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Eulário da Encarnacão Joaquim de Pombal

Bendito Boné Mucuaranha

Valdemiro da Fátima Miguel

Termo de referência (TdR): para elaboração de estudo de impacto ambiental da


fábrica de fundição de ferro no bairro de Chaimite-cidade da Beira

Universidade pedagógica

Delegação da Beira

Junho, 2018
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Eulário da Encarnacão Joaquim de Pombal

Bendito Boné Mucuaranha

Valdemiro da Fátima Miguel

2º Grupo

Cadeira: Avaliação de Impacto Ambiental, 4˚ ano

Termo de referência (TdR): para elaboração de estudo de impacto ambiental da


fábrica de fundição de ferro no bairro de Chaimite-cidade da Beira

Actividades do curso GADEC, 4˚ ano,

Direccionado ao Departamento de Ciências

De Terra e Ambiente

Docente: Msc Sérgio Cosme de Plácido

Universidade pedagógica

Delegação da Beira

Junho, 2018
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Índice
1. Introdução......................................................................................................................2

1.1 Propósito do EIA.........................................................................................................3

1.2 Identificação do proponente........................................................................................5

1.3 Identificação da empresa consultora......................................................................5

1.4 Equipe técnica........................................................................................................6

2. Área de estudo...............................................................................................................7

2.1 Localização do empreendimento............................................................................7

2.2 Área de influência direita (AID).............................................................................8

2.3 Área de influência indirecta (AII)..........................................................................8

3. Descrição do processo produtivo...................................................................................9

3.1 Mão-de-obra................................................................................................................9

3.2 Fornecimento de energia......................................................................................10

3.3 Fornecimento de água...........................................................................................10

3.4 Procedimento de licenciamento............................................................................11

4. Metodologia.................................................................................................................11

4.1 Enquadramento legal............................................................................................13

5. Descrição e caracterização do projecto.......................................................................13

5.1 Infra estruturas e equipamentos.................................................................................13

5.2 Caracterização do ferro Fundido...............................................................................14

5.2.1 Ferro fundido cinzento...........................................................................................14

5.2.2 Ferro fundido nodular.......................................................................................14

6. Apresentação do projecto............................................................................................15

6.1 Fase de Implantação..................................................................................................15

6.2 Fase de Operação.......................................................................................................17

6.1 Infra-estrutura de apoio........................................................................................18

7. Alternativas de localização..........................................................................................19
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8. Diagnóstico ambiental.................................................................................................20

8.1 Ambiente biofísico.....................................................................................................20

8.1.1 Clima......................................................................................................................20

8.1.2 Temperatura............................................................................................................20

8.1.3 A precipitação.........................................................................................................20

8.1.4 Humidade...............................................................................................................20

8.1.5 Geomorfologia........................................................................................................21

8.1.6 Solos.......................................................................................................................21

8.1.7 Hidrologia...............................................................................................................22

8.1.8 Vegetação................................................................................................................22

8.1.9 Avifauna..................................................................................................................22

8.2 Aspectossocioeconómico e cultural...........................................................................23

8.2.1 População...............................................................................................................23

8.2.2 Uso e ocupação do solo..........................................................................................23

8.2.3 Infra-estrutura (transporte/energia/saneamento).....................................................23

8.2.4 Actividades económicas.........................................................................................24

9. Prognóstico ambiental.................................................................................................24

9.1 Identificação e avaliação dos impactos ambientais...................................................24

9.2 Avaliação dos Impactos Ambientais..........................................................................25

9.2.5 Geração de Resíduos Sólidos durante as Obras.....................................................29

9.2.6 Redução da Cobertura Vegetal...............................................................................30

10. Plano de Gestão Ambiental (PGA)...........................................................................31

10.1 Programa de monitoramento...................................................................................33

11. Tarefa do consultor....................................................................................................33

12. Participação pública...................................................................................................34

13. Conclusão..................................................................................................................35

14. Referencia bibliográfica………..…………………………………………………..36


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1. Introdução

O presente trabalho referente a cadeira de Avaliação de impacto ambiental tem como


foco a elaboração de termos de referência de um empreendimento a que pretende
implantar se na cidade da Beira, bairro de Chaimite concretamente na zona da praia
Nova, a fábrica em causa destina se a fundição de ferro. Importa referir que a escolha
deste lugar cinge-se com a proximidade do mesmo ao Porto da Beira o que irá facilitar a
chegada da matéria-prima e o escoamento do produto acabado. A fundição consistirá em
receber a matéria-prima (ferro bruto) que será acondicionado no armazém principal. De
seguida o ferro será recortado em blocos de 2m2 que serão trasportados par o forno. Os
blocos serão submetidos a temperaturas de 2000 oC e dai passam pelos moldes e logo de
seguidas por um arrefecimento com recurso a água. Os efluentes constituidos
basicamente por água serão conduzidos ao oceano.

O empreendimento denomina se BEIRA FERROX, destinada a fundição de ferro, essa


actividade vem sendo uma das soluções para o suprimento da demanda de aquisição de
ferro fundido para uso industrial, tendo em conta que nos últimos anos surge muitas
industrias para fabrico de pecas e electrodomésticos, a matéria-prima sendo ferro
fundido. De forma a sustentar o crescimento para os próximos anos, foi estruturado um
plano de desenvolvimento estratégico, baseado em conhecimento, tecnologia e inovação
que contempla entre outras iniciativas a construção de uma nova fábrica de fundição de
ferro nodular “BEIRA FERROX” de forma a capacitar a empresa com capacidade de
fundição adicional. É comum que empreendimentos de grande porte sejam vectores de
desenvolvimento local, com o aumento de prestadores de serviços, estabelecimentos
comerciais entre outras actividades económicas no entorno. Essas oportunidades vão
aquém do projecto do empreendedor, ocorre desde o período de obras e promovem
grandes mudanças para a dinâmica social regional, aumentando a actividade económica
local.
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1.1 Propósito do EIA

O Estudo de Impacto Ambiental proposto para o empreendimento, manifestado pela


empresa BEIRA FERROX, visa dar cumprimento aos seguintes propósitos gerais:

 Cumprir as determinações legais em vigor em Moçambique, designadamente no que


concerne ao Licenciamento Ambiental, implicando deste modo a efectivação de um
Estudo de Impacto Ambiental (EIA), uma vez tratando se de uma actividade de
Categoria A;

 Analisar ambientalmente as várias componentes do empreendimento, de forma a


contribuir para a selecção de soluções ambientalmente correctas para o
empreendimento no que tange aos aspectos técnicos, socioeconómicos e
ambientais);

 Caracterizar, segundo os vários aspectos ambientais, a área onde está inserido o


empreendimento, estabelecendo um diagnóstico ambiental que retrate a situação de
referência;

 Determinar e avaliar as condicionantes ambientais e os potenciais impactos


significativos associados ao projecto em causa, tomando em conta a sua área de
intervenção (directa e indirecta);

 Formular medidas de controlo de impactos que contribuam para uma melhor


concepção do empreendimento bem como elucidar os seus benefícios;

 Estabelecer as directrizes do Plano de Gestão Ambiental a implementar durante o


processo de produção do empreendimento.

 Assegurar que o ambiente é explicitamente considerado e incorporado no processo


de tomada de decisão sobre propostas de desenvolvimento;

 Antecipar e evitar, minimizar ou compensar os efeitos adversos significativos-


biofísicos, sociais e outros relevantes- de propostas de desenvolvimento;

 Proteger a produtividade e a capacidade dos sistemas naturais e dos processos


ecológicos que mantêm as suas funções;
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 Promover um desenvolvimento que seja sustentável e que optimize o uso dos


recursos e as oportunidades de gestão.

 Identificar as Metodologia de identificação e avaliação dos impactos ambientais na


fase de construção, operação e desactivação;

 Localizar a actividade num mapa a uma escala apropriada, indicando os limites da


área de influência directa da actividade, bem como os padrões de uso da terra em
curso;

 Enquadrar a actividade nos planos de ordenamento do território existentes em


Mocambique.

O estudo de impacto ambiental desenvolverá, no mínimo, as seguintes actividades


técnicas:
I - diagnóstico ambiental da área de influência do projecto, completa descrição e
análise dos recursos ambientais e suas interacções, tal como existem, de modo a
caracterizar a situação ambiental da área, antes da implantação do projecto,
considerando: a) - O meio físico - o subsolo, as águas, o ar e o clima, destacando os
recursos minerais, a topografia, os tipos e aptidões do solo, os corpos d'água, o regime
hidrológico, as correntes marinha, as correntes atmosféricas; b) - O meio biológico e os
ecossistemas naturais - a fauna e a flora, destacando as espécies indicadoras da
qualidade ambiental, de valor científico e económico, raras e ameaçadas de extinção e
as áreas de preservação permanente; c) - O meio socioeconómico - o uso e a ocupação
do solo, os usos da água e a sócio economia, destacando os sítios e monumentos
arqueológicos, históricos e culturais da comunidade, as relações de dependência entre a
sociedade local, os recursos ambientais e a potencial utilização futura desses recursos.
II - análises dos impactos ambientais do projecto e de suas alternativas, através de
identificação, previsão de magnitude e interpretação da importância dos prováveis
impactos relevantes, discriminando: os impactos positivos e negativos (benéficos e
adversos), directos e indirectos, imediatos e a médio e longo prazo, temporários e
permanentes; seu grau de reversibilidade; suas propriedades cumulativas e sinérgicas; a
distribuição dos ónus e benefícios sociais;

1.2 Identificação do proponente

Empresa: BEIRA FERROX, Lda. (Fábrica de Fundição de Ferro)


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Actividade: Fundição de ferro, Comercialização e exportação

Cidade: Sede na cidade do Dondo- Província de Sofala

Endereço: Bairro Central, Avenida Samora Machel, Rua 14

Cadastro: Sociedade matriculada no registo comercial nr. 550,Folhas 53 do livro c-13.

Contacto: +258 847932136

1.3 Identificação da empresa consultora

Empresa: POMBAL MÚCUA CONSULTORIA AMBIENTAL

Endereço: Avenida 25 de Junho, Rua no 19, edifício nr. 234

Cidade: Dondo, Província de Sofala

Cadastro: Sociedade matriculada nas folhas nr. 3899, livro d-29

Contacto: +258 828053042

Endereço electrónico: www.pomuconsultoria.co.mz

Correio electrónico: pomuconsultoria@gmail.com

1.4 Equipe técnica

Nome Função no Estudo de


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Projecto Especialidade

Eulário E. Joaquim Consultor Avaliação de impacto ambiental


Pombal Ambiental
Valdemiro F. Miguel Biólogo Levantamento da vegetação e fauna
(meio biótico)
Bendito B. Topógrafo Levantamento topógrafo
Mucuaranha
Nelson J. Alima Geólogo Avaliação do solo
Manuel Benjamim Oceanógrafo Estudo do habitante aquático (ecossistema
marinho)
Arminda Milagre Engenheiro Avaliação das propriedades química da
Químico actividade
Fátima Gonçalves Socióloga Cadastro social,
Levantamento socioeconómico
Marques António Engenheiro civil Avaliação de obra por ser erguida

Dionizio Eduardo Geógrafo Estudo do relevo, localização


João dos santos Cartografo Elaboração de mapa (SIG)
Bernardino António Meteorologista Levantamento meteorológico
Rafael

2. Área de estudo
2.1 Localização do empreendimento

O empreendimento localiza se na cidade da beira no bairro Chaimite concretamente na


zona da praia nova, importa referir que a cidade da Beira, capital da província de Sofala,
está localizada numa região pantanosa, junto à foz do Rio Púngue, e sobre
alongamentos de dunas de areia ao longo da costa do Índico. Tem uma área de 633 km²,
10

uma altitude média de 14 metros acima do nível do mar e está situado nas coordenadas
19° 50' sul e 34° 51' leste. Tem limite ao norte e oeste com o distrito de Dondo, a leste
com o Oceano Índico e ao sul com o distrito do Búzi.

Mapa da área em estudo, Fonte: Google maps, 22.05.2018

2.2 Área de influência direita (AID)

Além das grandes propriedades, em um trecho mais afastado da costa (praia)


propriedades que fazem parte do reassentamento, As propriedades da margem direita
pertencem ao munícipes Para levantar as características referentes às actividades
humanas na área de influência directa, assim como o histórico do processo de sua
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ocupação do solo, foram recolhidas informações através de viagem de campo realizada


entre Abril e Maio de 2018. Nestas viagens de campo foram entrevistados e pré-
cadastrados os proprietários e/ou residentes do local, procurando mapear cada
propriedade com o intuito de verificar, futuramente, o que será atingido e quais
propriedades poderão ser inviabilizadas para o empreendimento BEIRA FERROX.

De modo geral, em ambas as margens o acesso para as proximidades do


empreendimento é bastante precário observando a frequência de construção
desordenada, sendo necessário demolir algumas infra-estruturas dos residentes para
fazer a via de acesso ao empreendimento. Praticamente não há estradas que vai dar
acesso ao empreendimento.

2.3 Área de influência indirecta (AII)

A Área de Influência indirecta do empreendimento BEIRA FERROX (fábrica de


fundição de ferro), localizado no bairro de Chaimite concretamente na zona da Praia
Nova, compreende as áreas ocupadas por cerca de mais de 200 propriedades (infra-
estrutura) distintamente casas dos moradores da praia nova, constatando se assim
imóveis de construção precária na sua maioria, e algumas de construção convencionais,
empreendimento comercial ( mercado da praia nova uma pequena porção será afectado
bancas de construção de material precário) e alguns equipamentos públicos distribuídas
ao longo das margens direita e esquerda deste empreendimento. Algumas propriedades
pertencem ao mesmo proprietário e como são contíguas e administradas como uma,
foram consideradas como tal; enquanto outras foram divididas através de herança,
apresentam-se separadas.

3. Descrição do processo produtivo

BEIRA FERROX será uma empresa dedicada ao fabrico de ferro fundido nodular
utilizada principalmente no mercado da indústria automóvel entre outros. Para isso
existem fornos eléctricos de fusão de metal, fornos eléctricos de manutenção de
temperatura do metal fundido e máquinas de moldação que moldam as peças e por fim
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as linhas de acabamento das peças produzidas. Existe ainda um sector paralelo, onde se
produzem machos de areia a utilizar em alguns moldes nas máquinas de moldação para
fabrico de peças ocas.

O processo de fabrico inicia com a entrada da matéria-prima (sucata, retorno de linhas


de produção, lingotes, entre outros), armazenada em local próprio e próximo dos fornos
de fusão. A alimentação destes fornos é realizada através de um sistema de tremonhas
vibratórias de carregamento que se deslocam sobre carris. O metal fundido que sai dos
fornos de fusão é transferido para os fornos de manutenção que mantêm uma
temperatura constante permitindo manter o metal fundido. Associado a cada um dos
fornos existe um circuito de água de refrigeração para arrefecimento contínuo do
respectivo forno e de alguns equipamentos pertencentes ao forno. A água de
refrigeração é, por sua vez, arrefecida em aero-refrigeradores ou em torres de
refrigeração existentes no exterior da nave fabril. O metal fundido depois de estar nos
fornos de manutenção é enviado em colheres para as banheiras que alimentam as
respectivas máquinas de moldação. Após a execução do molde este poderá ser sujeito a
um acabamento final de pintura.

3.1 Mão-de-obra
Para a contratação de mão-de-obra, em torno de 300 no pico da obra, deverá ser dada
preferência ao pessoal residente local, com finalidade de minimizar a construção de
alojamentos. A mão-de-obra especializada deverá vir, preferencialmente, de fora da
região, provenientes de centros maiores. A duração prevista para a construção de todo
empreendimento será de 24 meses até a entrada em operação da primeira unidade.

O empreendimento irá prover cerca de 300 empregos directos e mais de 500 empregos
indirectos e oportunidades de negócios associados. A companhia irá divulgar todas as
posições localmente e recrutar a partir da comunidade local quando houver
disponibilidade de indivíduos qualificados. Prevê-se que a indústrias de suprimentos,
manutenção, educação, infra-estrutura, transporte, manufactura, restauração, finanças,
habitação, electrificação, comunicações e indústrias tenham benefícios directos do
projecto proposto.

A fase de implantação trará inevitavelmente a necessidade de mão- de-obra para o


empreendimento, em sua maior parte postos de trabalho de menor qualificação. Essas
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oportunidades terão carácter temporário e se darão com o início imediato das obras. O
impacto benéfico e temporário, pode ser potencializado ao se priorizar a contratação de
pessoas residentes no entorno da obra, o que contribui para as boas relações com a
população local, minimizando algumas possíveis expectativas negativas com a
implantação do empreendimento.

No entanto, implementado o empreendimento, assim como na sua primeira fase, a etapa


de operação também irá requerer mão-de-obra, contudo, diferentemente, esta será de
longo prazo e exigirá em maior parte uma melhor qualificação para especificidades do
empreendimento. Neste caso, os trabalhadores contratados e eventualmente destituídos
de qualquer qualificação poderão ser objecto de programa de treinamento para exercer
novas funções. Este impacto igualmente será positivo e também exigirá a ampla
divulgação das oportunidades, priorizando o bom relacionamento local e regional,
portanto contratações inicialmente voltadas para habitantes do entorno.

3.2 Fornecimento de energia

A energia será fornecida pela EDM uma pública de energia eléctrica que presta os
serviços de distribuição e comercialização de energia eléctrica no território nacional
(Moçambique). Desta forma será implantada uma PT para fornecimento de energia a
capacidade industrial. Uma linha de transmissão de energia ligando a Operação com a
subestação (A subestação é de 120 kV )Um corredor de acesso contendo a linha de
transmissão de energia. A concessionária EDM uma pública de energia eléctrica que
presta os serviços de distribuição e comercialização de energia eléctrica no território
nacional (Moçambique) Essas actividades serão suportadas por 200 trabalhadores a ser
divididos em três turnos.

3.3 Fornecimento de água

A água a ser usada no processo de fundição será disponibilizada pela empresa FIPAG e
será acumulada em três tanques com capacidade de 300.000 litros cada. A água será
fundamental para actividade do empreendimento que consistira na fundição de ferro e
será primordial para o processo de arrefecimento do ferro fundido e outras actividades
da empresa.

3.4 Procedimento de licenciamento


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Licenças

O Artigo 15 da Lei do Ambiente estabelece que o licenciamento e registo de actividades


que podem causar impacto significativo sobre o meio ambiente devem ser realizados de
acordo com os regulamentos da AIA e que a emissão de uma licença ambiental deve ser
com base em uma AIA aprovada para a actividade proposta. A Licença Ambiental é um
pré-requisito para a emissão de qualquer outra licença ou autorização que pode ser
legalmente exigida. A actividade para a qual tenha sido emitida a Licença Ambiental
tem que começar num período de 2 anos a partir da data da emissão da licença. Se o
desenvolvedor não iniciar a sua actividade dentro desse prazo, ele pode solicitar
autorização ao MITADER, por escrito, para estender o período da licença, não menos
que 90 dias antes de expirar a licença. O MITADER irá então, decidir prorrogar o
período de validade, solicitar novas informações ou solicitar uma nova AIA. As licenças
ambientais para projectos de Categoria A serão válidas por um período de 5 anos,
renováveis por igual período de tempo. O pedido de renovação deve ser apresentado
pelo menos 180 dias antes de expirar a licença.

4. Metodologia

A partir destas definições legais, foi avaliada a magnitude e importância para cada
impacto ambiental identificado, a fim de possibilitar a previsão das possíveis
consequências das actividades sobre o meio ambiente, sob seus mais diversos aspectos.

A metodologia de identificação e avaliação dos impactos se pauta na correlação entre


os factores geradores previstos durante as fases de planeamento, implantação e
operação do empreendimento e os componentes ambientais em questão, caracterizados
como os elementos principais dos meios físico, biótico e antrópico. Tal correlação,
portanto, permitirá a identificação do impacto a partir do efeito final sobre cada
componente ambiental afectado, na medida em que os factores geradores são
executados e as medidas mitigadoras e/ou compensatórias propostas são
implementadas.

Assim, a metodologia proposta para o desenvolvimento do trabalho de Estudo de


Impacto Ambiental e Relatório de Impacto Ambiental do empreendimento segue as
premissas das directrizes e recomendações editadas ,no documento citado, acrescida
com as características da análise do empreendimento de fundição de ferro. O Estudo de
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Impacto Ambiental, com base na Resolução CONAMA n° 001/86, de 23 de Janeiro de


1986, em seus artigos destaca, entre outros, os seguintes objectivos:

 Avaliar a viabilidade ambiental do empreendimento e fornecer subsídios para o seu


licenciamento junto ao órgão ambiental competente;
 Complementar e ordenar uma base de dados temáticos sobre a região onde se insere
a obra proposta;
 Permitir, através de métodos e técnicas de identificação e avaliação de impactos, o
conhecimento e o grau de transformação que a região sofrerá com a introdução da
obra proposta, como agente modificador;
 Estabelecer programas para prevenir, mitigar e compensar os impactos negativos e
reforçar os positivos, promovendo, na medida do possível, a inserção regional da
obra proposta;
 Caracterizar a qualidade ambiental actual e futura da Área de Influência Directa;
 Definir os programas de acompanhamento e monitoramento que deverão ser
iniciados e continuados, durante e/ou após a implantação do empreendimento.

Desta forma, o diagnóstico socioambiental (meios físico, biótico e socioeconómico)


foi elaborado com base no projecto do empreendimento e inventário da bacia, por meio
de uma análise integrada multi e interdisciplinar e a partir dos levantamentos básicos
primários e secundários. O prognóstico ambiental foi elaborado considerando-se as
alternativas de execução e de não execução, buscando integrar de tal forma que os
projectos ambientais propostos sejam capazes de minimizar as consequências negativas
do empreendimento e potencializar os reflexos positivos, priorizando os Planos de
Monitoramento e os Planos de Emergência. Também foi utilizada a recente experiência
com o EIA/RIMA e PBA da UHE Mauá para subsidiar a identificação de impactos e a
proposição de programas.
Na abordagem metodológica do meio socioeconómico, buscou-se a avaliação da
integração das relações históricas do homem com a natureza, sendo analisada a
dinâmica e interacções entre os diversos grupos socioculturais ao longo do tempo,
de forma a possibilitar o estabelecimento de tendências e cenários, mesmo que o
espectro de propriedades seja bastante reduzido. Também foram apresentadas
descrições e análises dos factores ambientais e de suas interacções, caracterizando a
situação ambiental de influência do empreendimento, englobando:
 As variáveis susceptíveis de sofrer, directa e/ou indirectamente efeitos significativos
das acções referentes às fases de planeamento, implantação e operação;
 Informações cartográficas com a área de influência devidamente caracterizada.
16

4.1 Enquadramento legal

O processo de EIA deve obedecer as seguintes legislações: Lei do Ambiente;


Regulamento de Avaliação de Impacto Ambiental; Regulamento do Processo de
Avaliação do Impacto Ambiental; A Directiva Geral para elaboração de Estudos do
Impacto Ambiental; Directiva Geral para o Processo de Participação Pública; Lei de
Águas (Lei 16/91, de 3 de Agosto); Regulamento sobre Padrões de Qualidade
Ambiental e de Emissões de; Regulamento sobre a Gestão de Resíduos; Directiva sobre
o Processo de Expropriação para efeitos de Ordenamento Territorial; Regulamentos
sobre o processo de reassentamento resultante de actividades económicas; Directiva
geral sobre o processo de participação pública no processo de avaliação de impacto
ambiental; Lei do Trabalho

5. Descrição e caracterização do projecto

5.1 Infra estruturas e equipamentos

 Um edifício principal com uma área de 2 ha


 Um edifício de 4 andares (onde irão funcionar os gabinetes e todos serviços
administrativos.);
 Um edifício que servirá de copa e refeitório dos trabalhadores;
 Um balneário com capacidade para 100 pessoas por hora;
 Uma oficina para manutenção de viaturas;
 Uma bomba para abastecimento de viaturas;
 Giradores e outras máquinas a funcionar a quando da operacionalização do
empreendimento;
 Uma ponte cais para o interior do oceano onde irão atrancar os navios.

5.2 Caracterização do ferro Fundido


O ferro fundido é uma liga de ferro em mistura eutética com elementos à base de
carbono e silício. Forma uma liga metálica de ferro, carbono (a partir de 2,11%), silício
(entre 1 e 3%), podendo conter outros elementos químicos. Sua diferença para o aço é
que este também é uma liga metálica formada essencialmente por ferro e carbono, mas
com percentagens entre 0,002 e 2,11%.

5.2.1 Ferro fundido cinzento


17

Entre os ferros fundidos, o cinzento é o mais comum, devido às suas características


como baixo custo (em geral é fabricado a partir de sucata); elevada usabilidade, devida
à presença de grafita livre em sua microestrutura; Alta fluidez na fundição, permitindo a
fundição de peças com paredes finas e complexas; e facilidade de fabricação, já que não
exige equipamentos complexos para controle de fusão e solidificação.Este tipo de
material é utilizado em larga escala pela indústria de máquinas e equipamentos,
indústria automobilística, ferroviária, naval e outras. A presença de veios de tipos de
matriz metálica (variações nos teores de perita e cementite). Podem ser submetidos a
tratamentos térmicos para endurecimento localizado, porém, em geral, são utilizados
principalmente no estado bruto de fundição, podendo ainda ser normalizado ou
recozido, por tratamento térmico.

5.2.2 Ferro fundido nodular

O ferro fundido nodular é uma classe de ferro fundido onde o carbono (grafite)
permanece livre na matriz metálica, porém em forma esferoidal. Este formato do grafite
faz com que a ductilidade seja superior, conferindo aos materiais características que o
aproximam do aço. A presença das esferas ou nódulos de grafite mantém as
características de boa usabilidade e razoável estabilidade dimensional. Seu custo é
ligeiramente maior quando comparado ao ferro fundido cinzento, devido às estreitas
faixas de composição químicas utilizadas para este material.

6. Apresentação do projecto

6.1 Fase de Implantação

 Movimentação de máquinas e equipamentos.

Trata-se da movimentação de máquinas e veículos pesados nas vias públicas para a


execução do empreendimento.

 Instalações de trabalho (pátios e estaleiros).

Estão incluídas nessa etapa a construção e mobilização de canteiros de obras e


estruturas tais como refeitórios, escritórios, e demais instalações que sejam necessárias
18

para apoio à execução do empreendimento e que devem ser implantadas na fase pré-
obra.

 Limpeza de terreno e remoção de habitações e vegetação.

Nesta etapa estão inclusas acções de supressão de infra-estruturas existente vegetação


(corte e estroncamento) e limpeza de terrenos que estejam vazios, bem como inclui o
transporte e disposição dos resíduos florestais e transporte e destinação do entulho e
outros materiais inertes gerados a partir da limpeza dos terrenos. Cabe ressaltar que a
camada superficial do solo (solo orgânico) retirado dos terrenos vazios e demais áreas
será estocado de maneira adequada e em local específico para posterior aproveitamento
do mesmo.

Esta etapa inclui, ainda, a realocação ou manejamento das redes de utilidade pública
(aéreas ou subterrâneas inseridas no empreendimento), inclui o cerramento da faixa de
domínio sendo este provisório ou não, bem como prevê a sinalização de orientação aos
operários, principalmente no que diz respeito à marcação das áreas não passíveis de
intervenção, sinalização do perímetro da área de trabalho, indicação dos eixos de
circulação de veículos de obra, dentre outras acções correlatas.

 Execução de acessos de apoio às obras.

Constitui-se da implantação de acessos provisório necessários à interligação das obras


às áreas de apoio construídas, bem como acessos necessários à abertura das frentes de
obra.

 Implantação de desvios e interrupções provisórias do tráfego local.

Refere-se às actividades de intervenção para manejamento do tráfego local, incluindo a


implantação de desvios e caminhos provisórios, bem como adequação das rotas de
ônibus e relocação de pontos e alterações e passagens de pedestres. Além disso,
compreende também a sinalização de alerta aos motoristas, pedestres e trabalhadores
quanto às alterações e restrições do tráfego local e orientação dos procedimentos a
serem seguidos com o intuito de evitar acidentes.

 Execução da terraplanagem, corte e aterro.


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Compreende todas as actividades relacionadas ao corte e aterro e terraplanagem por


meio de escavações ou justaposição de camadas de solo para atingir a linha projectado
para o empreendimento. Esta acção engloba ainda todos os demais serviços
complementares necessários à formação das saias de aterro e taludes de corte.

 Implantação e/ou adequação de obras-de-arte especiais.

Essa etapa constitui-se de todas as actividades relacionadas à construção de viadutos,


túneis, passarelas, muros de grande porte, entre outras estruturas que exigem estruturas
moldadas em concreto. As técnicas a serem utilizadas variam conforme o tipo da
estrutura, podendo ser citadas como exemplo a execução de fundações subaquáticas,
cravação de estacas pré-moldadas, colocação de armaduras, concretagens, montagem de
elementos pré-moldados, bem como produção, transporte, adensamento e cura de
concreto.

 Transporte de materiais entre as áreas de apoio e as frentes de obra.

Trata-se do transporte de material entre as áreas de apoio e as frentes de obra. Também


se incluem nesta acção o transporte dos materiais produzidos nas instalações industriais
provisórias.

 Pavimentação

Esta etapa inclui as acções de pavimentação do corredor de ônibus (pavimento rígido),


bem como a pavimentação do viário adjacente (pavimento asfáltico). Estão
contempladas nessa etapa todas as actividades necessárias para a aplicação dos
materiais que formarão o pavimento do corredor, incluindo as acções que utilização
moto niveladoras, caminhões-pipa, caminhões basculantes com carga coberta,
caminhões espargi dores de asfalto, rolos compactadores, rolos de tambor liso, rolos de
pneus de pressão variável, distribuidores de agregados e vibro acabadoras. Nessa ase do
empreendimento deverá ser implantada a sinalização permanente do corredor e
terminais tais como elementos horizontais aplicados na superfície do pavimento e
elementos verticais (placas fixas e móveis, dispositivos de iluminação contínua ou
intermitente, placas luminosas e painéis com mensagens variáveis)

 Implantação de sistemas de drenagem.


20

Constitui-se das acções de grande potencial impactaste relacionadas à implantação do


sistema de drenagem do empreendimento, tais como a implantação de bueiros de
talvegue nas travessias que não serão transpostas por pontes (obras-de-arte especiais),
bem como a execução de cortarias e escadeiras e ampliação da capacidade hidráulica
dos bueiros existentes sobre a pista, caso necessário.

6.2 Fase de Operação


 Operação industrial

Refere-se às actividades executadas durante a operação do empreendimento com o


processo de corte de ferro bruto em blocos de 2m2 e será transportado para o forno ,
depois os blocos será colocados na caldeira numa temperatura mínima de 2000 oC , de
seguida passara pelo molde para a sua respectiva estruturação dos modelagem do ferro e
que posteriormente será arrefecido com recurso a água. o emprendimento preve
produzir 2.500.000 de toneladas de ferro fundido por ano. O ferro será destinado
principalmente ao mercado nacional e o excedente para exportação. A água a ser usada
no processo de fundição será disponibilizada pela empresa FIPAG e será acumulada em
três tanques com capacidade de 300.000 litros cada. A energia será fornecida pea EDM.
Essas actividades serão suportadas por 200 trabalhadores a ser divididos em três turnos.

 Manutenção dos equipamentos e máquinas.

Trata-se de obras e serviços a serem executados para a manutenção das máquinas que
vai operar no processo de execução da actividade, bem como manutenção das estruturas
a ele relacionadas, tais como paradas, passarelas, túneis, dentre outros.

 Armazenamento

O produto final será depositado no armazém principal do empreendimento, para sua


posterior ter o destinado final seja exportação ou para alocação aos revendedores para o
mercado nacional.

 Transporte

O processo de transporte trata se exclusivamente no que diz respeito a exportação do


produto final assim como a importação da matéria-prima do estrangeiro.
21

6. Justificação do projecto

O empreendimento denomina se BEIRA FERROX, destinada a fundição de ferro, essa


actividade vem sendo uma das soluções para o suprimento da demanda de aquisição de
ferro fundido para uso industrial, tendo em conta que nos últimos anos surge muitas
industrias para fabrico de pecas e electrodomésticos, a matéria-prima sendo ferro
fundido.De forma a sustentar o crescimento para os próximos anos, foi estruturado um
plano de desenvolvimento estratégico, baseado em conhecimento, tecnologia e inovação
que contempla entre outras iniciativas a construção de uma nova fábrica de fundição
de ferro nodular “BEIRA FERROX” de forma a capacitar a empresa com capacidade
de fundição adicional.

A implantação do empreendimento trará inevitavelmente a necessidade de mão- de-obra


para o empreendimento, em sua maior parte postos de trabalho de menor qualificação.
Essas oportunidades terão carácter temporário e se darão com o início imediato das
obras. O impacto benéfico e temporário, pode ser potencializado ao se priorizar a
contratação de pessoas residentes no entorno da obra.

É comum que empreendimentos de grande porte sejam vectores de desenvolvimento


local, com o aumento de prestadores de serviços, estabelecimentos comerciais entre
outras actividades económicas no entorno. Essas oportunidades vão aquém do projecto
do empreendedor, ocorre desde o período de obras e promovem grandes mudanças para
a dinâmica social regional, aumentando a actividade económica local.

6.1 Infra-estrutura de apoio


 Reservatórios de água param o processo e águas residuais;
 Uma linha de transmissão de energia ligando o empreendimento
 Uma estrada para o transporte do produto (acesso ao empreendimento)
 Uma estação de tratamento de esgotos
 Um pátio de manutenção
 Sistema de Drenagem
O Sistema de Drenagem, A obra de pavimentação sugere cuidados especiais quanto à
condução do escoamento oriundo do próprio leito carroçável e, portanto, as sarjetas,
bocas-de-lobo e saídas d´água ao longo da estrada deverão considerar pontos de
lançamento das águas com a atenção voltada à minimização dos efeitos erosivos, com a
execução de protecções nas valas receptoras e dissipação de energia, quando for o caso.

Também no que se refere à atenção na execução da estrada, os aspectos de


encaminhamento do fluxo gerado no leito da estrada deverão ter atenção especial,
22

principalmente nos pontos que já vêm sofrendo processos erosivos, como os


mencionados no Diagnóstico

7. Alternativas de localização

A escolha de alocação do empreendimento a que se destina fundição de ferro, no bairro


de Chaimite concretamente a zona da praia Nova, a escolha deste lugar cinge-se com a
proximidade do mesmo ao Porto da Beira o que irá facilitar a chegada da matéria-prima
e o escoamento do produto acabado.

Os estudos de mercado mostram um crescimento de longo prazo do sector industrial,


com instalações industriais na cidade da Beira já não tem capacidade para dar resposta
às solicitações dos principais clientes da indústria, as quais têm crescido a um ritmo
acelerado, nem às solicitações previstas para os próximos anos.

De forma a sustentar o crescimento para os próximos anos, foi estruturado um plano de


desenvolvimento estratégico, baseado em conhecimento, tecnologia e inovação que
contempla entre outras iniciativas a construção de uma nova fábrica de fundição de
ferro nodular “BEIRA FERROX” de forma a capacitar a empresa com capacidade de
fundição adicional.

O projecto proposto tem o potencial de aumentar o desenvolvimento da área de


trabalho, adicionar diversificação aos meios de subsistência, e prover uma função de
rede de segurança para as comunidades da região. Além disso, o projecto irá gerar
receita fiscal e receitas orçamentais para o governo. A implementação do projecto irá
aumentar a produtividade da economia da área através de:

 Contratação de recursos locais tanto para construção como para trabalhar no local do
empreendimento;
 Alinhamento dos objectivos com a lei de investimento do CPI que irá gerar receitas
fiscais e royalties para o governo;
 Aumento da dependência económica do agregado familiar através dos efeitos
multiplicadores que serão gerados a partir do projecto proposto.

8. Diagnóstico ambiental

8.1 Ambiente biofísico


8.1.1 Clima
23

Segundo a classificação climática de Koppen, o clima da cidade da Beira está


compreendido na zona de transição do clima tropical húmido chuvoso para o de estepe
com estação seca no inverno.
8.1.2 Temperatura
A temperatura média do ar é cerca de 27ºC, com uma amplitude média de 7ºC (cerca de
27,5ºC em Janeiro e 21ºC em Julho/Agosto). A média anual dos valores máximos é de
30-31ºC, com os valores máximos possivelmente em Jan.-Fev. (32ºC-33ºC) e os
mínimos em Julho (26-27ºC). O valor médio anual das temperaturas mínimas é de 18-
19ºC, com os valores mais altos em Jan.-Fev. (22ºC) e os mais baixos em Julho (14-
15ºC). A humidade relativa no distrito deverá rondar os 75-76% com pequena variação
ao longo do ano.

8.1.3 A precipitação
A precipitação média anual varia de 1.000 mm a 1.459 mm, com os valores maisaltos
na zona mais próxima da costa e diminuindo progressivamente para montante. A
evapotranspiração potencial média anual está na ordem de 1.496 mm.

8.1.4 Humidade

A humidade relativa do ar na cidade da Beira em particular na área de estudo apresenta


poucas variações entre 69,2 e 74,6%. A média anual é de 72,1%, sendo os meses de
Fevereiro e Julho os que apresentam valores de humidade acima dos 73% em quanto
que os meses de Setembro e Outubro são os que apresentam valores inferiores a 70%.

8.1.5 Geomorfologia
A cidade da Beira especificamente o bairro de Chaimite é caracterizado pela ocorrência
de duas zonas geomorfologia distinta: uma que compreende as formações aluvionares
recentes, representada por uma topografia plana e praticamente sem declives; e outra
com relevo mais acentuado é caracterizada pelas superfícies suavemente onduladas e
sem declive ou com declive muito suave, onde correm linhas de água que se dirigem ao
oceano- mar. Topografia plana com 1% de declividade a quase plana, 0 a
2%.Geomorfológicamente a Cidade da Beira, situa-se numa região de extensa planície
de idade recente, resultante de sucessivas fases de acumulação de sedimentos
plestocenico e holocénico. O relevo é baixo, com altitude que se situa entre 6 e 20 m e
um declive médio de cerca de 1º cujo pendor suave continua ao nível batimétrico até aos
limites da plataforma continental. (Muchangos, 1989:242).
24

8.1.6 Solos
Solos franco-argilosos e arenosos castanhos amarelados e franco-arenoso, castanhos
acinzentados profundos. Quanto aos solos, na cidade da Beira podem ser encontrados
solos aluvionares profundos, cinzento escuros, textura mediana, relativamente pobres
em matéria orgânica, e os sais solúveis não aparecem em quantidade suficiente para
criar limitações na sua utilização agrícola. Contrastando com estes solos, ocorrem solos
aluvionares moderadamente profundos (>70 cm < 100 cm), cor cinzenta escura a preta,
textura pesada, argilosa e estrutura bem desenvolvida, podendo ocorrer uma camada
bastante argilosa e cimentada, limitando o desenvolvimento de algumas culturas devido
a deficiente drenagem. A presença de manchas no subsolo é um sinal do hidromorfismo
destes solos. Alternando com estes dois tipos de solos ocorrem solos aluvionares
estratificados, com camadas distintas, correspondendo aos ciclos de sedimentação de
depósitos do ciclo de cheias do rio. No grupo de solos aluvionares destacar aqueles
fortemente argilosos, hidromórficos, salinos, com manchas de sais a superfície,
completamente inaptos para a agricultura (solos de mangal). No interior e nos terrenos
ondulados, destacar a planície arenosa de material sedimentar da chamada faixa arenosa
costeira, de solos profundos, de textura arenosa.

8.1.7 Hidrologia
A Hidrologia da área do empreendimento é influenciada pela oceano indico o mar faz
grande influência hidrológica, por ser uma costa que banha a região

8.1.8 Vegetação
Na Área Directamente Afectada do empreendimento, a cobertura vegetal encontra-se
totalmente descaracterizada de suas condições naturais, devido à intensa urbanização da
cidade da Beira, importa referir que há Ocorrência de uma associação vegetativa de
mangal e formações arbórea. Foi verificada somente a presença de exemplares arbóreos
isolados a serem suprimidos para a execução do empreendimento. De tal forma que
podemos Entender como cobertura vegetal todos os diferentes tipos de formações
vegetais, sejam elas naturais ou antrópicas, nativa ou exótica, compreendendo vegetação
herbácea, cultivos agrícolas, reflorestamentos e remanescentes de formações florestais.
25

A vegetação da zona da praia Nova, Fonte: autor, 22.05.2018

8.1.9 Avifauna
Para a descrição deste componente ambiental, deve-se considerar as paisagens e
ecossistemas existentes na área de estudo. Por se tratar de um ambiente totalmente
urbanizado, não são verificadas grandes variedades de locais propícios para ocorrência e
desenvolvimento de comunidades faunísticas diversificadas. Neste contexto, destaca-se
a avifauna, a qual ocorre ao longo de todo o trecho de implantação do empreendimento.
A comunidade de aves amostrada neste estudo é composta por espécies generalistas,
capazes de se adaptar às perturbações que ocorrem no meio e muitas são favorecidas
pelas acções antrópicas.

8.2 Aspectos socioeconómico e cultural

8.2.1 População
Trata-se das pessoas residentes em um determinado território. Para fins de estudo
ambiental, a população considerada se localiza no entorno do empreendimento, que
afectado directa ou indirectamente, de forma positiva ou negativa as pessoas. De acordo
com o censo de 2007, Beira possuía uma população total de 431.583 habitantes, sendo
219.624 homens e 211.959 mulheres. Um total de 259.728 habitantes tinha 15 ou mais
anos de idade.

8.2.2 Uso e ocupação do solo


Trata-se da caracterização detalhada das actividades e serviços predominantes em uma
determinada área de abrangência neste caso concreto no Bairro Chaimite. No actual
26

estudo, o Uso e Ocupação do Solo foi estabelecido com as seguintes denominações e


respectivas actividades predominantes: -Comércios e serviços, Equipamento público,
Escola, Estacionamento, Área verde, Residencial, Residencial horizontal de médio/alto
padrão, Residencial vertical de médio/alto padrão

8.2.3 Infra-estrutura (transporte/energia/saneamento)


Neste componente estão contempladas as redes de utilidades públicas, como as redes
viárias, linhas de transmissão, telefonia, redes de abastecimento de água e esgoto
sanitário. Importa salientar que no Bairro de Chaimite concretamente na zona da Praia
Nova onde actualmente se encontram as infra estruturas (cabanas) dos pescadores.
Também as construções são de material precário na sua maioria, A infra-estrutura de
telecomunicações inclui uma rede de telefonia fixa, telégrafo e ligações via rádio.

Habitações dos residentes da Praia Nova, Fonte: autor, 22.05.2018

8.2.4 Actividades económicas


Neste componente ambiental estão inclusos os estabelecimentos comerciais e de
serviços localizados na Área de Influência do empreendimento. A comercialização é
feita localmente, registando-se a actividade de comerciantes vindos de fora,
principalmente de Maputo e para comprar os produtos localmente, para venda no
mercado informal. (pesca, carpintaria e artesanato) surge, também, como alternativa da
actividade económica. é caracterizada por alguma actividade comercial, sendo que a
comercialização da maior parte dos produtos é feita nos mercados locais, na sede e na
cidade da Beira, havendo ainda comerciantes provenientes desta cidade e também de
Maputo a operar na zona da praia nova.
27

Actividades económica dos residentes da zona da praia Nova, fonte: autor, 22.05.2018

9. Prognóstico ambiental

9.1 Identificação e avaliação dos impactos ambientais

Área de estudo Fase Impacto


Meio físico Planeamento
Implantação Intensificação de Processos Erosivos e Assoreamento
Emissão de Ruídos por Máquinas e Equipamentos
Geração de Resíduos Sólidos durante as Obras
Alteração da Estabilidade de Taludes e Risco de
Escorregamentos Superficiais
Interferência em Áreas Contaminadas
Alteração da Qualidade dos Solos e das Águas
Subterrâneas e Superficiais
. Aumento das Áreas Impermeáveis
0peracao Alteração da Qualidade do Ar
Emissão de Ruído de Tráfego no Corredor
Emissão de Ruído na Operação dos Terminais
Meio biótico planeamento
Implantação Redução da Cobertura Vegetal
Redução de habitat para a Avifauna
Operação Alteração da Qualidade do Ar
Emissão de Ruído de Tráfego no Corredor de Ônibus
Emissão de Ruído na Operação dos Terminais
Meio Planeamento Geração de expectativas na população
socioeconomico Implantação Crescimento das ofertas de postos de trabalho
Aumento da Renda Local
Aumento de novas demandas de materiais e serviços
Risco de acidentes e incidentes nas obras
28

Transtorno aos habitantes no entorno do


empreendimento
Interferência no tráfego local durante as obras
Transtorno aos habitantes no entorno do
empreendimento
Operação Valoração imobiliária
Potencialização da dinâmica das actividades
económica
Crescimento da oferta de transporte colectivo
Melhoria na qualidade de vida da população

9.2 Avaliação dos Impactos Ambientais


A identificação e avaliação dos impactos ambientais desse estudo deram-se a partir da
análise do diagnóstico ambiental e do projecto básico do empreendimento, com a
definição dos factores geradores, dos componentes ambientais impactados, da
justificativa técnica e da avaliação dos impactos ambientais e definição das medidas
mitigadoras e/ou compensatórias, como descrito a seguir:

Fase de Implantação

9.2.1 Intensificação de Processos Erosivos e Assoreamento


Factores Geradores: Instalações de trabalho (pátios dos canteiros de obras, bota
esperas e áreas de empréstimo); Limpeza de terreno e remoção de vegetação; Execução
da terraplanagem, corte e aterro; Implantação obras de arte e de sistema de drenagem
das águas pluviais.

Componente Ambiental: Degradação do Solo

Avaliação do Impacto:

a) Natureza: Negativa

b) Ocorrência:Directa

c) Influência:local (ADA, AID e eventualmente AII)

d) Temporalidade: Temporária

e) Prazo : Médio Prazo


29

f) Probabilidade de Ocorrência: Incerta

g) Reversibilidade: Reversível

h) Magnitude: Média

Medidas Mitigadoras / Compensatórias: Com base no diagnóstico ambiental e nas


características do empreendimento proposto foi possível identificar os potenciais
impactos decorrentes das obras para implantação e, estabelecer as medidas mitigadoras
necessárias para sua mitigação. Conforme descritas a seguir:

 A limpeza do terreno e serviços de terraplenagem deverão ser executados


somente na área de intervenção prevista no projecto executivo, de forma gradual
e planejada;
 A vegetação nativa existente deverá ser preservada o máximo possível.
Recomendando-se que no entorno do empreendimento sejam preservadas todas
as espécies arbóreas existentes;
 A remoção da cobertura vegetal deverá ser efetuada de forma planejada, para
que ocorra, apenas, no momento em que a área necessite ser utilizada, evitando,
assim, que as mesmas sejam expostas às intempéries por tempo prolongado;

9.2.2 Alteração da Qualidade do Ar


Factores Geradores: Movimentação de máquinas e equipamentos; Instalações de
trabalho (pátios dos canteiros de obras, bota fora e áreas de empréstimo); Limpeza de
terreno e remoção de vegetação; Implantação de desvios e interrupções provisórias do
tráfego local; Execução da terraplanagem, corte e aterro; Transporte de materiais entre
as áreas de apoio e as frentes de obra, e Pavimentação.

Componente Ambiental: Ar

Avaliação do Impacto:

a) Natureza: Negativa

b) Ocorrência: Directa

c) Influência: Local (ADA e AID)

d) Temporalidade: Temporária
30

e) Prazo: Médio Prazo

f) Probabilidade de Ocorrência: Incerta

g) Reversibilidade: Reversível

i) Magnitude: Média

Medidas Mitigadoras/ Compensatórias: Para minimizar a emissão e suspensão de


material partícula durante a implantação do empreendimento, são recomendadas as
seguintes medidas:

 Umectação das áreas terraplenadas ou descobertas em dias secos, por onde os


caminhões e máquina operam;
 Controle de velocidade de veículos pesados à velocidade máxima, estabelecida para
caminhões, nos canteiros de obra, de 20 km/h;
 Manutenção dos veículos e máquinas e respeito a capacidade de carga de acordo
com recomendação do fabricante;
 Estudo de tráfego, propondo vias alternativas durante a fase de obras, visando a
redução do congestionamento

9.2.3 Alteração da Qualidade dos Solos e das Águas Subterrâneas e Superficiais


Factores Geradores: Movimentação de máquinas e equipamentos; Instalações de
trabalho, canteiros de obras; Limpeza de terreno e remoção de vegetação; Execução da
terraplanagem, corte e aterro; Transporte de materiais entre as áreas de apoio e as
frentes de obra, Pavimentação e Implantação de estruturas hidráulicas de drenagem.

Componente Ambiental: Qualidade dos solos e das águas subterrâneas superficiais

Avaliação do Impacto:

a) Natureza: Negativa

b) Ocorrência: Directa

c) Influência: Local (ADA e AID)

d) Temporalidade: Temporária

e) Prazo: Médio Prazo


31

f) Probabilidade de Ocorrência: Incerta

g) Reversibilidade: Reversível

j) Magnitude: Média

Medidas Mitigadoras/ Compensatórias:

 Implantar diques periféricos de tanques de armazenamento de combustível, se


houver;
 Recobrir o solo com lonas plásticas impermeáveis durante a troca de combustíveis
de máquinas e veículos pesados no canteiro de obras;
 Em caso de contacto de contaminantes com o solo, remover de imediato o solo
contaminado por combustível ou produtos perigosos e encaminhá-lo para locais de
apropriados, de acordo com as normas e legislação pertinentes.
 Implantar banheiros químicos nos canteiros de obra;
 Implantar sistema de colecta, reciclagem e reutilização de resíduos sólidos;

9.2.4 Emissão de ruídos por máquinas e equipamentos:


Factores geradores: Movimentação de máquinas e equipamentos, execução de acessos
de apoio às obras, implantação de passagem subterrâneas, execução de terraplanagem,
corte e aterro, implantação e/ou adequação de obras de artes especiais, implantação de
sistemas de drenagem.

Componente Ambiental: Ruídos e vibrações.

Avaliação do Impacto:

a) Natureza: Negativa
b) Ocorrência: Directa
c) Influência: Local (ADA e AID)
d) Temporalidade: Temporária
e) Prazo: Médio Prazo
f) Probabilidade de Ocorrência: Certa
g) Reversibilidade: Reversível
k) Magnitude: Média
Medidas Mitigadoras/ Compensatórias: Recomenda-se, como medida mitigadora do
ruído de obras, que as actividades ruidosas sejam realizadas preferencialmente no
período diurno, entre 7 h e 20 h, evitando-se geração de ruído nos trechos próximos a
áreas residenciais durante a noite. Esta recomendação é de fundamental importância nas
obras, de muito maior duração e com a instalação de canteiros de obra fixos.
32

9.2.5 Geração de Resíduos Sólidos durante as Obras

Factores geradores: Instalações de trabalhos, limpeza de terreno e remoção da


vegetação, execução de acesso de apoio às obras, execução de terraplenagem, corte e
aterro, implantação e/ou adequação de obras de arte, pavimentação, implantação de
sistemas de drenagem, demolições de edificações.
Componente Ambiental: -------------------
Avaliação do Impacto:
a) Natureza: Negativa
b) Ocorrência: Directa
c) Influência: Local
d) Temporalidade: Permanente
e) Prazo: Imediato
f) Probabilidade de Ocorrência: Certa
g) Reversibilidade: Irreversível
m) Magnitude: Média
Medidas Mitigadoras/ Compensatórias: Todas as actividades devem ser monitoradas
e gerenciadas de forma eficiente, desde a geração, selecção, tratamento,
acondicionamento, armazenamento, transporte e destinação final desses materiais, se
tratando de impacto ambiental quando alguma dessas fases não for acompanhada ou
realizada correctamente. Tal acompanhamento deverá ser realizado por meio do
Programa de Controle Ambiental das Obras

9.2.6 Redução da Cobertura Vegetal

Factores geradores: Limpeza de terreno e remoção da vegetação


Componente ambiental: Cobertura vegetal
Justificativa técnica: Para a implantação do empreendimento será necessária a
supressão de indivíduos de porte arbóreo localizados na área directamente afectada
(ADA) do empreendimento, bem como haverá supressão de vegetação decorrente das
actividades de limpeza de terrenos.
Avaliação do Impacto:
a) Natureza: Negativa
b) Ocorrência: Directa
c) Influência: Local (ADA
d) Temporalidade: Permanente
e) Prazo: Imediato
f) Probabilidade de Ocorrência: Certa
g) Reversibilidade: Irreversível
h) Magnitude: Média
Medidas mitigadoras / compensatórias: Realização de Programa de Monitoramento
da Supressão de Vegetação, bem como de um Programa de Reposição Florestal
Compensatória
33

10. Plano de Gestão Ambiental (PGA)

Gestão do ruído e vibrações

o Controlar as emissões sonoras na fonte, através da escolha de equipamento


adequado Adoptar medidas de protecção individual contra o ruído gerado, no
caso dos trabalhadores mais expostos.

Gestão das águas residuais e combustíveis.

o Optimizar o uso da água, recorrendo a limpeza a seco


o Seguir rigorosamente normas de abastecimento de combustíveis as viaturas.

Gestão dos resíduos sólidos

 Remover os resíduos o mais rápido possível e encaminhá-los para a sua deposição


segura na lixeira Municipal.
 Planear as acções de limpeza em função da produção de resíduos.

Gestão da saúde, higiene e segurança ocupacional

 Disciplinar o uso obrigatório do Equipamento de Protecção Individual no local de


trabalho.
 Avaliar os riscos inerentes a actividade e instalação e adoptar medidas de prevenção
e gestão

Armazenamento de matéria- prima e produtos acabado

 Monta em de sistema de segurança baseado em mais que um homem para impedir


que individualmente possa existir acesso

Gestão de incidentes ambientais

 O local de acidente ou incidente;


 A hora de emergência ou incidente;
 A causa suspeita da emergência ou incidente;
 O dano ambiental e/ou a perturbação ambiental causada;

Gestão de incidentes com materiais perigosos (combustíveis)

Nível do incidente Definição Exemplo Notificação-


resposta
A( alto) Qualquer incidente Derrame de Informar a direcção
34

que exceda as combustível, para o imediatamente


condições de ambiente. iniciar acções
licenciamento Reclamações sobre correctivas
ambiental ruídos nas imediatamente
comunidades. anualmente
Explosão
B (moderado) Qualquer incidente Derrame de Informar a direcção
não intencional que combustível mediatamente para
cause ou pode durante o se efectuar a
resultar em danos abastecimento de manutenção
ambientais viaturas
confinado ao
acampamento ou
local de sondagem
C (baixo) Pequeno evento, Pequenas fugas de Planearuma
derrame óleos e manutenção
combustíveis preventiva

10.1 Programa de monitoramento

Monitorização dos produtos acabados e de insumos

 Controlar as condições de armazenamento dos produtos acabados


 Controlar a observância das medidas de segurança pelos pessoal

Monitorização do ruído

 Fazer medições regulares dos níveis de ruído dentro da unidade fabril

Monitorização de Resíduos Sólidos


35

 Avaliar os volumes de resíduos sólidos e outros produzidos

Monitorização da higiene e segurança no trabalho

 Controlar a aproximação ou invasão de habitações, machambas e outros usos dentro


da linha de segurança (parcela);
 Controlar o uso de equipamento de protecção;
 Controlar os cumprimentos das normas de segurança estabelecida

11. Tarefa do consultor

O consultor ambiental desempenha uma responsabilidade muito importante no processo


de AIA avaliação de impacto ambiental, EIA estudo de impacto ambiental , o consultor
ambiental actua em representação do proponente da actividade , sendo por este
contratados com objectivos de realizar a AIA da actividade em causa. O consultor é
responsável por assegurar a:

 Prever, dimensionar e definir medidas de mitigação dos eventuais efeitos


nocivos da actividade
 Propor novos modelos de gestão sustentável com base em paradigmas e
metodologias alternativas
 Ajudar na minimização de danos ambientais com base no diagnóstico prévio
dos potenciais impactos negativos.
 Adopções de medidas de gestão ambiental adoptadas garantam a segurança da
actividade
 Garantir a viabilidade económica e ambiental.
 Criar um instrumento de planificação e gestão, um guião normativo capaz de
orientar o desenvolvimento sustentável.

12. Participação pública

Procedimento legal que consiste na ligação ou comunicação entre os órgãos


governamentais e os diferentes sectores da sociedade civil, comunidades locais,
associações, etc. tal com consta do Artigo 14 do Regulamento sobre o Processo de AIA
conjugada com o artigo 8 da Lei 20/97. Objectivos:

 Discussão e análise das consequências dos projectos;


 Obtenção de soluções viáveis e consensuais;
 Divulgar informações sobre o projecto;
 Integrar anseios, sugestões das partes interessadas
 Artigos 13 e 22: Participação Pública e Consulta
36

A participação pública é fundamental para o sucesso de um projecto de reassentamento.


Ambos os artigos articulam os requisitos específicos que um PAR deve aderir.Directiva
geral sobre o processo de participação do pública no processo de avaliação de
impacto ambiental É um documento que visa harmonizar os procedimentos e as várias
partes interessadas sobre as directrizes que devem orientar o processo de participação
pública, é um processo que começa na fase de concepção da actividade e abrange todas
as fases do processo de AIA, esse processo aproxima diferentes interesses, criando um
ambiente de negociação entre as partes envolvidas no processo de desenvolvimento,
permitindo a discussão e análise imparcial dos impactos que uma actividade pode
causar, o processo de participação pública é muito importante porque ajuda o
desenvolvimento sustentável em áreas ambientais, económicos e sociais.

13. Conclusão

Para concluir importa salientar que empreendimento a que se destina fundição de ferro,
no bairro de Chaimite concretamente a zona da praia Nova, a escolha deste lugar cinge-
se com a proximidade do mesmo ao Porto da Beira o que irá facilitar a chegada da
matéria-prima e o escoamento do produto acabado. Os estudos de mercado mostram um
crescimento de longo prazo do sector industrial, com instalações industriais na cidade
da Beira já não tem capacidade para dar resposta às solicitações dos principais clientes
da indústria, as quais têm crescido a um ritmo acelerado, nem às solicitações previstas
para os próximos anos.

De forma a sustentar o crescimento para os próximos anos, foi estruturado um plano de


desenvolvimento estratégico, baseado em conhecimento, tecnologia e inovação que
contempla entre outras iniciativas a construção de uma nova fábrica de fundição de
ferro nodular “BEIRA FERROX” de forma a capacitar a empresa com capacidade de
fundição adicional. O projecto proposto tem o potencial de aumentar o desenvolvimento
da área de trabalho, adicionar diversificação aos meios de subsistência, e prover uma
função de rede de segurança para as comunidades da região.
37

A identificação e avaliação dos impactos ambientais desse estudo deram-se a partir da


análise do diagnóstico ambiental e do projecto básico do empreendimento, com a
definição dos factores geradores, dos componentes ambientais impactados, da
justificativa técnica e da avaliação dos impactos ambientais e definição das medidas
mitigadoras e/ou compensatórias

14. Referencia Bibliográfica


1. CEPEC (centro de pesquisa e consultoria). Apresentação de relatório de estudo
ambiental simplificado: fábrica de explosivo Moçambique. Beira.2018
2. COPEL.Estudo de Impacto Ambiental Usina Hidroeléctrica Santa Clara, Rio
Jordão, Bacia do Rio Iguaçu Estado do Paraná. Curitiba. Relatório técnico.1999
3. GUERRA, Teixeira António& CUNHA,Baptista Sandra. Geomorfologia e Meio
Ambiente. Rio de Janeiro: Bertrand do Brasil. 1996.
4. MINISTÉRIO DA ADMINISTRAÇÃO ESTATAL. Perfil da cidade da Beira
província de Sofala.2014
5. MUCHANGOS, Aniceto Dos. Boletim do Arquivo histórico de Moçambique-
Cidade da Beira. Maputo, 1989
6. REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE, BOLETIM DA REPÚBLICA:(Lei no 20/97 de 1
de Outubro)Lei do Ambiente
7. REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE, BOLETIM DA REPÚBLICA:Diploma
Ministerial nº. 129/2006 De 19 de Junho - A Directiva Geral para elaboração de
Estudos do Impacto Ambiental
8. REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE, BOLETIM DA REPÚBLICA:Diploma
Ministerial n˚130/2006, de 19 de Julho, Directiva Geral para o Processo de
Participação Pública
9. REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE, BOLETIM DA REPÚBLICA:O Decreto 13/2006,
de 15 de Junho, “Regulamento sobre a Gestão de Resíduos
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10. REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE, BOLETIM DA REPÚBLICA:O Decreto 18/2004,


de 2 de Junho, Regulamento sobre Padrões de Qualidade Ambiental e de Emissões de
Efluentes e actualizado pelo Decreto no 67/2010 de 31 de Dezembro
11.REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE, BOLETIM DA REPÚBLICA:O Decreto 54/2015
de 31 de Dezembro “Regulamento do Processo de Avaliação do Impacto Ambiental”
12. SERRA, Carlos Manuel . CUNHA,Fernando. Direito do Ambiente. 2ª Ed. Maputo.
Centro de Formação Jurídica e Judiciária, Ministério da justiça.2008.
13. SERRA, Carlos Manuel .Colectânea de legislação do Ambiente. 4ª Ed. Maputo.
Centro de Formação Jurídica e Judiciária, Ministério da justiça.2011
14. VIEIRA. Leonardo Gonçalves.Avaliação de impacto ambiental e EIA/rima: bases
legais e problemas recorrentes.Trabalho de Conclusão de Curso ao Curso de
Geografia da Universidade Estadual de Londrina.2009

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