6 CO2(g) + 6 H2O(l) C6H12O6(s) + 6 O2(g) (sólido, líquido e gases)


(heterogêneo)

Para a reação homogênea:

CO(g) + H2O(g) CO2(g) + H2(g)


83

as variações de concentração de reagentes, produtos e das velocidades direta e


inversa podem ser assim representadas:

Concentração
(mol/L)

Reação com baixo rendimento

[CO] = [H2O]

[CO2] = [H2]

tempo

Concentração
(mol/L)

Reação com alto rendimento

[CO2] = [H2]

[CO] = [H2O]

tempo
84

velocidade
vdireta

vdireta = vinversa equilíbrio químico

vinversa

tempo

tempo decorrido para a reação entrar em equilíbrio

Para uma reação genérica, em equilíbrio:

aA + bB xX + yY (homogênea)

vdireta = kdireta[A]a[B]b e vinversa = kinversa[X]x[Y]y

no momento do equilíbrio

vd = vi = kd[A]a[B]b = ki[X]x[Y]y

isolando os termos semelhantes

d = [X] .[Y] = K
k x y
k
i [A ]a .[B]b c

Kc = constante de equilíbrio em função de concentrações molares.


Quando dos componentes forem gasosos a constante de equilíbrio pode ser
calculada em função das pressões parciais exercidas pelas substâncias gasosas,
na seguinte forma:

Kp = constante de equilíbrio em função de pressões parciais.


85

Como a pressão parcial de um componente depende da sua concentração


em fase gasosa, podemos estabelecer a seguinte relação entre Kc e Kp:

Kp = Kc (RT)Dn
onde:

R = constante geral dos gases


T = temperatura absoluta
Dn = diferença entre os coeficientes dos produtos e reagentes (gasosos)
***** Dn = (x + y) - (a + b)

A constante de equilíbrio também pode ser expressa em função das frações


molares dos constituintes. Desse modo teremos:

y
X x .X
Kx = X Y
X a .X b
A B
Kx = constante de equilíbrio em função de frações molares
Do mesmo modo que Kc e Kp, a relação entre Kp e Kx pode ser estabelecida,
resultando em

Kp = Kx . PD n
Nos equilíbrios heterogêneos, a constante de equilíbrio não inclui os
componentes sólidos, porque a medida que a massa de um sólido vai se reduzindo
e transformando-se num produto o seu volume também reduz, mantendo constante
a concentração do mesmo.

M = m1 / M . V M’ = m1 ’ / M . V’
Mas:
m1 / V = m1 ’ / V’ = const ant e
86

Portanto:

M = M’
CaCO3(s) CaO(s) + CO2(g)

Kc = [CO2] e Kp = PCO2

4.4.2. Deslocamento do Equilíbrio Químico

(Principio de Le-Chatelier à fuga ante a força)

As reações em estado de equilíbrio podem sofrer modificações nos mesmos


em função de três fatores:
- variações nas concentrações de R ou P;
- variações na temperatura;
- variações na pressão.

œ Influência das variações nas Concentrações:

- a adição de um componente (R ou P) desloca o equilíbrio no sentido do


consumo dos mesmos; a remoção de um componente desloca o equilíbrio no
sentido de sua regeneração.

Exemplo: síntese da amônia

N2(g) + 3 H2(g) 2 NH3(g)

A constante de equilíbrio será obtida pela expressão:

Kc = [NH3]2 / [N2].[H2]3

se adicionarmos, por exemplo, N2 ou H2, o denominador da expressão


aumenta e a constante de equilíbrio diminui; para que a constante
assuma novamente o valor inicial o equilíbrio desloca-se no sentido do
consumo do reagente adicionado, formando mais produto e aumentando
o valor de Kc;

se adicionarmos NH3 o numerador da expressão aumenta e a constante,


também; para que a constante reduza seu valor a amônia em excesso
deverá ser decompor (parcialmente) formando H2 e N2, deslocando o
equilíbrio no sentido dos reagentes.

Resumindo:

Se [N2] ’ então Kc ” ; o equilíbrio se desloca para consumir N2


87

Se [NH3] ’ então Kc ’ ; o equilíbrio se desloca para consumir NH3

œ Influência das variações na Pressão:

- o aumento da pressão desloca o equilíbrio (gasoso) no sentido do menor


volume, ou seja, do menor número de mols; a redução da pressão desloca o
equilíbrio no sentido do maior volume, ou seja, do maior número de mols.

Na formação da amônia, a partir do N2 e H2 ocorre uma diminuição no no de


mols gasosos (contração de volume):

contração de volume

expansão de volume

N2g) + 3 H2(g) 2 NH3(g)


- se aumentarmos a pressão o equilíbrio será deslocado no sentido da
formação da amônia (menor número de mols e menor volume).

œ Influência das variações na Temperatura:

- o aumento da temperatura, numa reação em equilíbrio, desloca o mesmo


no sentido Endotérmico; a redução da temperatura (resfriamento), desloca o
equilíbrio no sentido Exotérmico do mesmo.

DH < 0
libera calor
N2g) + 3 H2(g) 2 NH3(g)
absorve calor

Para obter um maior rendimento na produção de amônia devemos resfriar o


sistema, o que provoca um deslocamento do equilíbrio no sentido direto da reação.
88

4.4.3. IÔNICO

Neste caso, além de espécies moleculares encontramos espécies iônicas


entre os componentes.

É o caso particular dos equilíbrios de dissociação de ácidos e bases fracas e


da água.

*** Dissociação de ácidos fracos.

Num ácido fraco a dissociação é muito reduzida o que significa uma pequena
quantidade de íons presentes e uma grande quantidade de moléculas não
dissociadas.

ex.: HCN H+ + CN-

Ka = [H+] [CN-] / [HCN] = 4,0 . 10-10

--------------------------------------------------

HCN HCN HCN HCN HCN


+ -
HCN H CN HCN HCN

HCN HCN HCN HCN


+ -
HCN HCN HCN H CN HCN

(predominância de moléculas)

A solução apresente pequena quantidade de íons “disponíveis” sendo,


portanto “pouco ácida” quando comparada com outra de igual concentração de um
ácido muito dissociado (ex. HCl).

ex.: HCl H+ + Cl- Ka @ 107

-----------------------------------------------
+ - + - + - + -
H Cl H Cl H Cl H Cl
+ - + - + - + -
H Cl HCl H Cl H Cl H Cl
+ - + - + -
H Cl H Cl H Cl HCl
+ - + - + - + -
H Cl H Cl H Cl H Cl

(predominância de íons)
89

*** Dissociação de bases fracas.

Com as bases sucede-se o mesmo que em relação aos ácidos fracos.

ex.: NH4OH NH4+ + OH-

Kb = [NH4+] [OH-] / [NH4OH] = 4,2 . 10-4

Obs.: quanto menor o valor de Ka ou Kb mais fraco o ácido ou a base!

*** Lei da Diluição de Ostwald (1893)

Quando adicionamos um solvente (por exemplo, água) a uma solução de um


ácido ou base fraca o seu grau de dissociação (a) aumenta e, portanto, tal
parâmetro não é totalmente adequado para caracterizar a “força” de um ácido ou de
uma base. No entanto a constante de dissociação (Ka ou Kb) será um critério mais
“confiável” visto que a mesma não se modifica com a diluição.
A relação entre a constante de dissociação (Ka ou Kb), a concentração molar
e o grau de dissociação (a) pode ser estabelecida a partir do seguinte.
Considere a dissociação genérica de um ácido (ou base) fraca:

HA H+ + A-
[ HA ] [ H+ ] [ A- ]
Inicio M - -
Equilíbrio M - aM aM aM
Dissocia aM

A constante de dissociação (Ka) será obtida por:

Ka = [ H+ ] . [ A- ] / [ HA ] = (aM) . (aM) / M - aM
ou, ainda,

Ka = a2 M / 1 - a

Quando o valor da constante de dissociação (Ka ou Kb) for muito pequeno, o


que indica fraca dissociação do ácido ou da base, o denominador da fração (1 - a)
será, aproximadamente igual a 1,0 (um) e, portanto a expressão se resume a

Ka = a2 M
90

Exemplo: calcule o grau de dissociação do ácido acético (CH3COOH), para uma


concentração molar 0,5 mol/litro, sabendo que a sua constante de dissociação (Ka)
vale 1,85 . 10-5.
Resposta: a = 6,1 . 10-3 ou a% = 0,61 %

*** Dissociação da água.

A água dissocia-se fracamente, segundo o equilíbrio:

H2O H+ + OH-

Medidas de Condutividade Elétrica permitem estabelecer o valor desta


constante, Kágua

Kágua = [H+] [OH-] / [H2O] = 1,81 . 10-16 (250 C e 1 atm)

Como a dissociação é muito pequena, pode-se admitir que a concentração


molar da água é constante e vale 55,55.. mol/L.
Lembrando:

**M = m1/ M1 .V (para V = 1,0 litro e m1 = 1000 g = 1,0 kg)

Portanto:

Kágua [55,55..] = [H+][OH-] = 1,81.10-16 . 55,55 = 1,001.10-14 @ 10-14


Ä
Kw = Produto iônico da água = 10-14 (250 C e 1 atm)

como [H+] = [OH-] Ã 10-7 mols/litro (água pura)

I - para soluções ácidas:

[H+] > [OH-] ex.: [H+] = 10-5 e [OH-] = 10-9

II - para soluções básicas:

[H+] < [OH-] ex.: [H+] = 10-11 e [OH-] = 10-3

4.4.4. Conceitos de pH e pOH

Em 1909, o químico dinamarquês, Soren Peer Lauritz Sörensen, para evitar


o uso de expressões matemáticas com expoentes negativos, propôs um artificio
matemático, introduzindo os conceitos de pH e pOH:
91

pH = potencial Hidrogeniônico = - log10 [H+]

pOH = potencial Hidroxiliônico = - log10 [OH-]

Estes conceitos permitem expressar a acidez ou alcalinidade de soluções


diluídas (entre os limites de 1,0 mol/L para os íons H+ ou OH-).
Assim:

- na água pura:

[H+] = 10-7 Ã pH = 7 e [OH-] = 10-7 Ã pOH = 7

- numa solução ácida:

[H+] = 10-3 Ã pH = 3 e [OH-] = 10-11 Ã pOH = 11

- numa solução alcalina:

[H+] = 10-14 Ã pH = 14 e [OH-] = 100 = 1,0 Ã pOH = 0

Obs.:
- quando o ácido ou a base forem fortes [H+] = [ácido] e
[OH-] = [base];
- Kw = Produto iônico da água = 10-14 (constante) = [H+][OH-];
- pH + pOH = 14;
- assim como o equilíbrio químico, também o equilíbrio iônico
pode ser deslocado, valendo os mesmos princípios.

4.4.5. Reações de Hidrólise

Quando um sal é dissolvido em água, verifica-se que a solução resultante


pode ser neutra, ácida ou básica, devido à possibilidade de reação de hidrólise do
sal.

Hidrólise é a reação inversa à neutralização, ocorrendo com sais derivados


de ácidos ou bases fracas.

Na realidade a hidrólise ocorre com o íon derivado do ácido ou da base fraca,


ocorrendo a liberação de íons H+ ou OH-.
92

a) hidrólise de sal derivado de ácido forte com base fraca.

NH4Cl + H2O NH4OH + HCl


(ácido forte)
NH4+ + H2O NH4OH + H+
Ä
íon hidrogênio é liberado (diminui o pH)

b) hidrólise de sal derivado de ácido fraco com base forte.

NaHCO3 + H2O NaOH + H2CO3


Ä Ä Ä
principal constituinte do sal de frutas (base forte) H2O + CO2

HCO3- + H2O H2CO3 + OH-


Ä
o íon hidroxila é liberado (aumenta o pH)

A hidrólise modifica o pH das soluções !!!

Em resumo:

- sal de ácido forte à solução ácida (pH < 7)

- sal de base forte à solução básica (pH > 7)

Exercício.

Escreva as equações de hidrólise dos sais abaixo, indicando a tendência do


pH resultante:

NaNO3

CuSO4

KCN

NaCl

CaCO3

NH4Cl
93

4.4.6. DESLOCAMENTO DO EQUILÍBRIO IÔNICO


(Efeito do íon comum)

Do mesmo modo como foi visto no equilíbrio químico, o iônico também pode
se deslocado sendo que a forma mais freqüente de deslocamento é pela adição de
uma espécie iônica comum (e, ás vezes, não-comum) ao equilíbrio,
correspondendo à adição ou retirada de um componente, na comparação com o
deslocamento do equilíbrio químico.

Assim, considerando a dissociação de um ácido fraco, como o HCN:

HCN(aq) H+(aq) + CN-(aq)


a) se adicionarmos um ácido qualquer a essa solução, a adição de íons H+
irá deslocar o equilíbrio no sentido de consumi-lo, diminuindo a
dissociação do HCN;
b) se adicionarmos NaCN, o íon Na+ não irá exercer efeito significativo ao
sistema mas o ion CN-, por ser comum ao equilíbrio também irá deslocá-
lo no sentido de diminuir a dissociação do HCN. Nesse caso, como
conseqüência, também irá diminuir a acidez da solução em virtude do
consumo dos íons H+.

HCN(aq) H+(aq) + CN-(aq)


Exercício

Qual o efeito da adição de NH4Cl sobre o equilíbrio da dissociação do


hidróxido de amônio (NH4OH) ?

Também merece ser analisado o deslocamento provocado pela adição de


um íon não-comum ao equilíbrio, mas que possa provocar algum tipo de reação
com íons presentes no mesmo.
Considerando, por exemplo, a dissociação da base fraca NH4OH.

NH4OH(aq) NH4+(aq) + OH-(aq)


Se adicionarmos íons comuns ao equilíbrio (NH4+ ou OH-) o mesmo irá se
deslocar no sentido de reduzir a dissociação da base fraca. No entanto se
adicionarmos ao sistema um ácido qualquer, ou seja, íons H+, estes irão consumir
os íons OH-, pela formação de H2O, deslocando o equilíbrio no sentido de regenerá-
los, aumentando a dissociação do NH4OH e, consequentemente, a concentração de
íons NH4+ na solução, representado conforme abaixo:

NH4OH(aq) NH4+(aq) + OH-(aq)


94

4.4.7. ÁCIDOS E BASES DE BRÖNSTED – LOWRY E LEWIS

A definição de ácidos e bases, em função dos íons H+ e OH- em água,


proposta por Arrhenius, é muito restrita, porque limita a discussão do fenômeno
ácido-base somente a soluções aquosas.
Além do conceito de S. Arrhenius sobre ácidos e bases, em 1923, os físico-
químicos J. Brönsted (Dinamarca) e H. Lowry (Inglaterra), independentemente,
propuserem uma teoria mais ampla relativa aos conceitos de ácidos e bases,
aplicável a qualquer solvente (não apenas água) e alguns íons. Outra abordagem
foi proposta, em 1917, pelo americano G. Lewis.

a) Teoria Protônica (Brönsted-Lowry)

Segundo essa teoria :

- ácidos = qualquer espécie química que libera ou doa prótons (H+);

- bases = qualquer espécie química que recebe prótons (H+).


Tais conceitos evidenciam-se em sistemas iônicos em equilíbrio, sendo:

Assim, nos equilíbrios abaixo:

HCl + H2O H3O+ + Cl-


ácido 1 base 1 ácido 2 base 2

HCN + H2O H3O+ + CN-


ácido 1 base 1 ácido 2 base 2

NH3 + H2O NH4+ + OH-


base 1 ácido 1 ácido 2 base 2

O conceito de Brönsted-Lowry é mais geral do que o conceito de Arrhenius,


porque não se restringe a soluções aquosas, sendo que podemos encontrar
reações ácido-base que ocorrem até mesmo sem a presença de um solvente.

Observações importantes sobre a Teoria Protônica

*** as espécies que diferem entre sí de apenas um próton (H+) são chamadas
de conjugados ou pares conjugados (HCl e Cl- ; H2O e H3O+,...);
*** substâncias que, em função da reação que participam, podem comportar-
se tanto como ácidos ou bases (é o caso da água no 10 e 30 exemplos) são
denominadas anfipróticas.
*** nos conjugados se o ácido é forte a base conjugada é fraca e se o ácido é
fraco a base conjugada é forte.
95

b) Teoria Eletrônica (Lewis)

Segundo essa teoria a atenção principal é focalizada na base, sendo definida


como uma substância que pode doar um par de elétrons para formar a ligação
covalente e o ácido como a substância que pode aceitar um par de elétrons para
formar a ligação.
Neste sentido moléculas que “doam” elétrons através de ligações
coordenadas ou dativas serão consideradas bases segundo a teoria de Lewis.
Destacam-se a amônia (NH3), as aminas (R – NH2), as amidas (R – CO – NH2) e
as espécies aniônicas (Cl-, Br-, I-, OH-, etc).
Como ácidos, destacam-se as espécies catiônicas (H+, Na+, Ca++, etc) e
moléculas deficitárias de elétrons , isto é, que não completam o octeto (BF3,
AlCl3, etc).
Exemplo:

BF3 + :NH3 BF3 :NH3


ácido base

5 . Ex e r c íc i o s

1) A reação reversível em fase gasosa: CO + H2O À CO2 + H2 admite os


seguintes valores para a constante de equilíbrio Kc

T (o C) 225 425 625 825 995


Kc 0,007 0,109 0,455 1,080 1,760

Partindo-se de uma mistura equimolar de CO e H2O:

a) quais os compostos predominantes no equilíbrio, a 225o C ?


b) em qual das temperaturas mencionadas as concentrações dos reagentes
e dos produtos, no equilíbrio, são aproximadamente iguais ?

2) Considere a seguinte equação de oxi-redução:

Ce+4aq) + Fe+2(aq) À Ce+3(aq) + Fe+3(aq)

A constante de equilíbrio da reação é igual a 2,0 . 1011.

a) Escreva a expressão que representa a constante de equilíbrio.


b) Calcule a concentração de íons Ce+4 que existe em equilíbrio em uma
solução cuja concentração de Ce+3 é 0,1 mol/L, de Fe+3 é 0,1 mol/L e a de
Fe+2 é 0,1 mol/L.
Resposta: b) 5,0 . 10-13 mol/L
96

3) Um mol de H2 e um mol de Br2 são colocados em um recipiente de 10 L de


capacidade, a 575o C. Atingindo-se o equilíbrio a análise do sistema mostrou
que 0,20 mol de HBr está presente. Calcule o valor da constante Kc.

4) Se 1,0 mol de H2 e 1,0 mol de I2, em um recipiente de 1,0 litro, atingirem a


condição de equilíbrio, em temperatura adequada, observa-se que a constante
do mesmo vale 49,0. Qual a concentração de HI no equilíbrio ?
Resposta: 1,54 mol/L

5) N2O4 e NO2, gases poluentes do ar, encontram-se em equilíbrio, como indicado


na equação: N2O4(g) À 2 NO2(g).
Em uma experiência, nas condições ambientes, introduziu-se 1,50 mol de N2O4
em um recipiente de 2,0 litros. Estabelecido o equilíbrio, a concentração de
NO2 foi de 0,060 mol/L. Qual o valor da constante desse equilíbrio ?
Resposta: 5,0 . 10-3 mol/L

6) Em um recipiente de 1,0 litro, colocou-se 1,0 mol de PCl5. Em fase gasosa, o


PCl5 se decompôs em PCl3 e Cl2, em temperatura tal que o reagente se
encontra 80% dissociado. Qual a constante de equilíbrio desse sistema ?
Resposta: 3,20 mols/L

7) Bicarbonato ácido de sódio sólido é usado como fermento químico porque se


decompõe termicamente, produzindo gás carbônico, de acordo com a reação
representada pela equação: 2 NaHCO3(s) À Na2CO3(s) + CO2(g) + H2O(g).

a) Escreva a expressão matemática para a constante de equilíbrio em termos


das pressões parciais (Kp);

b) A constante de equilíbrio, em termos das pressões parciais, vale 0,25 atm2,


na temperatura de 125o C, quando as pressões são medidas em atmosferas.
Quais as pressões parciais do CO2 e da H2O no equilíbrio ?
Resposta: ambas 0,5 atm.

8) A equação química não balanceada: C6H12O6 + NO3- + H+ À CO2 + H2O + N2


representa a reação que ocorre em solos pouco aerados e envolve a redução
de nitrato a nitrogênio, em meio ácido, em presença de carboidratos. O
fenômeno, conhecido como desnitrificação, prejudica a fixação de NO3- pelas
plantas. Assinale e apresente uma justificativa, qual das alternativas abaixo,
representa uma espécie química capaz de aumentar a concentração do NO3-
no equilíbrio.
a) adicionar íons OH-.
b) adicionar íons H+.
c) absorver CO2.
d) reagir com N2.
e) consumir água.
97

9) A reação de transformação do dióxido de carbono em monóxido de carbono,


representada pela equação abaixo, é muito importante em certos processos
metalúrgicos:
C(s) + CO2(g) À 2 CO2(g) DH = 174 kJ/mol de C
Qual o efeito sobre o equilíbrio se:
a) adicionarmos C sólido ?
b) aumentarmos a temperatura ?
c) introduzir um catalisador adequado a essa reação ?

10) Uma das causas de incêndios em florestas é a combustão espontânea de


compostos orgânicos, genéricamente representada a seguir:
composto orgânico + O2(g) À CO2(g) + H2O(v) + calor
Observe que o deslocamento do ponto de equilibrio da reação pode tornar a
combustão mais intensa. Dois fatores, entre outros, que podem contribuir para
tal fato são:
1o) o aumento da pressão parcial de O2;
2o) a baixa umidade relativa do ar em dias quentes.
Explique porque esses dois fatores deslocam o equilíbrio no sentido da
combustão ?

11) Em um recipiente de 500 mL encontram-se em equilíbrio 0,48 gramas de NO2


e 2,0 gramas de N2O4, segundo a equação: 2 NO2(g) À N2O4(g).
Qual a constante de equilíbrio ?
Resposta: K = 0,01 L/mol.

12) Partindo de 0,388 mol/L de NOCl, à 475 K, a reação: 2 NOCl À 2 NO + Cl2


produz 0,02 mol/L de Cl2, ao atingir o equilíbrio. Calcular Kc.
Resposta: Kc = 2,64 . 10-4 mol/L

13) O valor assumido pela constante de equilíbrio de uma reação nos dá uma
idéia de sua “extensão”, isto é, do avanço dos reagentes em direção dos
produtos.
Que relações podemos fazer entre o rendimento de uma reação e um
a) valor elevado de constante Kc ?
b) valor reduzido de constante Kc ?

14) A constante de equilíbrio em função das pressões parciais, para uma reação
gasosa, pode ser calculada a partir de grandezas termodinâmicas,
particularmente a Energia de Gibbs, segundo a expressão:

- G


Kp = e RT

Para a reação gasosa: 2 NO2(g) À N2O4(g) a variação de energia de Gibbs,


em condições padrão vale – 140,00 kJ/mol. Calcule a constante Kp.
Resposta: 3,0 . 1024
98

15) Metanol, CH3OH, é obtido comercialmente pela reação abaixo:


CO(g) + 2 H2(g) À CH3OH(g)
A uma certa temperatura o valor da constante de equilíbrio, Kc, é
numericamente igual a 7,3. Em que sentido a reação será deslocada quando a
mistura inicial contiver
a) 0,80 mol/L de CO e 1,5 mol/L de H2 ?
b) uma mistura gasosa de de 0,90 mol de metanol, 0,45 mol de CO e 0,45
mol de H2, num recipiente de 3,0 L ?

16) O ácido clorídrico pode ser considerado como totalmente dissociado em


solução aquosa. Se um volume de 10 litros de solução desse ácido contém 10-
2
mols de ácido dissolvidos, qual o valor do pH ?
Resposta: pH = 3

17) Foram adicionados 99 litros de água destilada a 1,0 litro de uma solução de
NaOH, de concentração 0,1 mol/L. Qual o pH da solução alcalina após a
diluição?
Resposta: pH = 11

18) O ácido carbônico apresenta uma fraca dissociação, observada pelo reduzido
valor da sua constante de dissociação, Ka = 4,2 . 10-7. Qual a concentração,
aproximada dos íons H+, considerando-o como um monoácido, partindo de
uma solução inicial 0,1 mol/L desse ácido ?

19) Ácido cítrico é 8,6% dissociado em uma solução preparada pela dissolução
de 0,1 mol desse ácido para 1,0 litro de solução final. Calcule Ka para o ácido
cítrico.
Resposta: 8,1 . 10-4

20) O bicarbonato de sódio (NaHCO3) é “incorretamente” chamado de carbonato


ácido de sódio, pela presença de hidrogênio na fórmula. Esse sal é o principal
constituinte dos antiácidos estomacais do tipo “sal de frutas”. Explique porque
o mesmo atua como antiácido no nosso organismo. De que modo o equilíbrio
de dissociação do bicarbonato é afetado pelos íons H+ presentes no suco
gástrico ?

*** Testes de nivelamento (não serão corrigidos ou comentados)

1 - A tabela abaixo fornece os valores das constantes de ionização de alguns


ácidos, em solução aquosa e 250C.

Ácido Ka
fluorídrico 6,70 . 10-4
acético 1,76 . 10-5
cianídrico 4,93 . 10-10
fórmico 1,77 . 10-4
99

A análise dos dados da tabela permite afirmar que


A) para soluções aquosas de mesma concentração, o pH do ácido acético é
menor do que o fórmico.
B) entre os ácidos apresentados, o mais forte é o cianídrico.
C) a concentração de íons H+ é maior na solução de ácido cianídrico do que na de
ácido fluorídrico, em soluções de mesma concentração.
D) o ácido acético é mais fraco que o fluorídrico.
E) as soluções aquosas de qualquer um desses quatro ácidos apresentam pH
maior do que 7,0.

2 - Numa dada temperatura aqueceram-se 6,0 mols de HI num recipiente


fechado. Ao se estabelecer o equilíbrio
2 HI H2 + I2
verificou-se a presença de 1,5 mols de HI. O grau de dissociação do HI, na
temperatura dada, é
A) 15% B) 25% C) 60% D) 75% E) 85%

3 - Uma solução aquosa A tem pH igual a oito e uma solução aquosa B tem pH
zero. Isto significa que as soluções A e B são, respectivamente,
A) fracamente alcalina e fortemente ácida.
B) fracamente alcalina e neutra.
C) fortemente alcalina e fracamente ácida.
D) fracamente ácida e fracamente alcalina.
E) fortemente ácida e neutra.

4 - Na ionização do ácido clorídrico em solução aquosa, representada por


HCl + H2O H3O+ + Cl-
a água se comporta como
A) um ácido de Brönsted-Lowry.
B) uma base de Brönsted-Lowry.
C) um ácido de Arrhenius.
D) uma base de Arrhenius.
E) um ácido de Lewis.

5 - Em um sistema químico isotérmico ocorre a reação genérica reversível


A(aq) + B(aq) C(aq) + D(aq)
Partindo-se de 3 mols de A e de 3 mols de B, verifica-se que, atingindo o
equilíbrio, a quantidade de A presente no sistema é 1/3 da quantidade inicial. A
constante de equilíbrio Kc para esse sistema é

A) 9 B) 4 C) 2 D) 1/2 E) 1/4

6 - O pH de uma solução aquosa onde a concentração de íons hidroxila é de 0,01


mol/L é igual a
A) 0,01 B) 2 C) 10 D) 12 E) 13,99
100

7 - Se a concentração de íons hidroxila, em uma solução aquosa, for reduzida a


um décimo do valor original, o pH da solução
A) aumentará de 10 unidades.
B) permanecerá inalterado.
C) será reduzido à metade.
D) aumentará de 1 unidade.
E) diminuirá de 1 unidade.

8 - A reação química que apresenta constante de equilíbrio genericamente


representada por
Kc = [X] / [Y].[Z]1/2
será
REAGENTES PRODUTO
A) C(s) e O2(g) CO2(g)
B) H2(g) e O2(g) H2O2(l)
C) N2(g) e O2(g) NO(g)
D) SO2(g) e O2(g) SO3(g)
E) P4(s) e O2(g) P2O5(s)

9 - Dentre os sistemas em equilíbrio apresentados abaixo, o que se desloca da


direita para a esquerda quando se faz diminuir a pressão é
A) 2 CO(g) + O2(g) 2 CO2(g)
B) 2 NH3(g) N2(g) + 3 H2(g)
C) N2O4(g) 2 NO2(g)
D) CO2(g) + H2(g) CO(g) + H2O(g)
E) CaCO3(s) CaO(s) + CO2(g)

10 - A única das espécies abaixo que, ao ser dissolvida em água, resulta em uma
solução com pH menor do que o solvente puro é
A) NaCl B) Na2CO3 C) CaCl2
D) NH3 E) (NH4)2SO4

11 - Uma constante de equilíbrio elevada significa que


A) o equilíbrio é atingido rapidamente.
B) a velocidade da reação direta é muito maior do que a velocidade da reação
inversa.
C) a concentração dos reagentes será bem menor que a de produtos da reação ao
ser atingido o equilíbrio.
D) a reação é irreversível.
E) o equilíbrio não pode ser deslocado por modificação das concentrações.

12 - Ao adicionarem-se 99 mL de água a 1,0 mL de NaOH 0,01 M, verifica-se que


o pH da solução
A) não se altera.
B) aumenta de 2 para 4.
C) diminui de 10-2 para 10-4.
D) aumenta de 10-2 para 102.
101

E) diminui de 12 para 10.

13 - A síntese da amônia e a sua decomposição constituem um exemplo de


equilíbrio químico:
N2(g) + 3 H2(g) 2 NH3(g)
Como industrialmente deseja-se a reação de síntese, uma prática recomendável
para se conseguir um maior rendimento de amônia, apenas com as informações
disponíveis acima, é
A) adicionar um catalisador.
B) aumentar a pressão sobre o sistema.
C) elevar a temperatura.
D) retirar o excesso de hidrogênio.
E) trabalhar com nitrogênio líquido.

14 - Quando se dissolve um mol de hidróxido de sódio em um litro de água


destilada, resulta uma solução na qual a espécie de menor concentração é
A) Na+ B) OH- C) H2O D) NaOH E) H3O+

15 - Quando se dissolvem certos sais em água pode ocorrer que a relação entre a
concentração de íons hidrogênio (H+) e a concentração de íons hidroxila (OH-)
seja alterada.
Assim, dados os sais abaixo:
1 - carbonato de cálcio
2 - sulfato de sódio
3 - cloreto de amônio
4 - cloreto de potássio
5 - acetato de sódio
6 - sulfato de alumínio
podemos corretamente classificá-los como:

[H+] > [OH-] [H+] = [OH-] [H+] < [OH-]


(A) 1 e 5 2 e 4 3 e 6
(B) 3, 4 e 6 1, 2 e 5 ...........
(C) ......... 2, 3 e 4 1, 5 e 6
(D) 3 e 6 2 e 4 1 e 5
(E) 2, 3 e 6 .......... 1, 4 e 5

16 - As leis de proteção ambiental de certas cidades não permitem o lançamento


em rios, entre outros, de efluentes com pH inferior a 5,0 ou superior a 9,0. No que
se refere à acidez, os efluentes aquosos das indústrias X, Y e Z apresentam as
seguintes concentrações:

Indústria Concentração no efluente


X 10-3 M de H+
Y 10-4 M de H+
Z 10-6 M de OH-
102

Poderiam ser lançados em rios, sem tratamento prévio, apenas os efluentes de


A) X B) Y C) Z D) X e Y E) Y e Z

17 - Recolheu-se uma amostra de água da chuva e verificou-se que apresentava


pH = 5,0. Se quisermos neutralizar 1,0 litro desta amostra com uma solução de
KOH 0,01 M, o volume de base consumido, em mL, será
A) 0,001
B) 0,01
C) 0,05
D) 1,0
E) 5,0

18 - O indicador tornassol apresenta cor rosa em meio ácido e azul em meio


básico, ocorrendo a troca de cor quando a concentração de H+ está na faixa de 10-
5
a 10-7 M.

Assinale a alternativa que apresenta a combinação correta do valor do pH


da solução e a cor do indicador a ela adicionado.

SOLUÇÃO FAIXA DE pH COR DO INDICADOR


A) suco de limão 2,2 a 2,4 azul
B) vinagre 2,6 a 3,0 azul
C) suco de laranja 3,0 a 4,0 rosa
D) água do mar 8,2 a 8,3 rosa
E) detergente com 11,8 a 12,4 rosa
amoníaco

19 - Tem-se duas soluções aquosas


I - solução de NaOH 0,01 mol/litro
II - solução de HCl 0,01 mol/litro
o quociente pH da solução I / pH da solução II é igual a

A) 1 B) 6 C) 10 D) 10-2 E) 10-10

20 - Em uma solução aquosa de ácido acético se estabelece o seguinte equilíbrio


CH3COOH H+ + CH3COO-
a adição de uma pequena quantidade de acetato de sódio (CH3COONa) a esta
solução
A) diminui o seu pH.
B) aumenta a concentração dos íons H+.
C) diminui o grau de ionização do ácido.
D) mantém inalterado o pH.
E) reduz a zero o grau de ionização do ácido acético.
103

21 - O volume, em mL, de uma solução de ácido clorídrico de pH = 2, necessário


para neutralizar completamente 500 mL de uma solução de hidróxido de potássio
de pH = 11 é de
A) 13.
B) 50.
C) 100.
D) 500.
E) 2275.

22 - Conhecendo-se o valor da constante de equilíbrio (Kc), pode-se determinar a


probabilidade de uma dada reação ocorrer na natureza.
Considere duas reações possíveis para a “fixação” do nitrogênio atmosférico,
convertendo-o em compostos utilizáveis pelos seres vivos.
-30 0
I. N2(g) + O2(g) 2 NO(g) Kc = 1,0 . 10 a 25 C
8 0
II. N2(g) + 3 H2(g) 2 NH3(g) Kc = 5,0 . 10 a 25 C

Para uma fixação eficiente de N2, é correto afirmar-se que


A) a reação I não seria um processo adequado, pois a concentração de NO no
equilíbrio seria extremamente pequena.
B) a reação II não seria um processo adequado, pois o sistema em equilíbrio
consistiria, praticamente, no produto NH3.
C) a reação I seria um processo adequado, pois esta reação tende a se processar
no sentido da formação do NO.
D) a reação II seria um processo adequado, pois no equilíbrio são grandes as
concentrações de N2 e H2.
E) as duas reações são processos adequados, pois quando o equilíbrio é atingido
nas duas reações, é grande a concentração dos produtos.

23 - Nas seguintes equações:

KOH + HCl “ KCl + H2O


A
HCl + NH3 “ NH4Cl
B
HCN + NaOH “ NaCN + H2O
C
as soluções aquosas dos compostos A, B e C apresentam, respectivamente, um
pH
A) > 7; = 7; > 7
B) < 7; = 7; < 7
C) < 7; < 7; > 7
D) < 7; > 7; = 7
E) < 7; < 7; < 7

24 - O pH de uma solução aquosa de ácido clorídrico cuja concentração é igual a


10-9 mol/L é aproximadamente igual a
104

A) 1
B) 3
C) 5
D) 7
E) 9

25 - O acetato de etila é um éster muito usado como solvente de vernizes. Em um


recipiente de um litro, foram misturados um mol de acetato de etila e um mol de
água. Os compostos reagiram entre sí formando etanol (álcool comum) e ácido
acético, de acordo com a equação

C4H8O2 + H2O C2H5OH + C2H4O2

Depois de algum tempo, o sistema atingiu o equilíbrio; o número de mols de éster


medido foi de 0,66. O valor, aproximado, da constante de equilíbrio é
A) 0,26
B) 1,00
C) 1,50
D) 2,60
E) 3,76

26 - Para o cultivo de azaléias, o pH ideal é entre 4,0 e 5,0. A análise do solo de


um jardim mostrou que o mesmo apresenta um pH igual 6,0. O composto ideal
para adequar o solo ao plantio das azaléias é
A) Al2(SO4)3
B) CaCO3
C) CaO
D) NH3
E) NaOH

27 - Considere o equilíbrio químico que se estabelece em uma solução aquosa de


ácido acético que pode ser representado pela equação
CH3 – COOH(aq) CH3 – COO-(aq) + H+(aq)
Mantendo-se constante a temperatura e adicionando-se uma solução aquosa de
acetato de sódio (CH3 – COONa), é incorreto afirmar que
A) o equilíbrio se desloca para a esquerda.
B) aumenta a concentração de ácido acético.
C) aumenta a concentração do íon CH3 – COO-.
D) diminui a concentração do íon H+.
E) altera o valor numérico da constante de equilíbrio.

28 - Um equilíbrio envolvido na formação da chuva ácida está representado pela


equação:
2 SO2(g) + O2(g) 2 SO3(g)
Em um recipiente de 1,0 litro, foram misturados 6 mols de dióxido de enxofre e 5
mols de oxigênio. Depois de algum tempo, o sistema atingiu o equilíbrio; o número de
105

mols de trióxido de enxofre medido foi 4. O valor aproximado da constante de


equilíbrio é
A) 0,53
B) 0,66
C) 0,75
D) 1,33
E) 2,33

29 - Considere as seguintes equações, que representam situações de equilíbrio


químico a 298 K.
I. N2 + 3 H2 2 NH3 Kp = 6,8 . 105
II. H2 + I2 2 HI Kp = 7,94 . 102
III. N2O4 2 NO2 Kp = 0,98

A conclusão correta que se pode extrair dessas informações é que


A) a reação I e a mais rápida das três.
B) a reação II praticamente não ocorre no sentido direto a 298 K.
C) a reação II apresenta velocidade moderada.
D) apenas a reação III atinge o equilíbrio a 298 K.
E) a reação I atinge o equilíbrio com grande quantidade relativa de produtos.

30 - O acidente ocorrido recentemente com o navio Bahamas provocou o


vazamento de milhares de toneladas de ácido sulfúrico na lagoa dos Patos. Em
determinados locais, foram registrados valores de pH entre 3 e 4. Podemos
afirmar que, nesses locais, a concentração aproximada de íons hidroxila, em
mol/L, foi
A) maior do que 10-11.
B) maior do que 10-9.
C) maior do que 10-7.
D) maior do que 10-5.
E) maior do que 10-4.
106

5 . REFERÊN CI A S B I B L I OGRÁ FI CA S

1. BRADY, J. E & HUMISTON, G. E. – QUÍMICA GERAL . LTC Editora.1996.


São Paulo.

2. MAHAN , B & MYERS, R. J. – QUÍMICA – UM CURSO UNIVERSITÁRIO.


Editora Edgard Blücher. 3 ed. 1995. São Paulo.

3. ATKINS, P & JONES, L. – PRINCÍPIOS DE QUÍMICA. Bookman Companhia


Editora. 2001. Rio de Janeiro.

4. ANDRADE, M. A. G. – FÍSICO-QUÍMICA. s ed. mimio. PUCRS. 2001.


107

GA B A RI T OS – T EST ES DE N I V EL A M EN T O
1 . SOL U ÇÕES
01 – B 02 – D 03 – A 04 – B 05 – C
06 – D 07 – A 08 – B 09 – D 10 – C
11 – B 12 – D 13 – D 14 – C 15 – C
16 – D 17 – A 18 – A 19 – E 20 – B
21 – B 22 – B 23 – C 24 – B 25 – D
26 – B 27 – B 28 – E 29 – D 30 – A

2 . EFEI T OS COL I GA T I V OS
01 – A 02 – B 03 – C 04 – E 05 – E
06 – B 07 – C 08 – A 09 – E 10 – E

3 . T ERM OQU Í M I CA
01 – C 02 – E 03 – E 04 – D 05 – A
06 – B 07 – D 08 – C 09 – C 10 – D
11 – B 12 – C 13 – E 14 – B 15 – A
16 – C 17 – C 18 – D 19 – C 20 – A

3 . CI N ÉT I CA QU Í M I CA
01 – E 02 – E 03 – D 04 – B 05 – D
06 – C 07 – C 08 – B 09 – C 10 – B
11 – E 12 – C 13 – B 14 – B 15 – C
16 – D 17 – D 18 – A 19 – C 20 – D

4 . EQU I L Í B RI O QU Í M I CO E I ÔN I CO
01 – D 02 – D 03 – A 04 – B 05 – B
06 – D 07 – E 08 – D 09 – A 10 – E
11 – C 12 – E 13 – B 14 – D 15 – D
16 – C 17 – D 18 – C 19 – B 20 – C
21 – B 22 – A 23 – C 24 – D 25 – A
26 – A 27 – E 28 – D 29 – E 30 - A
108

ATIVIDADES EXPERIMENTAIS

Disciplina: QUÍMICA GERAL E INORGÂNICA II


Prof. M. Sc. Mateus A. G. Andrade

1. INTRODUÇÃO

1.1. OBJETIVOS DAS AULAS EXPERIMENTAIS

Consideramos que, além da familiarização do aluno com operações e


técnicas mais freqüentes nos processos químicos, já iniciada nas atividades
experimentais de Química Geral I, é importante o trabalho experimental com
metodologias analíticas (sem esgotá-las), tendo em vista um dos objetivos do
curso de Química que visa a preparação do profissional químico analista.
Tais conhecimentos básicos constituirão o requisito para as disciplinas de
Química Analítica (Qualitativa e Quantitativa).

1.2. INSTRUÇÕES GERAIS

Ratificamos em nossa disciplina algumas instruções enfatizadas em


Química Geral I, as quais devem ser levadas em consideração em todas as
demais disciplinas do curso, entre as quais destacamos:
I - não será permitida a permanência de alunos sem avental no
laboratório. O avental deve ser de cor branca, com mangas
compridas e seu comprimento deverá atingir a altura dos joe-
lhos, confeccionados em tecido de algodão pois este mostra-
se mais adequado do que os tecidos sintéticos por ser mais
resistente ao fogo.
II - além do uso obrigatório do avental, sugere-se, por medida
de segurança, que o aluno tenha um óculos de proteção e
luvas de borracha para uso na preparação de soluções corro
sivas.

É oportuno, outrossim, que o aluno tenha um caderno de anotações onde


deverá ser registrado o início e o término de cada exprimento, assim como
observações e conclusões, pois seu professor deverá abster-se completamente de
concluir qualquer dos experimentos, porém deverá conduzir o raciocínio e a
observação do aluno.
109

1.3. INSTRUÇÕES PARA O TRABALHO PRÁTICO

Durante os trabalhos experimentais deverão ser observados rigorosamente


os seguintes aspectos:

01) prepare-se para realizar cada experimento lendo antes as instruções


correspondentes. Siga as instruções e respeite rigorosamente as precauções
recomendadas. Consulte seu professor cada vez que notar algo de anormal ou
imprevisto;
02) não fume no laboratório;
03) faça apenas o experimento recomendado e aprovado pelo professor;
04) separe os materiais necessários e, se estiver em grupo, divida as
tarefas entre seus colegas;
05) leia com atenção o rótulo do reagente antes de usá-lo;
06) se qualquer ácido ou produto corrosivo for derramado lave o local
imediatamente com bastante água;
07) caso você encoste em algum ácido forte limpe sua pele imediatamente
com água corrente ou solução de bicarbonato de sódio (NaHCO3);
08) se o mesmo ocorrer com alguma base forte, limpe sua pele com água
corrente ou solução de ácido acético;
09) não toque com os dedos nos produtos químicos, a menos que receba
instruções para fazê-lo;
10) para sentir odor de uma substância, não coloque seu rosto diretamente
sobre o recipiente. Em vez disto traga um pouco do vapor para você, com sua
mão;
11) tenha cuidado com os materiais inflamáveis, nunca aqueça um líquido
inflamável com o bico de gás, use uma manta de aquecimento ou banho-maria
aquecido por resistência elétrica;
12) qualquer incêndio deve ser abafado imediatamente com um pano úmido
ou, dependendo da extensão do mesmo, através de extintores. Procure
identificar a localização e o tipo de extintor próximo;
13) caso ocorra um acidente (queimadura com fogo, salpique de produtos
nos olhos, etc..) procure os dispositivos de segurança nos laboratórios;
14) trabalhe com calma, paciência e sabedoria.

1.4. ALGUNS REAGENTES E SUAS CARACTERÍSTICAS

Sempre que manusear compostos voláteis (HCl, NH4OH, HNO3,


benzeno,etc..) faça-o em local com boa ventilação ou em capela
preferencialmente.

Quando diluir um ácido forte, adicione primeiro a água e depois o ácido!!!


110

a) Ácido clorídrico concentrado:


- formado por moléculas de HCl gasoso, dissolvidas em água.
Comercialmente é encontrado com impurezas e denominado de ácido muriático.
Como o ácido clorídrico apresenta alta tensão de vapor as moléculas do mesmo
podem facilmente escapar do líquido, reduzindo a concentração do ácido no
frasco-depósito. Por esta razão o frasco deve estar bem fechado após seu uso. Os
vapores de ácido clorídrico são tóxicos e, portanto, não devem ser inspirados.

b) Ácido nítrico concentrado:


- ácido forte e excelente agente oxidante. Deve ser utilizado com muito
cuidado pois é volátil e em contato com a pele provoca sérias queimaduras.

c) Ácido sulfúrico concentrado:


- ácido forte e agente altamente desidratante. Não é volátil mas seu contato
com a pele causa sérias queimaduras. Sua dissolução em água é altamente
exotérmica (libera calor) e, portanto, deve ser feita com cuidado e sob constante
resfriamento.

d) Hidróxido de amônio concentrado:


- apesar de não ser uma base forte seus vapores causam sérias irritações
nas mucosas (principalmente oculares). Por serem tóxicos os seus vapores, do
mesmo modo que o ácido clorídrico, o frasco deve estar bem fechado após seu
uso.

e) Benzeno:
- hidrocarboneto aromático, de odor agradável, vapores tóxicos e altamente
inflamáveis. Quando manuseá-lo certifique-se que não há bicos de gás acesos
próximos. O mesmo cuidado deve ser tomado no manuseio do éter etílico.

1.5. REAGENTES E SOLUÇÕES

Os reagentes empregados em laboratório em geral apresentam-se sob a


forma de soluções.
O acondicionamento das soluções é feito em frascos de vidro os quais
devem apresentar resistência química ao ataque dos materiais neles contidos.
As soluções alcalinas, especialmente, atacam o vidro formando silicatos.
Por esta razão equipamentos de precisão (buretas, pipetas volumétricas, etc..)
não devem receber soluções alcalinas.
Da mesma forma que os reagentes sólidos, as soluções devem estar
protegidas da contaminação externa. É conveniente utilizar um frasco de tampa
achatada com bordas cobrindo a boca do gargalo para proteger da poeira.
Porções de soluções retiradas do frasco e que não tenham sido usadas não
devem retornar ao frasco, salvo instruções em contrário.
Soluções diluídas de ácidos, bases e alguns sais podem ser vertidas na
pia sem o risco de contaminação ao ambiente. No entanto se a solução for de
ácido ou base concentrado as mesmas devem ser neutralizadas para, então,
111

serem adicionadas na rede de esgoto. Soluções de sais contaminantes (cianetos,


cianatos, metais pesados, sais de cromo, etc...) devem ser colocadas em locais
adequados e indicados pelo seu professor.

-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-
112

Experimento 1 - CARACTERÍSTICAS DAS SOLUÇÕES

* MATERIAL (no balcão central)

- NaCl sólido (02 frascos) e espátula de madeira;


- CH3COONa.3H2O sólido (02 frascos) e espátula de madeira;

* MATERIAL POR GRUPO (na bancada)

- 4 copos (bequer) de 100 mL sem graduação;


- 1 copo (bequer) de 250 mL;
- tripé para aquecimento;
- tela de amianto;
- 1 bastão de vidro;
- 1 proveta de 25 mL;
- banho de gelo.
- funil comum, com haste curta
- suporte para funil

* INTRODUÇÃO

É de nosso conhecimento do dia-a-dia que determinados solutos sólidos


(açúcar comum, sal de cozinha, etc...) mostram um limite máximo de solubilidade
em água (por exemplo), em dada temperatura.
Define-se como Coeficiente de Solubilidade (C.S.) a quantidade máxima
de um soluto sólido que pode ser dissolvida em determinada quantidade de
solvente, em dada temperatura. Em geral usa-se como referência, em relação ao
solvente, 100 gramas (100 mL ou 100 cm3) à 250 C (condições padrão), isto
porque este Coeficiente de Solubilidade varia com o tipo de soluto, quantidade de
solvente e temperatura. A tabela a seguir mostra exemplos de dois solutos
diferentes em relação a temperatura:

temp.(0C). 0 10 20 30 50 60 80 90 100
m NaCl 35,7 35,8 36,0 36,3 37,0 37,3 38,4 39,0 39,9
m KNO3 13,3 20,9 31,6 45,8 85,5 110 169 202 246

Em função dos dados da tabela acima construa, em papel milimetrado, um


gráfico de solubilidade para estes dois sais, determinando em qual temperatura a
solubilidade (C.S.) dos dois será a mesma bem como proponha um processo
simples de separação destes dois sais.
113

De acordo com o C.S. as soluções podem ser divididas nas seguintes


categorias:
a) insaturadas: são aquelas em que a massa de soluto dissolvida é inferior
ao coeficiente de solubilidade da substância;
b) saturadas: quando a massa de soluto dissolvida é igual ao coeficiente
de solubilidade;
c) super-saturadas: são soluções em que a massa de soluto dissolvida é
superior ao coeficiente de solubilidade. São preparadas com técnicas especiais e
revelam-se bastante instáveis, ou seja, o excesso de soluto pode depositar-se no
fundo do recipiente por ação de alguns fatores físicos (agitação mecânica, atrito,
variações bruscas de temperatura, adição de um “germen de cristalização” , etc...)
Em nosso experimento serão investigadas algumas propriedades destas
soluções, particularmente das super-saturadas.

* PROCEDIMENTOS

Algumas substâncias possibilitam a preparação de soluções super-


saturadas e outras não.
Num bequer pequeno (100 mL), usando uma proveta de 25 mL, adicione
cerca de 20 mL de água destilada e, após, com o auxilio de uma espátula,
adicione pequenas quantidades de NaCl sólido, até que haja corpo de fundo
(depósito). Aqueça a mistura, sobre tela de amianto, agitando constantemente,
com bastão de vidro, até a ebulição. Observando dissolução do depósito adicione,
cuidadosamente, pequenas quantidades de NaCl, até completa dissolução.
Resfrie a solução em banho de gelo e, se houver algum depósito filtre e recolha o
filtrado.
Após resfriada a solução (se for o caso o filtrado), adicione alguns cristais
de NaCl e observe se ocorreu alguma modificação em relação à quantidade de sal
depositada no fundo recipiente.
Repita os mesmos procedimentos utilizando o acetato de sódio tri-hidratado
(CH3COONa.3H2O).
Devido a alta solubilidade do acetato de sódio adicione quantidades
maiores do mesmo, aquecendo sempre que houver depósito no fundo do
recipiente.
Resfrie em banho de gelo e adicione cristais do acetato, observando se
ocorre alguma modificação em relação a estes.
Com base nas observações feitas responda:

a) A solução de NaCl preparada inicialmente é super-saturada ?

b) Como se denominam os cristais de acetato de sódio adicionados ao final


do experimento ?
.o.o.o.o.o.o.o.o.o.o.o.o.o.
114

Experimento 2 - PREPARO E ACONDICIONAMENTO DE


SOLUÇÃO DE ÁCIDO CLORÍDRICO

* MATERIAL E REAGENTES (no balcão central)

- papel de filtro;
- ácido clorídrico concentrado (na capela);
- amostras de Na2CO3 (03 por grupo), de 0,300 g contidos em pesa-
filtros;
- indicador (Verde de Bromo-cresol)

* MATERIAL POR GRUPO (na bancada)

- 01 balão volumétrico de 500 mL;


- 01 funil de haste longa;
- 01 frasco ambar de 500 mL;
- 01 pipeta graduada de 5 mL;
- 01 bureta de 50 mL;
- 03 erlenmeyer de 250 mL
- 01 bastão de vidro;
- 01 suporte com agarrador para bureta.

* INTRODUÇÃO

Na atividade de laboratório, seja em nível acadêmico ou na própria


indústria, as substâncias são utilizadas, de modo geral, na forma de soluções.
Numa solução, além da proporção entre a quantidade de soluto e de
solução (ou solvente), expressa na forma de uma “concentração” , é indispensável
que se conheçam características específicas de cada soluto, na preparação
adequada dessa solução.
Dependendo da utilização da solução as mesmas devem ser consideradas
segundo duas características básicas:
c) soluções padrão: usadas para fins analíticos contendo uma quantidade
exatamente conhecida de um reagente qualquer, na unidade de volume.
Essa concentração é expressa com exatidão (quatro decimais)

ex.: 0,1538 g/L (massa/volume)


0,8543 mol/L (número de mols/volume)
115

d) soluções não padronizadas: usadas para fins não analíticos sendo


sua concentração aproximada. Não é requerida a mesma exatidão, com
relação às soluções padronizadas (um ou dois decimais)
ex.: 0,5 g/L (massa/volume)
1,0 mol/L (número de mols/volume)

*PREPARAÇÃO DE SOLUÇÕES PADRÃO

O título das soluções padrão deve ser conhecido com grande exatidão. O
grau de exatidão requerido é maior do que o correspondente aos trabalhos
analíticos mais comuns. Assim sendo é desejável que o título das soluções padrão
possa ser determinado com um erro inferior a 0,1 %. Maiores detalhes serão
tratados nas disciplinas de Química Analítica Quantitativa.
A preparação de uma solução padrão requer, direta ou indiretamente, o uso
de um reagente quimicamente puro e com composição perfeitamente definida. Os
reagentes com semelhantes características são denominados, comumente,
padrões primários. São os seguintes os requisitos principais exigidos de um
padrão primário:
f) a substância deve ser de fácil obtenção, purificação, dessecação e
conservação;
g) não pode ser volátil;
h) as impurezas devem ser facilmente identificáveis com ensaios
qualitativos de sensibilidade conhecida;
i) a substância não deve ser higroscópica (absorver umidade do ambiente)
ou eflorescente;
j) deve ser bastante solúvel.

O número de padrões primários é relativamente limitado. São exemplos:


carbonato de cálcio, tetraborato de sódio, ácido benzóico, cloreto de sódio (após
dessecação a peso constante), nitrato de prata, tiocianato de potássio, ácido
oxálico, oxalato de sódio e dicromato de potássio.
Quando o reagente com que se tem de preparar a solução é um padrão
primário, recorre-se a técnica direta que consiste na pesagem, em balança
analítica, da massa que se requer da substância, dissolução e diluição a um
volume conhecido em balão volumétrico aferido. No rótulo deverá constar a
espécie química, seu título, a data de praparação e seu preparador, conforme
modelo.
*** balão volumétrico só é utilizado na
preparação e não no armazenamento !!!
Embora o Sistema Internacional de unidades recomende para o volume a
unidade metro cúbico utilizamos o volume expresso em litro (L).
As ilustrações a seguir indicam alguns dos equipamentos utilizados na
titulações (bureta, pipeta volumétrica, erlenmeyer,...) a técnica correta de leitura,
de transferência de alíquotas com a pipeta volumétrica e transferência de solução
para o balão volumétrico.
116

Leitura correta da bureta Transferência de solução

Transferência de líquido para o balão Como rotular a solução !

FACULDADE DE QUÍMICA – PUCRS

HCl
M = 0, 2574 mol/ L
Linus Pauling 06/06/1966

Química Geral e Inorgânica II

Quando o reagente não é padrão primário (por exemplo, o ácido clorídrico,


os hidróxidos alcalinos e de amônio, o permanganato de potássio,...) a preparação
direta da solução não é possível.
Recorre-se, então, à técnica indireta, que consiste em preparar,
inicialmente, uma solução com concentração aproximada à desejada e, depois,
117

padronizá-la, isto é, determinar com exatidão o sei título em relação a um padrão


primário adequado ou com referência a uma outra solução padrão.
Por exemplo, o ácido clorídrico não é padrão primário e a sua solução pode
padronizada através de um padrão primário, como é o caso do carbonato de
sódio. A seguir esta solução (já padronizada) pode ser usada para titular
hidróxidos alcalinos (como por exemplo o hidróxido de sódio).
Na padronização devem ser obedecidas as seguintes condições:
d) é preciso dispor de um padrão primário adequado ou solução
padronizada;
e) o peso do padrão primário não pode ser demasiadamente pequeno, em
virtude do erro inerente ao aparelho de pesagem;
f) o volume de solução gasto na padronização não deve ser pequeno
demais, pois cada leitura na bureta está sujeita a um erro de 0,01 mL e
um erro de escoamento de 0,02 mL, podendo o erro total chegar a 0,04
mL e, portanto, para garantir uma exatidão de 0,1% é preciso que o
volume de solução gasto na titulação não seja inferior a 40 mL.
*** Obs.: como o objetivo em nossa disciplina não é esgotar o
assunto e sim mostrar características principais no prepa –
ro de soluções, eventualmente o critério acima poderá não
ser verificado !!!

*CONSERVAÇÃO DAS SOLUÇÕES PADRÃO

Como já afirmamos anteriormente as soluções não são conservadas em


balões volumétricos (são usados somente na preparação). As soluções padrão
devem ser conservadas de maneira a manter inalterado seu título tanto quanto
possível.
Algumas soluções são altamente estáveis e outras não.
Por exemplo, uma solução 0,1 eqg/L de dicromato de potássio é
indefinidamente estável. As soluções de ácido clorídrico, nítrico e hidróxido de
amônio, por serem estes solutos voláteis, tem duração limitada. As soluções de
hidróxidos alcalinos reagem com o CO2 presente no ar formando carbonatos.
Estes carbonatos solidificam no gargalo dos frascos de depósito e se os mesmos
tiverem tampas de vidro esmerilhado, a presença de carbonatos irá emperrar as
referidas tampas, sendo aconselhável o uso de tampas com rolha de borracha ou
polietileno ou rosqueadas. Aconselha-se o frasco escuro para evitar a
decomposição fotoquímica, o que ocorre com facilidade em soluções de peróxido
de hidrogênio e permanganato de potássio.
118

* PROCEDIMENTOS

I – Preparação de uma solução ácida a partir do ácido concentrado.

Nosso objetivo, inicialmente, é preparar 500 mL de uma solução de ácido


clorídrico, de concentração 0,2 mol/L ou 0,2 eqg/L (visto que estas expressões de
concentração se equivalem), a partir do ácido concentrado, cujas características
(Título em massa, massa específica e massa molar) você deverá reconhecer no
rótulo do referido ácido.
Calcule a massa de HCl puro que será necessária para a preparação da
solução acima e, a seguir, calcule o volume de ácido concentrado que contém a
massa necessária para o preparo da solução.
Adicione, a seguir, água destilada ao balão volumétrico até cerca da
metade de seu volume.
Meça, com pipeta graduada, o volume de ácido concentrado que você
calculou e transfira para o balão volumétrico.
Agite a solução e acrescente água destilada ao balão até cerca de 0,5 cm
abaixo da marca de referência.
Com a pipeta graduada (limpa) complete com água até o traço de
referência, seguindo as técnicas de leitura.
Para homogeneizar a solução inverta e agite o balão algumas vezes.
Para acondicionar a solução no frasco de depósito, lave o mesmo com
água e detergente, enxaguando-o com água da torneira e após com água
destilada.
Finalmente, com uma pequena porção (cerca de 5 mL) enxaguar o frasco
depósito com a solução preparada de HCl, ficando o frasco “molhado” pela própria
solução.
Transfira a solução preparada do balão para o frasco de depósito.

A solução recém preparada é um padrão primário ? Porque ?

II – Padronização da solução de ácido clorídrico, usando como


padrão primário o carbonato de sódio anidro.

Nesta 2a parte do experimento nosso objetivo é determinar com exatidão a


concentração do HCl, usando a reação com um padrão primário, conforme
equação a seguir

2 HCl(aq) + Na2CO3(s) “ 2 NaCl(aq) + H2O(l) + CO2(g)

Será utilizada uma massa exata deste padrão primário (previamente


determinada pelo monitor), a qual você deverá registrar em seus apontamentos
para posteriores cálculos.
Cada grupo deverá utilizar, pelo menos, três amostras de Na2CO3, para
efetuar seus ensaios.
119

Inicialmente complete a bureta até o zero, com a solução preparada de HCl,


tomando o cuidado para que não fiquem bolhas de ar entre a torneira e a
extremidade inferior da bureta.
Transferir cada amostra de Na2CO3 para um erlenmeyer, adicionando água
destilada suficiente para a dissolução do sal.
Após a dissolução do carbonato adicione 2 a 3 gotas do indicador.
Proceda na adição lenta do ácido contido na bureta, até a mudança de
coloração do indicador.

O manuseio correto da
torneira da bureta está
indicado na ilustração ao lado.
Quando perceber
próxima a mudança de
coloração do indicador
adicione a solução ácida gota
a gota, com constante
agitação. Para melhor obervar
a mudança de coloração do
indicador coloque um papel
filtro sobre o suporte da bureta,
abaixo de erlenmeyer. O mais
indicado é um azulejo de cor
branca, o qual não fica
empreganado de substâncias
coloridas que mascaram a
visualização do ponto final da
reação.

Anote o volume gasto da solução ácida.


Complete a bureta com a solução ácida, tome outra amostra de Na2CO3 e
repita a titulação, fazendo o mesmo com a última amostra.
Para cada uma das três titulações calcule:

a) a massa, em gramas, do HCl necessário para a reção como carbonato,


verificando se esta quantidade está de acordo com a estequiometria
prevista;
b) conhecida a massa e o volume de HCl necessário para a neutralização,
determine a concentração a concentração em mol/L para a solução de
HCl, rotule a mesma e guarde esta solução que será utilizada no
próximo experimento.
120

Experimento 3 – PREPARAÇÃO E ACONDICIONAMEN-


TO DE SOLUÇÕES ALCALINAS.

* OBJETIVOS

Nosso objetivo, neste experimento, é a preparação, padronização e


acondicionamento de uma solução alcalina, a partir de um reagente sólido. Em
nosso caso o soluto será o hidróxido de sódio.
Esta solução, após a padronização será utilizada na titulação de amostras
ácidas (ácido sulfúrico e acético – vinagre).

* MATERIAL E REAGENTES (no balcão central)

- hidróxido de sódio sólido


- solução de ácido clorídrico 0,2 mol/L
- indicador (verde bromo-cresol ou fenolfateleína)

* MATERIAL POR GRUPO (bancada)

- vidro de relógio
- espátula de madeira
- bequer pequeno sem graduação (100 mL)
- bastão de vidro
- balão volumétrico de 1000 mL
- pipeta graduada de 5 mL
- pipeta volumétrica de 25 mL
- bureta
- suporte a agarrador para bureta
- 3 frascos erlenmeyer de 250 mL
- frasco âmbar para acondicionar a solução 1000 mL
- balança semi-analítica
- bequer de 250 mL
- funil de haste longa
- papel-filtro
- etiquetas, cola,...
121

* INTRODUÇÃO

Os reagentes usados na preparação de soluções padrão alcalinas são os


hidróxidos de sódio, potássio e bário. O mais empregado é o de sódio.
As soluções de bases fortes absorvem CO2 do ar, contaminando-se, por
formação de carbonatos. Portanto os frascos de soluções destas bases devem
permanecer o menor tempo possível abertos.
As soluções fortemente alcalinas, quando conservadas em frascos de vidro
também sofrem contaminação devido à formação de silicatos, em ataque ao
vidro. É recomendável a conservação em frascos de polietileno.
Como já alertamos anteriormente não devem ser usados frascos de vidro
com tampa esmerilhada, para evitar a formação de carbonatos sólidos, quando a
solução é vertida, dificultando e até impossibilitando a abertura do referido frasco.
Embora não completamente satisfatórias são usadas rolhas de borracha para
vedar estas soluções.

* PREPARAÇÃO DE SOLUÇÕES ALCALINAS (NaOH)

Tendo em vista que o hidróxido de sódio é bastante higroscópico, não se


constituindo num padrão primário, sua solução é preparada pelo método indireto e
sua concentração é aproximada.
Para a determinação exata de sua concentração é necessário padronizá-la,
através de um padrão primário ou de uma solução ácida padronizada.
Calcule a massa de NaOH necessária para a preparação de 1000 mL (1,0
L) de solução 0,2 mol/L ou 0,2 eqg/L.
Pesar a quantidade acima calculada, sobre um vidro de relógio, em
balança semi-analítica.
Transfira o soluto para um bequer de 250 mL e adicione água destilada até
a metade do volume, agitando com um bastão de vidro até total dissolução.
Com o auxílio de um funil de haste longa transfira a solução para um balão
volumétrico de 1000 mL, de modo que a solução não entre em contato com a
parte superior do gargalo, acima da marca de referência.
Lave o bequer com pequennas porções de água, reunindo-as no balão.
Complete o volume do balão volumétrico com água destilada até cerca de
0,5 cm abaixo da marca de referência. A porção restante do volume complete,
com cuidado, usando a pipeta graduada de 5 mL, sem ultrapassar a marca do
gargalo.
Homogeneizar a solução e acondicioná-la em frasco próprio.
122

* PADRONIZAÇÃO DA SOLUÇÃO ALCALINA

As soluções alcalinas podem ser padronizadas com soluções de ácido


clorídrico de concentração definida.
Em nosso experimento será utilizada a solução de HCl já padronizada no
experimento anterior ou outra definida pelo professor.
Meça 25 mL de solução de NaOH, com pipeta volumétrica, adicionando em
frascos erlenmeyer. Prepare 03 amostras.
Adicione 2 a 3 gotas de indicador.
Na bureta coloque a solução de ácido clorídrico padronizada.
Proceda na titulação até mudança de coloração do indicador, ultimando-a
gota a gota.
Realize a titulação com as três amostras.
Valendo-se da média dos volumes gastos determine a concentração em
mol/L ou eqg/L, da solução alcalina.
Guarde a solução alcalina para experimentos posteriores.

-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-
123

Experimento 4 – PREPARAÇÃO E PADRONIZAÇÃO DE


SOLUÇÃO DE ÁCIDO SULFÚRICO

*MATERIAL E REAGENTES (somente no balcão central)

- ácido sulfúrico concentrado (04 frascos)


- soluções padronizadas de hidróxido de sódio
- indicador (Verde de Bromo-cresol ou Fenolftaleína)
- balões volumétricos de 500 mL (01 por grupo)
- pipetas volumétricas de 25 mL (01 por grupo)
- 04 pipetas graduadas (para o ácido sulfúrico)
- frascos erlenmeyer de 250 mL (03 por grupo)
- buretas de 50 mL (01 por grupo)
- suportes com agarrador para buretas
- bastões de vidro
- funis com haste longa (01 por grupo)
- copos de 100 mL sem graduação (02 por grupo)
- copos graduados de 250 mL (02 por grupo)
- frascos âmbar de 500 mL para armazenar a solução (01 por grupo)
- papel-filtro
- etiquetas, cola

*OBJETIVOS E PROCEDIMENTOS

Neste experimento, nosso objetivo é preparar e padronizar uma solução de


ácido sulfúrico de concentração 0,10 mol/L, que corresponde a 0,2 eqg/L.
Valendo-se de procedimentos semelhantes àqueles adotados na
preparação e padronização da solução de ácido clorídrico você irá fazer o mesmo
em relação a solução de ácido sulfúrico. A única diferença prende-se ao fato de
utilizar como padrão uma solução de hidróxido de sódio que você mesmo
preparou e padronizou em experimento anterior.
Calcule, inicialmente, o volume de ácido sulfúrico concentrado necessário
para preparar 500 mL de solução, na concentração acima referida (vide dados do
rótulo do ácido sulfúrico: Título, massa específica e massa molar).
Dilua adicionando o ácido em pequenas porções em água, contida num
bequer, transferindo para o balão volumétrico, com o funil de haste longa.
Colha as amostras de NaOH com a pipeta volumétrica, transferindo-as para
os frascos erlenmeyer.
124

O ácido deve ficar na bureta, pois soluções alcalinas atacam lentamente o


vidro.
Proceda nas titulações e apresente os resultados ao final.

-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-
125

Experimento 5 – DETERMINAÇÃO DO TEOR DE ÁCIDO


ACÉTICO (CH3COOH) NO VINAGRE
COMERCIAL.

* MATERIAL E REAGENTES (somente no balcão central)

- vinagre comercial (02 frascos)


- soluções padronizadas de hidróxido de sódio
- indicador (Fenolftaleína)
- balões volumétricos de 250 mL (01 por grupo)
- pipetas volumétricas de 25 mL (01 por grupo)
- frascos erlenmeyer de 250 mL (03 por grupo)
- buretas de 50 mL (01 por grupo)
- suportes para bureta com agarrador
- bastões de vidro
- copos de 100 mL, sem graduação (02 por grupo)
- copos graduados de 250 mL, com graduação (02 por grupo)
- papel-filtro
- etiquetas, cola.
- funil de haste longa

* OBJETIVOS E PROCEDIMENTOS

Neste experimento nosso objetivo é determinar o teor de ácido acético


(percentual) no vinagre comercial, utilizando para esta titulação a solução
padronizada de hidróxido de sódio.
Tendo em vista a concentração do ácido acético no vinagre, teremos que
diluí-lo inicialmente. Para tanto você irá colher com pipeta volumétrica de 25 mL
uma alíquota de vinagre e diluí-la a 10%, num balão volumétrico de 250 mL, por
adição de água destilada, em quantidade adequada.
Após a homogeneização da solução ácida você irá colher 03 amostras de
25 mL, através de pipeta volumétrica, transferindo-as para os frascos erlenmeyer.
Com a solução alcalina na bureta (embora este procedimento não seja
aconselhável) proceda na titulação do ácido acético.
Levando em conta as diluições feitas, calcule o teor de ácido acético no
vinagre e apresente seus cálculos para o professor. Para este cálculo percentual
126

considere que a solução aquosa de vinagre, por ser bastante diluída, tenha massa
específica igual a da água, ou seja, 1,0 grama/cm3.
Após a realização do experimento, lave com muita água a bureta, para
não deixar resíduos da solução alcalina na mesma. Lembre-se que a solução
alcalina reage com o gás carbônico do ambiente formando depósito sólido de
carbonato de sódio, impedindo o movimento da torneira.

-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-
127

Experimento 6 – DETERMINAÇÃO DE CALORES DE


REAÇÃO E LEI DE HESS.

* REAGENTES E SOLUÇÕES (balcão central)

- hidróxido de sódio sólido (02 frascos)


- espátula de madeira
- solução de ácido clorídrico 0,50 mol/litro
- solução de ácido clorídrico 1,00 mol/litro
- solução de hidróxido de sódio 1,00 mol/litro

* MATERIAL POR GRUPO (bancada)

- 01 frasco erlenmeyer de 250 mL


- 01 bequer de 250 mL
- 01 bastão de vidro
- 01 vidro de relógio médio
- etiquetas adesivas (tamanho pequeno)
- balança semi-analítica

* INTRODUÇÃO

Neste experimento nosso objetivo é determinar a entalpia de algumas


reações (dissolução com dissociação e neutralização), aplicando aos resultados
obtidos a Lei de Hess.
Você vai usar um frasco erlenmeyer de 250 mL que servirá como recipiente
para a reação e como calorímetro simples para medir o calor envolvido nas
reações. O ideal seria utilizar um frasco de reação isolado termicamente do meio
externo (frasco Dewer ou garrafa térmica). No entanto, como a medida ocorre em
lapso de tempo curto, pode-se considerar que não ocorrem perdas significativas
de calor para o meio externo, podendo, portanto, ser utilizado um frasco aberto e
não isolado, como calorímetro.
O calor envolvido irá modificar a temperatura da solução e do frasco,
considerando que são desprezíveis as perdas de calor para o ambiente, como já
afirmamos anteriormente. Considere que:
- calor específico da água (solução) = 1,0 cal/grama.grau
- calor específico do vidro = 0,2 cal/grama.grau
- calor total = calor absorvido pela água + calor absorvido pelo
calorímetro (erlenmeyer)
128

Qtotal = mágua.cágua.Dt + merlenmeyer.cvidro.Dt

Não há necessidade de determinar a massa de água se levarmos em conta


que sua massa específica é 1,0 grama/mL, sendo pois necessário determinar
apenas o volume, com precisão.
A atividade experimental consiste em medir e comparar a quantidade de
calor envolvida em três reações:

Reação 1: hidróxido de sódio sólido dissolvendo-se em água


formando solução aquosa de íons.

NaOH(s) + aquoso “ Na+(aq) + OH-(aq)

DH1 = - x calorias

Reação 2: hidróxido de sódio sólido reagindo com solução


aquosa de cloreto de hidrogênio, formando água
e solução aquosa de cloreto de sódio.

NaOH(s) + H+(aq) + Cl-(aq) “ H2O(l) + Na+(aq) + Cl-(aq)

DH2 = - y calorias

Reação 3: solução aquosa de hidróxido de sódio reagindo


com solução aquosa de cloreto de hidrogênio,
formando água e solução aquosa de cloreto de
sódio.

Na+(aq) + OH-(aq) + H+(aq) + Cl-(aq) “ Na+(aq) + Cl-(aq) + H2O(l)

DH3 = - z calorias
129

* PROCEDIMENTOS

a) Determinação do Calor da Reação 1.

Em balança analítica determine a massa de um frasco erlenmeyer de 250


mL, limpo e seco.
Coloque no frasco 200 mL de água destilada. Deixe em repouso por alguns
minutos (3 min. –) para que a água e o frasco entrem em equilíbrio térmico com o
ambiente. Com um termômetro de precisão determine a temperatura desse
sistema. Para evitar erros instrumentais utiliza-se sempre o mesmo termômetro.
Num vidro de relógio determine a massa de aproximadamente 4,0 gramas de
NaOH, transferindo, a seguir, esta quantidade para a água contida no erlenmeyer.
Coloque o termômetro na água e agite o frasco até total dissolução do hidróxido,
anotando a temperatura mais extrema alcançada na dissolução.
Lave bem o frasco erlenmeyer antes de passar para a reação 2.

b) Determinação do Calor da Reação 2.

Repita as operações iniciais do item (a) anterior, substituindo a água


destilada por 200 mL de solução de ácido clorídrico de concentração 0,50 mol/litro.
Lave novamente o frasco erlenmeyer antes de passar à etapa seguinte.

c) Determinação do Calor da Reação 3.

No frasco erlenmeyer de 250 mL, coloque 100 mL de solução 1,00 mol/litro


de HCl e, num bequer de 250 mL, coloque 100 mL de solução 1,00 mol/litro de
NaOH. As duas soluções devem estar à mesma temperatura antes de misturá-las.
Para tanto deixe-as em repouso por alguns minutos em contato com o ambiente
para alcançar o equilíbrio térmico. Se houver pequena diferença de temperatura
entre ambas o professor lhe dará instruções como proceder para alcançar em
ambas valor igual de temperatura. Anote a temperatura inicial, reuna as duas
soluções e anote a temperatura mais extrema.

d) Cálculos

* Em cada uma das reações calcule:

- a variação de temperatura;
- a quantidade de calor absorvida pela solução;
- a quantidade de calor absorvida pelo frasco;
- a quantidade total de calor absorvida;
- o número de mols de NaOH usados em cada reação;
- a quantidade total de calor por mol de NaOH.
130

* Exprima seus resultados como Calores de Reação:

DH1 , DH2 e DH3.

* Compare DH2 com (DH1 + DH3) e procure explicar.

* Calcule a diferença (desvio) percentual entre DH2 e (DH1 + DH3),


considerando que DH2 esteja correto.

* Havendo significativas diferenças entre os valores calculados no item


anterior, procure explicar as prováveis causas para as mesmas.

-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-
131

Referências Bibliográficas

1. Andrade, M. A. G. – Práticas de Química Geral - Editora Integral, s.d.


Porto Alegre.

2. Ramos, M. G. – Aulas Experimentais de Laboratório de Química para


Engenheiros II – Editora Integral, s.d. Porto Alegre.

3. Maynard & Taylor – Experiments in General Chemistry - D. Van Nos -


trand, N. York, 1981, U.S.A.

4. Ohlweiler, O. A. – Química Analítica Quantitativa – Vol. 1, Livros Técni-


cos e Científicos Editora, 1979, S. Paulo, Brasil.

5. C.H.E.M.S. – Química, uma Ciência Experimental – EDART (Vol. 3), São


Paulo, Brasil.

6. Semishin, V. – Prácticas de Química General – Editora Muir, 1979, Mos-


cou, U.R.S.S.

7. Cruz, R. – Experimentos de Química em Microescala - Editora Scipione,


1995, São Paulo, Brasil.

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