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Flex
KIDS
Proposta para uma Instituição de Educação
Infantil Espacialmente Flexível
NATAL/RN
NOVEMBRO DE 2014.
FLEX IDS| Proposta para uma Instituição de
Educação Infantil Espacialmente Flexível
1
FLEX KIDS
Natal/RN
Novembro de 2014.
FLEX KIDS
BANCA EXAMINADORA
___________________________________________________
___________________________________________________
Professor – UFRN
___________________________________________________
Arquiteto e Urbanista Convidado
AGRADECIMENTOS
RESUMO
ARAÚJO, Jéssica Medeiros. Flex Kids: Proposta para uma Instituição de Educação
Infantil Espacialmente Flexível. Monografia (Bacharelado em Arquitetura e
Urbanismo) – Centro de Tecnologia, Universidade Federal do Rio Grande do Norte,
Natal, 2014.
ABSTRACT
LISTA DE FIGURAS
Figura 48: ESCOLA LYGIA MARIA: Painéis para exposição de atividades .............. 79
Figura 49: ESCOLA LYGIA MARIA: Sala do Maternal. ............................................. 80
Figura 50: ESCOLA LYGIA MARIA: Banheiro Infantil. .............................................. 81
Figura 51: FLEX: Perspectivas externa e interna das salas de aula. ........................ 82
Figura 52: FLEX: Configuração hexagonal da sala de aula. ..................................... 83
Figura 53: FLEX: Possibilidades de conexão entre as salas de aula. ....................... 84
Figura 54: FLEX: Uso de estratégias sustentáveis. ................................................... 84
Figura 55: FLEX: Variedade de espaços possíveis com o hexágono. ...................... 85
Figura 56: GUAN KINDERGARTEN: Perspectiva da implantação geral. .................. 86
Figura 57: GUAN KINDERGARTEN: Módulos Hexagonais. ..................................... 86
Figura 58: GUAN KINDERGARTEN: Disposição dos blocos. ................................... 87
Figura 59: GUAN KINDERGARTEN: Controle visual das áreas de recreação. ........ 87
Figura 60: GUAN KINDERGARTEN: Organização programática dos blocos. .......... 88
Figura 61: GUAN KINDERGARTEN: Terraços. ........................................................ 88
Figura 62: Terreno escolhido para desenvolvimento do Projeto. .............................. 91
Figura 63: Equipamentos de comércio e serviços no entorno do terreno escolhido. 92
Figura 64: Escolas e Creches por Instâncias Administrativas. .................................. 93
Figura 65: Uso do solo no entorno imediato do terreno. ........................................... 94
Figura 66: Gabarito no entorno imediato do terreno. ................................................. 95
Figura 67: Morfologia do Terreno. ............................................................................. 96
Figura 68: Caracterização da Topografia. ................................................................. 97
Figura 69: Vistas do Terreno. .................................................................................... 98
Figura 70: Cobertura vegetal no terreno estudado. ................................................... 99
Figura 71: Espécies vegetais existentes no terreno analisado. ................................. 99
Figura 72: Zonas Bioclimáticas Brasileiras e Zona Bioclimática 08. ........................ 100
Figura 73: Trajetória Solar sobre o terreno estudado. ............................................. 101
Figura 74: Simulações de trajetória solar. ............................................................... 102
Figura 75: Projeção da rosa dos ventos no terreno da intervenção. ....................... 103
Figura 76: Área 1a do Controle de Gabarito no entorno do Parque das Dunas. ..... 105
Figura 77: Dimensões do Módulo de Referência. ................................................... 110
Figura 78: Área para manobra sem deslocamento. ................................................ 111
Figura 79: Modelo de boxe acessível. ..................................................................... 112
Figura 80: Altura dos corrimãos em rampas e escadas - Exemplos. ...................... 113
Figura 81: Organograma Geral. .............................................................................. 124
Figura 82: Matriz de Elementos e Relações. ........................................................... 124
Figura 83: Definição do Conceito Arquitetônico. ..................................................... 127
Figura 84: Primeiro Estudo: Hexágonos atuando como pátios centrais. ................. 130
Figura 85: Segundo Estudo: Hexágonos Irregulares formando Pátios. ................... 130
Figura 86: Terceiro Estudo: Uso do hexágono como Módulo.................................. 131
Figura 87: Primeira Proposta para Implantação. ..................................................... 132
Figura 88: Segunda Proposta para Implantação. .................................................... 133
Figura 89: Módulos Hexagonais com Beiral Retangular - estudos volumétricos. .... 135
Figura 90: Terceira Proposta para a Implantação. .................................................. 136
Figura 91: Módulos Hexagonais com Beiral - estudos volumétricos. ...................... 136
Figura 92: Proposta Final para a Implantação......................................................... 137
Figura 93: Piscina e Mini-quadra próximas da entrada - estudos volumétricos. ..... 138
Figura 94: Vista do Pátio central coberto – estudos volumétricos. .......................... 138
Figura 95: Possibilidades de Expansão. ................................................................. 140
Figura 96: Mobiliário Infantil. ................................................................................... 141
Figura 97: Mobiliário para Professor. ...................................................................... 142
LISTA DE QUADROS
LISTA DE SIGLAS
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 14
PARTE I: REFERENCIAL TEÓRICO
1. CRIANÇA E O APRENDIZADO ........................................................................................... 18
1.1 DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA ............................................................................ 18
1.2 EDUCAÇÃO INFANTIL .................................................................................................. 21
1.3 PREMISSAS PROJETUAIS PARA AMBIENTES DA EDUCAÇÃO INFANTIL ................... 24
2. A FLEXIBILIDADE NO ESPAÇO ESCOLAR ....................................................................... 39
2.1 A FLEXIBILIDADE ESPACIAL .......................................................................................... 39
2.2 CARACTERÍSTICAS DOS ESPAÇOS DE APRENDIZAGEM FLEXÍVEIS ......................... 41
2.3 A EXPERIÊNCIA INTERNACIONAL COM PROJETOS ESCOLARES FLEXÍVEIS ............ 47
PARTE II: ESTUDOS DE REFERÊNCIA
3. ESTUDOS DE REFERÊNCIA ............................................................................................... 51
3.1 ESTUDOS DIRETOS......................................................................................................... 51
3.1.1 Espaço Infantil Primeiros Passos ......................................................................... 52
3.1.2 Núcleo de Educação da Infância (NEI) .......................................................... 63
3.1.3 Escola Lygia Maria Leão Laporta – Campus do Cérebro ............................. 72
3.2 ESTUDOS INDIRETOS ..................................................................................................... 82
3.2.1 FLEX - Los Angeles, Estados Unidos.................................................................... 82
3.2.2 Creche Guan (Guan Kindergarten) - Pequim, China.................................... 86
PARTE III: CONDICIONANTES PROJETUAIS
4. UNIVERSO DE ESTUDO .................................................................................................... 90
4.1 CRITÉRIOS PARA ESCOLHA DO TERRENO ................................................................. 90
4.2 CARACTERIZAÇÃO DO TERRENO ESCOLHIDO E SEU ENTORNO ........................... 91
4.3 ASPECTOS FÍSICO-AMBIENTAIS ................................................................................... 95
4.3.1 Morfologia e Topografia..................................................................................... 95
4.3.2 Vegetação Existente .......................................................................................... 98
4.3.2 Análise Bioclimática - Insolação e Ventilação ............................................. 100
5. CONDICIONANTES LEGAIS .......................................................................................... 104
5.1 PLANO DIRETOR DE NATAL- Lei Complementar nº082, de 21 de junho de 2007
........................................................................................................................................... 104
5.2 CÓDIGO DE OBRAS E EDIFICAÇÕES DO MUNICÍPIO DE NATAL ......................... 105
5.3 CÓDIGO DE SEGURANÇA E PREVENÇÃO CONTRA INCÊNDIO E PÂNICO DO RN
........................................................................................................................................... 108
5.4 NBR 9050 - Acessibilidade a Edificações, Mobiliário, Espaços e equipamentos
urbanos ............................................................................................................................. 109
INTRODUÇÃO
PARTE I:
REFERENCIAL TEÓRICO
Capítulo 1
1. A CRIANÇA E O APRENDIZADO
Período Sensório-motor
Figura 1: Criança no período sensório-motor.
(de 0 a 2 anos):
Cabe ressaltar que, em 2006, o ensino fundamental foi ampliado pelo Plano
Nacional de Educação (PNE) e pela Lei 10.172/01, para nove anos, passando a
receber a matrícula de crianças com seis anos. Consequentemente, esta mudança
acarretou a alteração da faixa etária atendida pelo Ensino Infantil, que passou a
acolher crianças de 0 a 5 anos de idade.
Desta forma, O MEC define, através do Referencial Curricular Nacional para
a Educação Infantil (1998), que a educação infantil envolve os processos de educar e
cuidar das crianças, enfatizando que estes cuidados não estão restritos à satisfação
das necessidades primárias como a higiene, o sono e a alimentação, mas vão além,
incluindo o afeto, o respeito à individualidade de cada um e a organização da rotina
diária.
Neste sentido, Craidy e Kaercher (2001), justificam a importância de se
considerar os processos de educar e cuidar como complementares e indissociáveis,
ao afirmarem que as crianças desta faixa etária têm necessidades de atenção,
carinho, segurança, sem as quais elas dificilmente poderiam sobreviver. Para as
autoras, a inserção das crianças no mundo não seria possível sem que atividades
voltadas simultaneamente para cuidar e educar estivessem presentes.
Esse tratamento integral dos vários aspectos do desenvolvimento infantil
evidencia a indissociabilidade do educar e cuidar no atendimento às crianças. A
educação infantil, como dever do Estado é ofertada em instituições próprias – creches
para crianças até 3 anos e pré-escolas para crianças de 4 e 5 anos – em jornada
parcial ou integral, por meio de práticas pedagógicas cotidianas.
(...) O acesso de veículos que levam e buscam os estudantes deve ser bem
equacionado para não causar transtorno ao trânsito nos horários de mudança
de turno. Deve ser avaliada a compatibilidade das condições legais (pistas de
rolamento, fluxo normal de trânsito) com as novas demandas a serem
geradas (capacidade da escola, fluxo de movimento). Se houver possibilidade
de conflito deve ser previsto um acostamento para este fim. (IBAM, 1996,
p.95).
Organização Espacial
É no brincar das crianças que o espaço adquire uma dimensão essencial: não
há necessidade alguma de brincar sem que haja disponibilidade de um tempo
adequados, ambos ao tipo de movimento e atividade que uma determinada
brincadeira exige. (LIMA, apud SANTOS, 2012, p.04)
Acerca dos espaços livres, Elali (2002) recomenda que, além de playground
a área livre deve conter um espaço para miniquadra poliesportiva (se possível em
areia) e a demarcação de nichos, mesmo que sejam apenas cercas-vivas de altura
suavemente superior à das crianças (sob ou atrás das quais estas possam sentir-se
abrigadas, ou mesmo elementos do playground, como casinhas, túneis e similares,
que possam exercer tal função).
Segundo Burjato (2004), a instalação de brinquedos em parques infantis
requer o conhecimento do dimensionamento das zonas de queda, zona mínima de
uso e das zonas limítrofes: a) zonas de queda – região ao redor do equipamento, que
deve ser de no mínimo 1,20m de largura em todas as direções; b) zona mínima de
uso – área ocupada pelo equipamento, acrescida da área para a livre movimentação
das crianças entre os equipamentos. Essa área deve ser de largura mínima de 1,80m
junto das partes móveis dos equipamentos e de 1,20m de largura junto às partes
estacionárias do equipamento móvel; c) zonas limítrofes – área adicional
complementar à área de quedas, onde é esperado que as crianças, utilizando o
equipamento, estejam em movimento, por exemplo, na saída do escorregador, junto
à escada, em frente e atrás dos balanços.
Acessos e Percursos
De acordo com Sanoff (2000), em alguns casos, é possível identificar com
facilidade quem usa determinada edificação e o que acontece internamente, apenas
olhando sua entrada. Isso vai acontecer quando alguns aspectos físicos dessa
entrada ajustam-se com a ideia pré-concebida que temos sobre as pessoas que usam
aquele edifício e que atividades são desenvolvidas ali. Por alguma razão essas
características vão ser reconhecidas e as imagens do edifício reconstruídas a partir
do nosso conhecimento prévio e de nossas experiências passadas.
Aspectos Técnico-Construtivos
Capítulo 2
Alberto et. al (2011) entende que, Hertzberger afirma isso, pois, em sua visão,
a arquitetura flexível apresentada acima estava muito próxima da neutralidade que
consiste na ausência de identidade. Não existe problema em mudar ou adaptar traços
característicos, o problema seria a inexistência dos mesmos. O autor defende uma
forma polivalente que se preste a diversos usos sem que ela própria tenha de sofrer
mudança, de maneira que uma flexibilidade mínima possa produzir uma solução
ótima. O objetivo dessa arquitetura é não perder sua identidade quando o usuário
decidir dar-lhe um uso diferente. Para responder à multiplicidade da sociedade a forma
deve ter múltiplos significados, capazes de despertar constantemente associações,
deve motivar e estimular o homem a adaptar seu ambiente e suas necessidades e
apossar-se dele (HERTZBERGER, 1996, p.162).
Simplificadamente pode-se afirmar que a atividade precípua do arquiteto é
projetar, propor para o futuro. O ser humano, fim último desta atividade, nos planos
fisiológicos, psicológicos e sócio-cultural, muda, altera-se, adapta-se (OSÓRIO,
2002). A arquitetura deve acompanhar este homem que evolui. Portanto, o conceito
que sustenta a integridade da obra arquitetônica e mantém sua validade ao longo do
tempo é a flexibilidade. A atitude para a flexibilidade deve acompanhar todo o
processo de projeto através de decisões que possibilitem a instalação do conceito
que, apesar de ser às vezes contestado é o que possibilitará que o arquiteto projete
para o futuro (OSÓRIO, 2002).
Uma relativa flexibilidade espacial, com a divisão entre alguns ambientes feita
através do uso de divisórias leves e móveis, mostra-se pertinente à educação
infantil, sobretudo se tratando de cômodos de maior área, (biblioteca,
auditório e similares) ou no caso de ser necessário o uso simultâneo de um
espaço por atividades que se mostrem pouco compatíveis entre si. (ELALI,
2002, p. 275)
Um projeto flexível, segundo Filkelstein (2009, apud ALBERTO et. al, 2011)
deve utilizar núcleos rígidos para circulação e para áreas molhadas, promovendo a
liberação de todos os demais espaços para uma maior adaptabilidade. Os shafts
permitem um fácil acesso para inspeção dos tubos e isso promove uma melhor
manutenção desses núcleos, sem a necessidade de obras. O projeto do Centro Digital
do Ensino Fundamental (Figura 12) em São Caetano do Sul (São Paulo) apresenta
nas suas extremidades além de núcleos de banheiros, dois outros elementos
facilitadores de flexibilidade: núcleo de circulação vertical e shafts.
Figura 12: Centro Digital de Ensino Fundamental – Setorização dos núcleos de banheiro.
adoção de um sistema que permita uma fácil alteração do espaço, seja ela interna ou
externa. Para isso, o edifício proposto deverá seguir uma modulação espacial,
possibilitando alteração de layout sem prejuízo para a funcionalidade, e estrutural, que
permita a existência de grandes vãos, facilitando essas alterações, como já foi citado
anteriormente. Vale salientar ainda que, muitas vezes as modulações e técnicas
construtivas são baseadas em elementos estruturais pré-moldados, que agilizam e
barateiam algumas das etapas construtivas (KOWALTOWSKI, 2011).
Dentro dessa racionalização e modulação construtiva, cobertura e laje
deverão ser o mais leve possível para aumentar a modulação estrutural, as divisórias
dos ambientes deverão ser móveis ou de fácil remoção no caso de alterações
espaciais. Em relação à flexibilidade externa, o partido e o lote passam a serem fatores
fundamentais, devendo permitir ampliações sem prejuízo de funcionalidade, estética,
fluxo e de conforto ambiental.
PARTE II:
ESTUDOS DE REFERÊNCIA
Capítulo 3
3. ESTUDOS DE REFERÊNCIA
Caracterização da Instituição
Proposta Projetual
A Unidade II por sua vez, também ocupa três lotes, e apresenta aclive ainda
mais acentuado, de modo que, se torna dividida em dois planos, cujos acessos
ocorrem por meio de rampa e escada. Nos dois lotes com nível correspondente à Av.
Afonso Pena estão distribuídos os seguintes ambientes: coordenação, almoxarifado,
secretaria, diretoria, sala de orientação pedagógica, pátio coberto, pátio descoberto,
laboratório de informática, sala de faz de conta, 4 salas de aula, sala de balé e judô,
2 cozinhas, refeitório (Figura 21), banheiros infantis, banheiros adaptados para
pessoas com deficiência e pátio coberto para apresentações. Os outros dois lotes, no
nível da Rua José Inácio de Carvalho, comportam um amplo pátio descoberto com
playground e a área de piscina (Figura 22), com banheiros infantis, banheiros de
funcionários e depósito, além de cinco vagas de estacionamento.
Figura 21: PRIMEIROS PASSOS: Refeitório - Figura 22: PRIMEIROS PASSOS: Vista da
Unidade II. Piscina – Unidade II.
No que diz respeito aos revestimentos, tanto nas áreas cobertas quanto nas
áreas descobertas pavimentadas, o piso é do tipo cerâmico antiderrapante. As
paredes das salas de aula são revestidas com uma faixa de material impermeável
(fórmica branca na unidade I, pastilha cerâmica na unidade II), com aproximadamente
1m de altura, a partir do piso. Nas áreas molhadas, as paredes recebem revestimento
cerâmico, e nos demais ambientes, tinta lavável.
Nos croquis das plantas baixas desta instituição (Figura 25 e Figura 26), é
possível observar a disposição dos ambientes.
LEGENDA:
17. Serviço
1. Sala de atividades 9. Bwc 18. Sala de estimulação
2. Recepção 10. Fraldário 19. Setor administrativo
3. Bwc Adulto 11. Bwc Infantil 20. Recursos humanos
4. Coordenação 12. Jardim Interno 21. Biblioteca/videoteca
5. Cozinha 13. Dormitório 22. Sala de Apoio Psicológico
6. Berçário 14. Playground e pátio descoberto 23. Guarita
7. Pátio Coberto 15. Pátio descoberto AF: Acesso de Funcionários
8. Refeitório 16. Bwc Funcionários AP: Acesso de pais e alunos
AUII: Acesso Unidade II
Fonte: Elaboração da autora, 2014.
LEGENDA:
Aspectos Complementares
Em relação à acessibilidade, como já foi mencionado, os terrenos das duas
unidades não são planos, e os desníveis foram vencidos com a utilização de rampas
e escadas. Além disso, as unidades dispõem de banheiros adaptados a pessoas com
deficiência (Figura 27), entretanto, as peças sanitárias são apropriadas para adultos.
Por fim, nas áreas de playground, há acessos pavimentados para a maioria dos
brinquedos. Entretanto, observou-se que o acesso entre os pavimentos das
edificações ficou prejudicado, pois só ocorre por meio de escada.
Caracterização da Instituição
Proposta Projetual
1
Em conversa com a coordenadora Pedagógica, Adele Ubarana, no dia da visita in loco, em 21.07.2014.
LEGENDA:
1. Pátio descoberto
2. Pátio coberto (caracol)
3. Diretoria/secretaria
4. Quadra poliesportiva
5. Cozinha, almoxarifados
6. Cozinha experimental
7. Banheiros
8. Salas de aula
9. Playground
10. Sala de informática
11. Coordenação
12. Xerox
13. Solário
14. Apoio Pedagógico
15. Biblioteca
16. Brinquedoteca
Com relação aos acessos, existe apenas uma entrada, que acontece por meio
de portão lateral, de modo que o ingresso à escola se dá por meio de um grande pátio
descoberto, usado pelos alunos maiores, e a entrada e saída de alunos é controlada
pelos funcionários que ficam na recepção. Logo após a entrada foram instaladas a
secretaria e a direção. Em seguida tem-se o primeiro pátio coberto, nomeado de “pátio
do caracol”, local onde os alunos expõem trabalhos e realizam brincadeiras. Este pátio
dá acesso ao primeiro bloco de salas de aula, destinado às crianças de 5 a 8 anos,
ao passo que cada sala abriga uma média de 18 alunos por turno. Neste primeiro
bloco, estão presentes também a coordenação da escola, a sala dos professores, a
sala de informática, a biblioteca (onde as crianças tem atividades uma vez por
semana) e a sala de apoio pedagógico, (onde os alunos com dificuldade de
aprendizado tem aulas de reforço antes das provas). O setor conta ainda com
banheiros de alunos e funcionários.
Logo após esse setor de aulas, existe um pátio descoberto, no qual as
crianças praticam atividades físicas, e a entrada para o bloco de ensino infantil (para
crianças até 4 anos), além da brinquedoteca (Figura 32), onde as crianças vão uma
vez por semana. Na área externa da escola existem também dois playgrounds, um
para crianças entre 2 e 4 anos, e outro para aquelas entre 5 e 8 anos (Figura 33).
Através da visita in loco, foi possível perceber que não apenas os playgrounds,
mas todos os ambientes que compõem a escola estão setorizados de acordo com as
funções ou idades dos usuários, conforme pode ser visto na figura a seguir (Figura
34).
Aspectos Complementares
braile. Além disto, existem rampas que não condizem com o recomendado pelas
normas de acessibilidade vigentes, com inclinação superior a 8,33%.
Por fim, em relação à segurança da escola, ela é feita por porteiros durante
todo o dia, que impedem que as crianças saiam sem o acompanhamento de adultos
responsáveis.
Caracterização da Instituição
Proposta Projetual
No bloco principal, a grande fachada curva foi protegida por brises, quebra-
sóis, em forma de velas de jangadas (Figura 43), encimadas por bandeirolas, que
remetem ao repertório imagético da cultura regional, estimulando a identificação do
jovem com sua escola (GALBINSKI, 2013).
Figura 43: ESCOLA LYGIA MARIA: Fachada Curva
Figura 45: ESCOLA LYGIA MARIA: Zoneamento das Salas de atividade conforme faixa etária.
janelas altas (do tipo veneziana) voltadas para o átrio central, e também foram
implantadas janelas altas, abaixo das de veneziana, em alumínio e vidro, fixas, para
favorecer a iluminação natural. As portas de acesso às salas de aula e atividades são
em Eucatex com visor de vidro, para facilitar o controle e a comunicação entre as salas
e o pátio central. A figura abaixo ilustra esta afirmação (Figura 49).
Por fim, a escola conta com espaços para atividades ao ar livre, como
playgrounds e solários, voltados para o nascente e arborizados, favorecendo o
conforto térmico dos usuários. Estas áreas não puderam ser fotografadas, pois
estavam inacabadas.
Aspectos Complementares
Esta seção contempla outros estudos que inspiraram o tema deste trabalho.
Desta forma, foram escolhidos projetos que pudessem auxiliar na concepção formal e
estética da Escola Infantil. A saber, foram analisados dois projetos internacionais: O
Flex e Guan Kindergarten, apresentados a seguir.
O grupo da HMC arquitetos propôs então uma solução que fugia da forma de
caixa tradicional da sala de aula, observando a maneira como a sala é usada e como
ela tem sido sub-utilizada atualmente. Embora a solução de design, que nomearam
de Flex, não tenha vencido a competição, o produto final foi a criação de uma sala de
aula portátil, que pode ser implantada em qualquer escola.
Eles começaram o processo de projeto através da análise do padrão de sala
de aula "caixa". Primeiro, o ensino é geralmente centrado em uma parede, com todos
os alunos voltados para frente, seguindo o modelo "Eu ensino, você ouve e toma
notas" de instrução. Em segundo lugar, as duas paredes laterais e a posterior são
utilizadas principalmente para fixar os trabalhos dos alunos, ou as estações de
computadores fixos, ou telas grandes, mapas, e armazenamento. Terceiro, e mais
importante, os cantos da sala de aula em forma de caixa são em grande parte não
utilizados para instrução, tendo em vista que a visualização destes pontos é dificultada
a partir dos lados opostos da sala. Estes cantos são muitas vezes utilizados como
áreas de armazenamento informais, ou desordem.
Estas análises acerca da sala de aula "caixa" levaram os arquitetos a pensar
em uma sala de aula hexagonal, uma vez que, com o hexágono, o professor tem três
paredes em vez de apenas uma para a instrução, e cada parede é centralmente
focada, permitindo que o aluno tenha uma exibição panorâmica. As paredes também
podem integrar aparatos tecnológicos, com placas inteligentes, monitores de tela
plana, e até mesmo possuir mesas dobráveis. Desta forma, com a introdução de uma
disposição hexagonal (Figura 52), ambas as configurações de sala de aula, a padrão
(professor classe palestras) e a de instrução informal (sessões de trabalho em
grupo/estudo) funcionam bem.
formato de sala de aula foi utilizado e conseguia-se obter níveis variados de sucesso
com base na tecnologia da época. Atualmente existe uma infinidade de sistemas
tecnológicos que permitem tornar a sala de aula hexagonal um sucesso. São sistemas
que vão desde as paredes móveis, com materiais para absorção do som, até o uso
de acabamentos resistentes.
Dentre as vantagens deste formato de sala de aula, uma delas é que a
conexão entre os ambientes é reforçada, tendo em vista que, com a caixa, há apenas
três possibilidades de comunicação interior e uma conexão exterior, no entanto, com
o hexágono pode-se trabalhar com mais duas paredes, de modo que é possível
conseguir até cinco conexões interiores (Figura 53).
Além disso, estratégias sustentáveis foram integradas desde o início para criar
um espaço projetado para uma rápida montagem / desmontagem e construído a partir
de materiais reciclados. Os arquitetos também exploraram o uso de painéis
fotovoltaicos, telhados verdes, armazenamento de águas pluviais, reutilização de
águas cinzas, materiais de baixo carbono e construção com desperdício zero (Figura
54).
recreativas.
PARTE III:
CONDICIONANTES PROJETUAIS
Capítulo 4
4. UNIVERSO DE ESTUDO
Neste sentido, Elali (2002) defende que as escolas devem ser instaladas em
lotes que sejam o mais plano possível, já que, conforme a autora é indicada a adoção
de partidos térreos. Azevedo (2002) aponta que os terrenos em aclive podem gerar
possíveis obstáculos ao acesso das crianças, necessitando prever rampas e escadas
apropriadas.
2
Não se pode considerar que o terreno apresenta a forma de um trapézio, uma vez que para ser classificado
como tal, duas de suas faces deveriam ser paralelas, e no caso, não são.
Capítulo 5
5. CONDICIONANTES LEGAIS
3
Não serão computados, para efeito de ocupação, pergolados, beirais, marquises e caramanchões.
(PDN, 2007)
b) Quando o lote que comportar o projeto possuir frente para mais de uma via, os
acessos de estacionamento deverão ser feitos pela via de menor hierarquia;
c) São admitidas dimensões mínimas de 2.40m de largura por 4.50m de comprimento
para cada vaga de estacionamento;
d) As áreas livres, resultantes de recuo frontal, podem ser consideradas para efeito
de cálculo de área de estacionamento ou guarda de veículos, desde que esse recuo
seja igual ou superior a 5.00m, respeitados os espaços de passeio e as regras de
acesso ao lote;
e) Nos locais públicos ou privados de uso coletivo deve ser reservado o número de
vagas às pessoas portadoras de deficiência física, conforme estabelecido na NBR
específica, com a sinalização, rebaixamento de guias e localização adequada;
g) Qualquer elemento que projetar-se na calçada deve possuir altura mínima de 2.20m
e balanço máximo de 0.80m. Se o elemento for uma marquise, o pé direito deverá ser
de 2.50m com balanço máximo de 2/3 da largura da calçada;
h) O alinhamento das calçadas, nos cruzamentos de vias, deve ser concordado por
meio de arco de circunferência;
j) Nas vias coletoras e nas vias locais é permitida, junto ao meio-fio, a execução de
faixa gramada nas calçadas, desde que a largura da faixa pavimentada nunca seja
inferior a um metro e vinte centímetros (1,20m) e que a faixa gramada não seja
utilizada para a construção de jardineira ou canteiro;
c) São dispensados de iluminação e ventilação naturais halls com área menor que 5
m², depósitos e despensas e compartimentos que justifiquem a ausência das
aberturas;
Quanto a Acessibilidade:
Por fim, com base na hierarquia das via o Código de obras institui a melhor
forma de acesso e estabelece a quantidade de vagas de estacionamentos a ser
oferecida pelo equipamento. Entretanto, esses aspectos serão abordados no
momento do pré-dimensionamento do projeto no próximo tópico.
4
A Lei 10.048 dá prioridade de atendimento às pessoas portadoras de deficiência, os idosos com idade
igual ou superior a 60 anos, as gestantes, as lactantes e as pessoas acompanhadas por crianças de
colo terão atendimento prioritário. A Lei 10.098/2000 estabelece normas gerais e critérios básicos para
a promoção da acessibilidade.
h) Para os estacionamentos a norma exige que 1% das vagas sejam reservadas aos
PNE (quando existem mais de 100 vagas dimensionadas para o projeto). Essas vagas
reservadas devem localizar-se o mais próximo possível do acesso da edificação e
devem contar com um espaço adicional de circulação com no mínimo 1,20m de
largura;
para cada sexo "as peças devem ser consideradas separadamente para efeito de
cálculo" (ABNT, 2004). Os boxes individuais para bacias sanitárias devem ter
dimensões mínimas de 1.50 x 1.70m, como demonstra o exemplo da Figura 79;
j) As portas dos banheiros acessíveis devem abrir para fora e possuir vão livre de
0.80m. Esse vão livre também deve ser cumprido nas demais portas das edificações,
inclusive aquelas que possuírem duas ou mais folhas (uma delas deve permitir um
vão livre de 0.80m);
l) O piso tátil de alerta deve ser utilizado para sinalizar situações que envolvem risco
de segurança, e deve ter cor contrastante com a cor do piso. O piso tátil direcional,
por sua vez, deve ser utilizado quando da ausência ou descontinuidade de linha guia
identificável, como guia de caminhamento em ambientes internos ou externos, ou
quando houver caminhos preferenciais de circulação;
o) Os corrimãos devem ser instalados em ambos os lados dos degraus isolados, das
escadas fixas e das rampas, e devem ter largura entre 3,0 cm e 4,5 cm, sem arestas
vivas. Deve ser deixado um espaço livre de no mínimo 4,0 cm entre a parede e o
corrimão;
r) Nas piscinas, o acesso à água deve ser possível através de degraus, rampas
submersas, bancos para transferência ou equipamentos de transferência;
Capítulo 6
CONDICIONANTES FUNCIONAIS
6a8
De 0 a 1 ano
6a8
De 1 a 2 anos
12 a 15
De 2 a 3 anos
20 a 25
De 4 a 5 anos
20 a 25
De 5 a 6 anos
Fonte: BRASIL, 1998.
Nota: Quadro-resumo elaborado pela autora, 2014.
CONJUNTO SUBCONJUNTOS
Pedagógico - Berçário
Conjunto Pedagógico
Pedagógico - Educação Infantil
Esportivo
Conjunto de Vivência/Assistência Recreação/Atividades Complementares
Alimentação
Atendimento
Conjunto Administrativo/Apoio Técnico-
Apoio Pedagógico
Pedagógico
Administrativo
Acesso
Conjunto de Serviços Gerais.
Serviços
Fonte: Elaboração da autora, 2014.
No que concerne ao dimensionamento dos ambientes, Azevedo (2002) aponta que é comumente condicionado ao número
de usuários previsto. Neste sentido, conforme Elali (2002) sugere que se estabeleça uma relação não inferior a 10,0 m²/criança, o
que representaria, por estudante, a soma de aproximadamente 2,5 m² em sala de aula, 5,0 m² em área livre (incluído pátio coberto)
e 2,5 m² para os demais setores construídos, considerando, para os cálculos, o número máximo de crianças em um mesmo turno.
De posse destes dados, foi elaborado o pré-dimensionamento para subconjunto, como é apresentado a seguir nos Quadros
de 8 a 17
FLEX IDS| Proposta para uma Instituição de FLEX IDS| Proposta para uma Instituição de
Educação Infantil Espacialmente Flexível Educação Infantil Espacialmente Flexível
122
FLEX IDS| Proposta para uma Instituição de FLEX IDS| Proposta para uma Instituição de
Educação Infantil Espacialmente Flexível Educação Infantil Espacialmente Flexível
123
FLEX IDS| Proposta para uma Instituição de FLEX IDS| Proposta para uma Instituição de
Educação Infantil Espacialmente Flexível Educação Infantil Espacialmente Flexível
124
PARTE IV:
O PROJETO
Capítulo 7
7. DEFINIÇÃO DO CONCEITO ARQUITETÔNICO
A colmeia é o local utilizado pelas abelhas para abrigar a sua progenitura, cria-
las e estocar o mel. Assim, fazendo uma alusão com a Escola Infantil deste TFG, esta
seria a colmeia, ou seja, lugar de abrigo, onde os pais podem deixar seus filhos
enquanto trabalham durante o dia.
Capítulo 8
8. DEFINIÇÃO DO PARTIDO ARQUITETÔNICO
Edson Mahfuz (1995) afirma que a definição do partido (ou parti, em francês)
deriva do método Beaux-Arts, e vem a ser a concepção mais básica do edifício.
Traduzindo-se a palavra, parti também pode significar uma escolha ou decisão, ou
seja, como lidar com o problema arquitetônico em questão. Depois da geração do
partido, segue-se seu desenvolvimento, o esquisse, um estudo preliminar no qual
ficam definidas suas características principais.
Antes de se começar um projeto, há uma fase preliminar em que se busca
uma definição do problema, a qual decorre da análise da informação relativa à quatro
imperativos de projeto, necessários e suficientes para essa definição. Esses quatro
imperativos são: as necessidades pragmáticas, a herança cultural, as características
climáticas e do sítio e, por último, os recursos materiais disponíveis. (MAHFUZ, 1995,
p.17)
Ou seja, o projeto arquitetônico de qualquer escala é norteado por ideias
centrais que irão influenciar diretamente nas decisões de projeto. Cabe ressaltar que,
o partido arquitetônico do anteprojeto apresentado neste TFG baseia-se nas diretrizes
definidas para alcançar o conceito geral: “Colmeia”.
Portanto, por se tratar de um lugar de aprendizagem e descobertas, a
Instituição escolar deve ser funcional, e flexível, de modo que possa se adequar a
diferentes propostas pedagógicas e seja capaz de expandir, em caso de necessidade
de ampliações. A partir disto, o partido arquitetônico pode ser definido como:
Complexo formado por edificações horizontais interligadas entre si, por meio de
circulações cobertas, definindo pátios (cobertos e descobertos). Ademais, o arranjo
espacial dos edifícios permite possíveis ampliações e a configuração dos espaços
internos favorece a versatilidade de usos/atividades, proporcionando ambientes
lúdicos e educativos, capazes de estimular os sentidos e despertar a criatividade do
público infantil.
- Primeira Proposta
Antes de chegar à definição final do módulo, alguns estudos foram realizados
no que concerne ao zoneamento e à implantação no terreno escolhido para este
projeto. Assim, a primeira proposta, apresentada na figura a seguir (Figura 87),
comprova que o uso dos módulos formados por hexágonos e retângulos, ocuparia
uma grande área do terreno. Além disto, neste estudo, pensou-se na utilização de
estacionamento interno, com acesso pela Rua Professor Levi Higino, controlado por
guarita, e o acesso de serviços, por sua vez, foi situado na Rua Professor Adolfo
Ramires, próximo ao refeitório, e à horta.
Figura 87: Primeira Proposta para Implantação.
- Segunda Proposta
A segunda proposta (Figura 88) contou com os ajustes identificados como
necessários no estudo anterior. Vale salientar que, nesta proposta, já havia sido
definido o uso de módulos hexagonais para o projeto, e que, optou-se pelo uso do
hexágono apenas para as salas de aula e atividades, mantendo a concepção formal
dos demais setores (como administração, apoio pedagógico e refeitório) livre.
- Terceira Proposta
Considerando as ideias relevantes das propostas anteriores, foi elaborada
uma terceira proposta. Neste novo estudo, buscou-se aumentar o distanciamento
entre os blocos, criando-se uma área central de conexão entre todos eles. Este “miolo”
central foi composto por um pátio coberto, também em formato hexagonal, do qual
saem circulações cobertas para ligação com as edificações. Nesta terceira proposta,
pensou-se em criar uma configuração mais lúdica para implantação, num formato
análogo a um “abraço”, em que os blocos abraçam o pátio central, ponto de encontro
entre todos os usuários da escola. Além disto, esta conformação permitiu a criação de
pátios descobertos, nos quais podem ser desenvolvidas atividades por faixa etária.
Pensou-se também nas possibilidades de expansão, e, dentre as demais
apresentadas, esta foi a que mais dialogou com a proposta projetual, de modo que os
espaços para ampliação estão localizados próximos aos existentes, permitindo que,
em caso de crescimento da escola, seja mantida a integração entre o “novo e o velho”.
Figura 93: Piscina e Mini-quadra próximas da entrada - estudos volumétricos (Imagens Pré-banca).
Figura 94: Vista do Pátio central coberto – estudos volumétricos (Imagens Pré-banca).
Cabe salientar também que, o bloco da entrada foi deslocado para mais perto
do acesso principal, a fim de dispensar a necessidade de guarita, de modo que o
controle de acesso se dá por meio da própria edificação.
Capítulo 09
9. FLEXIBILIDADE DO PROJETO
Capítulo 10
10. MEMORIAL DESCRITIVO E JUSTIFICATIVO DO ANTEPROJETO
acesso, ou seja, existe uma área pública, onde está localizada a recepção (que dá
acesso ao interior da escola), a secretaria e os banheiros, e outra área com acesso
restrito a funcionários e outrem com permissão, que possui dois pavimentos, onde se
situam o setor de apoio pedagógico (no térreo - Figura 111), e a administração da
escola (no pavimento superior - Figura 112). Vale lembrar que, das cinco edificações
que compõem o complexo escolar deste TFG, esta é a única que apresenta uma parte
com dois pavimentos, destacando-se entre os demais blocos, sem interferir na
ventilação dos mesmos, já que está situada na porção norte do terreno.
Figura 111: Pavimento Térreo do bloco de acesso, administrativo e apoio pedagógico.
Por fim, as salas de aula foram contornadas com beiral de 1.20m, dificultando
a incidência solar direta sobre as aberturas. Além disto, pensou-se na utilização de
alguns elementos para composição das fachadas, que também funcionariam como
protetores solares em algumas fachadas mais prejudicadas, conforme orientação
solar. A saber, na concepção da forma destes elementos, buscou-se manter o diálogo
com as demais edificações, através do uso de paredes inclinadas. Assim, foram
colocadas paredes na extremidade dos beirais, com a colocação de elementos
vazados em paredes retas, alternando com paredes inclinadas, conferindo maior
movimento nas fachadas das salas como pode ser visto na figura a seguir (Figura
114). Em relação às cores, optou-se pelo uso predominante do amarelo, remetendo
ao conceito de colmeia, sendo uma cor estimulante para as crianças.
Como foi discutido no capítulo 2 deste trabalho, uma das estratégias para a
concepção de projetos flexíveis é utilizar um sistema construtivo pré-fabricado e
modulado. Pode-se dizer então que, para o desenvolvimento do Anteprojeto
apresentado neste TFG havia a necessidade de aplicar um sistema racional, capaz
de oferecer praticidade, facilidade de montagem, modulação inteligente, possibilidade
de montagem e desmontagem, versatilidade, boa resistência e liberdade plástica.
Portanto, diante destes parâmetros, o sistema construtivo adotado foi o Light Steel
Framing (LSF).
Caracterização do Sistema
As seções mais comuns nas edificações em LSF são as com formato em “C”
ou “U” enrijecido (Ue) para montantes e vigas e o “U” que é usado como guia na base
e no topo dos painéis. Os perfis de aço para o sistema podem ser fabricados nas
seguintes configurações (Figura 117) e dimensões (Figura 118):
Figura 117: Designações dos perfis de aço formados a frio para uso em LSF.
Figura 118: Dimensões nominais usuais dos perfis de aço para LSF.
Fundações
contrapiso. Assim sendo, neste Anteprojeto será utilizado o contrapiso com perfis
galvanizados.
Figura 119: Fundação tipo sapata corrida.
Paineis LSF
Fonte: Catálogo Técnico – Sistemas Construtivos ETERNIT, 2012 – Nota: Editado pela Autora, 2014.
totaliza a espessura da parede em 110 mm, ou seja, o perfil é formado por 2 placas
de 10mm e 1 montante de 90mm. As guias, por sua vez, serão determinadas em
função das dimensões dos montantes (Figura 122).
Figura 121: Modulação dos montantes.
Fonte: Catálogo Técnico – Sistemas Construtivos ETERNIT, 2012 – Nota: Editado pela Autora, 2014.
Fonte: Catálogo Técnico – Sistemas Construtivos ETERNIT, 2012 – Nota: Editado pela Autora, 2014.
Fonte: Catálogo Técnico – Sistemas Construtivos ETERNIT, 2012 – Nota: Editado pela Autora, 2014.
Lajes e Pisos
Cobertura
5
Professora de disciplinas de Estruturas no Departamento de Arquitetura da UFRN. Doutora em Ciências e
Engenharia de Materiais pela Universidade de São Paulo (2005) e pós-doutorado pelo Departamento de
engenharia de estruturas da Escola de Engenharia de São Carlos-EESC/USP.
pérgolas metálicas
Orientação Piso vinílico Pintura Acrílica Forro de chapas de
(Cor branca) sobre
Psicopedagógica (cor cinza claro) Placa cimentícia gesso acartonado
Fórmica branca
(até 1,20m) +
roda-meio
(Madeira pintada
Piso vinílico com cores da Forro de chapas de
Berçários
(cor cinza claro) paleta definida gesso acartonado
para o projeto) +
Pintura Acrílica
(Cor branca) sobre
Placa cimentícia
Sala de Fórmica branca
Estimulação (até 1,20m) +
roda-meio
(Madeira pintada
Piso acolchoado com cores da Forro de chapas de
BERÇÁRIO
Placa cimentícia
Cerâmica branca Gesso com pintura
Fraldário/ Cerâmica branca texturizada (Cor
antiderrapante
Banheiros (30x30)
(30x30) branca)
Cerâmica branca Gesso com pintura
Cerâmica branca texturizada (Cor
Almoxarifado antiderrapante
(30x30)
(30x30) branca)
Cerâmica branca Gesso com pintura
Cerâmica branca texturizada (Cor
Rouparia antiderrapante
(30x30)
(30x30) branca)
Piso intertravado Pintura Acrílica Pintura Acrílica (Cor
Pátio Coberto sextavado (cor (Cor branca) sobre branca) sobre
EDUCAÇÃO INFANTIL
(Madeira pintada
Piso vinílico com cores da Forro de chapas de
Brinquedoteca paleta definida
(cor cinza claro) gesso acartonado
para o projeto) +
Pintura Acrílica
ESPORTIVAS
Fórmica branca
(até 1,20m) +
roda-meio
(Madeira pintada
Piso vinílico com cores da Forro de chapas de
Sala de Artes paleta definida
(cor cinza claro) gesso acartonado
para o projeto) +
Pintura Acrílica
(Cor branca) sobre
Placa cimentícia
Fórmica branca
(até 1,20m) +
roda-meio
ATIVIDADES COMPLEMENTARES/
(Madeira pintada
Piso vinílico com cores da Forro de chapas de
Sala de Música paleta definida
(cor cinza claro) gesso acartonado
para o projeto) +
Pintura Acrílica
ESPORTIVAS
Fonte: http://www.aubicon.com.br/ - Acesso em: 28.10.2014 – Nota: Editado pela autora, 2014.
Fonte: http://www.coral.com.br - Acesso em: 28.10.2014 – Nota: Editado pela autora, 2014.
Fonte: http://www.coral.com.br - Acesso em: 28.10.2014 – Nota: Editado pela autora, 2014.
10.2.5 Acessibilidade
de 1,5cm entre ambientes cobertos (quando era necessária essa diferença), onde
devem ser instaladas soleiras com a borda rampada na proporção 1:2.
Também foram previstos banheiros acessíveis nas áreas de uso comum do
edifício e utilizados pisos não trepidantes e planos. Dentre os pisos, destaca-se o uso
do piso intertravado anti-derrapante de borracha reciclada, descrito no item anterior,
que deve ser instalado no mesmo nível da grama, para evitar obstáculos, além de
revestir os caminhos que funcionam como rotas acessíveis nas áreas de pátio e
playground.
Na proposta de layout também foi considerada o vão livre de passagem de no
mínimo 90cm, para garantir que cada ambiente apresentasse uma rota acessível. As
portas das áreas de uso comum também atendem ao vão livre mínimo de 80cm,
definido pela norma, e, no caso das portas de correr, recomenda-se que os trilhos
estejam na parte superior da esquadria, para evitar obstáculos no piso.
Além dessas recomendações e soluções projetuais, foram aplicadas as
demais determinações da NBR 9050, já descritas no item sobre condicionantes legais,
presente neste trabalho.
areca.
Nome Científico: Dypsis lutescens.
Hábito: Palmeira.
Características: Altura de 3 a 9 m, de cor
verde, compostas por 20 a 50 pares de folíolos
e com pecíolos e ráquis de cor amarelada.
Cultivadas em sol pleno ou meia-sombra.
Podem ser utilizadas em ambientes internos e
externos, de forma isolada ou em conjuntos.
Indicação de utilização no projeto: Canteiro
localizado na entrada da escola.
Fonte:
www.sementescaicara.ambienteseguro.
net. Acesso em: 15.11.2014.
Nome Popular: Flamboyant
Figura 136: Flamboyant.
Nome Científico: Delonix regia
Hábito: Árvore.
Características: rápido crescimento, copa
densa, tronco forte e um pouco retorcido,
alcançando até 12 metros de altura. Quando
perde as folhas surgem as inflorescências
compostas por flores grandes, vermelhas ou
alaranjadas. Possui vagem como fruto, além
disso, é plano, lenhoso e grande, com tamanho
Fonte: www.fineartamerica.com. Acesso
de aproximadamente 45 cm. em: 15.11.2014.
10.4 PERSPECTIVAS
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante da realidade atual e das novas demandas que vem sendo propostas
em relação à criança e ao seu papel na sociedade, faz-se necessário um novo olhar
sobre a educação infantil e os espaços e ambientes em que esta acontece. Foi sob
esta perspectiva que se propôs a elaboração deste Trabalho Final de Graduação,
visando desenvolver o anteprojeto arquitetônico de uma Instituição de Ensino Infantil,
baseado nos princípios da flexibilidade espacial, no que tange à capacidade de
expandir – mediante a necessidade de ampliação -, e à versatilidade dos espaços,
garantida pelas variações de layout.
REFERÊNCIAS
BARBOUR, A.; LIBA, A. Dos Conventos ao século 21. Revista Educação, São
Paulo, p. 41, dezembro 2007. Entrevista concedida a Rubem Barros.
BEE, Helen L. A criança em desenvolvimento. 12. ed. Porto Alegre: Artmed, 2011.
COSTA, Lúcio. Registro de uma vivência. São Paulo: Empresa das Artes, 1997,
2ª.ed.
CRAIDY, Carmem e KAERCHER, Gládis. Educação infantil: Pra que te quero? Porto
Alegre: Artmed, 2001.
LIMA, Mayumi Souza: A Cidade e a Criança. São Paulo: Ed. Nobel, 1989.
____, Mayumi Souza. Arquitetura e Educação. São Paulo: Nobel, 1995. 263p.
MACIEL, Carlos Alberto. Arquitetura projeto e conceito. 2003. Disponível em: <
http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/04.043/633 > Acesso em:
05.11.2014.
SANTOS, Leila Nayara Medeiros dos. Escola Ser e Aprender: Anteprojeto de uma
Escola de Educação Infantil. Trabalho Final de Graduação em Arquitetura e
Urbanismo, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2012.